quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Um museu de novidades [ou Tudo novo de novo]...

2015 está chegando ao fim.

No entanto, antes de findar o ano, gostaria de escrever algumas coisas – coisas que talvez se façam pertinentes num momento em que uma etapa se encerra e outra está prestes a começar. Vamos em frente, sem olhar para trás.



Primeiramente, o título dessa postagem é baseada em versos de duas canções – “Tudo novo de novo”, do Paulinho Moska e “O tempo não para”, de Cazuza. Não irei falar diretamente com base em trechos dessas músicas, mas buscarei refletir a respeito dessas palavras de uma maneira diferente, incluindo o que acredito ser realmente importante.

Um museu de novidades.

Em poucas palavras, essa expressão nos remete à repetição do que já se passou, ainda que haja a aparência de novidade. Ora, todos sabemos que os museus são locais nos quais a história é preservada, particularmente mediante a produção artística, religiosa e intelectual, de modo que falar de “um museu de grandes novidades” parece um contrassenso ou soa no mínimo irônico. Todavia, ao pensarmos mais cuidadosamente sobre a vida humana e sobre o nosso tempo presente, o poeta de fato está certo – as “novidades” que vemos, na verdade, simplesmente assumiram “novas molduras”, mas o quadro é o mesmo. Ou, como foi registrado pelo antigo rei Salomão, um homem conhecido pela sua sabedoria: “...o que foi, isso é o que há de ser, e o que se fez, isso tornará a ser feito, de modo que não há nada de novo debaixo do sol” [Eclesiastes 1, vs. 9]. Não tem como fugir, “não há nada de novo debaixo do sol”.

Não há nada de novo.


Mas “espere um momento!” – você pode me perguntar. Não há nada de novo? O autor desse blog está enlouquecendo! Basta olhar ao redor para ver que nossa sociedade é aquela em que as novidades surgem por minuto, a passagem do anonimato para o sucesso está à distância de um post e também aquilo que hoje é a “moda do momento” deixa de ser moda no semestre posterior. Tudo se renova muito rapidamente – logo, faz sentido dizer que “não há nada de novo debaixo do sol”? Será que isso não passa de uma filosofia ultrapassada de um livro retrógrado que não deve ser “levado ao pé da letra” e que deve ser superado pelos “novos paradigmas”?

Não, “infelizmente” não.

No fim das contas, o argumento apresentado nesse “livro antigo e retrógrado” é bem mais amplo, pois lá pode-se ler que “uma geração vai e outra vem, mas a terra para sempre permanece” (vs. 4), que “o sol nasce e se põe, e volta ao lugar de onde nasceu” (vs. 5), que “o vento vai para o sul e faz seu giro para o norte, e continuamente vai girando e fazendo os seus circuitos” (vs. 6), que “todos os rios correm para o mar, mas o mar não se enche; para o lugar para onde os rios vão, para lá tornam a ir” (vs. 7) e que “todas essas coisas se cansam tanto, que ninguém o pode declarar; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir” (vs. 8). Ou seja, o escritor do texto mostra, a partir da dinâmica de alguns processos naturais, que as coisas se repetem incessantemente, mas nós não cansamos de vê-las nem de ouvi-lassempre fomos, de certa maneira e desde o princípio, como que “viciados no ‘mais do mesmo’” [ainda que esses fenômenos citados sejam, em si mesmos, dignos de apreciação] e, quanto à “explosão de novidades” que caracteriza o nosso mundo, pode-se ver que ela acaba por revelar que “não nos cansamos de ver nem de ouvir novidades”, assim como os filósofos estóicos e epicureus mencionados no episódio da visita do apóstolo Paulo na Acrópole de Atenas, no Areópago (Atos 17, vs, 16-21). É sempre mais do mesmo... não é isso que queremos ouvir?


Tudo novo de novo.

Por outro lado, ao se aproximar o fim de um ano (logo, o início de outro), temos o hábito de fazer planos para o futuro, promessas de mudar determinadas coisas em nós mesmos bem como de sonhar com novos patamares na vida pessoalé o “tudo novo de novo”, pois provavelmente, nos anos anteriores, fizemos as mesmas promessas, estabelecemos os mesmos projetos e metas e talvez as mesmas aspirações pessoais vieram à nossa mente. No entanto, tenho uma novidade (mais uma) para te contar – não adianta fazermos planos, promessas ou termos determinados anseios, pois em outro lugar do mesmo “livro antigo” se lê que “...qual de vocês, com todos os seus cuidados, pode acrescentar uma hora ao curso de sua vida?” [Mateus 6, vs. 27]. Nem eu, nem você, nem ninguém pode garantir para si mesmo nem o próximo segundo, pois “...os nossos anos se acabam como um conto ligeiro” [Salmo 90, vs. 9] e “...Tu os levas como uma corrente de água; são como um sono; são como a erva que cresce de madrugada; de madrugada, cresce e floresce, mas à tarde corta-se e seca” [Salmo 90, vs. 5-6] – Deus é quem tem poder sobre a vida e sobre a morte, e a parte que nos cabe é a efemeridade e não a segurança própria, de forma que “toda vanglória como essa é maligna” [Tiago 4, vs. 16].


Então – talvez você pensou dentro de si – quer dizer que eu não tenho o controle sobre minha vida? “Minha vida, minhas regras”, ora essa! Não amiguinho – primeiramente, a vida não é sua [pois no mesmo "Livro" se lê que “nEle vivemos, nos movemos e existimos” – Atos 17, vs. 28] e, além disso, uma vez que não é você (nem eu, por consequência) que tem o nome de “Deus” sobre si, as regras que vigoram são as Dele e ponto final, pois está escrito que “...o nosso Deus está nos céus e faz tudo o que Lhe agrada” [Salmo 115, vs. 3]. Ele está acima, Ele faz tudo o que Ele quer.

Finalmente, refletir a respeito do “tudo novo de novo” sempre me recorda uma outra “novidade” – que chamo de “novidade antiga”, aproveitando o contexto dessa postagem -, a novidade que “nos ilumina a escuridão”, que “devemos ouvir todos os dias porque nos esquecemos dela todos os dias”, que “não perde o seu frescor” e que, onde chega, faz “tudo novo, e novo sempre”. Mas, que “novidade” é essa afinal?


