quarta-feira, 27 de maio de 2015

The long and winding post...

Maio ainda não acabou. 
E, por isso, ainda deu tempo de voltar aqui.

Como se costuma dizer, maio é um dos "meses eternos" mas, como hoje já são 27, em breve maio acabará - mas, enquanto isso, gostaria de externar algumas novas idéias que têm passado pela mente. Idéias que, espero eu, tenham alguma relevância para quem passar por aqui. 


O tema dessa postagem é baseado em trechos de uma canção dos Beatles ou, como era o nome inglês, The Beatles (literalmente seria "Os Besouros"), banda que talvez mais influenciou o rock mundial desde os anos 60. Eles tiveram várias fases distintas - desde os primeiros anos mais frenéticos até os últimos momentos de maior melancolia ou certa "espiritualidade". E, nesse sentido, uma de suas canções mais interessantes - e lindas, inclusive - se chama "The Long and Winding Road" (A longa e sinuosa estrada), que inspirou esse texto. Sem mais delongas, alguns dos primeiros versos da letra dizem:

"The long and winding road 
That leads to your door
Will never disappear
I've seen that road before..."

Ou:

"A longa e sinuosa estrada
Que leva até a sua porta
Jamais desaparecerá
Eu já vi esta estrada antes..."

Estradas sinuosas que levam a portas.


Inicialmente, o autor fala de uma "longa e sinuosa estrada" que leva a uma determinada "porta". Considerando-se que ele esteja falando de maneira alegórica ou figurada, os caminhos que seguimos ou a maneira como direcionamos a vida está bastante ligado com as "portas" que encontraremos pela frente. E, como prescreve a canção, essas estradas normalmente são "sinuosas", perigosas, cheias de desafios e mesmo podem ter precipícios bem ao lado, de forma que se não cuidarmos em seguir de maneira segura pelo caminho certo, poderemos cair desfiladeiro abaixo a qualquer momento e, então, tudo estará acabado

Além disso, ele diz que essa "longa e sinuosa estrada" que leva até essa "porta" (que pertence a alguém, embora não identificado na letra) jamais desaparecerá - ou seja, partindo-se do lirismo do autor, estamos falando de um tipo de "Caminho Eterno", que sempre estará ali, pronto para ser trilhado, embora a maior parte de nós fuja a todo custo de perigos, riscos, do senso da perda de controle ou de qualquer condição em que só nos resta a vulnerabilidade. No fim do trecho transcrito, o poeta afirma já "ter visto esta estrada antes" - o que pode significar que, um dia, esse Caminho Eterno foi percorrido mas, agora, só restam lembranças vagas e imprecisas. A esse respeito, me lembro do relato bíblico no qual o homem estava no Éden (que significa "prazer"), sem qualquer privação quanto à proximidade com Deus, que é Eterno, a ponto de que todos os dias ambos se encontravam e desfrutavam daquele estado de comunhão absoluta. Porém, o homem abandonou o "Caminho Eterno" e quis seguir seus "atalhos", cuja consequência imediata foi a perda da amizade com o seu Criador, a contaminação radical de sua natureza e coração [decorrente de seu pecado] e, por último, o afastamento ou banimento da presença de Deus. O "Eterno", então, se tornou uma centelha na alma do homem que o impulsiona para onde ele precisa retornar, porém, pelo fato de que preferimos fugir Dele a todo custo ou fazer de tudo para nos convencermos de que Ele não existe, outros caminhos são trilhados todos os dias, "caminhos que ao homem parecem direitos, mas o seu fim são caminhos de morte" [Livro de Provérbios, cap. 14, vs. 12]. 


Outra estrofe da canção, em outro momento, diz:

The wild and windy night
That the rain washed away
Has left a pool of tears...
Why leave me standing here
Let me know the way..."

Ou:

"A noite selvagem e tempestuosa
Que a chuva lavou
Deixou uma piscina de lágrimas...
Por que me deixar aqui sozinho?
Deixe-me saber o caminho..."

Caminhar em meio às trevas e à tempestade. 


Nesse trecho da música, o escritor fala de uma "noite tempestuosa e selvagem" na qual ele estava e que, como legado, "deixou uma piscina de lágrimas" e o levou à solidão - isto é, ele se vê numa condição tão adversa aos seus olhos que chora solitário, até que ele suplica para que ele não fosse abandonado e "reconduzido ao caminho". Sendo mais prático, acredito que esse momento atual é aquele no qual a sociedade está mais transtornada, confusa, perdida, desconstruindo sua própria identidade pela ilusão de "revolucionar as coisas existentes" ou na busca de um "novo paradigma" - no entanto, ela quer parecer que está segura, estável, em constante processo de evolução para um "admirável mundo novo". Entretanto, certamente, os mais "seguros de si" sabem que muitas vezes o que eles vêem ao seu redor é só "selva, tempestade, lágrimas e solidão" e, diante disso, eles também sabem que são totalmente impotentes em si mesmos para se livrarem dessa condição. Todavia, diferentemente do letrista da canção que "suplicou para que não fosse deixado só e para que ele soubesse o caminho", permanecemos tentando convencer a nós mesmos de que, no fim das contas, todos os "caminhos" terminam no mesmo "final feliz" ou, por outro lado, que essa coisa de "caminho certo" não existe. No tocante a isso, a Bíblia contém em suas páginas um diagnóstico diferente:

