sábado, 28 de fevereiro de 2015

O antigo "admirável mundo novo"...

Eis-me aqui, outra vez. 

Depois de meu último post inflamado e furioso, quero continuar no mesmo espírito audacioso - mas, dessa vez, não li nada que me despertou indignação nas redes sociais. Sem mais demora, vamos adiante. 


Primeiramente, o título desse post é um tanto ousado, pois faz uma sutil alusão ao livro do Aldous Huxley chamado "Admirável Mundo Novo", bastante ovacionado entre certos intelectuais - eu, na verdade, nunca li o livro [e, exatamente por isso, não falarei dele em si como se soubesse exatamente do que se trata] mas, de maneira mais lúdica (porém racional), tentarei falar a respeito do que seu título talvez queira nos dizer, mas que poucos conseguem ver.

Admirável mundo.

Considerando a época em que o livro foi escrito, suponho que o autor tenha vivenciado de perto a efervescência de muitas ideias intrigantes e revolucionárias, especialmente quanto à sociedade, política, religião e afins. Além disso, imagino que algumas dessas ideias estejam presentes na obra - particularmente, a busca de um mundo futuro perfeito e ideal, totalmente diferente de tudo que vivemos até agora, como um sinal de rompimento com toda a tradição antiga (seja social, seja cultural, seja religiosa etc.) para alcançar algo novo, o "admirável mundo novo". Partindo-se desse pressuposto, podemos associar esse pensamento à busca mais ávida da humanidade atual, cada vez mais insatisfeita com tudo e com todos, sempre correndo atrás de "novos paradigmas", "novos direitos" e "novas modalidades sociais", porém cada vez mais sem sucesso - ora, quanto mais se ocupa espaços, mais se faz "mimimi". Algo nesse provável "admirável mundo novo" está errado ou, por outro lado, esse "mundo" futuro simplesmente é uma ilusão. 


Porém, esse texto tem um título aparentemente inusitado, pois o que seria um "antigo admirável mundo novo"? Se é antigo, não pode ser novo e vice-versa, não é? Não, não necessariamente.

De fato, sempre que penso nesse tipo de coisa (em velho e novo, repetições e descobertas), me vem na mente uma frase do rei Salomão, que certa vez disse:

O que foi, isso é o que há de ser; e o que foi feito, isso se tornará a fazer; de modo que não há nada de novo debaixo do sol. [Eclesiastes 1:9] 

O sábio está com a razão - por mais que as molduras mudem, os quadros são os mesmos. Por mais que as coberturas mudem, são os mesmos bolos com os mesmos recheios de muitos anos atrás. O que aconteceu ontem se repete hoje, e o que se faz se fará outra vez semana que vem. Não há nada de novo diante de nossos olhos e, mesmo assim, eles "não se fartam de ver" as mesmas coisas bem como "os nossos ouvidos de ouvir". Ou seja, o que é provavelmente descrito por Huxley como o "Admirável Mundo Novo" já deve ter passado pela mente de alguém antes dele ou mesmo depois (mas que nunca tenha lido o livro). Em suma, se faz oportuna a citação do Cazuza, que dizia que "via um museu de grandes novidades" - isto é, os "grandes inovadores" simplesmente exibem suas descobertas nos "museus das esquinas de cada dia"


Mas... existe mesmo esse tal "antigo admirável mundo novo"?

Se algo é antigo e novo ao mesmo tempo, esse algo não pode ser limitado à esfera temporal da vida - ou seja, é atemporal, eterno. Ora, se algo é eterno em sua natureza, ele só pode ser proveniente de uma Única Fonte - O Eterno, O Atemporal, O Ilimitado, Deus. Deus?

O que Deus pode ter a ver com esse "admirável mundo novo" - o qual, até onde sei, foi idealizado por um escritor provavelmente humanista e ateu?

Na verdade, as Escrituras Sagradas falam de uma espécie de "admirável mundo novo", porém bem diferente daquele mundo onde as coisas "antigas" deveriam ser consideradas obsoletas, retrógradas e opressivas e, por isso, algo novo utópico e hipotético precisa ser buscado como substituto dessa "velha ordem". Em vez de uma "nova ordem", as Escrituras falam de uma ordem que desde sempre foi estabelecida por Aquele que é Eterno, Deus, o Criador, a qual não pode nem precisa ser mudada, visto que um Ser perfeito não precisa repensar os Seus próprios atos, como se houvesse o risco de equívoco. Que seria esse "antigo admirável mundo novo"?

