quarta-feira, 13 de junho de 2012

Reflexos de uma vida incomum...

Voltei.

Depois de um final de semana "InComUn" e incomum também (para entender essa sutil diferença, leia o post anterior) - com muita diversão, conversas profundas na madrugada (não é, Cássia e Alice?), tocando violão com os amigos, tirando fotos em baixo d'água (não é Deyse Frozen?), aprendendo mais sobre intimidade com Deus, comunhão com o outro e unidade com Deus e com seus propósitos - , estou de volta.


É muito bom parar um pouco no meio do stress diário, ter a oportunidade de viajar e conhecer mais um pouco do Brasil e, de bônus, experimentar tudo o que eu mencionei anteriormente... 

...Mas a vida continua. A vida incomum continua. 

A "vida incomum" é agora. A "vida incomum" não acontece de feriado em feriado, de acampamento em acampamento. A "vida incomum" é agora porque Aquele que a concede está trabalhando desde sempre e continuará a fazê-lo, porque Ele mesmo declarou:

"E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também". (João 5:17)

"E Eu lhes fiz conhecer o Teu nome, e continuarei a fazê-lo, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja". (João 17:16)

Deus Pai está trabalhando. Deus Filho está trabalhando. Ora, visto que Jesus disse que "...tudo quanto o Pai faz o Filho o faz igualmente..." (João 5:19), a única conclusão sensata é que não há distinção entre o Pai e o Filho no final das contas... Ou seja: o Pai é Deus, o Filho também é Deus. Eu não posso imaginar a cena. Você também não pode. Ninguém pode. É exatamente isso: um carpinteiro da Galiléia se declara igual ao Deus eterno, aquele de quem os judeus temiam tão somente dizer o nome. Isso é verdadeiramente INCOMUM.


Mas é suficiente ter todos esses conceitos na mente e somente na mente?

Tomando como base o que as Escrituras ensinam, digo que não. 

De fato, fazer boas coisas não é tudo. Na verdade, fazer boas coisas não pode persuadir Deus nem nos habilitar a manipulá-Lo (quanta pretensão, não é?)... Pode, no máximo, impressionar os homens pois, como as Escrituras dizem: "...o homem vê o que está diante de seus olhos..." (1 Samuel 16:7). Nós, curiosamente, nos vangloriamos do que fazemos, de nossa performance espiritual, de nossa própria busca de intimidade com Deus, comunhão com o outro e por unidade com Deus e igualmente nos concentramos nas aparências mas, como se diz por aí, "as aparências enganam". Buscar essas coisas é lícito e saudável (trocando em miúdos, isso faz toda a diferença em nossa caminhada com Deus) mas, antes de tudo, devemos nos focar e sermos satisfeitos em quem Ele é para nós e no que Ele fez e faz em nosso favor. Nada pode ser mais precioso do que o próprio Deus e, consequentemente, nada é mais crucial para nós do que nossa satisfação Nele.


Por outro lado, as Escrituras dizem que fomos salvos pela GRAÇA, por meio da FÉ (a qual não vem de nós, mas é um dom de Deus) para a PRÁTICA das boas obras que Deus preparou de antemão (Efésios 2:8-10). Não há vida incomum sem implicação no dia-a-dia. Se, de fato, fomos regenerados pelo Evangelho de Cristo e, por isso, somos seguramente salvos e propriedade exclusiva de Deus (1Pedro 2:9), isso vai se refletir no nosso modus vivendi, no nosso modo de pensar, em quem somos na essência. "...A vida que agora vivo NA CARNE vivo-a NA FÉ DO FILHO DE DEUS..." (Gálatas 2:20). Eu vivo pela fé no Filho de Deus na carne. Eu vivo pela fé em Cristo assim mesmo como sou - humano, limitado, frágil, um miserável pecador redimido pela Graça e carente dela. Isso também é assustadoramente incomum. 


Comunhão e unidade. Palavras cujos significados se misturam e se completam. Não há comunhão sem unidade e vice-versa.

Comunhão é mais do que "experimentarmos os minutos durante o lanchinho depois do culto ou depois do quebra-gelo". Comunhão é mais do que curtirmos a piscina no tempo livre. Comunhão ou Koinonia é profundidade, é se deixar vulnerável para o outro, é pensar no outro antes de pensar em si mesmo, é se alegrar simplesmente porque o outro está feliz. Embora seja muito bom viver momentos divertidos com os amigos (e a Koinonia também envolve isso), o aprofundamento é a melhor maneira de comprovar se, legitimamente, existe uma comunhão genuína. Como diz uma bela canção:

"...Da multidão dos que creram era só um o coração e a alma...
Uma só mente, uma semente...
Somente uma esperança brotando dentro da gente..." 
(Unidade e diversidade - Guilherme Kerr Neto)

Isso é comunhão.

Unidade? Eu reconheço a minha absoluta incapacidade de descrever a sublimidade desse termo. A única resposta para isso é João 17 - a acrópole da unidade bíblica.


Isso é unidade.

Esses são os reflexos de uma vida InComUn... é o cerne de vida incomum, vivida somente em Cristo, por Ele e para Ele (1Coríntios 8:6).

Parafraseando o Apóstolo Paulo, encerro esse post dizendo:

"...Agora, pois, permanecem a intimidade, a comunhão e a unidade; estas três, mas a maior delas é a glória de Deus...".

Intimidade. Comunhão. Unidade. No fim das contas, isso só faz sentido se a glória de Deus se sobrepõe a tudo - inclusive a mim e a você. Ele é quem deve crescer, Ele é quem deve ser exaltado. Vida incomum só é incomum porque a glória de Deus é mais incomum do que qualquer coisa que você e eu poderíamos imaginar.



E, mais uma vez, pela vida InComUn,



Soli Deo Gloria!

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