quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Uma quasi-ode à "justiça triunfante" - uma oração

Da ignorância e sem as palavras certas,
Mas confiante em Tua misericórdia terna,
Apresento-Te esta petição, Pai onipotente,
A Quem todas as coisas céleres obedecem
E, em cuja justiça, devo aguardar paciente.


Por meio dos ditos de um sábio rei
Ordenas que "guardemos com zelo o coração",
Posto que, seja benção ou maldição,
Seja água amarga ou água doce,
Podem vir de uma mesma fonte.
Tu, que sondas o nosso interior,
E que ouves as palavras ainda "sem som",
Vigia a 'porta de nossos lábios'
O 'algoritmo de nossos comentários',
E faz-nos andar como filhos obedientes.
 

Uma e outra vez assim disseste:
"A mim pertence toda autoridade",
E, como Contigo também está a fidelidade,
Sei que a todos recompensas com justiça
Descanso, pois, tão-somente em Ti,
Minha salvação e lugar seguro
Pois Tuas palavras sustentam o mundo
 E, por meio delas, Tu me vivificas. 

Dessarte, oro não só por mim mesmo,
Mas por aqueles que estabeleces
Como Teus servos em nosso mundo,
A fim de que todo mal seja punido
- E todo bem receba o louvor devido -,
De tal modo que vivamos em paz.
Guia os corações deles, Rei soberano,
Qual rio por Tuas mãos governado,
Para que honrem o que lhes é confiado
Enquanto cuidam de seus semelhantes
E, obedecendo-Te, não sejam arrogantes. 


Bem sei que nosso mundo é quebrado,
    Devido à nossa rebelião e pecado,
Pelo que muitas vezes parece vão
Possuir 'mãos limpas na inocência'
E conservar puro o coração
Perdoa, ó Deus compassivo, minha indignação,
Quando esta não é justa perante Ti,
Mas não me permitas ser conformado
Com a transgressão da Tua Lei
Pela qual os ímpios têm Te afrontado. 
Corram sempre 'rios de meus olhos'
Pelo zelo e por amor de Teu nome —
O Qual por todos deve ser santificado. 

Quanto aos 'príncipes' e 'filhos de homens',
Tu nos fazes saber que não podem salvar,
Uma vez que, ao retirar-lhes o fôlego,
Se desvanecem, fugazes como um sonho,
E já não se acha mais o seu lugar.
Ajuda-nos, pois, a firmar a fé em Ti,
Sustento nosso nos dias bons e ruins
O Único ante Quem nos prostramos
 - Visto que estás 'acima de tudo e todos' -,
E em cujo amor fiel esperamos —
Do qual nada haverá de nos separar. 


Inclina, pois, Teus olhos para minha 'pátria amada'!

Há mentiras e falácias nos jornais
E, nas escolas, a exaltação da ignorância,
Nas universidades, a história é "reescrita"
Pelos que ocultam seus rastros de matança.
Perverte-se a inocência das crianças
E, na arte, a beleza é artigo ausente,
Nas cortes, a tirania parece onipresente,
E a justiça, violada, no ostracismo é esquecida.
Até quando, ó Juiz de toda a terra,
Os malfeitores viverão impunemente?
Levanta-Te, prepara Tuas flechas ardentes,
Para que se conheça que só Tu reinas. 

Suplico, por fim, que a Tua misericórdia,
Vitoriosa, prevaleça no juízo,
Pois sem ela somos todos desprovidos
Da esperança da vida eterna.
Dentre os males fora e dentro de nós,
Nenhum é mais vil que o pecado,
Por cuja maldição estamos condenados
Até que se interponha o Mediador.
Bendito és Tu, que levaste nossos fardos
E os lançaste sobre o Cristo crucificado -
Esperança viva para todo o que se humilha
E, arrependido, somente em Ti confia.


Mais bem-aventurado, porém, será o Dia
No qual os tiranos serão abatidos
E os piedosos, outrora maltratados,
Em Teus braços eternos serão acolhidos.
Aguardo, anelante, por novos céus e nova terra,
Onde Tua justiça, triunfante, habitará.
Não haverá mais "falsas democracias",
Pois o Verdadeiro Rei, enfim, governará,
Ao Qual, satisfeitos, serviremos para sempre,
Nossa alegria soberana e glória perene.



Soli Deo Gloria!