Jesus Cristo, conforme registrado pelo evangelista Mateus, disse que virá o dia em que Ele mesmo convidará a todos os Seus escolhidos, os "benditos de Seu Pai", para "virem e tomarem posse do reino que está preparado desde a fundação do mundo" (Mateus 25:34). Um reino preparado desde a fundação do mundo - não havia céus, não havia terra, não havia galáxias, não havia mares, não havia animais nem plantas, não havia homem, não havia nada, exceto Deus e Sua solitude. Meio que de repente, Ele prepara um reino, o Seu reino, preparado para que num futuro seja desfrutado por um povo que Ele mesmo criaria e chamaria para Si mesmo, os "benditos do Pai", os "Seus escolhidos". Em outros lugares, o mesmo Jesus disse que "o reino de Deus está entre nós" e que "foi do agrado do Pai dar-nos o Reino" - isto é, o mesmo Reino que está pronto desde o princípio já começou a ser uma realidade [desde a vinda de Jesus, o Filho de Deus] e foi dado por Deus de graça a todos os que O seguem verdadeiramente. É o "antigo admirável mundo" - pois "o que o olho não viu, o ouvi não ouviu e jamais penetrou no coração do homem, é isso que Deus tem preparado para aqueles que O amam" [1 Coríntios 2:9].


Entretanto... se esse "reino" já foi preparado desde a fundação do mundo, como pode ser "novo"?

Nesse caso, o reino que Deus preparou (conforme as próprias palavras de Jesus) ainda não está estabelecido plenamente, pois algumas das várias profecias presentes nas Escrituras sobre o "fim do mundo" falam que só naqueles últimos dias "todos os reinos do mundo passarão a ser de nosso Senhor e de Seu Cristo, que reinará para todo o sempre" (Apocalipse 11:15). Ou seja - chegará o dia em que ninguém subsistirá diante do poder Daquele que tem todo o poder. Nada vai adiantar para promover escape, fuga ou refúgio, pois quando isso vier a acontecer será "o dia da ira do Cordeiro" [o mesmo Cordeiro que tira o pecado do mundo, mas que agora virá para emitir seu justo julgamento], diante da qual ninguém pode permanecer, a não ser aqueles que já foram livrados dessa mesma ira - uma ira violenta, voraz, furiosa e flamejante, que será derramada sem misericórdia. Em que grupo você está? No daqueles que permanecem ignorando a Cristo e, assim, estão sob a iminente condenação divina, ou no grupo dos que creram Nele e foram perdoados e, por isso, estão livres de qualquer punição? 


Finalmente, o "Antigo Admirável Mundo Novo" [antigo porque foi preparado pelo Seu supremo Arquiteto desde sempre, e novo porque ainda virá de maneira plena e gloriosa] falado nesse texto não é mais um tema literário qualquer - é aquilo que o próprio Deus disse ser Sua Palavra, pela qual muitos, desde os primeiros séculos até hoje [talvez hoje mais que antigamente], têm dado a própria vida. Muitos foram [e ainda são] serrados ao meio, mortos ao fio da espada, queimados vivos, assassinados pelos próprios compatriotas, presos em masmorras até a morte, decapitados, crucificados, desprezados pelas suas famílias, saqueados ou mesmo castrados - fazendo isso em paz, resignação e até mesmo com alegria. Será mesmo possível alguém passar por essas coisas e ser resignado, ter paz e expressar alegria? Sim, mas apenas quando a alegria que se tem é superior a toda perda, dor, aflição ou sofrimento. Em outras palavras, quem sabe que é somente um "peregrino em busca de uma pátria melhor" [mesmo que essa "pátria" seja precedida de "ilhas solitárias" ou "serpentes do mar"], sabe que nada poderá ser mais gratificante do que "completar a jornada" e chegar no destino para o qual foi determinado.

