sábado, 29 de setembro de 2018

Tanto a Cruz quanto a Espada [ou Oração de um "realista esperançoso"]

Os dias são maus 
E a geração é perversa.
Será que ainda há algum proveito
Em "remir o tempo" ou buscar livramento?
A iniquidade se multiplica 
E o amor de muitos se esfria.
Quem será capaz de perseverar até o fim?
E, mesmo que alguém o seja, 
Não seria isso "vaidade e correr atrás do vento"?
Ó Deus, uma coisa eu peço:
Ajuda-me na minha incredulidade.

A todo mal se concede uma "máscara da beleza"
Para que os ímpios sejam exaltados
E, em contrapartida,
Difama-se o bem e os "bons" são caluniados. 
Promover a vulgaridade é "direito supremo"
Mas a busca da virtude é "ameaça" -
Ameaça à "liberdade", à "democracia", ao "povo", 
Bem como a qualquer outro "espantalho",
Construído para iludir incautos
E inflamar a paixão dos "empoderados". 
Até quando, ó Senhor,
Ocultarás de nós a Tua benignidade?

Grande tristeza é, portanto, para mim,
Contemplar muitos irmãos que, por toda parte,
Seja por ignorância ou por malícia,
Endossam o nefasto canto dos mentirosos dominantes.
Ainda que acreditem estar "do lado do bem"
O "novo bem", que na verdade é o "velho mal" -,
Confundem joio com trigo
[Sem notar a semeadura do inimigo],
Colocam moscas em frascos de perfume
[Maculando o que deveria ser incólume],
Levedam a massa com fermento estragado
Ou guardam "vinho novo em odres velhos"
[Cujos prejuízos jamais serão compensados].
Agora, pois, Senhor, o que posso esperar?

De fato, tenho sofrido dupla aflição,
Tanto pelos irmãos outrora citados
Quanto por alguns outros que,
Embora não estejam de tal modo ludibriados,
Pelo próprio conhecimento inflam o coração.
Disseste-nos que, se alguém acredita ter sabedoria,
Ainda não sabe como convém,
Visto que o conhecimento ensoberbece
Ao passo que só o amor edifica -
Amor sem o qual nada se aproveita
E ninguém pode ser coisa alguma,
Mesmo que seja detentor dos mistérios
Ou da "vida intelectual" tal como nos antigos monastérios.
Somente Tu és sempre verdadeiro
Enquanto todos nós, reles mentirosos,
Até que, por graça livre e soberana,
Recebamos de Ti uma nova mente
E assim, sejamos inteligentes sem sermos orgulhosos
Logo, se tudo o que tenho foi por mim recebido,
De que deveria me gloriar?

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Eis-me então entre a cruz e a espada.
Qual destas devo escolher?
Embora ambas remetam simultaneamente à morte,
Uma é, usualmente, símbolo do "morrer",
A outra, todavia, usada para matar.

Num mundo que "jaz no Maligno",
O qual foi homicida desde o princípio,
Matar sem restrição e sem motivo -
Seja a reputação ou a dignidade,
Seja a esperança ou a própria humanidade
[Pelo fio da espada, na faca ou com muitos tiros] -
É entretenimento por excelência.
Contudo, os "assassinos que estão livres",
Protegidos por seus seguranças armados,
São os mesmos que pedem "paz e amor"
Enquanto sustentam diversos "crimes organizados"
E cinicamente fingem ser contrários a toda violência.
Esse é o nosso mundo -
Um teatro de vampiros,
Ou melhor, um "teatro das tesouras",
Cujas lâminas seguem caminhos opostos
E, exatamente por parecerem contrárias entre si,
Executam o objetivo desejado.
Até quando, ó Senhor?
Será que, algum dia, faremos proezas em Ti
E, assim, nossos inimigos serão finalmente pisados?

Diante da Cruz ou da Espada,
A única solução viável
É não ter que escolher apenas uma delas,
Mas, de um lado, tomar a Espada nas mãos
E, de outro, tomar a Cruz sobre os ombros.
Com a Espada desembainhada,
Atacar os adversários certos
Por meio de golpes mortais,
Bem como defender o que precisa ser defendido
Ainda que me custe a própria vida.
Na Cruz, mortificar tudo o que me é próprio,
Para que a Vida do Redentor crucificado
Se manifeste em meu corpo mortal.
Eis a tênue dualidade!
Estar tanto pronto para matar quanto para morrer,
Tanto para destruir o mal que está fora
Quanto para crucificar o mal que está dentro.
No entanto, para destruir ambos os males,
Eu não posso confiar em mim mesmo,
Uma vez que "olhando pra mim posso saber
Que nada posso fazer".
De onde, pois, viria o meu socorro senão de Ti?

Não posso confiar igualmente em príncipes
Nem em filhos de homens
Nos quais não há salvação.
 Ora, em dias nos quais meu país
Está prestes a "decidir" seus próximos anos,
É possível ver muitos "falsos redentores"
Ou mesmo pessoas bem intencionadas
Sendo tratadas como "salvadores da pátria".
Apesar de saber que Tu usas homens -
Inclusive homens ímpios -
Para cumprir os Teus propósitos eternos,
Minha esperança não pode estar neles
[A fim de não ser maldito aos Teus olhos]
Mas unicamente em Ti,
Que mereces o louvor de todos os povos.
Minha oração é que Tu resplandeças o rosto
Sobre esta terra [que está em trevas],
Para que, na Tua Luz,
Todos possam ser verdadeiramente iluminados.
Levanta-Te, ó Deus, e julga a terra!
Todas as nações - inclusive a minha - pertencem a Ti!
Até quando outros senhores -
Os quais podem ser chamados de "os maus brasileiros"
- Se assenhorearão de nós?


 Sou um realista esperançoso.


De fato, procuro não me enganar com falsos otimismos
Ou, aludindo às palavras de certo filósofo britânico,
Consigo enxergar algumas "vantagens no pessimismo".
Ao mesmo tempo, trago uma viva esperança -
A qual me sustenta frente ao triunfo da impiedade,
Bem como em meio a desilusões políticas
Ou a deterioração de minha sociedade -
Tão viva que vai além dos limites da morte,
Visto que vem Daquele que ressuscitou
 A fim de mudar para sempre a minha sorte. 
Bendito seja aquele "terceiro dia",
No qual a pedra foi de uma vez removida,
Para que o Rei dos Reis,
O Soberano dos Reis da terra
Que exalta os humilhados e humilha os exaltados
Também me ressuscitasse Consigo,
A fim de que, no Último dia -
No qual todo o mal será por Ele vencido
E, a partir do qual, tudo estará redimido -
Todos os meus outros irmãos comigo ressuscitem
A fim de celebrá-Lo para sempre e com gozo infinito

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Soli Deo Gloria!