domingo, 16 de março de 2014

Lágrimas se confundem ao riso - uma oração

Ó Altíssimo e Rei Eterno,
Que eras, que és e que hás de vir,
Que concedes consolo aos aflitos
E que escutas o clamor dos angustiados...
A minha alma está triste.
Assim como revelaste em Teu Santo Livro,
Tu conheces a nossa estrutura
E lembra-se de que somos pó.
Ora, sabendo de minha pequenez e fragilidade,
Venho presto à Tua temível presença
Apenas para reconhecer que estou sem forças.
Embora débil e impotente,
Confio meu coração à Tua graça persistente.


Por isso, ao lembrar das palavras de Teu Filho
Vejo que as aflições, de fato,
São parte da vida de todo o que vem ao mundo.
Entretanto, alguns que julgam ser Teus,
Pervertem a Tua gloriosa Verdade 
Ao dizer que devemos "rejeitar" os sofrimentos,
Visto que somos "filhos do Rei".
Contra toda essa mentira de triunfo e glória humanos,
Meu ser se gloria na Viva Esperança,
Pois, apesar das tristezas e dos abandonos,
Das dores e tribulações,
Posso tomar sobre mim o jugo do Bondoso Mestre
E encontrar descanso para minha alma. 


Mas, se eu porventura me queixar,
Permitas tão-somente, ó Pai Justo,
Que meus próprios pecados sejam colocados à tona.
Embora seja eu tão pronto a autojustificar-me
Ou mesmo a ser cruel e venenoso com o outro,
Suplico que me ajudes a examinar a mim mesmo
Para que eu veja a minha própria estupidez.
Que minhas lágrimas sejam antes
Por reconhecer meu egoísmo e minha maldade;
Sim, eu não sei como fazer isso.
Portanto, recorro humildemente a Ti,
Pois és Grande em força e Forte em poder.
Se ao Teu chamar as estrelas prontamente obedecem,
Sigo o mesmo ritmo e rendo-me inteiramente a Ti.



Se dessa maneira me ponho ante a Tua face, 
Sou alguém que apenas tem o direito
De não ter direito algum.
Tu és Deus sobre tudo e sobre todos e, então,
És o único que tem o direito de ter "direitos".
Visto que tudo está sob Teu domínio e providência,
Ensina-me o caminho da satisfação em Ti mesmo,
Pois é a minha alternativa de vida.
Perdas me acompanharão,
Decepções ou a sensação de rejeição,
Mas a Tua bondade sempre me seguirá.
Nos vales de sombra da morte estarás comigo,
Até quando meu pai ou minha mãe me desampararem;
Sim, Tu me acolherás para Ti,
Onde meu pranto saltará de alegria.



Ao olhar para mim mesmo vejo
Que a alegria que tanto anseio voltar a sentir
Não pode coexistir
Com a amargura que ainda brota e resiste.
Deus meu e Doador de toda graça e perdão,
Que essas raízes do mal sejam por Ti arrancadas
A fim de que eu possa viver a Boa Nova
E, assim, espalhar por toda parte o Bem
E amar sem perguntar a quem,
Ainda que seja menos amado.
Apesar de meus temores e incertezas,
Tu és maior do que todos eles.
Sei que podes restaurar o que talvez eu mesmo destruí,
Pois Teu amor a todas as transgressões pode cobrir.



Soberano e Benigno Criador,
Estou ciente de que minhas palavras
Não têm poder algum em si mesmas.
No entanto, atenta Tu para cada uma delas
Ainda que sejam poucas e falhas.
Entrego todo o meu cuidado a Ti,
Pois podes me sustentar até quando me faltar o chão
E fazer invadir a Tua luz em minhas sombras.
Me apego simplesmente à certeza
De que esta vida é transitória, a qual dou a Ti.
Que a eternidade seja sempre bem-vinda no meu dia-a-dia, 
Sendo continuamente gravada em meus olhos,
Pois, assim, meu tesouro e coração
Estarão n'Aquele que será sempre minha fortaleza e porção.




Soli Deo Gloria!

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