Enfim, o "antigo admirável mundo novo" é onde as "velhas verdades" continuarão sempre sendo atuais [uma vez que são eternas], onde não haverá espaço para "novos paradigmas" ou "novas ordens sociais" que não sejam conforme a decisão Dele e, especialmente, é um "mundo" realmente admirável - ora, um lugar em que não há morte, choro, pranto ou dor, em que a luz do sol bem como a da lua serão desnecessárias por causa do resplendor do Seu Rei e, sobretudo, onde haverá felicidade eterna e plena, só pode ser, no mínimo, admirável; porém, mais admirável e digno de ser eternamente apreciado não é o "mundo" em si, mas Aquele que o preparou, para Quem são todas as coisas e a Quem é devida toda a honra.



E então? Que mundo te espera depois dessa vida aqui? Ou, que tipo de "admirável mundo" você tem procurado?
Um mundo "novo" utópico em que o destino é a ilusão e o sofrimento, ou o mundo "antigo", prometido por quem não pode falhar nem mentir?





Pela certeza de ser herdeiro do "antigo admirável mundo novo",





Soli Deo Gloria!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Nada além da verdade...

Hoje não estou para textos amigáveis.

Ultimamente, tenho sido mais leve e sereno em minhas postagens mas, dessa vez, algo me despertou indignação... Indignação profunda, violenta, ácida. Acredito que faz um bom tempo que eu não estou tão furioso. Mas tenha calma - eu não sou nenhum ditador comunista ou membro do Estado Islâmico; o máximo que posso fazer é escrever algumas palavras que confrontarão a quem ler esse post, especialmente a mim mesmo. 


Sem mais rodeios, o título desse post remete a um programa de TV razoavelmente recente, chamado "Nada além da verdade". Eu não tinha o hábito de assisti-lo, porém suponho que a ideia básica do mesmo era que cada participante convidado falasse apenas a verdade, "nada além da verdade", a respeito de qualquer assunto sobre o qual fosse questionado. Em suma, a verdade era a única coisa permitida (em tese) no programa - e, do mesmo modo, a verdade será a única coisa a ser buscada neste post, doa em quem doer. Aqui neste blog não há espaço para a "ditadura dos ofendidinhos"; a nossa sociedade já faz isso para os interessados.

Portanto, partindo da ideia de "nada além da verdade", queria relembrar um dos diálogos mais peculiares registrados na Bíblia, entre Jesus Cristo e Pilatos, como registrou o evangelista e apóstolo João:

Pilatos então voltou para o Pretório, chamou Jesus e lhe perguntou: "você é o Rei dos judeus?"
Perguntou-lhe Jesus: essa pergunta é tua, ou outros te falaram a meu respeito?
Respondeu Pilatos: "Acaso sou judeu? Foi o seu povo, bem como os chefes dos sacerdotes que o entregaram a mim. O que você fez?"
Disse Jesus: "o meu Reino não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem. Mas agora o meu Reino não é daqui".
"Então você é Rei!", disse Pilatos. Jesus respondeu: "Tu dizes que sou Rei. De fato, por esta razão nasci e para isso vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz".
"O que é a verdade?", perguntou Pilatos. [Evangelho de João, cap. 18, vs. 33-38a]


Verdade. 
Verdade? 
Verdades?

Essa é a palavra mais perturbadora, assustadora e desprezada de nossa língua. É a palavra da qual todos fogem como alguém corre de um enxame de abelhas silvestres no meio de uma floresta densa, seja mais rapidamente ou mais lentamente. Uma coisa é certa - a verdade existe, é uma realidade, não importa o que você (ou eu, ou quem quer que seja), caro leitor, pense. Se não podemos/conseguimos fugir dela, damos um "jeitinho brasileiro" e a distorcemos a nosso bel prazer, conforme nossas conveniências ou padrões "politicamente corretos". Por outro lado, a pergunta de Pilatos talvez não tenha sido respondida diretamente para ele por Jesus (o relato bíblico não dá detalhes a esse respeito), porém sua resposta já havia sido dada pelo próprio Cristo no mesmo Evangelho alguns capítulos antes, onde Ele disse: "eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" (João 14:6). Antes de tudo e sobretudo, a "verdade" que Pilatos queria descobrir estava ali, na sua frente - uma verdade tangível, visível, encarnada, viva. Não posso saber se Pilatos descobriu a "resposta" para sua pergunta tão crucial, mas eu sei que essa pergunta chega até mim e você ainda hoje - logo, qual resposta temos considerado como certa? Temos algumas opções - não há verdade, existe uma verdade para cada um ou existe uma verdade absoluta que é base para todas as outras "verdades secundárias". Segundo o Livro Santo, Jesus é a verdade absoluta e, logo, as demais "verdades" só serão verdades caso se conformem com Ele e Nele.


