quinta-feira, 19 de março de 2015

Sobre outras águas de março...

Depois de quase três semanas fora do blog - devido a diversas responsabilidades pessoais e, em certa medida, falta de inspiração mesmo -, estou de volta.

E, quando eu esperava não ter razões para escrever outro texto inflamado em indignação, tudo conspira contra - parece-me que, de fato, eu nasci para dizer (ou escrever) certas coisas que só poderiam ser expressas pela ira e em fúria, com toda acidez pertinente

Se em algum momento eu viesse a perder leitores (ou mesmo amigos), talvez seja depois desse post - em outras palavras, se você permanecer gostando desse blog e de seu autor depois desse texto, você é uma pessoa curiosamente peculiar. Enfim, é hora de ser homem (já comecei oprimindo!) e dar a cara pra bater. 


Esse texto faz alusão ao título de uma das canções mais famosas da MPB (Águas de março, do maestro Tom Jobim), mas o post não terá nenhuma relação com a letra da música, mas sim com o nosso Março de 2015 - mês que tem sido peculiar na história do Brasil, devido a diversas mobilizações da sociedade com variados fins. De um lado, os defensores do governo, do Partido dos Trabalhadores (PT), do ideal socialista (ou de esquerda) e das diversas pautas a eles associadas, como alguns movimentos ditos "sociais" - Movimento dos Sem-Terra/MST, Central Única dos Trabalhadores/CUT etc. Do outro lado, os que protestam contra o governo, a corrupção, o caos social que nos cerca e, também, contra o socialismo e seus desdobramentos políticos e culturais (a exemplo do totalitarismo estatal ou da "engenharia social e ideológica"). Muita coisa precisa ser dita a esse respeito com determinados fins e, como esse blog é meu, eu não sou obrigado a amaciar seu ego com palavras agradáveis. Logo, vá ler a Carta Capital, visitar o site do "Pragmatismo Político", o blog do Leonardo Sakamoto ou mesmo assistir "Babilônia" - mas, se você quiser, pode ler até o final. Não irei te oprimir a esse ponto. 

13 de março de 2015.


Na última sexta-feira, ocorreram manifestações em várias cidades do Brasil, as quais eram (segundo seus organizadores) em defesa do governo da Dilma, da Petrobras e dos trabalhadores, incluindo outras bandeiras, como a reforma agrária e a reforma política. Nesse sentido, algumas coisas me chamaram a atenção - os que julgam ser os únicos e verdadeiros "defensores do Brasil" e "amantes da pátria" não levaram uma bandeira do Brasil para as ruas [como se vê nessa foto, apenas o "vermelho" (cor símbolo do comunismo) - ideologia político-econômica que matou centenas de milhões de pessoas em menos de um século, promovendo o maior genocídio da história humana - impera em lugar do nosso "verde e amarelo"] e, além disso, vários vídeos e/ou fotos na internet mostravam suborno para atrair "manifestantes" [R$ 35,00 e um belo sanduíche de mortadela] bem como as regalias dos supostos "trabalhadores sofridos e oprimidos pelo capitalismo da elite branca", a exemplo de vários ônibus reservados para transportar membros da CUT e de jantares em restaurantes de luxo para pessoas do MST... Será que foi o "raio gourmetizador" ou é canalhice mesmo? Provavelmente seja o "raio gourmetizador da canalhice", pois enquanto a propaganda é de "defesa dos mais pobres e desfavorecidos" e de "ódio ao capitalismo opressor", a prática é de mamata nos cofres públicos para desfrutar tudo que apenas o "maldito capitalismo" pode dar. Eu poderia escrever mais sobre isso, mas acho que esse idiotismo útil não é digno de tamanha atenção.

Eu sei que talvez você já está me chamando de "coxinha reacionário branco elitista cis-hétero patriarcal machista fascista que odeia pobres" - mas eu não me importo mesmo com esse seu ódio desprezível. Eu já tinha dito antes que seria melhor você ler o blog da "Socialista Morena" da Carta Capital ou ver um programa de "alta cultura" como o BBB... Você não me obedeceu, agora aguente. 


15 de março de 2015. 