Há poucos dias passamos pelo Natal e, no Natal, é comum resgatar à memória essa referida “novidade” – a “Boa Novidade” ou “Boa Nova”, a novidade que é chamada de “evangelho eterno”, a qual nada mais é que a notícia de que “nasceu na Cidade de Davi o Salvador, que é Cristo, o Senhor” [Lucas 2, vs. 11], o qual salvaria “...o seu povo dos pecados” [Mateus 1, vs. 21], de quem se diz que “...o povo que estava assentado em trevas viu uma grande luz, e aos que estavam assentados na região da sombra da morte, raiou a luz” [Mateus 4, vs. 16], de forma que devemos “atentar, com maior diligência, para as coisas que temos ouvido...” [Hebreus 2, vs. 1], visto que essa mensagem é “...mais doce do que o mel à boca” [Salmo 119, vs. 103] e “...poderosa para salvar a alma” [Tiago 1, vs. 21]. Ditas essas coisas, talvez não estejamos dando a devida importância a essa “novidade antiga” e, assim, ainda que escutemos sobre ela, ignoramos o seu doce e irrecusável convite de ir ao Filho de Deus para ser aliviado por Ele e ser salvo da ira futura, pois estamos convictos de que teremos o amanhã – um amanhã que pode não chegar.

Não espere o amanhã, não “aguarde a banda passar cantando coisas de amor” sem dar ouvidos ao Amor Verdadeiro, amor que consiste não no fato de termos amado a Deus, “mas em que Ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” [1 João 4, vs. 10] – isto é, Deus satisfez a Sua própria justiça ao apaziguar Sua ira em Si mesmo, na pessoa de Jesus Cristo, de modo que “...a palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração...” [Romanos 10, vs. 8] a fim de que você não permaneça rejeitando a Deus, pois para os que rejeitam, a sentença é que “...quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” [João 3, vs. 18] e que “...quem rejeita o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” [João 3, vs. 36].


Atenda ao “convite irrecusável” e olhe para o Salvador, o Deus que se fez homem, nascido de mulher para salvar os pecadores – ou seja, ouça e dê crédito à “Boa Novidade”, pois ela traz consigo a esperança de que “...as coisas velhas já passaram, e eis que tudo se fez novo” [2 Coríntios 5, vs. 17] e que Deus, que está assentado sobre o trono, fará “...novas todas as coisas” [Apocalipse 21, vs. 5], cujas palavras são chamadas de “verdadeiras e fiéis”, uma vez que Ele anuncia “...o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam” [Isaías 46, vs. 10]. Em suma, apenas em união a Ele o “tudo novo” faz sentido, novo que sempre “se renova”, pois “ainda não sabemos o que haveremos de ser, mas guardamos a esperança de que um dia seremos semelhantes a Ele”.




Pela certeza de que tudo se fez novo com Ele,





Soli Deo Gloria!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Sobre alegrar-se na Esperança [Ou O despertar da Força]

A Ti, que habitas em Luz inacessível
A quem ninguém viu, nem jamais pode ver
E para quem até as trevas são como o dia
Dirijo estas breves palavras.

De um lado, sou disforme e vazio
Visto que o Teu espelho me revela
Que sou tão repleto de mim mesmo
Quanto dissonante de Tua semelhança
E, assim, destituído da Eterna Beleza.
Oh, quão triste será o destino
Destino irrevogável e inclemente
Daquele que ouvir a Voz do alto a dizer-lhe
“Seja feita a sua vontade!
Hoje na terra, amanhã fora do céu”.

Em contrapartida, pelos quatro cantos,
Norte e Sul, Oriente e Ocidente,
E desde tempos bem antigos,
Avança a Velha Novidade, posto que é atemporal.
Por ela, o martírio se faz doce resignação
E a escassez se revela plenitude.
A vida de agora, na verdade, é menos “vida”
Que aquela que há de vir
Pois, um dia, a antiga Nárnia
Dará lugar à Nárnia verdadeira – quem lê, entenda.


Portanto, enquanto estou aqui e agora,
Não tenho todo o tempo do mundo
Nem tenho muito tempo
Pois ele passa depressa, acaba e não recomeça.
Logo, não devo ter aqui herança permanente
Uma vez que a aparência que me cerca
Durará como o dia de ontem –
Deixo, então, o temporal e procuro o eterno,
Como um peregrino em país estranho
Cuja cidadania é a de uma pátria melhor
Arquitetada desde sempre pelo Criador.

Ah, memória vacilante a nossa
A qual perde de vista a verdade verdadeira
De que somos feitura de Alguém
Que não necessita de nada nem ninguém
Único e incomparável
Embora O façamos nosso igual.
Porém, esta é a "maravilha das maravilhas" - 
Brevemente está chegando o Natal
E, assim, lembramos que Ele veio até nós.
Sim! O Eterno entrou no tempo,
O Divino se fez "ser humano",
A Força despertou na forma da nossa fraqueza.

No entanto, esse não é o fim da história.


Tal Força, a "Resplandecente Estrela da Manhã",
Cuja brilho excede toda luz, 
 Seguiu firme por sua órbita,
Para colidir com a "estrela da morte". 
E, quando parecia que o Lado Negro havia prevalecido,
Em três dias a Estrela da manhã raiou - 
A Força Despertou de uma vez por todas!
Ah, glorioso o dia desse Despertar
Pelo qual guardo firme a certeza da felicidade,
Felicidade perpétua, deleite infinito.
A Força um dia rasgará os céus,
Tornando obsoletas todas as falsas "forças".

Por isso, cantarei a esperança, a Viva Esperança
Na qual alcanço a redenção prometida
Ainda que o mundo vá de mal a pior
Por nele se multiplicar a maldade.
Nela me alegrarei, e dela serei arauto,
Indo onde há dor ou falsa segurança,
Onde falta amor ou reina a vil indiferença
Para que povos e línguas, tribos e nações,
 Atendam ao Teu glorioso convite e louvem a Ti
Dizendo: “Eu Te proclamo eternamente,
Porque Te amo, Eternidade!”







