segunda-feira, 30 de julho de 2012

Deus, eu e alguns amigos no Sertão...


Estou de volta. Demorei, mas retornei.

Depois de alguns dias viajando em missão pela Chapada Diamantina por causa do Projeto Férias no Sertão, tenho muito que contar. Mas prometo tentar não ser prolixo (risos).

Primeiramente, depois de começar o ano em missão pela Itália entre os universitários de Mantova e de Verona, ir ao interior da Bahia foi uma experiência bastante diferente e enriquecedora. Embora eu tenha, de fato, uma empatia com o continente europeu (particularmente com a Itália) no que se refere a missões, foi radical ver que tão perto de mim existem necessidades tão gritantes. Mais do que isso: ver que uma minoria parece se importar com essas necessidades foi ainda mais chocante. Graciosamente, em contrapartida, Deus me juntou a um pequeno grupo de sete pessoas para dar um pouco de alívio a essas pessoas tão sofridas. Sofridas sim, mas quase sempre com um sorriso no rosto. Um sorriso de esperança, mesmo sem perspectivas visíveis. Deus nos surpreende sempre.


Além disso, conhecer uma das regiões mais privilegiadas em beleza natural do Brasil foi um bônus. Era muito bom acordar e, logo ao sair de casa, ver uma serra logo adiante, um rio passando acolá (embora bem seco, era bonito de ser ver), flores exóticas e coloridas no quintal e um céu tão estrelado no meio da estrada que me fazia deitar na carroceria da “saveiro” sem me preocupar em sujar a roupa somente para contemplá-lo... Sim, ver tamanha beleza me fez lembrar o que se lê nas Escrituras:

“Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das Suas mãos”. [Salmo 19:1]

“Porque os atributos invisíveis de Deus, tanto o Seu eterno poder como a sua natureza divina, podem ser vistos claramente e são compreendidos pelas coisas criadas, para que os homens fiquem indesculpáveis”. [Romanos 1:20]


Com todas essas coisas diante de nossa equipe do Projeto, fizemos uma ação sustentável em uma das manhãs, conclamando as pessoas da igreja e da comunidade para limparem um dos rios da cidade. Foi bom ver crianças, jovens, adultos e idosos gostando de fazer uma boa ação pela natureza do lugar onde vivem. Verdadeiramente, é bom ser útil em todas as esferas da vida: cuidar da criação é também vontade de Deus e também expressa a Sua graça entre as pessoas que nos cercam.


Por outro lado, nossa equipe fez muitas outras coisas (na verdade, muitas loucuras):

- Saímos em uma das madrugadas abordando as pessoas que encontrávamos na rua, iniciávamos um diálogo, tocávamos uma música e falávamos um pouco sobre o amor de Deus;
- No dia de feira no centro da cidade, lá estávamos nós: distribuindo abraços grátis fantasiados de palhaços ou tocando música na medida em que fazíamos uma conexão com alguém, sempre procurando compartilhar um pouco do Evangelho [o mais belo de tudo era ver como Deus operava por meio de nós – uns enfatizavam o amor e o cuidado de Deus, outros (como eu) destacavam o demérito humano e como Deus é gracioso para com os pecadores etc.];

- Conhecemos um projeto de apoio a crianças e adolescentes através do esporte (Escola do Biro-Biro) e o projeto Passo a Passo (que foi iniciado por missionários italianos e que hoje conta com apoio da comunidade e de alguns italianos) --- até no Projeto Sertão a Itália me persegue; 

- Fizemos uma série de visitas, programadas ou inesperadas - Dona Cida e Bryan, Dona Ana, Dona Maria e Seu Antônio, Dona Irene, Seu Manoel, Seu Ivanildo etc. Jovens, crianças e idosos. Fomos até várias famílias carentes para levar cestas básicas (até mesmo em lugares onde não existe luz elétrica), convivemos com problemas de alcoolismo, conhecemos um boteco onde tocava folk (essa vai pro Hanier Ferrer!) e até um terreiro de umbanda... Realmente, o Evangelho é para homens de todas as classes, etnias, culturas e estirpes, pois está escrito:

“Pois, enquanto os judeus pedem sinais, e os gregos buscam sabedoria, nós pregamos Cristo crucificado, o que é escândalo para os judeus e loucura para os gentios mas, para os que são chamados, tanto judeus como gentios, lhes pregamos Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus”. [1 Coríntios 1:22-24]


Não importa a condição social. Não importa a cor. Não importa a etnia. Ricos e pobres, brancos ou negros, afrodescendentes ou europeus. Se “todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”, todos precisam igualmente do Evangelho. Todos estão no mesmo estado de condenação diante de Deus. Todos precisam de nossa compaixão. Por mais que alguns precisem de ajuda mais do que outros (devido às condições socioeconômicas), todos têm a mesma necessidade crucial: conhecer a Deus por meio de Jesus Cristo. Enfim: missão integral é levar o evangelho todo para todo homem – levar tudo o que o Evangelho ensina (tudo mesmo) e tornar concreto todo esse ensino em cada canto. Simples assim.


