quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Sobre anjos e a Vida que nunca tem fim...

O ano está acabando, mas ainda tive tempo de escrever novamente.

De fato, esse foi o ano em que publiquei menos vezes aqui - creio eu por falta de inspiração ou, talvez, por estar cansado de ter de falar das mesmas indignações que me perseguem nos últimos dois anos. Assim, decidi poupar-vos de certas "vãs repetições" e escrever somente o que valeria a pena ser registrado.

Por tudo isso, eu estive pensando sobre o conteúdo dessa última publicação do ano e, após uma combinação de reflexões breves, decidi falar a respeito de uma música que inspirou o título deste texto para incrementar o seu tema principal: o Natal

Sem mais demora, vamos ao que interessa. 


A música à qual me referi no início do texto se chama "Anjos (pra quem tem fé)" - do grupo brasileiro de rock/rap chamado 'O Rappa' - e, como já fiz em outros textos anteriores, procurarei usar trechos específicos da letra que podem ser relacionados com o Natal para discorrer sobre o tema. No entanto, gostaria de inicialmente deixar bem claro que o objetivo desse artigo não é abordar as várias polêmicas que sempre voltam à tona a cada Natal (se a festa tem origem pagã, se é certo ou errado comemorá-lo etc.), mas unicamente trazer à nossa memória aquelas coisas que são a substância e o sentido do Natal, o que tem sido cada vez mais um ato de resistência - seja por causa de presépios constantemente vandalizados no mundo Ocidental, de comerciais com "papai-noel homossexual", de "produções artísticas" que colocam 'deus' (com 'd' bem minúsculo!) num prostíbulo e até mesmo de resoluções políticas (como ocorreu recentemente no Parlamento Europeu) que quase proibiram o uso do termo "Natal" e o substituíram por "temporada de festas". Logo, uma vez que a Coca-Cola da Noruega, o "Porta dos Fundos" e nem a União Européia paga as minhas contas ou possui qualquer mínima autoridade sobre minha consciência, eu "serei resistência" (nunca pensei que uma frase desse tipo poderia vir a calhar!) - e esse texto será uma expressão disso.  

Dito isso, o primeiro trecho da música que gostaria de destacar é:

"...Te mostro um trecho, uma passagem de um Livro antigo
Pra te provar e mostrar que a vida é linda
Dura, sofrida, carente em qualquer continente
Mas boa de se viver em qualquer lugar..."

Em poucas palavras, o autor parece fazer alusão a algum tipo de "literatura antiga ou sagrada", pela qual se pode entender o "lado bom da vida" ou "a beleza das coisas", de tal modo que ele deseja que um determinado destinatário a quem ele se dirige também possa adquirir e experimentar a mesma consciência. Por outro lado, o compositor não faz algum tipo de "vista grossa" com relação às mazelas e angústias de nossa realidade, uma vez que diz que a "vida que é linda" é também "dura, sofrida e carente em qualquer continente" e, nesse sentido, consolida a sua visão de mundo, a qual pode ser chamada de "realismo esperançoso".  


De fato, aquele que analisa com mais cuidado os textos que escrevo perceberá, com certa facilidade, que eu também sou um "realista esperançoso". Ora, sempre que abordo assuntos mais sérios e urgentes, procuro expor o que acredito com uma medida razoável de solenidade e firmeza (sem "papas na língua" ou "camuflagens") e, ao mesmo tempo, nunca deixo de apontar razões sólidas para que a esperança esteja viva na mente dos (muito poucos) que me lêem. Dessa maneira, um dos objetivos desse texto é ratificar a perspectiva do poeta conforme apresentada nos versos supracitados e, para isso, eu mostrarei aqui certos "trechos e passagens de um 'Livro antigo'" que nos fazem saber que, apesar de árdua e atribulada, a vida também pode ser bela e deleitável. Uma dessas passagens que é digna de menção diz:

"...Se o homem viver muitos anos, alegre-se em todos eles. Porém, lembre-se dos dias de trevas, porque serão muitos. Tudo o que está para acontecer é ilusão..." [Eclesiastes 11, vs. 8]

