sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Pé na estrada, novos rumos...

Depois de um tempo ausente, voltei.

Antes de tudo, desejo que todos os leitores (embora eles sejam bem poucos) tenham um excelente 2015 - e, de minha parte, espero que minhas postagens [normalmente mais ácidas do que o aceitável rs] continuem tendo um bom impacto em que as lê. 

Mas, agora, visto que estamos em um novo ano, vamos em frente.


Primeiramente, o título desse post é inspirado numa canção que tem me perseguido desde o final do ano passado (embora, especificamente, seja relacionado a outra canção), cuja letra diz em certo lugar:

Eu coloquei de lado Quem merecia o centro...
Antes de apagar me lembrei que o sol nasceu pra todos
E é bom saber recomeçar... [Recomeçar - Banda Resgate]

Saber recomeçar.


Sempre que um novo ano se inicia, as expectativas quanto à vida e ao futuro próximo são renovadas. É praticamente automático - basta o 31 de dezembro virar o 1º de janeiro para que as supostas frustrações do ano que acaba se encerrem junto com ele e, em contrapartida, surgem as promessas e os novos planos. Quanto a isso, como disse o poeta da canção, é bom "saber recomeçar" e, para isso, é necessário [antes de tudo e sobretudo] "colocar no centro" Aquele que de fato merece estar lá, como diz determinado trecho das Sagradas Escrituras:

Mostra-me, Senhor, o fim da minha vida e o número dos meus dias, para que eu saiba o quanto sou frágil.
Deste aos meus dias o comprimento de um palmo; a duração da minha vida é como nada diante de Ti. De fato, o homem, por mais firme que esteja, não passa de um sopro.
Sim, cada um vai e volta como a sombra. Em vão se inquietam, amontoando riquezas sem que saibam quem as levará.
Mas agora, Senhor, que hei de esperar? Minha esperança está em Ti. [Salmo 39, vs. 4-7]


É impossível ser mais enfático e perturbador do que isso: o escritor do salmo pede a Deus para que Ele mostre a brevidade de seus dias e a efemeridade da sua vida, a fim de saber a sua própria fragilidade. Além disso, o salmista diz que é Deus quem determina o quanto viveremos aqui - essa história de que somos "donos de nosso próprio nariz" e de que "o céu é nosso limite" é pura ilusão - , de modo que nossos dias são como um palmo, cuja duração não é nada diante Daquele que é eterno. Não importa o quanto pareçamos inabaláveis e invulneráveis, a nossa vida não passa de um sopro e, embora muitos de nós corram de um lado pro outro atrás de riquezas, nem sabemos quem ficará com elas depois - nascemos de manhã como a relva e, de tarde, secamos. Além disso, o texto aponta em que deve estar nossa esperança ou, parafraseando o autor da música, "quem não deve ser colocado de lado" ou "quem merece o centro" - Deus. Enfim, uma vez que todos nós passamos como uma sombra, não há outra esperança para qualquer um de nós a não ser Ele, o Qual faz o sol nascer sobre todos (bons ou maus, justos ou injustos) a fim de que todos contemplem Sua bondade e também possam reconhecê-la.

Por outro lado, em outro trecho da música se lê:

"Eu não levei em conta a Tua eternidade
Eu joguei fora o tempo, foi minha ingenuidade
Antes de avançar me lembrei que o sol se põe pra todos
Pra não querer desperdiçar..." 


Não levar em conta a eternidade.

Sem mais delongas, o poeta expressa neste trecho o que, em minha modesta opinião, é a pior tragédia que pode acontecer a qualquer ser humano - a indiferença quanto à eternidade ou, em outras palavras, o desprezo pelas "coisas eternas". Ora, aquele que vive como se fosse "senhor" sobre sua própria vida e, assim, ignora que uma eternidade o aguarda logo após sua partida/morte [onde haverá alegria de um lado e sofrimento do outro], em breve estará de um dos lados, de repente, sem aviso - provavelmente, do lado pior. Enquanto muitos "jogam fora o tempo" acreditando que estão "aproveitando e curtindo a vida adoidado", a eternidade se torna cada vez mais próxima, embora imperceptível. Ora, do mesmo modo que o sol nasce pra todos [como um sinal da misericórdia divina sobre Suas criaturas] ele também se põe pra todos, o que pode simbolizar o fim do período de luz e o início da escuridão, de modo que os que desperdiçaram suas vidas em coisas passageiras e medíocres não terão mais como reparar o tempo perdido. De fato, assim como é bom "saber recomeçar" é bom também "não desperdiçar" ou, em outros termos, valorizar aquilo que realmente tem valor, valor eterno. Eu não quero desperdiçar a minha vida com aquilo que não vale a pena - sejam bens, projetos, ideologias e até mesmo pessoas - mas, se você quiser, a responsabilidade será sua, pois "de Deus não se zomba, de modo que aquilo que o homem semear, certamente ele colherá".  


