segunda-feira, 13 de junho de 2016

De memórias sobre graça, paixão e missão...

Não pretendo escrever muito dessa vez
Até porque, em certos momentos,
Falta criatividade ou, por outro lado,
É melhor ser sucinto, bem sucinto -
Ora, já existe muita gente por aí
Que vive de "textão" e de futilidades. 
Quero apenas registrar algumas memórias,
Memórias que devem ser seguramente guardadas.

Inicialmente, o final do semestre - 
Provas enormes, seminários e pesquisa
Além do aprendizado de uma nova língua
Estavam por hora concluídos... Ufa, "c'est fini"!
Eis que, finalmente, era chegada a hora
De começar a andar de "avião em avião".
Primeira parada: a terra dos altos coqueiros
Ou "Manguetown" - a minha "segunda capital",
Como já faz parte da tradição.
E valeu a pena - rever amigos, bem como fazer outros
[Sejam "suaves como a brisa" 
Ou do tipo "99% sarcasmo e aquele 1% empatia" - ah, Olinda!],
Mas, sobretudo e acima de tudo,
Experimentar "mais graça" - para ontem, hoje e sempre.

Horas de espera para se chegar ao destino 
E, quando enfim já se estava a caminho
Uma certa voz fez todo sentido -
"Parece que não vai chegar não, mas vai"... Chegou!
O que estava por vir? Diversão e crescimento,
Desafios e alguns instantes de descanso,
Tensões que nos ensinam a viver,
Incluindo até prática de inglês com "acento holandês"
- Ja, Goedenavond, God is liefde!
Em todas as coisas, graça - favor divino,
Favor que suplanta qualquer demérito,
Pelo qual a Sua justiça foi satisfeita 
E o Seu furor apaziguado,
Tudo para glória do próprio Deus,
Na pessoa de Seu Filho Amado.


Entretanto, a jornada não havia acabado
Pois restava ir um pouco mais longe -
Longe conforme os mapas ou fuso-horários
Porém, perto e bem perto
Para quem "faz da estrada o seu lar".
Deus. Paixão. Missão.
São essas as palavras que definem a aventura
Através das escalas e "pontes aéreas",
Ao longo das paradas de ônibus ou estações de trem,
Com mala na mão, mochila nas costas,
Mas sem ver "de longe o trem partir 
Com o bilhete nas mãos" - foi bom ser pontual!
Em cada instante, era bom ouvir aquele "accento":
- "Siamo in arrivo a Verona Porta Nuova"
Ou "Allontanarsi dalla linea gialla"
De fato, "são as pequenas coisas que valem mais".


Contudo, dentre todas as memórias -
Desde a genialidade do gótico medieval
Até a beleza de campinas e vilarejos,  
Bem como o encanto "delle spiaggie e delle Dolomiti"
As mais valiosas são as mais desprezadas
Visto que para que sejam reconhecidas como "belas"
Se faz preciso "nascer de novo",
Pois todos nascemos "espiritualmente mortos"
E, assim, não vivemos para o fim 
Para o qual fomos criados.
Trocamos o Criador pela criatura
Ou buscamos o Criador em troca de felicidade,
Em vez de nos devotarmos somente a Ele
Reconhecendo-O como a "fonte de águas vivas"
A fim de não mais cavar cisternas rachadas.
Sim, "precisamos ser mais relembrados que ensinados"
- Ajuda-me, ó Deus, a não Te substituir
Por colocar meus olhos em coisas inúteis,
Mas "farmi vivere nelle vie che Tu hai stabilito"


De resto, permanece a convicção
De que, de uma certa maneira,
Existem pessoas que não tem um lar definido.
Elas podem ter nascido aqui ou acolá,
Todavia muitas vezes se percebem sendo parte
De uma terra que não é a sua própria.
É uma espécie de "saudade invertida" -
Coisa de quem "mora em qualquer lugar"
Ou irá "morar em tantas casas que não se lembrará mais".
Na verdade, não é isso o que importa -
Para esse tipo de pessoa,
O que vale é "ter a Presença consigo",
Sem a qual não se pode dar um passo sequer,
Presença que traz descanso ao longo da caminhada,
Posto ser mais preciosa do que qualquer bem
Sendo destino último de todo bom peregrino - amém





Soli Deo Gloria!

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