Nesse trecho, o sábio rei afirma categoricamente que aquele a quem Deus conceder longevidade deve se alegrar em todos os anos vividoscontudo não deve esquecer-se dos "dias de trevas", os quais serão em grande quantidade. Isto é, o desejo de Deus, de acordo com as palavras do mestre, é que nos alegremos durante os dias bons que desfrutarmos e, simultaneamente, que tenhamos em mente a imagem viva dos "dias maus", pois estes nos ajudam a não presumirmos o nosso futuro (vide Eclesiastes 7, vs. 14) e nos relembram que estamos num mundo quebrado e que está sob maldição divina (vide Gênesis 3, vs. 17-19) como resultado do 'pecado original' e, por extensão, da vida de pecado dos seres humanos desde então.  Por tudo isso, sob o ponto de vista da fugacidade da vida terrena, tudo quanto nos sucede (e sucederá) é vaidade, ilusão e se torna sem sentido, de forma que "é preciso ter outros olhos para enxergar melhor" ou, nas palavras do autor da canção, "...você sai em desvantagem se você não tem fé...".  

Outro trecho da canção que pode ser destacado diz:

"...Podem até gritar, gritar
Podem até barulho, então, fazer
Ninguém vai te escutar se não tem (tens) fé
Ninguém mais vai te ver..."


Nesta estrofe, o autor parece descrever uma situação na qual é inútil erguer a voz, fazer súplicas ou tomar qualquer atitude por meio da qual se possa ser ouvido se a fé está ausente - ou, conforme a própria letra diz, "ninguém vai escutar se não há fé" e "ninguém mais vai ver". Tal descrição evoca imagens que indicam abandono, decepção e falta de esperança, porém aponta para o fato de que "através da fé" é possível "gritar e fazer barulho" e ser, posteriormente, "ouvido" e "visto". Desse modo, pode-se deduzir que é suficiente "ter fé" - como se ela fosse uma espécie de "pensamento positivo" ou "otimismo natural" - para que "as coisas 'dêem certo'" e, assim, não nos sintamos esquecidos e desamparados. No entanto, a fé de que o "Livro antigo" já citado neste texto fala não consiste em nenhuma dessas coisasmas é definida, em uma de suas passagens célebres, como "...o firme fundamento das coisas que se esperam e a convicção de fatos que não se vêem..." [vide Hebreus 11, vs. 1]. 

Para se entender bem o que esse verso bíblico significa, acredito ser salutar lançar mão de um excelente argumento doutrinal apresentado pelo teólogo francês João Calvino, segundo o qual essa fé possui três dimensões: a "notitia", a "ascentio" e a "fiducia"Esses termos latinos significam, respectivamente, "percepção", "assentimento" e "confiança/certeza", de tal sorte que a fé "bíblica" ou "agradável a Deus" requer, obrigatoriamente, o conhecimento de Deus e do que Ele promete (a notitia), o acolhimento desse conhecimento na mente (a ascentio) e a convicção firme de que Deus e Suas promessas são totalmente dignos de confiança (a fiducia). Em outras palavras, a fé sem a qual não somos ouvidos nem vistos por Deus não é apenas "bom pressentimento" mas é certeza, nem é "mera positividade" mas sim "descansar sobre um solo firme", como se pode ver num hino antigo que diz:

"...On Christ, the Solid Rock, I stand / All other ground is sinking sand...", que traduzido é:
"...Em Cristo, a Rocha firme, eu permaneço / Todos os outros fundamentos são areia movediça..."