Além disso, servimos à igreja no louvor em um dos cultos e fizemos um encontro com os membros do ministério de louvor da igreja. Como disse anteriormente em outro momento, é muito gratificante servir a Deus com outros servos dEle em cada lugar que visito e poder ser uma inspiração para outras pessoas. No tocante ao nosso grupo, tivemos bons tempos devocionais, momentos de comunhão e até roda de chimarrão na praça em meio ao compartilhar de experiências de uns para com os outros. Graça. Bondade. Deus nos incluindo em seu soberano propósito. A Ele seja a glória.


No fim das contas, percebi nesses poucos dias o quanto Deus é um Deus presente. Pessoas que abriram a porta de suas casas, dividindo seu espaço e compartilhando de seu mantimento. Encontros com pessoas ignoradas pelos demais, mas por quem Deus nos deu um amor sincero. Amizades que, pela graça de Deus, serão para a vida inteira (não é, Aninha? Já tenho hotel quando for a BH! Kes kara... hahaha). Bem, o que pode representar esse tempo no Projeto Férias no Sertão da melhor forma é o trecho de uma música da Legião Urbana, onde se diz:

“Dai-me de beber, que tenho uma sede sem fim...” (Renato Russo em "A Fonte")


Esse é o grito de cada sertanejo. Esse era o grito que cada um de nossa equipe ouvia por trás de cada pessoa. Sede de água, pois a seca está assolando todos os arredores – rios, cachoeiras e córregos estão minguando. Sede de alimento, pois nunca se sabe se a comida vai durar mais do que uma semana. Mas, acima de tudo, sede de Deus. Ora, se a sede é uma “sede sem fim”, ela só pode ser saciada por Aquele que é infinito, ilimitado e imensurável – Jesus Cristo. Pois Ele disse:

“Mas aquele que beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que Eu lhe der se tornará nele uma fonte a jorrar para a vida eterna”. (João 4:14)

“E Jesus lhes declarou: eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede”. (João 6:35)

“...Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Pois, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do interior de quem crê em Mim”. (João 7:37b-38)



Pela certeza da saciedade da sede,


Soli Deo Gloria! 

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Por que as verdades têm autonomias? [Parte 4]


Depois de alguns dias, finalmente estou de volta.

Não foi por falta de inspiração ou de assunto para escrever; foi por falta de tempo mesmo. 

Desde o último dia 13 me envolvi em algo conhecido como 24-7 (para maiores informações a respeito, acesse www.24-7prayer.com) e, para completar, estou de viagem marcada para amanhã por ocasião de um projeto missionário (que já está em curso) na região da Chapada Diamantina/BA – logo, ainda estou organizando as coisas da viagem... Mas, como esse blog tem um caráter “autoterapêutico” (como alguns já devem ter notado), precisei voltar a escrever. 

 

Bem, a pergunta “por que as verdades têm autonomias?” ainda não saiu da minha mente e, nesse sentido, gostaria de escrever sobre outra “verdade” presente na comunidade cristã que me causa profunda revolta, principalmente pelo fato de expressar uma “aparência” de amor a Deus, de humildade e de centralidade em Deus... Ora, visto que tudo pode ser uma questão de “aparência” e não de “verdade” propriamente dita, a revolta interior é quase inevitável. As Escrituras afirmam: “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade...” (2 Coríntios 13:8). Nada podemos contra a verdade. A verdade, no fim das contas, sempre prevalece.

O tema desse texto se consolidou após uma determinada postagem no facebook (na qual fui marcado por um colega), onde se lia: “trabalhe como um arminiano e durma como um calvinista” – citação do pastor Mark Driscoll (Igreja Mars Hill, Seattle/USA). Como a maioria das pessoas que estavam comentando no post, eu levei a afirmação na brincadeira (embora preferisse não comentar nada no momento)... Porém, um comentário me decepcionou, no qual se dizia:

“Eu discordo. A Bíblia diz: “Sede meus imitadores, como eu também, de Cristo” (1 Coríntios 11:1). Ou seja, eu não imito homens, eu imito a Jesus (risos)”. 

Com o perdão da palavra, é uma ignorância revoltante.