Soli Deo Gloria!

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A Beleza salvará o mundo...

Depois de alguns dias, acho que chegou a hora de escrever novamente.

Dessa vez, a razão pela qual essa nova postagem será escrita não é menos urgente e especialmente "temperada com vinagre", assim como a anterior - apesar de um título lúdico, "fofurinhas" e "frescuras" passarão longe daqui. Sem perda de tempo, vamos em frente.


Inicialmente, esse texto nasceu num momento inusitado - literalmente, num insight - e remete a uma célebre afirmação do escritor russo Fiodor Dostoievski, que certa vez disse que "...A beleza salvará o mundo...". Nesse sentido, vale ressaltar que não sei exatamente sob que contexto a frase foi dita ou escrita, porém pretendo fazer determinadas aplicações a partir dela que me parecem não apenas pertinentes, mas vitais - em outras palavras, creio ser questões de vida ou morte

Desse modo, a primeira aplicação será na esfera da arte, que em sua essência [real essência] está relacionada com duas palavras: criatividade e beleza. Logo, a atividade artística por si mesma aponta que, se o ser humano faz arte, ele faz isso porque ele tem a capacidade de criar - e, se o homem, componente singular do universo (quando comparado com os demais seres vivos e tudo o que existe a seu redor), é capaz de criar coisas, esse fato inevitavelmente aponta para a realidade de que ele [o homem] não deve ter "surgido no nada a partir de eventos naturais aleatórios", mas sim foi criado por um Ser superior a ele. De outra maneira, assim como é absurdo pensar ser razoável e racional defender a tese de que o computador/tablet/smartphone no qual você deve estar lendo esse texto "surgiu do nada sob a influência do nada", é totalmente estúpido olhar para o ser humano e tudo o que está relacionado a ele [suas faculdades e natureza, anseios, sua organização em civilizações, sua produção artística e científica etc.] e negar a realidade de um Criador - seria como receber um iPhone de presente das mãos de Steve Jobs e dizer que ele (Steve) não existe. 


Além disso, ao longo da história da humanidade, a arte sempre foi caracterizada pelo conceito e pela busca minimalista do "belo" - especialmente na arte greco-romana típica da Antiguidade [e também do Médio e Extremo Oriente] e, mais tarde, na arte pujante fomentada nas sociedades ocidentais [particularmente na Europa] por influência do Cristianismo, incluindo também a arte dos árabes por ocasião da expansão do Império Mouro. Apesar das diferenças entre os diversos estilos (barroco, rococó, bizantino, gótico, romanesco etc.), uma coisa sempre estava lá: a Beleza. Beleza mesmo - uma vez que, até hoje, por exemplo, as catedrais góticas inspiram admiração por seu design único e majestoso ou, por outro lado, o bizantino desperta um ar de mistério misturado com muita riqueza de detalhes. Em suma, a arte, por si mesma, primeiramente aponta de modo claro e direto para a realidade de um Criador e, como resultado disso, todos os que fizeram [e ainda fazem] arte baseados nessa convicção buscaram [e têm buscado] a beleza

Mas a questão que permanece é: por que "a Beleza salvará o mundo"? O mundo se tornou algo "feio" para que a beleza o salve?


Para responder a essas perguntas, é necessário resumir o argumento em poucas palavras: o mundo foi criado por um Ser que é totalmente bom em Sua natureza e, por isso, o mundo foi criado muito bom, pois "...não há bom senão um só, que é Deus..." [Mateus 19, vs. 17] e "...viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom..." [Gênesis 1, vs. 31]. No entanto, o homem [uma parte dessa criação perfeita] se rebelou contra Deus e, desobedecendo a Ele, trouxe sobre si mesmo a pior das condenações: a perda da comunhão com o Criador e, assim, a perda da semelhança com esse Criador - ou seja, a beleza que Deus havia colocado no homem foi maculada pelo seu pecado, pois "...todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus..." [Romanos 3, vs. 23] bem como "...por um homem entrou o pecado no mundo e, pelo pecado, a morte veio sobre todos os homens..." [Romanos 5, vs. 12 - adaptado]. Sendo ainda mais sucinto, o mundo se tornou feio aos olhos Daquele que é a Suprema Beleza por sua própria rebelião, visto que tudo o que há no mundo se opõe a essa Beleza e, dessa forma, Deus agora restringe o espalhamento incontrolável dessa "feiura" pelo Seu poder para que o caos não seja absoluto. 

Porém, algumas vezes Deus decide entregar os homens a si mesmos [já que, mais do que em qualquer momento da história, eles estão mais vigorosamente anti-Deus] e, como consequência, "certas feiuras" [tão feias que até apresentá-las aqui é vergonhoso] são feitas como se fossem "arte"


Nessa caso, me refiro a um fato [considerado nos nossos círculos de "intelectuais" - ou seriam de "militontos" ou de "canalhas estúpidos pervertidos"? - como "intervenção artística"], no qual homens e mulheres despidos, numa posição animalesca ("de quatro", como se diz no popular) acariciam-se uns aos outros de todas as maneiras mais chulas e despudoradas imagináveis num palco, como se fosse uma exibição de algo a ser apreciado. Sim, é isso mesmo - eu tentei ser o menos ofensivo a quem for ler esse texto (mas, se você quiser ver tudo claramente, as fotos dessa "arte" - arte do satanás, vinda das profundezas do inferno, certamente - estão espalhadas na internet), mas acho que consegui ser claro: a arte, mais do que nunca, se tornou um veículo de toda sorte de pecado e imoralidade e, para os menos informados, quero dizer aqui que isso não é simplesmente "um acidente de percurso", mas algo planejado antecipadamente para ser feito com o propósito de corromper ainda mais a sociedade [os homens já são naturalmente corruptos por causa do pecado, mas essas coisas me fazem até escrever a hashtag #saudadesSodomaeGomorra], tendo como fim último e principal a destruição de toda influência e traço do Cristianismo na civilização ocidental (para saber melhor a respeito, indico conhecer um pouco do "Decálogo de Lenin" e ler "Eros e civilização", de Hebert Marcuse). De certa maneira, Deus tem abandonado a humanidade - e, ironicamente, eu sei que isso é o que ela mais deseja ao mesmo tempo que é o que ela mais deveria temer. Com toda a seriedade, afirmo nesse post que nenhuma falsa sensação de "superação de Deus" ou de "progresso para além das fronteiras opressoras do Cristianismo" poderá compensar todo sofrimento do inferno - sofrimento que será eterno. 