Nesse sentido, o Natal é o melhor exemplo desse tipo de fé, pois o nascimento de Jesus Cristo, o Filho de Deus, é o cumprimento de uma série de promessas divinas ao povo de Israel (nação escolhida inicialmente por Deus para que, por meio dela, todos os demais povos O conhecessem) e que foram ansiosamente aguardadas, durante séculos ou até milênios, por todos os que criam nEle. Ou seja, embora muitos dos que esperaram pelo nascimento de Cristo não tenham testemunhado a realização da promessa de Seu Advento, a fé na promessa do Messias que redimiria os homens de seus pecados continuou a ser transmitida geração após geração até que, quando Jesus nasceu, aparecem a profetisa Ana e o profeta Simeão - conforme Lucas 2, vs. 25-38 -, dos quais é dito que "aguardavam a consolação de Israel e a redenção de Jerusalém". Assim, muitas súplicas, orações e clamores foram certamente feitos a Deus com respeito a essa promessa desde a sua primeira menção (vide Gênesis 3, vs. 15) e durante todo o desenrolar da história do Antigo Testamento (as promessas e bênçãos dos patriarcas, as palavras de Moisés, as promessas feitas a Davi e à sua dinastia etc.) de maneira que, tanto os que creram sem ver a concretização da promessa quanto os que a viram cumprida foram "ouvidos e vistos" por Deus - i.e., a promessa aguardada com fé se manifestou diante dos olhos de todos, nos braços ternos de uma virgemna forma de um bebê.


Outra porção da música que creio ser importante mencionar é:

"...Volte a brilhar, volte a brilhar,
Um vinho, um pão e uma reza
Uma lua e um sol, sua vida, portas abertas...
[...]
Inclina seu olhar sobre nós e cuida..."

Nesses versos, o autor se direciona a alguém que precisa "voltar a brilhar", o que indica, dentro da "licença poética", que a sua situação atual é de abatimento ou "escuridão". Em seguida, ele cita alguns dos símbolos mais importantes do cristianismo - o vinho e o pão, usados nas celebrações de Eucaristia/Santa Ceia - e também fala sobre "lua" e "sol", cuja principal função é iluminar (seja a noite, seja o dia). Todavia, haveria alguma relação entre "voltar a brilhar" e elementos como "pão e vinho"? Será que o compositor "abusou" do lirismo ou, de forma despretensiosa, ele teve uma "sacada de mestre"? 

Embora eu não saiba quais foram as reais intenções do letrista, eu ousarei afirmar que, mesmo que de modo irônico, a presença de todos esses termos nessa pequena estrofe parecem se adequar com o tema deste texto - o Natal. Para isso, colocarei aqui mais algumas "passagens do Livro antigo", nas quais se lê:

"...O povo que andava em trevas viu uma grande luz, e resplandeceu a luz sobre os que habitavam a região da sombra da morte..." [Isaías 9, vs. 2] 
"...Mas para vocês, que temem o Meu nome, nascerá o Sol da Justiça, trazendo cura em Suas asas..." [Malaquias 4, vs. 2]
"...Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que visitou e redimiu o Seu povoe nos fez surgir uma salvação poderosa na descendência de Seu servo Davi... graças à profunda misericórdia do nosso Deus, pela qual a Aurora lá do alto nos visitarápara iluminar os que estão nas trevas e na sombra da morte, e guiar os nossos pés no caminho da paz..." [Lucas 1, vs. 68-69 e 78-79] 


Todos os versos bíblicos citados acima dizem respeito a uma única coisa: na plenitude dos tempos, conforme fora prometido, Deus enviou o Seu Filho ao mundo para nascer da Virgem Mariaassumir a forma humana, sendo feito semelhante a nós em todas as coisas (exceto o pecado) a fim de, nas palavras do evangelista Mateus, "salvar o Seu povo dos pecados deles" [vide Mateus 1, vs. 21]. Olhando os versos com mais atenção, conclui-se que todos os seres humanos estavam em trevas e sob o domínio da morte antes do Advento do Filho de Deus, bem como distantes do "caminho da paz" e desesperadamente necessitados de cura/salvação. Por tudo isso, o Natal é o marco temporal inicial da redenção que viria a ser conquistada por Jesus Cristoa qual foi consumada numa cruz sangrenta e cruel, onde Seu corpo foi partido e Seu sangue foi vertido em favor de todos os que Lhe pertencem "de toda tribo, povo, língua e nação" [vide Apocalipse 5, vs. 9]. Eis aí "o vinho e o pão" relembrados pelo poeta na canção, os quais representam o corpo e o sangue de Jesus Cristo e que apontam para a "poderosa salvação" trazida pelo "Deus de Israel"pela qual os que jazem nas sombras da morte podem ser verdadeiramente iluminados e, assim, possam "voltar a brilhar" como "luzeiros no mundo" [vide Filipenses 2, vs. 15] até que venha o glorioso dia em que "os justos resplandecerão como o Sol no reino do Pai" [vide Mateus 13, vs. 43]. 