Primeiramente, o texto bíblico usado pela pessoa que fez o comentário diz exatamente o contrário do que ela intencionou defender, pois o apóstolo Paulo diz que devemos imitá-lo, pois ele procurava imitar a Cristo – logo, os cristãos aos quais Paulo deu essa ordem estariam imitando a Jesus na medida em que o imitassem. Isto é, um dos meios pelos quais Deus nos conforma à imagem de Jesus Cristo (ver Romanos 8:29) é através de bons exemplos humanos, de pessoas que procuram seguir a Cristo verdadeiramente e viver para a Sua glória. Não há o que discutir: Paulo disse aos crentes de Corinto para que eles o imitassem. É isso que o texto diz. Na verdade, se bons exemplos humanos não fossem importantes, todos os cristãos poderiam jogar o capítulo 11 do livro de Hebreus (o conhecido relato dos “heróis da Fé”, embora eu discorde desse termo “heróis”) no lixo...

Mas ninguém faria isso, não é? 

Diante disso, prefiro as palavras do rei Salomão, que disse que “...Na multidão de conselheiros há segurança” (Provérbios 11:14b). Precisamos dos outros para crescer na graça e no conhecimento de Deus. Eu não posso seguir a Cristo por mim mesmo. Na verdade, é muito melhor caminhar com Deus com a companhia de outros do que achar que é possível fazer isso sozinho (Eclesiastes 4:9-11) – pensando bem, isso é orgulho. E, como é incontestável nas Escrituras, Deus abomina o orgulho. Você entendeu? Deus abomina. Deus odeia. Deus detesta o orgulho profundamente (Provérbios 6:16-19 e Tiago 4:6b). Mais do que isso: Ele se opõe aos orgulhosos. Sinceramente, eu não quero ter Deus como meu oponente.


Em segundo lugar, todos nós temos referenciais pessoais – seja na família, no nosso círculo de amigos, na igreja e também na sociedade. É muita hipocrisia dizer que não somos influenciados por outras pessoas. Nós vivemos em sociedade e constituímos uma coletividade. Logo, somos influenciados pelas pessoas e igualmente as influenciamos, independentemente do grau dessa influência. Portanto, a afirmação de que “não imitamos pessoas, imitamos a Jesus” está mais próxima de ser uma espiritualidade forçada (conforme discutido no texto anterior) ou mesmo uma espiritualidade fingida. Eu imito pessoas. Você imita pessoas. Todos imitam pessoas (pelo menos em determinada instância). Embora Jesus deva ser o único referencial de conduta para aqueles que O seguem (ou julgam que fazem isso) – até porque Ele disse que “nos deu o exemplo, para que façamos como Ele fez” [ver João 13:15] -, as Escrituras não defendem esse tipo de postura ascética. Esse ascetismo disfarça uma postura arrogante do coração, pois traz consigo o pensamento equivocado de que “eu sou seguidor de Cristo, mas os outros seguem homens” e de que “eu não preciso de outros para seguir a Cristo”. Tudo isso é vaidade. É falsa devoção. É superficialidade. É espiritualidade exibicionista. Eu me cansei disso. Cansei.


Por outro lado, o mais interessante dessa questão é que, provavelmente, a pessoa que criticou a frase do Mark Driscoll não discordaria se em lugar dos termos “arminiano” e “calvinista” estivessem, por exemplo, Abraão e Paulo. Eu tenho me perguntado: por que ninguém tem dificuldade de enxergar Abraão e Paulo como exemplos de servos de Deus [e, desse modo, como bons exemplos bíblicos para os cristãos de hoje], mas não podem nem ouvir falar de Armínio ou de Calvino? Antes de criticarmos algo ou alguém, precisamos conhecer a respeito. Logo, não podemos sair por aí criticando A ou B antes de saber do que se trata A ou B. Isso é preconceito. É ignorância. É fugir da realidade de que, do ponto de vista teológico-filosófico-doutrinário [para quem está mais integrado com o assunto], dificilmente alguém fica fora de um dos lados. Ou se é arminiano/sinergista ou se é calvinista/monergista. Sem entrar nos detalhes que diferenciam ambas as correntes, o fato é que sempre caímos em um rótulo ou, no máximo, podemos ficar no meio-termo. Essa história de “eu não sou nem A nem B, sou apenas um aluno da palavra de Deus” soa hipócrita demais para meu gosto. Os rótulos são inevitáveis. Contra toda essa ideia, cito o texto de Hebreus 13:7, onde se lê:

“Lembrem-se dos seus pastores, que lhes falaram a palavra de Deus, imitando a fé deles, atentando para a sua maneira de viver”.