No entanto... o que significa dizer que Cristo é a verdade? 
A Bíblia ousa afirmar que há uma única verdade que é medida de todas as coisas, e não apenas isso - ela diz que a verdade é uma Pessoa, uma Pessoa que é declarada como Deus e que também se fez homem
Mas e daí?

Considerando o texto transcrito acima, o mesmo se refere às últimas horas de Jesus antes de Sua morte, precisamente quando Ele foi levado a Pilatos, o governador romano da região da Judeia, para ser julgado. Nesse contexto, Jesus foi questionado se era o Rei dos judeus (remontando à acusação feita pelo povo contra Ele) e, depois de algumas palavras de Pilatos, Ele disse que o Seu reino não era desse mundo - ou seja, Ele confirmou que era um Rei, mas de um reino diferente de qualquer outro reino concebido pela mente humana. Após essa resposta desconsertante de Jesus, Pilatos (possivelmente num tom irônico) pergunta a Jesus novamente se Ele era Rei, declaração que foi seguida da tréplica mais devastadora que alguém poderia imaginar - Jesus confirma Sua identidade de Rei e disse que veio ao mundo para revelar a verdade, para testemunhar da verdade, conforme as palavras "...tu dizes que sou Rei. De fato, eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, para testemunhar da verdade. Todos os que são da verdade me ouvem". Não há como ser mais claro - alguns ouvem a voz de Jesus por serem do lado da verdade, de modo que aqueles que não ouvem estão obrigatoriamente no lado da mentira, do lado do engano. Não é uma questão de ser "socialmente relevante", "politicamente correto" ou "religiosamente aceitável" - a única coisa que interessa é se damos ouvidos à voz do Mestre Nazareno ou se a ignoramos. 


Dentre as diversas coisas que Jesus Cristo disse, gostaria de destacar uma que foi descaradamente pisoteada em um post que li recentemente no facebook - no caso, em uma das páginas que sigo, li uma publicação que dizia "...se alguém não faz missões 'junto' e nem 'perto', não é missionário em lugar algum". Por um lado, eu concordo com a ideia da frase, pois quando Jesus Cristo nos comissionou para a proclamação de sua mensagem [bem como com base em Seu próprio exemplo], Ele disse para "começarmos por Jerusalém", o que indica que devemos ser testemunhas Dele desde o lugar em que estamos, trabalhamos, estudamos ou nos divertimos com nossos amigos. Todavia, alguns daqueles "teólogos piedosos de internet" - que parecem ser zelosos da verdade divina mas ainda nem lavaram a louça do almoço ou nunca juntou seus pares de tênis que não usa mais para doar a quem precisa - apareceram como "juízes" destilando estupidez ao condenar outros que vão evangelizar países ricos como a Itália, Estados Unidos, Canadá e Inglaterra, como se isso fosse obrigatoriamente um "pretexto pra turismo" em nome de "fazer missões", acrescentando que esses "falsos missionários oportunistas do 1º mundo" deveriam ir aos lugares pobres do Brasil, da África ou Ásia em vez da Europa ou América do Norte, já que nestes últimos continentes existem muitas igrejas cristãs... Será mesmo? 

Em primeiro lugar, desde quando o critério para se evangelizar alguém é a condição social ou o país onde se mora?
Em que Bíblia está escrito "...não more mais em Paris ou em Milano e creiam no Evangelho?" 
Ou "...ide apenas nas favelas ou ao sertão e pregai o evangelho apenas a eles"? Que conversa herética é essa?