Além disso, pode-se dizer que o Natal é o ato de Deus "inclinar o Seu olhar sobre nós"o que mostra a condescendência divina para com criaturas que não são somente inferiores a Ele mas também rebeldes e indignas de Seu favor e benevolência. Como dito anteriormente aqui, o primeiro Advento (ou primeira vinda) de Cristo foi parte de muitas orações e petições de homens e mulheres tementes a Deus num passado distante; porém, o segundo Advento (ou segunda vinda) de Cristo deve ser parte de nossas orações e petições hoje, posto que esta é a nossa única e derradeira esperança em face do mal - seja fora de nós, seja dentro -, o qual parece cada vez mais "onipresente" e "invencível". Nas palavras das antigas "Antífonas do Ó", podemos clamar: "...Ó Raiz de Jessé, Chave de Davi, Emanuel, não tardes mais..." ou, com palavras inspiradas diretamente por Deus, "...Tu és meu auxílio e libertador; não Te demores, ó Deus meu... Maranata!" [vide Salmo 40, vs. 17 e Apocalipse 22, vs. 20]. 


O último trecho da letra que gostaria de comentar é:

"...Em algum lugar, pra relaxar,
Eu vou pedir pros anjos cantarem por mim:
Pra quem tem fé a vida nunca tem fim..." 

Como pode-se perceber, há diversas frases ou excertos da canção que apontam para realidades metafísicas ou religiosas - mas este último, em particular, remete a uma das mais emblemáticas imagens do Natal: anjos que cantam sobre uma "vida que não tem fim para quem tem fé". De acordo com conhecidas palavras do "Livro antigo", sabemos que:

"...Havia pastores que estavam no campo, à noite, tomando conta do rebanho.
um anjo do Senhor apareceu diante deles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor; e ficaram com muito medo.
Mas o anjo lhes disse: não tenham medo, porque lhes trago novas de grande alegria para todo o povo; é que hoje, na Cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor
E este será o sinal para vocês. acharão um menino envolto em panos, deitado em uma manjedoura
Então, de repente, uma grande multidão do exército celestial apareceu junto ao anjo, louvando a Deus e dizendo: 'glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens a quem Ele ama'..." [Lucas , vs. 8-14]

A situação é a seguinte: alguns pastores de ovelhas (e outros animais) estavam fazendo o seu trabalho de rotina quando, sem que eles esperassem, um anjo apareceu diante deles a ponto de eles ficarem aterrorizados devido ao resplendor da glória de Deus decorrente da presença do anjo. Em seguida, lemos a fala do anjo que contrasta com o temor dos pastores, visto que ele lhes diz para que "não tivessem medo", pois a razão de sua aparição era a proclamação de "boas-novas de grande alegria para o povo", as quais eram o cumprimento cabal da promessa há muito aguardada com fé e expectativanaquele dia, na Cidade de Davi, da linhagem do rei "segundo o coração de Deus", nascia o Verdadeiro Rei, o Homem perfeito, o Servo do Senhor em quem Ele se agrada, o Salvador do mundo, o Messias prometido, o Kyrios (ou Senhor) de Davi e também de tudo e de todos - Jesus, chamado Cristo e conhecido como "o Nazareno".