Por falar nisso, ontem estava no laboratório ao qual sou vinculado na universidade e, durante alguns minutos, pude acompanhar dois colegas assistindo um animé baseado na história do "Inferno de Dante" e, em uma das cenas, Lúcifer aparece para uma das personagens dizendo: "...no inferno não existe só sofrimento; aqui existem prazeres inimagináveis que nenhum ser humano poderia cogitar... porém, eu também posso infligir os piores castigos e a pior dor, a quem eu quiser...". Resumidamente, duas mentiras estão presentes nessa citação: primeiro, não há nada de prazer no inferno, pois o inferno é lugar de pranto e ranger de dentes, de "tormento eterno" [Mateus 25, vs. 46] e "onde o seu bicho não morre e o fogo nunca se apaga" [Marcos 9, vs. 48] e, por outro lado, não é o diabo que aplica as punições no inferno, mas unicamente Deus, pois o próprio satanás sabe que "...será lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre..." [Apocalipse 20, vs. 10]. E, juntamente com satanás, todos os que rejeitaram a Cristo e viveram em inimizade contra Deus também estarão sujeitos ao mesmo juízo divino, pois "...este beberá do vinho da ira de Deus, não misturado, no cálice de Sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro, e a fumaça de seu tormento sobe pelos séculos dos séculos..." [Apocalipse 14, vs. 10-11]. Isto é, os que querem "vencer Deus" e "derrotar a religião" já lutam sob a dura e implacável sentença de derrota - derrota eterna, sem volta. 

Finalmente, se "a Beleza salvará o mundo", que Beleza é essa?



Ora, se Dostoievski fala de uma "beleza salvadora", essa beleza só pode ser divina e, dessa maneira, essa Beleza só pode ser a Beleza do próprio Deus, pois Ele diz que "...fora de mim não há Salvador" [Isaías 43, vs. 11]. Em outros termos, "a Beleza que salvará o mundo" ou, por assim dizer, "a Beleza que já salvou o mundo" - tanto dessas ações estúpidas chamadas de "arte" bem como de todo tipo de falso conhecimento tido como verdadeiro e, especialmente, desse fogo eterno que aguarda a todos os que deliberadamente virarem as costas para essa "Suprema Beleza" - é o Seu Filho Jesus Cristo, o "totalmente desejável" [Cânticos de Salomão 5, vs. 16], o "Desejado de todas as nações..." [Ageu 2, vs. 7], Aquele que Deus enviou ao mundo para salvar os pecadores dos seus pecados [1 Timóteo 1, vs. 15 e Mateus 1, vs. 21], Aquele que não conheceu pecado (e, por isso, é a Beleza Sublime e Imaculada) e que foi feito "pecado por nós" [2 Coríntios 5, vs. 21], Aquele que se deu uma vez por todas pelos injustos para que esses injustos fossem assim justificados e, dessa forma, reconduzidos a Deus [1 Pedro 3, vs. 18], o Qual "...os formou para Sua glória..." [Isaías 43, vs. 7]

Diante de tantas distorções do que é belo ou, nas palavras de Paulo, da "mudança da verdade de Deus em mentira" e a subsequente ruína progressiva (ou seria progressista?) da humanidade, o que nos cabe é apenas olhar para Ele, admirando a Sua beleza excelsa, beleza que nenhum príncipe deste mundo poderia cogitar - pois "nele não havia beleza que nos atraísse" - mas, pela Sua própria Luz dentro de nossas trevas, poderemos ver a Ele como Ele é: O mais Belo dos belos, a Beleza antiga e nova, que é mais doce que qualquer prazer, cuja Luz sobrepuja o brilho mais resplandescente - a Alegria soberana e verdadeira.

Embora eu acredite que a maioria continuará "espalhando o feio" por todo lugar, tenho a Esperança de que, de fato, a Beleza triunfará contra toda "feiura", pois Deus diz que fará "...novas todas as coisas...", de modo que "...estas são as verdadeiras palavras de Deus" [Apocalipse 21, vs. 5].



E você? Continuará sendo seduzido por belezas falsas, indo para cada vez mais longe da Verdadeira Beleza?
Além disso, permanecerá desprezando a realidade do sofrimento eterno, achando que o inferno é "legal e divertido", sendo que o fato é que todos os que já estão lá sofrem amargamente por ter tido essa mesma postura insolente enquanto eles podiam ser livrados dessa ira divina e inclemente?

Olhe para Ele e passe a ter a esperança de ser novamente feito semelhante a Ele, pois está escrito que "...quando Ele se manifestar seremos semelhantes a Ele... e que qualquer que Nele tem essa esperança purifica-se a si mesmo, assim como Ele é puro" [1 João 3, 2-3].





Pela alegria de crer na Suprema Beleza,






Soli Deo Gloria!

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Sobre tragédias, “igualdades” e “crentinices”...

Esse texto é um texto escrito a duras penas.

Se você é leitor assíduo desse blog e estava convicto de que já tinha lido coisas bastante duras e ácidas, sinto muito – você estava errado. E, por outro lado, se você nunca leu nada do que é publicado aqui e, porventura (ou desventura, talvez), abriu esse link, provavelmente você irá ficar com raiva de mim e do que tiver lido... Mas realmente essa raiva não tem qualquer importância.

Em suma, se eu tiver sido coerente e verdadeiro no que escrever, o seu ódio por causa das verdades que forem ditas será uma honra para mim, pois ódio é o máximo que pessoas medíocres podem extrair de dentro de si mesmas. Todavia, se alguém não quiser continuar, sinta-se à vontade – realmente, eu não preciso de “popularidade virtual” e nem direi que os que não lêem meu blog são “recalcados”; eu não sou desses “mimimizentos idiotas” que acham que são importantes e poderosos.