Diz o tolo em seu coração: não há Deus. Corromperam-se e cometeram injustiças detestáveis; não há ninguém que faça o bem.
O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens para ver se há alguém que tenha entendimento, alguém que busque a Deus. 
Todos se desviaram, e igualmente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um. [Salmo 53, vs. 1-3]


Não é preciso ler duas vezes para entender o texto acima: quem nega que Deus é real é tolo, não tem bom senso, é insensato e, como resultado dessa insensatez e tolice, suas ações são detestáveis e injustas. Diante desse quadro, o olhar de Deus vem até nós a fim de contemplar se há alguém sensato ou que O busque e, sem rodeios, o que se vê é que todos nós nos "desviamos do caminho" e juntamente nos fizemos imundos - isto é, a culpa e responsabilidade da sujeira, maldade, corrupção e de toda injustiça e perversidade do mundo é MINHA, é SUA e não de Deus, de forma que o veredicto divino a nosso respeito é: "não existe nenhum justo, nem um sequer" ou, em outras palavras, conforme o padrão de Deus, que é puro, reto, justo e santo, todos nós somos absolutamente desprezíveis, descartáveis e inúteis, especialmente em relação a Ele. 

Portanto, partindo-se do fato de que "Deus é puro quando julga e justo quando profere seu veredicto", não estamos evoluindo e nem estamos construindo um "admirável mundo novo" - em vez disso, estamos nos destruindo a nós mesmos e aumentando a medida da nossa culpa diante de Deus, pois "Ele não tem o culpado por inocente" e, um dia, "julgará o mundo com justiça". O que nos resta é reconhecer nossa impotência para sairmos dos nossos caminhos injustos e simplesmente pedir para que Ele, que é Eterno, nos coloque de volta no caminho que abandonamos, como está escrito: "...vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno" [Salmo 139, vs. 24]


Finalmente, os últimos versos da canção que me chamam a atenção são:

"Don't keep me waiting me here
Lead me to your door..."

Ou:

"Não me deixe esperando aqui
Leve-me até a sua porta..."

Ir até a porta.

No final da canção, o autor insiste no pedido que fez desde o início da letra: "leve-me até a sua porta". Ou seja, se esse desejo de ir até essa tal "porta" permaneceu durante toda a história da canção, supõe-se que achar essa "porta" seja o objetivo final de percorrer a "sinuosa e longa estrada". Nesse caso, sempre me lembro da declaração bíblica na qual se lê que "...não está nas mãos do homem o seu futuro, nem compete ao homem dirigir os seus passos..." [Livro de Jeremias, cap. 10, vs. 23] - de forma que é Deus quem controla ou guia cada passo que dou, mesmo que eu supostamente não acredite Nele - e das célebres palavras de Jesus Cristo a respeito de Si mesmo:

Em verdade lhes digo que Eu Sou a porta das ovelhas.
Eu sou a Porta; se alguém entrar por mim, será salvo, e entrará, e sairá, e achará pastagens. [Evangelho de João, cap. 10, vs. 7 e 9]

A "porta" que todo ser humano, em meio aos caminhos misteriosos, longos e sinuosos da vida, precisa encontrar, é Cristo - pois Ele diz que quem entra por Ele será salvo, implicando que qualquer outra "porta" não conduz a um lugar de salvação, segurança e refúgio. Além disso, assim como na canção o poeta pediu para que alguém o conduzisse até aquela determinada "porta", assim só poderemos encontrar a Cristo, a Porta, se alguém nos conduzir até Ele, pois está escrito que "ninguém pode vir a Cristo se o Pai, que O enviou, não o trouxer" [Ev. de João, cap. 6, vs. 44] e novamente que "...ninguém pode vir a Cristo, se pelo Pai não lhe for concedido..." [Ev. de João, cap. 6, vs. 65] - isto é, ninguém pode "encontrar a porta" por si mesmo, a não ser que Deus nos leve até ela e, quando Ele nos conduz até Jesus Cristo, a Porta, podemos entrar no Seu aprisco, o aprisco do "Bom Pastor", sendo conduzidos como ovelhas que agora voltaram ao lugar ao qual elas de fato pertencem.


Caro leitor, se você ainda permanece ignorando a Cristo, você está "fora do aprisco" - em outros termos, você "...anda como uma ovelha desgarrada, seguindo seu próprio caminho..." e, por isso, não está trilhando o "Caminho Eterno" ou, como a canção cita, "a estrada que jamais desaparecerá...", de modo que seus caminhos são, de fato, caminhos de morte. Ora, este é o momento em que você pode pedir a Deus para te levar até a "Porta de Salvação", ou seja, até o Seu Filho, o Bom Pastor, O Qual deu a Sua vida pelas ovelhas, a fim de agregar todas a Si mesmo, para levá-las aos "pastos verdejantes e a águas tranquilas" e para "nos refrigerar a alma e nos guiar pelos caminhos da justiça, por amor do Seu nome"

Enfim, caso você dê ouvidos a esse texto e considere suas breves palavras, saiba que "bondade e misericórdia sempre perseguirão" a todos aqueles que forem trazidos à Porta de Deus, pelo próprio Deus, a fim de que não haja mais perigos, sinuosidades e nenhum mal, mas apenas a eterna alegria de estar com Aquele que nos amou primeiro com amor eterno





Pela alegria de caminhar seguro nas mãos Dele, 




Soli Deo Gloria!

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