Por outro lado, no último domingo, outros brasileiros foram às ruas para expressar sua indignação contra diversos aspectos ruins de nosso país - na maior parte dos casos, propostas válidas, apesar de certos excessos. Digo isso com certa propriedade, pois eu fui às ruas e sei muito bem pelo que fui protestar e, nesse ínterim, encontrei alguns que compartilhavam do mesmo grito e das mesmas bandeiras que eu levei comigo. Nesse caso, embora a grande mídia nacional tenha noticiado que o movimento que uniu (juntando todo o país) cerca de 2 milhões (ou mais) de pessoas pelas ruas tenha sido apenas contra o governo e a corrupção, ela ocultou tudo a respeito de gritos de guerra como "a nossa bandeira jamais será vermelha" [o que nitidamente mostrava a luta radical contra um possível - e provavelmente em curso - regime comunista no Brasil] e faixas como "Foro de São Paulo, criação de ditaduras" e "Contra a doutrinação ideológica nas escolas" [indicando conhecimento de causa sobre os trâmites reais da conjuntura política latinoamericana e da decadência educacional do país] estavam lá, presentes, visíveis. 

Além disso, o que se viu depois foram atitudes descaradas e cínicas do governo e de seus aliados para tentar "sair pela tangente" depois de tamanha lição popular [não me venha com esse papo de que era só "elite branca", "panelaço em bairros ricos" ou "fascistas que queriam uma nova ditadura" - até porque você adoraria ser elite [caso não seja] bem como morar em bairro chique e aparecer na TV fazendo baderna e, provavelmente, não sabe o que é Fascismo (especialmente se aprendeu com os livros do MEC, os quais são meros produtos de revisionismo histórico para imbecilização coletiva). Resumindo, eu tenho minhas percepções e convicções políticas - as quais mudaram radicalmente ao longo de meu pouco tempo de vida, visto que sempre fui educado para ser um socialista e, por pouco, não virei militante [embora usasse estrela no peito e desenhasse foices e martelos no caderno da escola] mas, hoje, me reconheço um "ex-idiota útil" - e quero usá-las de maneira responsável, de modo que não precisamos de "reformas políticas" ou de "novas leis de engenharia social", mas sim do fim de toda essa parafernalha política que tomou conta da América Latina e, sobretudo, de um novo "Renascimento Cultural", para destituir essa auto-persuasão hipnótica transfigurada de intelectualidade


Mas não é esse o verdadeiro tema deste texto. 

Esses comentários iniciais sobre os últimos acontecimentos do país foram somente para destacar o que mais me tem indignado - ver que essa "cultura de ódio" ou do "eles (opressores) contra nós (oprimidos)" fomentada pelo que se pode chamar (mormente) de "marxismo cultural" - visto que, nesse caso, o conceito de "luta de classes" ou "opressor x oprimido" inicialmente referente à relação "Burguesia x Proletariado" se transfere para TODAS as esferas das relações humanas [homens x mulheres/feminismo, negros x brancos/combate ao racismo, LGBTs x héteros/movimentos de gênero, periferia x classe alta etc.] - está atingindo a comunidade cristã de maneira sorrateira e perversa, dividindo os cristãos em "cristãos de esquerda/progressistas e cristãos de direita/conservadores". De um modo meio que imperceptível, os que deviam ser conhecidos como discípulos de Seu Mestre pelo amor [como o próprio Cristo havia dito] destilam ódio contra a posição política diversa nas redes sociais [ou mesmo diretamente, uns contra os outros] e parecem não sentir o menor pesar ou culpa por desobedecer tão levianamente o Mestre que diz ser o Salvador e Senhor deles. Isto é, se a nossa "sumidade política" ou nossa "ideologia social" passa a ser "intocável" - assim como os tais "ungidos do Senhor" que tanto criticamos em nossas zueiras de "cristão hipster e descolado" - , precisamos reconhecer que estamos sendo idólatras. E Deus, o mesmo Deus que julgamos estar servindo, não tolera idolatria e nem tolera idólatras, de modo que estes já tem seu destino reservado - o lago que arde com fogo e enxofre, a segunda morte. Não posso imaginar nada mais desesperador do que isso. 


