segunda-feira, 14 de abril de 2014

A bitter-sweet post...

Duas semanas se passaram. 

Agora, mais uma semana começa - a semana denominada "Santa", o que não será assunto deste post - e acho que preciso colocar algumas coisas pra fora. Então, vamos lá.


Vou ser direto.

Esse post será um post "bitter-sweet" ou, em bom português, "agridoce". Quando digo "agridoce", não quero fazer referência ao projeto de música brasileira do qual a cantora Pitty é uma das protagonistas. Mas, já que eu falei a esse respeito, espero que "esse texto acabe hoje para que eu esteja postando"... Entenderam? 

Mas... O que significa "agridoce"? 

Sendo bem simples, agridoce é ser "amargo e doce" ao mesmo tempo. Particularmente, esse texto é uma adaptação do título da música "Bitter sweet symphony" do The Verve, cujo primeiro verso é "...'Cause it's a bitter sweet symphony, that's life...", que traduzido seria "...Pois esta vida é uma sinfonia agridoce...".  Verdadeiramente, talvez esse seja a definição mais rica sobre a vida de aqui e agora em tão poucas palavras. A vida é uma sinfonia, uma sinfonia agridoce.


Sinfonia.

Toda sinfonia, obrigatoriamente, tem sua melodia, sua harmonia e seu ritmo/compasso. Além disso, toda sinfonia tem um compositor e, quando tocada, precisa de um maestro. As sinfonias não nascem "do nada" e não são executadas por "ninguém". É necessário haver uma orquestra, com todos os seus instrumentos e músicos em seus devidos lugares, bem como um regente para que nada saia do andamento. Portanto, ao considerar que a vida é uma sinfonia, o poeta da canção disse que ela tem melodia, harmonia e ritmo, assim como orquestra e maestro. Ele estava certo - a vida é uma obra de arte de um só Compositor, o qual é também o Grande Maestro dela. Ele é quem dá o tom (ou os tons), é Dele que vem o compasso e é Ele que traz à tona toda melodia, seja para nós alegre ou triste. Esse autor tem nome e, como dizia C. S. Lewis, é Aquele por Quem todos anseiam mas de Quem todos fogem - Deus. A respeito disso, certo sábio disse: "Os passos do homem são dirigidos pelo Senhor; como poderia alguém discernir o seu próprio caminho?" [Provérbios, cap. 20. vs. 24]. Trazendo pra nosso texto, nós não determinamos o compasso, a harmonia e a melodia da vida; nós não somos Deus. 


Uma sinfonia agridoce.

Ora, se esse é o tom maior da vida (um tom dado tão-somente por Deus), estamos vulneráveis a Ele e à Sua criatividade. Isso mesmo, criatividade - muitas pessoas passaram (e estão passando) por este mundo e cada uma delas teve (ou tem) a sua própria história [ou foi embalada em sua própria sinfonia]. Deus não é adepto de certos tipos de "mesmice". Ele é criativo e essa criatividade se revelou desde o momento em que Ele decidiu criar tudo - céus, terra, luz, firmamento, mar, porção seca, plantas, animais, estrelas, luminares, corpos celestes, o ser humano e todas as demais coisas que existem. Isto já é suprema criatividade! Mas Deus "vai um pouco mais além" e mostra que é criativo ao "fazer ressoar" uma vida para cada um que Ele traz ao mundo. Pessoas diferentes umas das outras em suas próprias "sinfonias agridoces". E, por trás da batuta, Deus - Aquele que sempre faz valer seu compasso e regência.

No entanto, pensando bem, há algo em comum em tudo isso: todas as sinfonias são agridoces. Embora as melodias sejam diferentes, bem como as harmonias e os ritmos, o fato é que a vida é tanto amarga quanto doce. Hoje tudo está dando certo e, daqui a duas semanas, tudo desmorona. Mas depois de um mês, aquilo que estava desmoronado começa (talvez) a ser reconstruído. Como sempre, a vida não para. As cores alegres e vivas se contrastam entre as cores nubladas e tristes e, desse modo, devemos seguir em frente. O Grande Regente e Compositor não perde o tempo da música - no fim das contas, a música só é música porque Ele quis trazê-la à existência, imprimindo (Ele mesmo) um pouco de Si em sua obra de arte. Como diz certo amigo, Ele é o "tom que há na vida". Sem Ele, não haveria música, nem sinfonias, nem beleza, nem nada. Nele vivemos. Nele nos movemos. Nele existimos. Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas. 


Por outro lado, enquanto quase todos querem que Deus faça de suas vidas algo tipo um "Candy Crush" - jogo que parece não ter fim, no qual doces, gelatinas e chocolates são os protagonistas -, eu procuro tentar ver a beleza de viver ao som de uma trilha "bitter sweet", a minha sinfonia agridoce. Ultimamente, é isso que tenho experimentado - a doçura hoje e a amargura semana que vem, a tristeza hoje e a alegria depois de amanhã. Enfim, isso me faz lembrar de outras palavras do mesmo sábio que já citei no início, o qual disse em outro de seus livros:

Considere o que Deus fez; quem pode endireitar o que Ele fez torto?
Quando os dias forem bons, aproveite-os bem; mas, quando forem ruins, considere: Deus fez tanto um quanto o outro, para evitar que o homem descubra qualquer coisa sobre o seu futuro. [Eclesiastes 7, vs. 13-14]


Ninguém muda o que Deus faz; não importa se é torto, não importa se é direito. Ele faz tanto os dias bons [os quais devemos desfrutar e curtir] quanto os dias ruins [nos quais devemos refletir e considerar]. A tristeza do rosto faz melhor o coração, assim como o coração alegre dá beleza ao rosto. Tanto a alegria quanto a dor têm seu papel na sinfonia da vida e, no seu último acorde, ambas apontarão para o mesmo lugar - o Maestro, sem o Qual nada seria "harmônico" e "bem compassado" como deveria e para Quem deve ser todo som e toda melodia de cada um de nós. Finalmente, durante a "sinfonia agridoce" do agora, eu ainda posso ter a esperança de que virá o momento em que nada mais será amargo, pois a Soberana Beleza, de Quem sai somente bondade e justiça, regerá plenamente todas as coisas para o bem eterno dos que O amam e creem no Seu Filho para o perdão dos pecados. 

E então... que sinfonia tem dado o ritmo de sua vida hoje? E qual você desejará para toda a eternidade - a sinfonia doce da qual Deus é Maestro ou a sinfonia sombria, a qual o próprio Deus fará soar em toda a sua fúria e indignação sobre os que O negaram?




Pela alegria de ser alvo da regência Dele,




Soli Deo Gloria!

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