A Bíblia diz para lembrarmo-nos de nossos pastores, pois eles nos falaram a palavra de Deus. Além disso, a Escritura diz que devemos imitar a fé deles e atentar no seu procedimento. Você leu com atenção? Devemos IMITAR a fé deles e ATENTAR no seu modus vivendi. Armínio, Calvino e tantos outros homens ao longo da história são, certamente, pessoas nas quais muitos se espelham, em virtude de seus exemplos de vida e de seus ensinos (seja de modo consciente do que isso significa ou não). Eu não posso fingir que não tenho referências para minha caminhada com Deus. Eu PRECISO de boas referências humanas para poder caminhar. Eu sou necessitado dos outros. Essa necessidade é péssima para meu ego, mas é fundamental para que eu possa compreender e reconhecer que não sou autossuficiente. Eu sou absolutamente dependente de Cristo para ter uma vida frutífera [João 15:4-5], mas Jesus instituiu uma comunidade chamada IGREJA [Mateus 16:18], que é o seu corpo – 1 Coríntios 12:27. Logo, quer eu goste ou não, quer você goste ou não, se eu ou você nos julgamos (ou de fato somos) servos verdadeiros de Cristo, não podemos fugir da coletividade. Nós precisamos da coletividade da igreja [1 Coríntios 12:12-25]. Deus AMA isso; ora, até Ele é um Deus trino - um Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo. Eis a “unicoletividade” divina. 


Por tudo isso, a “verdade” do “imitar a Cristo, e não imitar homens” é um grande engano. Ainda bem que o ensino das Escrituras é que “...seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a Cabeça, que é Cristo, do qual todo o CORPO, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a operação de CADA PARTE, faz o aumento do corpo, para a sua EDIFICAÇÃO em amor” [Efésios 4:15-16]. Eu louvo a Deus pelos bons exemplos dados na Sua Palavra, pelos bons exemplos presentes na história e pelos bons exemplos da atualidade.  

Noé, Abraão, Moisés, Davi, Salomão, Jeremias, Pedro, Paulo, João, Agostinho, Policarpo, Tomás de Aquino, Francisco de Assis, John Huss, Martinho Lutero, João Calvino, John Bunyan, John Wesley, George Whitefield, Charles Spurgeon, David Brainerd, David Livingstone, William Carey, Geronimo Savonarolla, Jim Elliot, Martin Lloyd-Jones, John Piper, Paul Washer, Mark Driscoll, Marcus Vinícius, Rodrigo Mello, Matheus Cabral, Filipe Gomes, Mariana Lima, Evelyn Santos, Juliana Ribeiro, Klécia Corcino, Janiê Sucupira, Henrique Vieira, Erlon de Sousa, Liege Lopes, Fernando Bispo, Maurício Jaccoud, Gilberlei Oliveira, Isaías Costa, Hermevaldo Macedo, Fabrício Cardozo, Iolanda Sodré, Alberto de Souza, Solange Barreto, Jesus Cristo.


Muitos outros podem ser mencionados aqui, mas essa pequena lista de nomes mostra o quanto Deus usa pessoas para nos inspirarem a ser mais parecidos com Ele. Isso sim é verdadeiro. Que lindo! Deus, pela Sua graça, usa pessoas imperfeitas para que outras pessoas igualmente imperfeitas (como eu) se tornem, gradativamente, mais conformados à Sua perfeita imagem. Quanta Graça! Quanto Amor! Misericórdia sem fim. Bondade indescritível.



Pelos bons exemplos de vida,



Soli Deo Gloria!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Por que as verdades têm autonomias? [parte 3]


Depois de relatar resumidamente a respeito da fundação da RPCA - República Popular do Corinthians da América – acho que perdi quase todos os meus leitores depois desse post, exceto os leitores campeões invictos -, quero voltar à série de textos baseados na pergunta “por que as verdades têm autonomias?” e, nesse retorno, acredito que vou incitar algumas objeções mais relutantes e até mesmo consolidar alguns desafetos. 

Que seja.


Eu, sinceramente (perdoem-me a franqueza temperada com um pouco aspereza), não me importo nem um pouco em bajular ou em “agradar” pessoas. Ora, eu sou subversivo. Os subversivos são as “ovelhas-negras da família”, não é? Sem mais delongas, vamos ao que interessa.

Além da “verdade” de que existem várias “verdades” igualmente válidas e legítimas por si mesmas e da “verdade” do etnocentrismo cultural-religioso “cristão” (particularmente no que tange à supervalorização de certas culturas e costumes em detrimento de outros, que julgamos inferiores e/ou descartáveis), outra “verdade” cada vez mais “autônoma” me incomoda bastante: a “verdade” da “superespiritualidade” ou do excesso de espiritualização. Trocando em miúdos, me preocupo seriamente com o pensamento bastante difundido entre as diversas comunidades cristãs de que “tudo é espiritual”... Mais precisamente, com o modo como os cristãos compreendem o que significa “tudo é espiritual”. Deixem-me explicar. 