Contra tudo isso, cito um trecho do capítulo mais belo de toda a Bíblia (em minha opinião), onde se lê:

Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela palavra deles, hão de crer em mim;
Para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em mim, e eu em Ti; que também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu me enviaste.
E eu lhes dei a glória que me deste, para que sejam um, como Nós somos Um.
Eu neles, e Tu em mim, para que sejam perfeitos em unidade, para que o mundo conheça que Tu me enviaste a Mim e que os tens amado como me tens amado a Mim. 
[João 17, vs. 20-23]

Não há como ser mais claro, indubitavelmente claro - enquanto a cultura de "todos contra todos" nos perverter a ponto de, por exemplo, defendermos ideologias políticas genocidas e totalitárias [inclusive contra nós, cristãos - sendo assim, quero ver os "missionários vocacionados pelo Senhor" irem pra Coreia do Norte (típico país comunista democrático e próspero) serem fuzilados ou para verem suas filhas sendo estupradas e queimadas vivas... ora, é bem melhor ficar aqui no nosso "Brasil capitalista" mesmo, não é?], estaremos de fora dessa oração de Jesus. Em outras palavras, Jesus não orou por você caso você esteja contra o seu irmão (pelo qual Jesus também morreu) em nome de seus "posicionamentos políticos" [muitas vezes equivocados e imbecis] ou de qualquer outra causa pois, quando o Evangelho está em jogo, não existe ponderação - ou estou do lado do Evangelho, ou estou contra Cristo, uma vez que "quem com Ele não ajunta, espalha". E, se Jesus não orou por você, você não será alguém que fará com que outros creiam Nele - não importa se você estuda Missões em seminário ou escola teológica, não importa o quanto você pense ter um "chamado"... sério, não se iluda mesmo -, você não será co-participante da glória de Deus nem mesmo desfrutará do eterno amor do Pai. Nesse contexto, é pertinente mencionar uma adaptação de um escrito de Paulo: não destruas por causa de política aquele por quem Cristo morreu. Que Ele me ajude, sempre, a não ser seduzido pelo ódio mas me alicerce em amor [ora, como se disse certa vez, "o amor é o maior inimigo da revolução" - portanto, quanto mais amor for manifestado, melhor será].


Finalmente, se algum de nós está no risco de não ser participante da glória de Deus ou de desfrutar de Seu amor, esse é o estado de qualquer pecador sob a condenação divina - sua religiosidade, o número de projetos missionários nos quais você foi, suas simpatias religiosas, tudo isso aí não vale nada - e, portanto, o único caminho seguro para ser livre desse juízo iminente e implacável é correr para a cruz a fim de olhar para Cristo, contemplando suas feridas e vendo o seu sangue vertido para remissão dos pecados, de modo a ser levado ao arrependimento [inclusive desse "ódio" mencionado no texto] para crer nEle como o Único que pode salvar pecadores. O Evangelho de Jesus Cristo não é uma "filosofia sócio-econômica" baseada na busca ávida pela hegemonia total, cujo mantra é "mentir, mentir, mentir e matar, matar, matar". Nem mesmo é um outro extremo que acaba tendo resultados análogos, embora sem a mesma intencionalidade. O Evangelho do Reino (do Reino que não é desse mundo, que não consiste em palavras mas em virtude e cujo Rei é Deus, e não um Estado) é o Deus Eterno, o Criador e Sustentador de tudo e todos, vindo ao mundo em forma de escravo na pessoa de um judeu chamado Jesus, o Qual humilhou-se a Si mesmo a ponto de morrer numa cruz para redimir pecadores indignos, ressuscitando dos mortos para um dia julgar o mundo com justiça

Se você defende ou prega qualquer coisa que contraria isso, você não é de Cristo e sim um enganador. Por outro lado, se você ainda não crê no Evangelho, creia no Filho de Deus e seja salvo - olhe agora para Ele e seja iluminado em meio a suas densas trevas, creia Nele e não seja mais confundido, renda-se a Ele e tenha a vida eterna.






Pela alegria de ser Um com Ele e com meus irmãos,






Soli Deo Gloria!

Nenhum comentário:

Postar um comentário