Pois bem, vamos em frente. Que Deus me ajude.

Primeiramente, o que me levou a escrever esse texto foi lidar com novas demonstrações de canalhice no facebook, particularmente após o atentado ocorrido na última sexta-feira 13 em Paris, capital da França – atentado reivindicado pelo Estado Islâmico (ISIS). Nesse atentado, mais de 120 pessoas foram mortas (até esse momento exato) e mais de 300 ficaram feridas, o qual ocorreu durante a partida amistosa entre França e Alemanha no "Parc des Princes" (estádio Parque dos Príncipes) e atingiu bares, restaurantes e uma famosa casa de espetáculos da “cidade-luz”. Logo após o atentado, jornais de todo o mundo começaram a cobrir as notícias referentes e, como resposta, o governo francês começou a fechar as fronteiras do país para evitar novas “invasões terroristas”. Por sinal, o ISIS afirmou ter enviado milhares de infiltrados dentre os refugiados que a Europa tem recebido nas últimas semanas – isto é, eles aproveitam o espírito solidário do europeu (característica herdada de sua formação judaico-cristã quase milenar) e fazem suas artimanhas, de forma que não “se tenha para onde fugir”: ou se dá a impressão de falta de solidariedade e de compaixão humanitária ou, nessa benevolência e hospitalidade, acolhe gente que só quer “matar, matar e matar”, cujo lema é “Allahu Akbar” ou “Alá é grande”.

Mas você pode me perguntar... que canalhices foram essas?


Ora, para falar dessas “canalhices” às quais me referi, preciso apenas citar um pouco sobre o que é que motiva tais “canalhices”: o discurso dialético típico do “marxismo cultural”, segundo o qual tudo neste nosso universo de meu Deus (deus?) se resume à “luta entre oprimidos e opressores”, de modo que os opressores são somente e sempre os “brancos capitalistas ocidentais euro-norteamericanos cis-hétero fascistas machistas cristãos” e os “oprimidinhos” são “xs” pobres e miseráveis “não-cristãos afrodescendentes jihadistas orientais indígenas feministxs LGBTUVXWYZαeΩ”. Com base nessa imbecilidade disfarçada de intelectualidade, esses “promotores da igualdade” vomitam sangue e espalham seus vírus através das redes sociais com seus dedinhos nos seus computadores, tablets e smartphones, defendendo ideologias genocidas, filosofias perversas, segmentos sociais criminosos e terroristas e religiões mentirosas e destruidoras como se fossem “os fofinhos injustiçados pelo Ocidente”. Por que essas pessoas não vão capinar um lote – já que não adianta recomendar que estudem e se informem em fontes confiáveis, dada a cauterização mental incurável na qual se lançaram?


Agora, sem mais delongas, vamos às “canalhices” propriamente ditas.

Dentre os vários absurdos que (infelizmente) li pela minha timeline [daqueles que te fazem pensar naquele “meme”: eu vi e não consigo “desver”], dois me chamaram a atenção mais do que os outros, pois eram opiniões de conhecidos meus “cristãos” [espero que realmente sejam cristãos de verdade ainda], incluindo gente que conhece a Europa – o que é no mínimo irônico, não? O que li foi o seguinte:

1) Por que ninguém mudou a foto do perfil depois que o Rio Doce morreu?

2) Eu me sinto triste e sou solidário com o que aconteceu na França, mas os jornais não param de falar sobre isso como se tragédias como a de Minas Gerais não fossem mais importantes... Mais uma vez, o “capital” vence.

Antes de tudo, o facebook é uma rede social, onde cada conta criada é pessoal e cada pessoa tem liberdade para postar o que quiser e não postar o que não quiser, dentro dos limites do respeito, da justiça e da moral (o que raramente acontece). Ou seja, tanto a pessoa que escreveu a frase 1 quanto eu tenho autonomia no facebook sob as condições acima, de modo que qualquer um pode mudar a foto de perfil quando quiser e da maneira que quiser e ninguém tem nada a ver com isso, e ponto, e pronto. Além disso, essa “comparação entre tragédias” reflete mais uma vez a dialética marxista, que divide “todos contra todos em nome da união de todos”, como se um desastre natural que atingiu famílias carentes e causou estragos sem precedentes para populações mais necessitadas fosse mais grave do que um atentado que ceifa centenas de pessoas numa noite na Europa pelo simples fato de que “se são riquinhos brancos ocidentais cristãos, eles têm que morrer mesmo" – ou, pior do que isso, como se fosse um “karma” pelas supostas atrocidades históricas do passado, até porque muitas dessas “atrocidades” são pura fabricação para subversão intelectual contra o Ocidente.


Enfim, toda e qualquer tragédia deve ser lamentada – seja algo como o que ocorreu na represa em Mariana/MG seja o que aconteceu em Paris -, pois o que nos faz ser chamados de “semelhantes” é o fato de sermos humanos (brancos, negros, índios, ricos, pobres, ocidentais, orientais, do norte, do sul etc.) criados à imagem de Deus, “...O Qual fez de um só toda a geração dos homens, para que povoassem toda a terra, tendo determinado os tempos anteriormente estabelecidos e os lugares exatos em que deveriam habitar... Deus fez isso para que os homens O buscassem e, porventura, tateando, O pudessem achar, ainda que Ele não esteja longe de cada um de nós...” [Atos 17, vs. 26-27]. Nós não precisamos mais de “igualitarismos” que não tem nada de “defesa da igualdade” mas são, na verdade, somente um jogo político sujo para a perpetuação de poderes totalitários e a extinção gradual de toda a civilização humana, que só existe até hoje pela ação divina em preservá-la – o que se chama de “Graça Comum” –, pela qual valores de liberdade, direitos humanos, justiça, solidariedade, compaixão, respeito às autoridades e moral são compartilhados entre os homens para o próprio bem deles, embora hoje eles não percebam mais isso. Deus é o Deus de todos os viventes, um Deus não faz acepção de pessoas e que deu Seu Filho Jesus Cristo para resgatar para Si mesmo “homens de TODA tribo, povo, língua e nação” [Apocalipse 5, vs. 9b] – isto é, Deus é sempre verdadeiro, e todo homem é mentiroso.