Além disso, o Rei que nascia naquela noite em Belém da Judéia (uma cidade pequena e sem grande importância) seria encontrado "envolto em panos e deitado numa manjedoura", o que testifica que foi do agrado de Deus, o Pai, que o Seu Filho viesse ao mundo sem "pompas reais" ou "aparente ostentação de nobreza"mas sim como um bebê frágil gerado miraculosamente no ventre de uma humilde virgem. No entanto, é exatamente após essa declaração que indica o "esvaziamento do Filho de Deus (outrora "eternamente gerado do Pai") que um número incontável de anjos irrompeu em louvor a Deus, dizendo: "glória a Deus nas alturas, e paz na terra entre os homens a quem Ele quer bem". Em outras palavras, muito antes do poeta da canção aqui abordada dizer que iria "pedir aos anjos para cantarem para ele" a respeito de "uma fé que conduz a uma vida sem fim", pode-se concluir que Deus, ao responder as orações e anseios de Seu povo fiel, enviou seus milhares de milhares de anjos até aqueles pastores para cantarem o anúncio da encarnação Daquele "em quem está a vida" - a qual é a Luz dos homens! -, de tal modo que todo aquele que Nele crê não perece, mas tem "a vida que nunca tem fim" [vide João 3, vs. 16]. Eis a sublimidade do Natal! 


Finalmente, é importante ressaltar que não é apenas no relato do "primeiro advento" que vemos registros de anjos aparecendo para louvar a Deus ou anunciar uma mensagem da parte Dele, como mostram as seguintes "passagens do sagrado Livro antigo": 

"...Então olhei e ouvi a voz de muitos anjos, milhares de milhares e milhões de milhões que rodeavam o trono... e cantavam em alta voz: 'Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e ações de graças'..." [Apocalipse 5, vs. 12]
"...Todos os anjos estavam em pé ao redor do trono, dos anciãos e dos quatro seres viventes. Eles se prostraram diante do trono e adoraram a Deus, dizendo: 'Amém! Louvor e glória, sabedoria, ações de graças, honra, poder e força sejam ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém!..." [Apocalipse 7, vs. 11-12] 
"...O sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve fortes vozes nos céus, que diziam: 'os reinos do mundo se tornaram de nosso Senhor e do Seu Cristo, e Ele reinará para todo o sempre'..." [Apocalipse 11, vs. 15]
"...Então ouvi uma forte voz dos céus, que dizia: 'Agora veio a salvação, o poder e o reino de nosso Deus e a autoridade do Seu Cristo, pois foi lançado fora o acusador de nossos irmãos, que os acusa diante do nosso Deus, dia e noite. Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do testemunho que deram... Portanto, celebrem-no, ó céus, e os que neles habitam! Mas ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vocês! Ele está cheio de fúria, pois sabe que pouco tempo lhe resta'..." [Apocalipse 12, vs. 10-12] 

Essa série de perícopes do Apocalipse falam basicamente das visões do apóstolo João nas quais anjos e criaturas celestiais (incluindo os que foram redimidos) exaltam a Deus Pai e a Jesus Cristo (o "Cordeiro que fora morto") e também proclamam o seu domínio e vitória sobre os reinos do mundo e sobre satanás - o que se consumará no "segundo advento". Portanto, em certo sentido, o nosso momento atual se situa entre a garantia divina da vitória futura e a "vinda do diabo à terra e ao mar" com toda a sua fúria


Com efeito, eu ouso dizer que os derradeiros séculos (em particular, os últimos 100 anos e, mais intensamente, desde 2020 até agora) têm sido caracterizados pela "fúria do diabo" como nunca antes, tendo em vista a extensão da iniquidade que prospera no mundo pelas mãos de homens perversos e que, certamente, também estão "endemoninhados" - qual definição seria mais adequada do que "demoníaco" para a coação da população mundial (contando com crianças e até bebês) a um experimento biotecnológico que envolve riscos de danos irreversíveis a médio/longo prazo para a saúde e que já tem causado mortes por todo o planeta? Os poucos que lêem este blog estão cientes de como fico "calmo, sereno e tranqüilo" - à semelhança de Moisés quando quebrou as tábuas dos Dez Mandamentos ou de João Batista em seus "diálogos amistosos" com os fariseus - ao falar sobre essas coisas, mas o meu consolo é saber que, como está escrito, "resta pouco tempo" para satanás fazer (so to speak) as suas "satanagens" e, conseqüentemente, para todos os que estão a serviço dele. 