Primeiramente, é verdade que a vida não é somente a vida material. Nós não somos somente pele, ossos, órgãos, moléculas, átomos e íons. Somos seres com consciência, vontade, emoções, sentimentos, pensamentos, intelecto. Somos “almas viventes” (Gênesis 2:7) onde há um fôlego de vida [o espírito]. Entretanto, além de nós, muito acima de nós, infinitamente superior a nós, está Deus. Na Escritura se lê que “Deus é Espírito” (João 4:24). Logo, podemos dizer que existe o “mundo material” e, numa instância diferente, o “mundo espiritual”. Desse modo, como Deus é soberano sobre tudo o que existe (seja visível ou não – Colossenses 1:16-17), pode-se concluir, por assim dizer, que o “mundo espiritual” influencia ou determina o que acontece no “mundo material”. Portanto, a conclusão mais lógica é que, de fato, “tudo é espiritual”.

Será? Se for, como?

Por outro lado, a afirmação de que Deus é soberano sobre todas as coisas e exerce a Sua vontade sobre tudo de modo irrevogável não significa que “tudo é espiritual”, pelo menos como a maior parte dos cristãos parece entender. Por exemplo, o fato de pessoas que moram num país tropical e quente ficarem doentes com resfriado ou gripe por estarem num país de clima frio rigoroso por ocasião de um projeto missionário [experiência própria] - ainda que ao mesmo tempo - não necessariamente é uma “investida do inimigo” ou “obra do diabo” (somente porque é um projeto missionário) – na verdade, pode ser simplesmente uma reação fisiológica normal e esperada num caso como esse. Um “tweet” expressando alegria por um título de seu time de futebol não é idolatria. “Na real”, se o time do autor do tweet fosse o mesmo daquele que o chamou de “idólatra”, não haveria idolatria nenhuma. Isso é ridículo. Idólatra é quem substitui Deus por qualquer outra coisa, deificando essa outra “coisa” (seja dinheiro, família, uma imagem de escultura, a própria espiritualidade ou ele mesmo), não quem faz uma brincadeira em menos de 140 caracteres num microblog da internet. Mesmo que os homens, desde a ocasião da Queda, venham constituindo para si mesmos seus próprios “deuses”, a glória de Deus continua e continuará intacta (Isaías 42:8). É tolice pensar que nossos tweets sejam capazes de ofuscar a suprema glória que somente a Ele pertence. Pronto, falei.


Mas, qual é o real significado do “tudo é espiritual”?

Pensando bem, essa afirmação está errada. Embora alguns entendam corretamente o que se quer dizer com “tudo é espiritual”, o correto seria dizer que “Deus exerce controle sobre todas as coisas, independentemente de como o exercício desse controle por parte Dele se nos apresenta” ou que “todos os aspectos da existência humana são (ou devem ser), de certa maneira, divinos”. Para melhor ilustrar a minha idéia, se faz oportuno citar meu amigo Paulo, em sua carta aos Romanos, onde se lê:

“Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme, porque Deus é poderoso para firmá-lo... Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio ânimo... Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o Senhor não come e dá graças a Deus... Porque nenhum de nós vive para si e nenhum morre para si... Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor... Foi para isto que Cristo morreu e tornou a viver: para ser Senhor tanto dos mortos quanto dos vivos” [Romanos 14:4-9].


Deus sustenta aquele que é alvo do julgamento e também sustenta o que julga. Não importam as diferenças secundárias entre cristãos e cristãos, contanto que cada um esteja com a sua consciência tranqüila e firme. Mesmo sendo cristão e sabendo do ensino bíblico sobre amar o próximo e querer o bem dos outros, sou daqueles que torce intensamente pelo clube do coração e que não consegue torcer por um time rival, nem mesmo contra times estrangeiros (para mim, altruísmo no futebol é pura demagogia – tenho todos os motivos para pensar assim), talvez existam pessoas que façam exatamente o oposto. Seja você corintiano ou não (infelizmente, risos), calvinista/monergista ou não, apreciador de blues e jazz ou não, se você se arrependeu dos seus pecados e foi atraído por Deus para Ele mesmo por meio do Evangelho (Marcos 1:15, João 12:32), eu e você pertencemos a Ele. Vivos e mortos, todos estão sob seu senhorio. Todos.