A despeito de sua opinião "comunista-cristã" [na verdade, esse termo nem faz sentido, mas o empreguei por um neologismo], a Bíblia diz que eu não devo compartilhar Cristo com alguém pelo fato desse alguém ser necessariamente pobre, subnutrido ou morar num lugar miserável, mas sobretudo pelo fato desse alguém estar perdido em seus pecados, morto espiritualmente e estar à beira do abismo do inferno enquanto permanece sem Cristo - ora, tanto ricos quanto pobres, tanto africanos quanto europeus, tanto sertanejos quanto canadenses, se não estiverem em Cristo, estão igualmente carentes do Evangelho. Provavelmente, muitos desses que aparentam ser os "cheios de compaixão pelos necessitados" ou "adeptos de um evangelho 'integral'" [ora, se é um "evangelho integral", tem que afetar tudo e todos - pobres e ricos, negros e brancos, índios e latinos, favelas e universidades, sertão e Europa, tribos africanas e grupos milionários norte-americanos] querem apenas ser mais espirituais que os outros "diferentes deles", usando da miséria alheia para promoverem sua "pretensa espiritualidade superior". Será que não é melhor você colocar o lixo pra fora como sua mamãe pediu ou fazer o trabalho da faculdade em vez de exibir sua "falsa piedade" na internet?

Na verdade, nesse tipo de "cristão de facebook" não há compaixão nenhuma pelos pobres ou por qualquer grupo social ou país que seja - o que difere tanto do Mestre que eles dizem seguir, que "olhava as multidões e tinha compaixão delas, porque andavam desgarradas e errantes, como ovelhas sem pastor" [perceba que o que gerou compaixão no coração de Jesus foi o fato das multidões estarem perdidas e errantes, e não a etnia delas ou o seu poder aquisitivo] e que também "com Seu sangue comprou para Deus os que procedem de TODA tribo, TODO povo, TODA língua e TODA nação". Toda tribo, todo povo, toda língua, toda nação - que coisa grandiosa é saber que o Deus verdadeiro, o Deus que se fez como um de nós, salva sem distinção de cor, condição social, nação, cultura e local, de forma que todos os que sutilmente restringem o alcance da missão de pregação do Evangelho em nome de um "falso zelo pelos mais carentes ou mais oprimidos" são promotores da mentira ou, em outras palavras, são imitadores ávidos de seu mestre e príncipe - o pai da mentira, o sedutor de todo o mundo, a velha serpente. 


Porém, como você pode saber se eu estou falando a verdade, "nada além da verdade?"

Bem, só posso me ater à voz de Jesus, que ecoa poderosamente mediante algumas de Suas próprias palavras, como segue:

"Então Jesus se aproximou deles e disse: foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, indo, façam discípulos de todas as nações..." [Mateus 28, vs. 18-19a]

"E Ele lhes disse: vão por todo o mundo e preguem o Evangelho a toda a criatura". [Marcos 16, vs. 15]

"E lhes disse: está escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, e que em Seu nome seria pregado o arrependimento para perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém". [Lucas 24, vs. 46-47]

"Assim como Tu me enviaste ao mundo, Eu também os enviei ao mundo". [João 17, vs. 18]


Autoridade nos céus e na terra. 
Ir por todo o mundo e pregar o evangelho a todos. 
Arrependimento para perdão dos pecados a todas as nações. 
Assim como Ele foi enviado ao mundo, Ele nos enviou ao mundo. 

Simplesmente, eu não tenho o mínimo direito de ousar limitar o alcance do amor divino ou não posso me julgar mais sábio que o próprio Deus, O qual intencionou tornar Seu nome exaltado entre todos os povos, de forma que somos convidados/intimados a ser parte disso - as Escrituras nos chamam para "louvarmos a Ele entre todas as nações", a "anunciarmos entre as nações a Sua glória e entre todos os povos as Suas maravilhas" ou "para sermos Suas testemunhas até os confins da terra".  Enfim, contra toda essa onda de "falsa compaixão missionária virtual" eu quero continuar a obedecer ao Único que merece minha total obediência, o Qual me enviou ao mundo - isto é, sempre que Ele quiser, irei à Europa ou mesmo aos EUA ou Canadá para levar o Evangelho a todos os que lá estiverem e que ainda não forem salvos [ora, eu não estou nem aí pros mimimizentos das redes sociais, que condenam quem vai ser missionário na Suíça enquanto são loucos pra esquiarem nos Alpes ou visitarem as fábricas de chocolate de lá - ah, como eu amo os hipócritas!] ou, caso Ele também queira, irei no sertão, na África ou em qualquer outro lugar. Não é o lugar, a cultura, o padrão social ou a etnia que importa - o que importa é que Deus seja glorificado na medida em que Seu nome é proclamado e pessoas de toda tribo, povo, língua e nação olham para Ele e são salvos, pois Ele diz: "...olhem para mim e sejam salvos, todos vocês, todos os termos da terra: porque eu sou Deus, e não há outro"


E você? Qual voz você tem ouvido?
Se você é um cristão e ainda não tem dado a atenção devida à voz do Filho de Deus - aquele que diz que todo o mundo precisa ouvir a Seu respeito -, dê atenção agora e veja o mundo, todo o mundo, como o seu campo missionário.