De acordo com as palavras de João, um dia "os reinos do mundo pertencerão apenas a Deus e a Jesus Cristo" e, a partir de então, não haverá mais espaço para "palhaços cínicos" que, por enquanto, estão "brincando com a humanidade" como se fossem mini-deuses, nem para idiotas que, devido à consolidação das redes sociais, parecem infestar o mundo com sua "burrice pandêmica" - ou "pandeminiônica" - e nem mesmo para essa versão atual de mim (Deus seja louvado!), a qual ainda está sujeita aos efeitos do pecado e do mal. Bendito será esse Dia, através do qual todos os assassinos de bebês terão seu sangue salpicado nos pés e nas vestes do Cordeiro (que os esmagará como uvas num lagar), os violadores de mulheres e crianças receberão o que merecem (a morte definitiva e a condenação pelos seus crimes), os ladrões e opressores que fomentaram a miséria para viverem regaladamente verão sua riqueza destruída para sempre (bem como suas almas!), os "psicoronopatas" e demais "donos do poder" serão abatidos em sua soberba e impunidade até os "abismos mais profundos do inferno" e, para não me delongar, todos os falsos mestres, os "lobos devoradores que se vestiram como ovelhas" e que transtornaram a Igreja de Jesus Cristo para fazer de seus seguidores "filhos do inferno" (assim como eles próprios), igualmente sofrerão a devida punição pelos seus pecados. 


Nesse exato instante, Deus acabará com toda a palhaçada que temos suportado à nossa volta pois, como dissera C. S. Lewis em certa ocasião, "quando o diretor entra no palco, a peça acabou". Ou seja, o segundo Advento dará um fim à ordem presente (e a todas as "novas ordens" que possam surgir e estiverem vigentes) para que venha um "novo começo", a partir do qual "...não haverá mais maldição alguma, o trono de Deus e do Cordeiro estará na Cidade e os Seus servos O servirão..." [Apocalipse 22, vs. 3]. Embora a angústia e as tribulações nos assaltem tão violentamente a cada dia, a redenção prometida também está cada vez mais próxima e, quando ela for revelada, aqueles que a aguardam "verão a face de Deus", "terão o Seu nome em Sua fronte" e "não mais precisarão de luz de candeia nem da luz do sol, pois o Senhor Deus os iluminará e eles reinarão para todo o sempre..." [Apocalipse 22, vs. 4-5]. Por tudo isso, resta aos que crêem Naquele sobre quem os "anjos cantaram" no primeiro Natal "fazerem a vontade de Deus com perseverança" para que, assim, "alcancem a promessa", pois "...em breve, muito em breve, Aquele que há de vir virá e não tardará..." [Hebreus 10, vs. 37]. Por outro lado, quanto aos que ainda desprezem o Emanuel, o Deus encarnado, a única alternativa é o arrependimento e a fé no Único que pode dar "vida sem fim" a quem Nele confia. 

E quanto a você?
Seus olhos enxergam apenas a dureza e o sofrimento da vida ou, como o poeta, você é capaz de ver que vida "é linda" e "pode ser boa de se viver em qualquer lugar"?

Que tipo de fé você tem cultivado? Aquela que se confunde com um "pensamento positivo" e está direcionada para quem a possui ou a fé Naquele que é verdadeiramente digno de nossa inteira confiança?

Você pode reconhecer que o Natal exibe de forma clara que "Deus inclinou o Seu olhar sobre nós" a fim de cuidar de nossa situação de pecado e perdição? O que o "cântico dos anjos" sobre "a vida que nunca tem fim" diz a você hoje?

Finalmente, você está preparado para o Segundo Advento? De qual lado você estará - dos que sofrerão eterna punição diante da glória Daquele que virá para julgar os vivos e os mortos ou daqueles que ouvirão "venham e tomem de graça da fonte da água da vida"? 




Pela fé inabalável na vitória que virá,




Soli Deo Gloria!