segunda-feira, 30 de abril de 2018

Guardare il cielo per capire la terra - una confessione

Eis que a inspiração parece-me ausente.


De fato, nem sempre temos as palavras certas
Ou mesmo as idéias se mostram desordenadas -
Como se, à semelhança dos processos naturais,
Nos pensamentos a entropia fosse verificada.

Entretanto, sem pretensões retóricas,
Ousarei escrever o que creio ser pertinente -
Logo, eu espero tão-somente
Não lançar "palavras ao vento"
Nem "falar demais por não ter nada a dizer",
Assim como aqueles que, por suas muitas palavras,
Crêem que serão ouvidos - ou "lidos".


Em primeiro lugar, disto estou consciente:
Há mais desordem dentro de mim 
Do que no mundo circundante.
Embora tenha de lutar contra fortes inimigos,
Que do "lado de fora" me cercam 
Como lobos vorazes e famintos,
O pior deles está aqui, do "lado de dentro",
Visto que os grandes males e pecados -
Orgulho, impureza, homicídios e inveja,
Insensatez, deslealdade, ira e contenda -
Provêm do coração, assaz enganoso e corrompido,
O qual não pode ser por nenhum de nós conhecido. 

Logo, que farei? 
Quem me livrará dessa condição miserável?
Desventurado homem que sou!
O que espero eu
No mundo onde a esperança
Parece ter sido a "primeira que morreu"?
Até quando clamarei
Sem que eu seja respondido?
Quem vai ouvir a minha voz? Quem?

Aquieta-te, ó alma minha, 
Pois não és o centro da história.
Atenta tu para o céu, bem acima de ti,
A fim de entenderes melhor a terra,
A qual é simplesmente um severo cárcere 
Enquanto a peregrinação não se finda.
Mira o teu olhar para o alto,
Para a habitação do teu Criador,
O qual por Ti tudo executa
A cada vez que suplicas por misericórdia
Até que se passem os perigos.
Invoca ao Altíssimo, que do céu te envia salvação,
Enquanto quem deseja devorar-te
Lança contra ti insultos e escárnios


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Não te envergonhes de Teu Redentor
Se por Ele fores enviado
Como sua testemunha e seu arauto
A uma terra boa, todavia distante,
Da qual manam leite, mel e bons frutos,
Porém habitada por homens poderosos e gigantes
E cujas cidades são como fortalezas.
Ainda que estejas em meio a leões,
Cujos dentes são lanças e cujas línguas são espadas,
Não te assombres ante suas ciladas,
Pois eles mesmos cairão nelas.
Por isso, desperto esteja o meu coração
Para proclamar louvor e canto a Ele,
Em cada povo e em toda nação,
Pois acima dos céus só Ele é exaltado
E o Seu poder por toda a terra é anunciado.

Porque te entristeces quando és ultrajado
Quando o Teu Senhor foi o mais caluniado?
Se a Ele chamaram "Belzebu" - ou "senhor das moscas" -
Ainda aguardas que do mundo te sobrevenham honras?
Não desejes honra alguma, senão a do céu,
E sofre também as aflições, como bom soldado.
Não te embaraces com distrações terrenas,
Mas põe os olhos nas coisas eternas
Cujo tesouro não poderá ser saqueado.
Não te inquietes quanto ao futuro 
Nem leves fardos que não possas suportar -
Aprende com Teu Mestre, manso e humilde,
O qual te concede jugo suave e fardo leve,
A fim de aliviar todos os sobrecarregados
E dar descanso às almas cansadas.

Não sejas solícita quanto ao que precisas,
Pois as aves do céu, para onde deves olhar,
Não se preocupam com essas coisas
E, mesmo assim, elas são alimentadas.
Se tu tens mais valor que elas, 
Por que és incrédula, ó minh'alma, 
E não confias no teu Provedor?
Olha também para os lírios do campo,
Cujas vestes são mais gloriosas
Do que aquelas do mais imponente dos reis -
Embora eles não trabalhem nem teçam
Eles são vestidos de beleza,
Assim como tu também o serás
Pelos méritos das obras de Teu Salvador.
Confia Naquele que conhece o que falta em ti
E busca primeiramente Seu Reino e Justiça
Para que as tuas necessidades te sejam concedidas. 

Num tempo em que todos olham para si mesmos
Esperando encontrar o que tanto procuram,
Meu desejo é olhar firmemente para o céu 
De onde o Autor e Consumador de minha fé desceu
Para se fazer homem, assim como eu,
A fim de redimir um povo exclusivamente seu.
Ó, sabedoria divina, 
Que confunde os homens em sua astúcia
Mas que salva a todo aquele que nela crê!
Uma vez que ser sábio consiste sobretudo em temê-Lo,
Não poderei conhecer nada sobre coisa alguma
A não ser que Ele mesmo me ensine -
Destarte, somente se eu "olhar para o céu"
Eu poderei "entender a terra",
Conforme li em uma pequena cidade alpina
Daquele país que chamo de "mia seconda stanza".


"Olhe para o céu" você também, 
Caso tenha lido estes versos amadores e sem métrica,
Olhe até que você contemple o Criador,
Do céu, da terra e de tudo o que existe,
O qual não está somente no alto, distante,
Embora seja eterno e todo-suficiente.
Fixe o seu olhar Nele até perceber uma cruz,
Na qual a bondade e a verdade se encontraram,
E a justiça e a paz se beijaram.
Aquele que nem os céus podem conter
Esvaziou-se para numa cruz maldita morrer
A fim de salvar pecadores -
Pecadores como eu, pecadores como você.

Alors, est-ce que tu ne peux pas y noter?


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Soli Deo Gloria!