Por outro lado, a frase 2 me causa náuseas ainda mais fortes, uma vez que ela se encerra com “mais uma vez, o capital vence...” – argh! Que raciocínio espúrio! Quer dizer que não é mais permitido demonstrações de solidariedade ou mesmo a atenção de veículos de mídia para um acontecimento lamentável como o ocorrido na França por causa do “capital”? Realmente, como diz uma amiga minha – dessas que ainda se salvam nesse meio acadêmico corrompido e nefasto das “ciências humanas” –, o melhor a se fazer é passar “uma semana longe do facebook; que ambiente insuportável!”, pois essas declarações cheias de ódio transfigurado de “mais amor, por favor”, ainda mais quando proferidas/digitadas por “cristãos”, realmente me lembram as palavras duras mas verdadeiras do Mestre e Salvador Jesus Cristo, que disse:

E por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. [Mateus 24, vs. 12]


Em outras palavras, a maldade está crescendo como um câncer em metástaseou como uma reação nuclear em cadeia ou, ainda, como uma reação eletrocíclica envolvendo carbocátions estáveis [acreditem, eu sou estudante de Química e amo muito essa ciência maravilhosa, embora me aventure em falar de certos tópicos de “humanas”] - e, dessa maneira, os cristãos desatentos [ou seriam crentes cretinos ou, com ajuda de um neologismo, “crentinos”?] se tornam porta-vozes de um pensamento maligno, o qual é usado especialmente para denegrir, blasfemar e destruir a fé que esses “crentinos” dizem professar. Diante dessas coisas, me recordo de duas pertinentes citações bíblicas feitas pelo apóstolo Paulo:

Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas MERECEM A MORTE, não somente continuam a praticá-las, MAS TAMBÉM CONSENTEM com aqueles que as praticam. [Romanos 1, vs. 32]

Tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder; afasta-te também destes. [2 Timóteo 3, vs. 5]


No primeiro texto, Paulo inicia seu argumento mostrando (vs. 18) que a ira de Deus se revela dos céus contra toda a impiedade e injustiça dos homens [isto é, primeiramente contra o fato deles serem inimigos de Deus e, como resultado, viverem na prática do mal] e, ao longo de sua exposição, Paulo mostra que a raiz de todo o pecado reside no fato de que os homens não glorificam a Deus como Ele de fato é [DEUS], colocando a si mesmos nessa posição de “divindade”, cujos desdobramentos práticos são os maus desejos do coração, uma mente perversa e todo tipo de paixão carnal infame (incluindo todas as práticas homossexuais, ok? – aqui não tem espaço para o “politicamente correto”, amiguinho!). Finalmente, Paulo apresenta uma lista enorme de diversos pecados [injustiça, maldade, ganância, inveja, homicídio, rivalidades, malícia, calúnia, insolência, arrogância, soberba, desobediência aos pais, deslealdade etc.] e diz que não somente os que praticam isso merecem a morte, mas também os que se “simpatizam” com essas coisas – ou seja, se você ainda se acha bonzinho somente porque não é um terrorista mas fica com rixas idiotas contra vítimas inocentes do terrorismo [por exemplo], talvez você também esteja no grupo dos que “merecem a morte”. E, se você se diz cristão e tem tido essa atitude, o Deus que você diz ser “seu Deus” é quem diz que você é digno de condenação eterna, indicando que provavelmente Ele não é o seu Deus coisa nenhuma

Finalmente, o texto de 2 Timóteo também está num contexto no qual Paulo profetiza (por assim dizer) que tempos difíceis estavam por vir [os quais já chegaram há algum tempo, na verdade], tempos nos quais os homens seriam “amantes de si mesmos, gananciosos, caluniadores, soberbos, sem amor para com a família, irreconciliáveis, cruéis, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus e TERIAM APARÊNCIA DE PIEDADE, mas negariam o poder que ela tem”. Resumindo, essa é a descrição perfeita de nosso mundo atual, onde “o que é demais nunca é o bastante, ninguém vê onde chegamos, os assassinos estão livres, e nós não estamos” e, então, o imperativo bíblico é que os que são verdadeiros discípulos de Cristo devem se afastar desses que “parecem mas não são” – isto é, aqueles que defendem os que odeiam a Deus, que mascaram verdades em nome de “causas igualitárias” e que reduzem a vida a um discursozinho dialético de DCEs e centros acadêmicos de “maconheirinhos” de universidades federais como se fossem a verdade ou mesmo a “verdade cristã”. Quanto a mim, devo pedir a Deus para cuidar do meu próprio coração, a fim de não ser contaminado por outras modalidades de ódio, uma vez que “seremos conhecidos como discípulos de Cristo se nos amarmos uns aos outros” [João 13, vs. 35] – amando as pessoas sempre [até mesmo os “tutti crentinni”!], mas abominando a mentira sempre.


Enfim, minha oração é tecida na esperança de que, apesar das profecias bíblicas que apontam o fim dos tempos (com todas as atrocidades inclusas) tenham de se cumprir – algumas delas talvez envolvam a minha querida Europa e a restauração do Califado Islâmico -, eu sei que o reino de Cristo é triunfante e que, por fim, todos os demais reinos, por mais poderosos que aparentem ser, serão esmagados no dia da ira do Cordeiro. Sim, o Cordeiro de Deus, que veio à terra “para tirar o pecado do mundo” [João 1, vs. 29], virá para executar a ira de Seu Pai e, nesse dia, os homens clamarão para que “as montanhas caiam sobre eles” para que, assim, eles se escondam “da face Daquele que está sentado no trono e da ira do Cordeiro”, visto que ninguém poderá suportar essa ira [Apocalipse 6, vs. 16-17]. Enquanto terroristas acham que estão vencendo tudo “em nome de Alá”, o “Alá” verdadeiro (ou Deus verdadeiro, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo) já determinou o dia em que todos os Seus inimigos serão postos debaixo de Seus pés [Salmo 110, vs. 1-2] e, assim, todos esses jihadistas e demais “simpatizantes da maldade” estarão lá, debaixo dos pés de Cristo e, ao mesmo tempo, todos os que são do “povo da Cruz” estarão lá também, vitoriosos ao lado de Seu Redentor e Senhor de todo o universo, louvando-O pela sua gloriosa justiça desde aquele momento e para sempre.