Se todos estão sob o domínio de Cristo, não há espaço para uma “superespiritualidade” ou uma espiritualidade exagerada. Eu não posso definir ou saber, se alguma atitude é pecaminosa ou não, apenas com base em minhas impressões ou pressupostos pessoais. Eu não posso “#deixaradica” de que isto ou aquilo é pecado se a Escritura não me diz nada a respeito. Eu não tenho o mínimo direito de “dar uma de Deus” (será mesmo que é Deus quem faria isso?) e apontar “pecados” ou erros no meu próximo [até porque, na Bíblia, não é Deus que é chamado de “acusador” ou faz esse “papel”...] que, na verdade, não são pecados conforme a Escritura (a não ser na mente de quem os aponta). Embora um contato real e profundo com o Deus verdadeiro nos faça perceber o quanto somos pecadores – visto que Deus é absolutamente perfeito, santo e puro -, esse contato pode ser o primeiro e fundamental passo para que os pecados sejam removidos, tirados e lançados no mar do esquecimento, pois está escrito:

“E bem sabeis que Ele se manifestou para tirar os nossos pecados, e Nele não há pecado” [1 João 3:5].
“Nele temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça...” [Efésios 1:7].
“Ele tornará a apiedar-se de nós; subjugará as nossas iniqüidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar” [Miquéias 7:19].


Que diferença! Deus, o único que tem “moral” (literalmente) para apontar os nossos erros sem misericórdia alguma (ora, se Ele é soberano, Ele não me deve nada, nem mesmo qualquer gesto de bondade e compaixão), estende a Sua graça sobre mim, um pobre pecador. Estende seu amor sobre todos os pecadores que, arrependidos de seus pecados e rebeldia contra Ele, voltam correndo em Sua direção, atraídos por um amor irresistível. Sublime: o único que tem o direito de condenar os pecadores é, paradoxalmente, o redentor deles. Isso é ser espiritual. Isso é genuinamente divino.

Por fim, quero encerrar o texto com outros versículos de Romanos 14, onde se lê:

“Eu sei e estou certo, no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda... Bem-aventurado aquele que não se condena naquilo que aprova” [Romanos 14:14 e 22b].

Chega dessa “falsa espiritualização”, dessa “santidade maquiada”, desse “fardo de pseudodevoção”. Eu estou saturado. Eu estou “por aqui”, como se diz na linguagem popular. Sem rodeios. Sem meias palavras. Sim, eu não estou pra brincadeirinha.


Enfim, vou continuar ouvindo as minhas músicas, lendo os meus livros, assistindo os meus filmes, torcendo pro meu time como sempre torci e escrevendo livremente em meu twitter quando a inspiração surgir. Ora, nesse sentido, eu sou livre! Você também o é, no mesmo sentido. A minha liberdade não pode ser julgada pela consciência dos outros. A sua liberdade não pode ser julgada pela minha consciência. Se eu e você somos guiados por Deus, somos livres. E, se Ele é quem nos guia, por mais que possamos falhar, Ele nos mostrará o caminho do arrependimento e nos fará andar pela estrada correta, basta que nossa mente seja cada vez mais conformada à Sua mente. Tudo é espiritual sim, no sentido de que a totalidade de quem somos e temos é Dele, por meio Dele e para Ele. Simples assim.



Pela verdadeira espiritualidade,


Soli Deo Gloria!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

República Popular do Corinthians da América!

4 de julho de 2012. Precisamente às 23:52h, surge uma nova nação.

Na verdade, ela nasceu em setembro de 1910, no bairro do Bom Retiro/SP, a partir de imigrantes italianos da família Bataglia. Sem muitos detalhes, já são quase 102 anos de peregrinação pelo mundo, levantando adeptos, seguidores e "discípulos" que propagam apaixonadamente a sua FIDELIDADE, o seu AMOR. 

Mas ontem, perto do final do dia, a nação se tornou continental.

Djalma Vassão/Gazeta Press

A imagem diz tudo. 

Não preciso falar muito, até porque as "bocas" de todos estão caladas. 

Melhor. Nem todos "calaram a boca", visto que 35 (ou será 40?) milhões de corações fiéis cantam até ficarem roucos... Até agora.

Djalma Vassão/Gazeta Press

Insuperável. 

Imbatível.

INVICTO.

INCONTESTÁVEL.

Se houve algum "milagre" nessa história toda, isso é sinal de que Deus é o autor dela. Ora, se é milagre (isto é, se Deus constituiu essa "nova velha nação continental"), todos devem ficar na sua. Deus faz o que Ele quer e pronto. E ponto.

Fernando Dantas/Gazeta Press

Fim do mundo? Que seja!

Na verdade, não interessa se as previsões dos Maias estão corretas ou não. Caso estejam corretas, o mundo pode acabar mesmo... Corrigindo: só se for o mundo dos derrotados, porque o meu mundo se chama República Popular do Corinthians da América. 

Simples assim.