Mas, se você não é um cristão e, por isso, tem ignorado e desprezado a voz de Jesus, ouça Ele te chamar a olhar para Ele, para que você seja salvo - basta olhar para Ele, que foi à cruz morrer para salvar os pecadores da condenação eterna... Olhe, olhe para a cruz e vá para ela enquanto ainda há tempo, pois talvez amanhã você não esteja mais aqui e se lembre desse post já no inferno! Olhe para o Filho de Deus, para a Verdade Viva, e seja salvo.





Pela alegria de ser liberto pela verdade e nada além,





Soli Deo Gloria!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Em todo lugar, no mesmo Lugar...

Estou novamente por aqui.

Após a primeira postagem do ano, estive bastante atarefado - seja com questões pessoais, seja com as últimas responsabilidades acadêmicas (assim espero) - e, portanto, apenas hoje, já em um novo mês do ano, parei por um tempo para escrever. 


Como tem sido comum ultimamente, pretendo basear esse texto numa música que faz parte de minha "trilha sonora pessoal". A música à qual me refiro é de uma banda bastante peculiar chamada Crombie, que combina ritmos brasileiros com influências do rock, indie, folk e certas originalidades [eu recomendo!], cuja primeira estrofe diz:

Uma experiência que nos toque
Uma placa que indique a direção
Um remédio pra sarar a dor
Uma porta que se abra logo ali... [Tudo no mesmo lugar - Crombie]

Experiência que toca. Placa que indica. Remédio que sara. Porta que se abre.


Primeiramente, visto que todos nós, seres humanos, somos seres sociais, conclui-se que as experiências são parte fundamental da vida, sejam boas ou ruins. Na verdade, todas as experiências, independentemente de sua natureza, nos tocam - ou de modo positivo, ou de modo negativo. No entanto, algumas experiências inicialmente dolorosas acabam sendo muito mais benéficas do que muitas outras que pareciam prazerosas no começo e, dessa forma, acabam funcionando como "placas que indicam" a direção para a maturidade. Por outro lado, precisamos igualmente vivenciar coisas boas, pois a lembrança delas nos ajuda a manter a "esperança" - ou seja, as experiências alegres são o "remédio pra sarar" as dores que ainda sentimos ou são a "porta que se abre" diante de nós para enxergarmos novas perspectivas

Dando continuidade, próxima estrofe da música diz:

"Uma fresta que ventile o ambiente
Uma tranca que nos livre do ladrão
Uma joia que nos sirva de enfeite
Uma novidade que nos ilumine a escuridão..."


Neste trecho, o poeta continua descrevendo algo que traz refrigério [como uma "fresta por onde o vento passa"], que protege do perigo [a "tranca que livra do ladrão"], que confere beleza [a "joia que enfeita"] e que "ilumina a escuridão" [como uma boa notícia em tempos de destruição e desânimo]. Nesse sentido, considerando-se que todas essas dádivas ou virtudes [refrigério, proteção, beleza e iluminação] sejam possíveis de serem experimentadas ao mesmo tempo [ou no mesmo lugar], dificilmente será possível imaginar algo melhor do que isso - ora, todos procuram e precisam de alívio (visto que o sofrimento é algo real), assim como [de] proteção (basta considerarmos a violência desenfreada que nos amedronta), beleza (ainda que, de certa forma, esta esteja "nos olhos de quem vê") e luz (nada é mais aterrorizante do que andar na escuridão, pois quem caminha em trevas não sabe para onde vai). Quanto a isso, me recordo de algumas palavras registradas no Livro Santo, onde se lê:

O Senhor é meu pastor, e de nada tenho falta.
Ele me faz repousar em pastos verdes, guia-me mansamente a águas tranquilas e refrigera a minha alma... [Salmo 23, vs.1-3a]

Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. [Salmo 46:1]

O Senhor está exaltado acima de todas as nações, e acima de todos os céus está a sua glória. [Salmo 113:4]

O povo que andava em trevas viu uma grande luz, e sobre os que viviam na terra da sombra da morte a luz raiou.
Desde então Jesus começou a pregar: arrependam-se, pois o reino de Deus é chegado. [Mateus 4:16-17]

Refrigério, proteção, beleza e luz - tudo no mesmo Lugar, tudo em um mesmo Alguém. Assim, restam duas alternativas: ouvir a música ou tapar os ouvidos e se fazer de surdo.