Em terceiro lugar, o último trecho da música que queria destacar - o qual, particularmente, deve se tornar uma espécie de trilha sonora do ano e da vida toda - diz:

"Escolhi Te escutar por onde quer que eu andar
Aprendi caminhar olhando para a frente...
Resolvi me entregar, Tua vontade aceitar
Vou viver, esperar o que vai ser pra sempre..."

Escolher escutar, aprender caminhar, resolver entregar, viver e esperar.

Nessa parte da letra, acredito que o escritor conseguiu descrever/resumir aquilo que desejo para mim e, consequentemente, para os leitores desse blog, estendendo-se para quem não lê também - escutar a voz de Deus por onde se andar (uma vez que Sua Palavra é lâmpada para os pés e luz para o caminho, de maneira que os que andam possam andar na luz e não em trevas), aprender a caminhar olhando para a frente (esquecendo-se das coisas que ficam para trás, pondo os pés na estrada em busca de novos rumos e, principalmente, prosseguindo para o alvo final de todas as coisas, o próprio Deus, para quem vivemos e em quem nos movemos e existimos), resolver se entregar aceitando a vontade de Deus (abandonando toda a pretensa autossuficiência, vaidade e independência e submetendo tudo a Ele, cuja vontade é boa, perfeita e agradável e cujos planos são de paz e não de mal) a fim de viver pela esperança naquilo que vai ser pra sempre (uma eternidade de paz e deleite eterno, sem morte ou choro, nem lamento ou qualquer dor, de forma que todo sofrimento do tempo presente não pode ser comparado com a alegria que um dia será revelada). 


Finalmente, pensar em recomeço me faz lembrar as palavras do escritor bíblico Tiago, o qual escreveu em seu pequeno livro:

Vocês nem sabem o que acontecerá amanhã. O que é a sua vida? É como a neblina que aparece por um pouco, e depois se desvanece. 
Em vez disso, deveriam dizer: se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo. 
Agora, porém, vocês se gloriam de suas pretensões. Toda vanglória como essa é maligna.
[Carta de Tiago, cap. 4, vs. 14-16]

É simples - se Deus quiser, viveremos. Se Ele também quiser, faremos isto ou aquilo (seja o que for). Ou seja, tudo depende dEle e nada está sob nosso controle ou poder. Todavia, nos gloriamos em nós mesmos ao julgar que temos tal controle ou poder e, quanto a isso, temos a dura sentença de que nossa presunção é algo maligno. Portanto, o que me resta (assim como a você, caro leitor) é "descer do pedestal" e praticar a humildade, compreendendo que Dele provém todas as coisas, inclusive cada segundo que temos e cada fôlego de vida que desfrutamos. E, acima de qualquer coisa, esse "descer do pedestal" significa olhar para a realidade da eternidade sabendo que só existem duas alternativas - gozo eterno ou tormento eterno - , de maneira que a "metade boa da laranja" está garantida apenas a quem confessa o nome do Filho de Deus, Jesus Cristo, que se fez como um de nós para morrer numa cruz [tirando os nossos pecados] e, depois, ressuscitar a fim de justificar a todo aquele que crê


Como você deseja recomeçar a sua vida esse ano, esse mês, esse dia?

Ainda permanecerá não levando em conta a eternidade, jogando fora o tempo de sua vida como um tolo ingênuo?
Ou, por outro lado, escolherá dar ouvidos à voz de Deus, que chama os pecadores a Si mesmo para que humildemente se arrependam a fim de salvá-los definitivamente?

Você continuará colocando de lado Aquele que merece o centro de todas as coisas?
Ou, em contrapartida, resolverá se entregar a Ele, aceitando a Sua vontade a fim de viver na esperança do que durará para sempre?






Pela certeza de viver novos rumos com Ele,





Soli Deo Gloria!

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