E você? Ainda permanecerá com suas canalhices disfarçadas de solidariedade e igualdade?

E suas “crentinices”? Você ainda não teme ser achado por Deus como merecedor de morte por elas?




Pela esperança de que toda maldade será vencida por Ele,




Soli Deo Gloria!

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Culpado, até que se declare o contrário...

Eis-me aqui, após alguns dias sem muita inspiração.

Mas, uma vez que "nada como um dia após o outro", ontem surgiram alguns "insights" por aqui e, por isso, decidi escrever um pouco. Mas espere... Se você nunca visitou este blog e não está habituado à linguagem utilizada nele, desista de querer encontrar auto-ajuda ou qualquer mensagem motivacional - eu não tenho esse hábito "pós-moderno". No entanto, se mesmo assim você se interessar por ler até o fim, agradeço sua paciência e atenção.

Logo, vamos em frente. 


Inicialmente, o tema desta postagem remete a um marcante acontecimento histórico ocorrido na Europa há quase 498 anos, mais precisamente na Alemanha - a Reforma Protestante. Desde que este blog foi criado, eu procuro escrever alguma coisa que faça alusão à Reforma em si ou a alguma "bandeira" ou "valor" característico dela. Logo, no próximo 31 de outubro serão quase 500 anos desde que o monge agostiniano Martin Luder (forma alemã do nome "Martinho Lutero") publicou as denominadas "95 teses" na Catedral do Castelo, na cidade de Wittemberg. Por outro lado, este post também deriva de algumas coisas que tenho estudado atualmente bem como de uma experiência cotidiana mais específica, que será mencionada mais tarde. 

Sem mais delongas, o título do post pode causar certo incômodo ao ser lido - "Culpado, até que se declare o contrário". 

Culpado? Quem é culpado? 
Culpado de quê? 
Que culpa é essa que só será removida caso haja uma determinada "declaração"? 
Quem é que pode declarar "inocência" ou "liberdade da culpa"?

Desse modo, como diria Jack, aquele assassino cruel, "vamos por partes". 


Culpado.

A primeira pergunta a se fazer é: o que é ser culpado? Dentre os vários sentidos da palavra, pode-se mencionar "aquele sobre quem recai uma culpa por um erro cometido" ou "aquele que se sente remorso ou pesar por algo errado que fez". Todos lidamos com esses sentimentos ou situações ao longo da vida, porém, dessa vez, a questão não é trivial - a "culpa" à qual me refiro aqui é uma sentença, algo semelhante a uma declaração proferida por um juiz para um réu. No entanto, a situação é pior do que você pensa, pois o réu aqui é você (sou eu, é o seu melhor amigo, sua namorada ou mesmo um ídolo seu) e o juiz é Deus - em outros termos, a resposta da pergunta "culpado?" é "sim", de forma que todos nós estamos sob essa dura e implacável sentença divina: somos culpados, sem qualquer exceção. 

Mas... culpado de quê? Eu sou uma "boa pessoa"!

Não - você não é uma "boa pessoa". Eu não sou uma boa pessoa. Vamos parar de uma vez por todas com essa ilusão. Vamos parar de acreditar nesses "mitos rousseaunianos" de que "nascemos bons e a sociedade nos corrompe", pois a "sociedade corrupta e corruptora" é formada por nós, de maneira que a corrupção existe porque nós somos "os corruptos" e também somos "os corruptores". Mas, para não ficar somente nas minhas palavras, cito um trecho das Escrituras, onde se lê:

Ora, nós sabemos que tudo o que a Lei diz, ela diz aos que estão debaixo da Lei, para que toda a boca esteja calada e todo o mundo esteja sujeito ao juízo de Deus. [Romanos 3, vs. 19]


Em poucas palavras, a razão fundamental pela qual estamos "sob a condenação de Deus" [ou seja, porque somos culpados] é porque transgredimos a Sua Lei e, uma vez que "se alguém procura guardar toda a Lei e tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos os outros", ninguém escapa dessa verdade universal e terrível: todos são condenáveis aos olhos de Deus. Entretanto, Deus não é como alguns juízes de futebol [que podem ser subornados com "malas pretas"] ou mesmo como o STF do Brasil [todo aparelhado para defender um projeto de poder permanente em favor dos "corruptos de vermelho"] - Deus é um juiz justo, Ele não está sujeito a qualquer suborno, Ele não tem certos padrões "hoje" e outros "semana que vem" ou, resumidamente, Ele não é igual a você, embora você pense [e queira com toda a sua relutância insolente] que Ele seja. Além disso, esse juízo de Deus pode cair sobre qualquer um de nós a qualquer momento - ou você acha que Deus tem a obrigação de nos dar uma aviso sobre o dia em que Ele aplicará seu julgamento sobre nós para que tenhamos tempo de "dar um jeitinho" e "nos livrarmos"? Deus não tem compromisso com nada nem com ninguém, a não ser com Sua própria glória e com aquilo que Ele determinou fazer.

Nesse sentido, você precisa entender que nada - nem as suas "artimanhas baratas", nem suas pretensiosas "boas ações" cheias de barganha inútil e nem mesmo a sua zombaria blasfema de que "Jesus nunca existiu" ou em frases como a que li essa semana numa camisa de um estudante em minha universidade ["The Gospel died on the cross" - O Evangelho morreu na cruz - e também "God's spreading cancer" - Deus está espalhando câncer, embaixo de um desenho de Jesus crucificado] -, nada poderá livrar você de Deus ou, melhor ainda, nada poderá livrar você de Jesus, pois, se você acha que Jesus é só um "cara legal com jeito de hippie" ou "um revolucionário tipo Che Guevara do século I", você saberá [e isso da maneira mais horripilante possível] que Ele, Jesus Cristo, é Aquele que executa o juízo de Deus, pois "Ele mesmo é quem pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus todo-poderoso" [Apocalipse 19, vs. 15]. Em suma, todos os que hoje escarnecem e "tiram sarro" de Jesus e do Evangelho serão pisados por Ele quando Deus manifestar a ferocidade de sua ira - e isso para sempre, sem qualquer alívio, sem nenhum consolo, pois "estes irão para o tormento eterno" [Mateus 25, vs. 46]. 