A terceira parte da música diz:

"Uma voz que cante uma bela cantiga
Um dizer que nos alegre o coração
Uma colcha de retalhos colorida
Uma história que nos prenda a atenção..."

No mesmo raciocínio do trecho anterior, o autor continua poetizando a respeito desse "algo" que se manifesta de várias maneiras e que, portanto, pode ser semelhantemente remontado a outros trechos do mesmo Livro mencionado, onde também se lê:

No último dia, o mais importante dia da festa, Jesus levantou-se e disse em alta voz: se alguém tem sede, venha a mim e beba. [...]
Ouvindo as suas palavras, alguns no meio do povo disseram: certamente este homem é O Profeta. [João 7, vs. 37 e 40]

E, começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito Dele em todas as Escrituras. [...]
Quando estava à mesa com eles, tomou o pão, deu graças, partiu e o deu a eles. 
Então, os olhos deles foram abertos e O reconheceram, mas ele desapareceu da vista deles.
Perguntaram, então, um ao outro: não estava queimando o nosso coração enquanto Ele nos falava pelo caminho e nos expunha as Escrituras? [Lucas 24:27, 30-32]

Alguém cuja voz se ergue e diz coisas que ninguém jamais disse e que, quando fala, faz arder o coração de quem O ouve. O mesmo Lugar, o mesmo Alguém. 


Finalmente, a música termina com os seguintes versos:

"Tudo o que a gente mais deseja
Mesmo não sabendo bem do que se trata
Tudo que é sorriso de felicidade
A gente encontra no mesmo Lugar...
E quem saiu a procurar, chorando solidão
Voltou em paz, feliz da vida
Lembrando da canção..."

Todos procuram satisfação, alegria, realização ou, como se diz, um sentido para a vida. Quase sempre, nem sabemos o quê procurar, nem como procurar e, especialmente, não sabemos onde podemos encontrar o que procuramos. E, parafraseando o autor da música, nós saímos por todo lugar em busca dessa "satisfação ou sentido" e, como sempre tendemos a buscar isso no lugar errado (dinheiro, prazeres, poder, em outras pessoas ou mesmo dentro de nós mesmos), choramos a nossa solidão. Todavia, quando alguém descobre que "tudo o que ela mais deseja" e que "todo o sorriso de felicidade" se encontra no mesmo Lugar - Deus, Aquele que nos criou e em quem vivemos e nos movemos, para quem são todas as coisas e em Quem reside toda a plenitude - , ela deixa a tristeza pra lá e volta feliz e em paz, com uma bela cantiga em seus lábios, cantiga que provevelmente seria chamada pelo Bob Marley de "Redemption Song" ou "Canção da Redenção". 

Mas, que canção de redenção é essa? É a canção que faz soar o amor de Deus pelos homens pecadores, a ponto dEle ter dado o Seu Filho para morrer por eles, a fim de livrá-los da Sua própria ira e reconciliá-los consigo mesmo. 


Um dia desses eu chorava a minha solidão quando, de repente, essa canção rompeu a minha surdez e eu voltei em paz de minha procura [até aquele momento, sem sucesso] - a Canção chegou aos meus ouvidos e, assim, descobri que minha alegria e sentido de viver não depende do que tenho ou do que perco, nem mesmo de quem sou ou deixo de me tornar, mas reside no Mesmo Lugar... Reside no meu Criador, Naquele que se fez homem, que morreu e ressuscitou. 

E você? Já deu ouvidos a essa mesma canção, pela qual Deus canta aos ouvidos dos homens sobre Seu amor e redenção?
Ou você continuará surdo, ignorando a única possibilidade de satisfação eterna e verdadeira, preferindo chorar sua própria solidão?






Pela alegria de saber que todas as coisas se encontram Nele,







Soli Deo Gloria!