quarta-feira, 30 de abril de 2014

Só os subversivos sabem...

Mais um mês está chegando ao fim.

E, em meio a tantas mudanças que tenho experimentado, uma coisa não muda - a necessidade de escrever e colocar a alma em cada palavra digitada. Vamos em frente, então.


Nesse sentido, dentre as ideias que fervilharam aqui na mente, me lembrei de uma canção do Charlie Brown Jr. chamada "Só os loucos sabem", a qual me inspirou o título deste texto. Bem, alguns trechos dessa letra que me chamam a atenção estão logo a seguir:

"Eles dizem que é impossível encontrar o amor
Sem perder a razão
Mas pra quem tem pensamento forte
O impossível é só questão de opinião
E disso só os loucos sabem...
[...]
Agora sei exatamente o que fazer
Vou recomeçar, poder contar com você..."


Encontrar o amor sem perder a razão.

De fato, quando "encontramos o amor" em alguma esquina - particularmente, me refiro a um namoro ou relacionamento - , perdemos um pouco da razão. Todas as coisas parecem belas aos nossos olhos, tudo sorri diante de nós e, em troca, devolvemos "sorrisos bobos parecidos com soluços". Porém, sempre chega a hora em que a "fascinação" acaba (e, às vezes, o amor também se vai), de modo que é momento de usar a razão e ir em frente, parafraseando C. S. Lewis: "...existem coisas melhores à nossa frente do que todas as outras que tivemos de deixar para trás...". Em contrapartida, "encontrar o amor" não implica perder a razão - pois, quando falamos em amor, falamos em algo que exige resolução, firmeza, resignação, perseverança, renúncia, altruísmo e generosidade. Todas essas virtudes só existem quando se tem consciência do real significado de amor e de tudo o que vale a pena fazer por causa dele. Quem não é perseverante, firme, resoluto, resignado, altruísta, humilde e generoso não aprendeu a amar - e, ao olhar para mim mesmo, me vejo mais próximo desta triste realidade. 

Por outro lado, gostaria de citar o escritor bíblico que diz que o amor é o "caminho sobremodo excelente". Ao descrever um amor diferenciado de todos os outros, ele afirma que nem coisas sobrenaturais, nem conhecimento de coisas ocultas aos "comuns", nem uma fé poderosa, nem grandes ações em favor dos necessitados ou mesmo dar a própria vida tem qualquer valor quando não há amor. É assustador pensar que até a bondade para com o próximo ou o auto-sacrifício possam ser praticados sem amor. Contudo, este tipo de amor apresentado aqui não é trivial - é um amor proveniente de Deus, visto que jamais acaba, que é eterno, que aniquila o que é imperfeito e que traz luz sobre qualquer escuridão. Curiosamente, é esse amor que Deus concedeu aos homens por meio da morte de Seu Filho Jesus Cristo, de forma que aqueles que recebem esse amor podem, assim, amar a Deus de todo o coração, alma, forças e entendimento - ou seja, encontrar o amor sem perder a razão. 


Pra quem tem pensamento forte, o impossível é só questão de opinião.

Essa frase é como um autorretrato - eu realmente me sinto meio que "na contramão", "fora do sistema", "subvertendo o mundo" ou o que seja. Por um lado, isso pode parecer rebeldia ou revolta da minha parte e, na verdade, não deixa de ser. No entanto, o que devo buscar em meio a todo esse inconformismo pessoal é a moderação, a humildade, a ternura, o domínio próprio - pois, se o que move essa atitude de indignação é a verdade/Verdade, não existe ponderação ou "dois pesos e duas medidas", mas uma "doce obstinação". Sendo mais claro, a minha indignação de mente e do coração contra a injustiça, a hipocrisia social, a vida superficial e baseada em aparências, a pseudotolerância, o orgulho nas relações interpessoais, a falsidade e opressão religiosas e todos os enganos e mentiras praticadas "em nome de Deus" deve ser palpável, tangível, real, concreta. Assim como a minha mente e meu coração não se submetem a todas essas coisas ruins, devo viver isso no dia-a-dia. Mas, embora a tendência  hoje seja, em parte, das coisas piorarem - "...os homens maus irão de mal a pior, enganando e sendo enganados..." e "...por se multiplicar a maldade, o amor de muitos esfriará..." - , a Esperança permanece. 

Nesse sentido, queria relembrar uma passagem bíblica onde se lê:

"...Mas uma coisa faço - esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Jesus Cristo...". [Carta aos Filipenses, cap. 3, vs. 13-14]


O sentido dessa passagem é que, quando o autor relata a sua experiência de fé em Jesus Cristo, ele diz que tudo o que ele tinha de mais valioso agora passou a ser esterco - ou seja, passou a não ter valor algum, pois conhecer a Jesus Cristo era o que havia de mais precioso para aquele homem. Ironicamente, o que deixou de ter valor para ele não eram coisas "mundanas" ou "carnais" (por assim dizer), mas sim a sua justiça própria, a sua religiosidade arrogante, a sua "superioridade comportamental" e seu conhecimento moral. Ele deixou todas essas coisas aparentemente "boas" para ter tão-somente Jesus Cristo, a fim de conhecê-Lo plenamente. Trazendo para nossos dias, precisamos abandonar todas as coisas "aparentemente espirituais", "ungidas", "proféticas" e "religiosamente corretas", pois conhecer a Cristo é tudo. Em meio a tantos "falsos deuses" - sejam imagens de escultura, sejam popstars "ungidos do Senhor" que transferem heresias aqui e acolá - , o Cristo bíblico chega a ser um "Deus mutante". Então, se o Cristo bíblico é um "Deus mutante", eu só tenho o direito de ser um "discípulo X-Men". E dessas coisas, só os subversivos sabem.


Só os loucos/subversivos sabem. 

Como assim? Bem, o mesmo escritor do texto acima disse que "...a mensagem da cruz é loucura para os que se perdem mas, para nós, que somos salvos, é o poder de Deus... e que agradou a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação...". Só os loucos sabem o real valor do Filho de Deus morto numa cruz pelos seus pecados, pois Deus "tornou louca a sabedoria deste mundo", fazendo com que "se alguém quiser se tornar sábio, faça-se como louco". Em outras palavras, só os subversivos sabem a alegria de ser alvos do amor desse "Deus mutante" (segundo alguns), O qual de mutante não tem nada - Ele é o Deus verdadeiro, que demonstrou o seu amor para com os homens sendo eles ainda pecadores. Os "maria vai com as outras" ficam de "mimimi"; só os subversivos sabem.

Enfim, em face de dificuldades, perdas, mudanças dolorosas, preciso "levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima" - não é Thaisa? rs - e prosseguir para o alvo, pois Aquele que me chamou soberanamente para ser herdeiro de um reino que nunca será destruído deve ser servido com reverência e santo temor. De toda sorte, embora eu não conheça todas as curvas desse "caminho de mistério", Ele é o meu Guia. E, sempre que alguma coisa sair dos trilhos, eu sei exatamente o que fazer - recomeçar, podendo contar com Ele. 


E você? Pra onde você está indo? O seu "deus" é um "deus mutante" de "transferências", "novos mantos e revelações" e que te "proíbe de pensar" ou é o Cristo bíblico, que chama pecadores ao arrependimento e lhes oferece perdão infinito?





Pela alegria de ser um "discípulo X-men", 





Soli Deo Gloria!

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