AFP

Me lembrei do sublime poema ao AMOR do Apóstolo Paulo em sua carta aos Coríntios (ou seria aos "Corinthians"? ---> na verdade, é aos "Corinthians" sim, pois o inglês é a língua universal e, mais do que nunca, o Corinthians é um TIMe - sem fronteiras, sacaram?), onde se lê:

"The love is suffering. 
[...]
The love nor rejoices with the iniquity, but rejoices in truth.
Beareth all things, believeth all things, hopeth all things, endureth all things.
The love never fails; but, whether there be prophecies, they shall fail; whether there be tongues, they shall cease; whether there be knowledge, it shall vanish away;
[...]
And now, three things remain: faith, hope and love; these three, but the greatest of these is love."
[1st CORINTHIANS, chapter 13, vs. 4, 6-8 and 13]

Não preciso acrescentar nada. 

AFP

Agora o Brasil é o Chelsea no Mundial de Clubes da FIFA.

Ah, mas isso tem mesmo relevância?

Eu não preciso dizer que represento o Brasil para legitimar nada. Tudo isso é falso patriotismo. Cada time representa a si mesmo. 


O Corinthians representa a si mesmo. Isto basta. 

Contra tudo. Contra todos. CORINTHIANS. A segunda palavra mais odiada da língua portuguesa, da língua inglesa... Porque a primeira é Jesus (João 15:18).


Hoje é dia de comemorar. Hoje é dia de dizer com muito mais intensidade:

"Corinthians, Corinthians minha vida, Corinthians minha história, Corinthians meu amooorrr..."

"Aqui tem um bando de loucos, loucos por Ti, Corinthians... Aqueles que acham que é pouco, eu VIVO por Ti, Corinthians... Eu canto até ficar rouco..." [perdi a voz].

"Laialalaialalaialalaiaaaa Corinthians Paulista do meu coração..."





PELA REPÚBLICA POPULAR DO CORINTHIANS DA AMÉRICA, 



SOLI DEO GLORIA!

terça-feira, 3 de julho de 2012

Por que as verdades têm autonomias? [Parte 2]


Um novo semestre começou. 1º de julho de 2012 - embora eu só tenha conseguido postar o texto hoje, dia 03 de julho.

Primeiro de Julho. Não posso passar por este dia sem me lembrar de certa frase de uma música com o mesmo nome, composta pelo Renato Russo nos seus últimos meses de vida, onde se diz:

“Não basta o compromisso, vale mais o coração...”

Logo, no sentido de que, no fim das contas, o que vale mais é a essência e não a aparência, o caráter em vez de uma maquiagem, quero continuar a pensar nas perguntas que têm me incomodado há alguns dias, como fiz no post anterior.

O que é a verdade? Por que existem tantas “verdades”? Qual é a “verdade” sobre a verdade? Espero que minha insistência nesse tema seja útil.


Entretanto, nesse texto, meu objetivo é me ater a uma problemática relacionada às nossas concepções a respeito de nossos diversos “modus vivendi” (individualmente) e em relação aos dos outros. Deixe-me traduzir o que quis dizer.

Nós somos pessoas particulares. Cada um é único. Você, se tiver irmãos, embora tenha sido (provavelmente) educado e criado no mesmo ambiente e pelos mesmos pais, é diferente deles e eles são igualmente diferentes entre si. Se você tem irmão(s) gêmeo(s), não se engane: ainda assim, a verdade é que vocês não são iguais. O que dizer, então, de pessoas criadas por famílias diferentes, em contextos culturais diferentes, sob valores e crenças diferentes, em condições sociais diferentes e até mesmo em climas diferentes? Obviamente, as diferenças entre pessoas nesse escopo serão muito mais acentuadas. No entanto, todos são seres humanos e, desse modo, os mesmos traços de personalidade e índole se fazem comuns ---> por exemplo, tendemos a achar nossa cultura, nossos costumes religiosos, nossas preferências, nossas heranças sociais e ideológicas superiores às dos outros. Ah... O orgulho sempre nos persegue. Melhor (ou seria pior?), ele lateja, vibra, pulsa e se agita dentro de cada um. Em mim e em você. Não há saída.


Dentre esses aspectos, um deles me deixa extremamente preocupado e, ocasionalmente, é alvo de meus “desabafos” aqui neste blog: a “verdade inquestionável” do etnocentrismo cultural-religioso cristão [se é que eu posso chamar isso de algo relativo ao Cristo das Escrituras...]. Normalmente, julgamos nossos “usos e costumes” mais “corretos” ou mais “santos” do que os dos demais. Definimos que nossa estrutura litúrgica mais digna dos créditos divinos do que as dos outros segmentos religiosos ou denominações. Sacralização e demonização. Petulantemente, consideramo-nos habilitados para definir aquilo que é “santo” e “correto” de acordo com nossa “sabedoria humana” (sabedoria?) [e, quase sempre, o que é “sacralizado” é aquilo que é do nosso interesse] e, ao mesmo tempo, classificamos todo o resto (seja a cultura, a liturgia religiosa etc.) como algo mau em si mesmo e, portanto, desagradável a Deus... Que dEUs?