Até que se declare o contrário.

Diferentemente do ditado comum que diz que "todo acusado é inocente, até que se prove o contrário", diante de Deus ninguém é inocente - na verdade, todos nós somos culpados, até que se declare o contrário.

Mas, se por um lado, Deus é quem sentencia a culpa sobre todo homem pecador que permanece em oposição a Jesus Cristo, quem é que pode "declarar o contrário"? Para a nossa maior humilhação (e, ao mesmo tempo, para nossa felicidade eterna), Deus é Aquele que pode "declarar o contrário" ou, em outras palavras, Ele é quem muda a nossa condição de "culpado" para "inocente" diante de Si mesmo - para nossa humilhação porque, no fim das contas, todos estamos absolutamente entregues à misericórdia divina para que sejamos "inocentados" [de modo que Deus não é obrigado a fazer esse favor a ninguém, senão que Ele concede isso livremente a quem Ele quer - ver Romanos 9, vs. 14-21 e João 5, vs. 21] e, simultaneamente, para nosso eterno deleite, porque se é Deus quem pode nos "declarar inocentes" diante Dele, nada pode invalidar isso e, portanto, a partir dessa "inocentação" [com a permissão do neologismo], podemos ficar seguros eternamente. 



Todavia, você pode me perguntar: como é que o mesmo Ser que condena alguém severamente pode também inocentar definitivamente?

Ora, é aqui que entra a relação da Reforma Protestante com este texto, pois o que fez com que ela ocorresse foi a redescoberta da verdade mais central das Escrituras [segundo o próprio Lutero, "o artigo de fé que mantém o cristianismo de pé e sem o qual ele cai"]: a justificação pela fé

Justificação pela fé? O que seria isso?

Justificação é o ato de Deus pelo qual Ele declara que o homem, antes pecador e condenado pelos seus pecados, agora é justo ante Sua presença santa mediante a imputação [transferência] da justiça perfeita e eterna de Jesus Cristo [Romanos 3:21-28 e 1 Pedro 3, vs. 18a], Seu Filho, sobre esse pecador, de maneira que todos os pecados desse pecador são lançados sobre Cristo - no caso, quando qualquer um de nós crê em Cristo como Aquele que Deus enviou ao mundo para salvar os pecadores, Deus assim nos declara justos. Isto é, todos somos culpados [e não podemos fazer nada de nós mesmos para mudar isso], até que Deus declare o contrário



Nas palavras de Lutero, aquele que crê em Jesus Cristo é "simul justus et peccator" ou "simultaneamente justo e pecador" - ou seja, ao mesmo tempo que, diante de Deus, a pessoa é vista como "justa", "inocente", "sem pecado algum", ela ainda lida com os efeitos do pecado enquanto está neste corpo terreno mas... a melhor parte é essa: um dia, talvez em breve, todos os efeitos do pecado serão tirados da criação e, para todos os que foram alcançados pelo amor de Deus por meio de Cristo, a obra estará terminada - os que agora são justificados pela fé em Jesus terão sido santificados e, então, serão glorificados no céu, onde verão Aquele que os amou com amor eterno, antes da fundação do mundo e, assim, serão semelhantes a Ele, "pois o verão assim como Ele é" [1 João 3, vs. 2b].

Finalmente, creio ser pertinente dizer que o tema desse post - "culpado, até que se declare o contrário" - não tem a ver com o que você sente, nem com o que eu penso sobre o assunto. Certo dia, escutei de alguém com quem eu conversava sobre Deus e espiritualidade no meu campus [especificamente sobre a declaração de Jesus de que "todo aquele que comete pecado é escravo do pecado" - João 8, vs. 34] de que a pessoa "não se sentia 'escrava' do pecado" como o texto bíblico aponta - ou seja, a pessoa se sente ou se acha "mais sábia" do que Jesus, mais conhecedora de si mesma do que "Aquele por meio de quem Deus fez o universo" [Hebreus 1, vs. 2] e que "sem Ele, nada do que foi feito se fez" [João 1, vs. 3] e, com toda sua arrogância, chama o Filho de Deus de mentiroso. Na verdade, o ciclo vicioso sempre se repete, pois os homens continuam a se julgar seus próprios "deuses", uma vez que eles continuam a projetar a sua própria imagem [imagem essa que é suja, podre, depravada e cheia de engano] como se fosse a expressão do Único Deus verdadeiro - sim, todos nós gostaríamos que Deus fosse igual a nós, mas ainda bem que Ele não é -, e isso só faz acumular os seus próprios pecados e, em breve, "a seu tempo, quando eles deslizarem os seus pés" [Deuteronômio 32, vs. 35], Deus os julgará. Resumindo, a nossa única alternativa para sermos libertados dessa condenação futura é nos apegarmos firme e unicamente a Cristo, pelo qual Deus "nos livrou da lei do pecado e da morte" [Romanos 8, vs. 2], nos fazendo passar "da morte para a vida" [João 5, vs, 24].



E você? Já entendeu que você é "culpado" - culpado de pecado eterno [por ter violado a Lei do Deus eterno]?
Diante disso, você ainda permanece sem interesse em Cristo, o Mediador de sua reconciliação com Deus e em Quem você é declarado justo por Ele?

Se você entendeu esse texto, corra agora mesmo para Cristo, implorando Sua graça e perdão e creia que, se você for humilhado até Ele, "de maneira nenhuma você será lançado fora" [João 6, vs. 37]. 




Pela certeza de ser livre de toda culpa Nele,





Soli Deo Gloria!