Por outro lado, nós também sacralizamos elementos de outras culturas (particularmente, norte-americana e europeia – nada contra a cultura deles, até porque meu sangue é luso-italiano) e demonizamos a nossa própria identidade ----> samba e ijexá são coisas da “cultura africana”, rock é coisa de gente rebelde e incrédula, música secular é consagrada ao demônio etc... Logo, não tem nada a ver com Deus... Que absurdo! Contra toda essa estupidez, cito o Apóstolo Tiago:

“Quem é sábio e inteligente entre vocês? Mostre com a boa conduta as suas boas obras em mansidão de sabedoria.
Mas, se vocês têm amarga inveja e um espírito contencioso, não se gloriem e nem mintam contra a verdade.
Esta não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, carnal e diabólica.
Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há desordem e toda a obra perversa”.
[Tiago 3:13-16]




Onde há orgulho não pode haver qualquer centelha de Deus. Onde há desprezo pela beleza da pluralidade cultural dos diferentes povos que Deus criou com suas peculiaridades, não há uma consciência correta da revelação das Escrituras, onde se lê que vai chegar o dia em que se verá “...uma multidão que ninguém podia contar, de TODAS as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e segurando palmas nas mãos, cantando um novo cântico que dizia: a salvação pertence ao Senhor que está sentado no trono, e ao Cordeiro...” (Apocalipse 7:9-10). De todas as nações. De todas as línguas. De todos os povos. De todas as tribos. Integridade da adoração. Deus ama isso e Ele diz em Sua Palavra que é isso que nos aguarda.


Que lindo! Todas as culturas, com sua identidade, sua beleza e suas cores louvando a Deus, numa orquestra colossal. Imaginem só, que cena: tambores e atabaques (num batuque ritmado), acordeons, triângulos e zabumbas (nordestinizando o céu), pianos e violinos (ah, o clássico!), trompetes, trombones e saxofones (levando a precisão do jazz), guitarras e gaitas (trazendo a alma e o coração do blues e do rock)... Faltar-me-ia tempo se eu tentasse lembrar dos outros instrumentos, mas o que importa é apenas uma coisa: vai ter gente de todos os povos, tribos, nações e línguas lá. Se você julga ser (ou tem consciência que faz) parte deste grupo, é melhor ir se acostumando com essa bela “pluralidade divina” desde já.

De fato, diante de tamanha miscigenação prometida nas páginas da Escritura, “vale mais o coração” do desígnio de Deus do que o nosso “compromisso” com nossas medíocres opiniões. Vale mais a essência da beleza da graça de Deus manifesta nos diversos povos e em suas culturas (inclusive no nosso povo e em nossa cultura) do que o nosso apego aos rudimentos do mundo, como disse o apóstolo Paulo:

“Visto que vocês já morreram com Cristo para os rudimentos do mundo, por que vocês ainda se submetem a mandamentos como se ainda vivessem no mundo, tais como: Não toques? Não proves? Não manuseies?
Todas essas coisas desaparecerão pelo uso, pois são preceitos e doutrinas de homens, as quais têm alguma aparência de sabedoria, em falsa devoção, falsa humildade e disciplina do corpo, mas não têm valor algum a não ser para a satisfação dos desejos da carne.”
[Colossenses 2:20-23]


Sublime! Liberdade para desfrutar do que Deus faz e concede às suas criaturas! A boa música (de mensagem religiosa ou não), a pintura, o cinema (cristão ou não), a literatura (teológica ou não, devocional ou não)... Certamente, nada é comparável às Escrituras mas, curiosamente, é nas próprias páginas das Escrituras que podemos entender e reconhecer essa liberdade para a contemplação e o usufruir da graça comum Dele em cada canto (literalmente), em cada traço na tela, em cada claquete, em cada parágrafo. O resto é para satisfação da carne. O resto perece pelo uso. O resto é ensino humano. É rudimento, é coisa que deve ficar pra trás. É falsa santidade. É falsa devoção. É falsa humildade. É um fardo pesado. Mas eu aprendi que o fardo Dele é leve. Eu também aprendi que o jugo Dele é suave. “Deus está, eu sei, Deus está...”, já dizia uma bela música.

Onipresença. Soberania. Graça. Deus em todo lugar. Essa é a verdade.


Pela verdade da Onipresença,


Soli Deo Gloria!