segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

A Perfeição Eminente-Iminente: do Natal ao Segundo Advento

Das profundezas, a Deus, eu suplico,
Onde a fé já parece estar ausente,
No entanto, perante Ele eu insisto
Para que, enfim, me torne mais crente -
Em nenhum outro, mas só em Seu Cristo,
Cuja justiça dura eternamente.
Assim, eu não "jogarei a toalha"
Diante do "triunfo dos canalhas"

Num mundo onde "o crime compensa",
A integridade parece tolice;
O mal, contudo, é quase "onipresença",
Como Chesterton outrora já disse;
Por isso, a fim de que o bem vença,
É preciso audácia e "expertise":
Com audácia, luta-se o bom combate
E com sapiência, derrota-se a maldade.

Mas, uma vez que esta se espalha
Incontida pelos cantos do mundo,
Como as chamas duma antiga fornalha
Feita por um grande rei furibundo,
Embora também sutil, qual navalha
Cujo corte é letal e profundo:
Terias Tu, pois, nos abandonado
Ao bel-prazer dos nossos adversários?

Creio, assim, ser bem mais que auspiciosos
Os tempos de Advento e de Natal,
Já que os dias são maus e trabalhosos
Durante essa vida dura e mortal.
O primeiro, torna-nos esperançosos;
O último, é como um "dom divinal" -
Da expectativa ao arrependimento,
Até ver da promessa o cumprimento.  


Muitos, pois, desde tempos mais antigos,
Aguardaram com grande expectativa,
Em face de aflições e de perigos,
A chegada, qual estação estiva,  
De uma Aurora Nascente, Rei-menino,
Que lhes fosse por esperança viva: 
Veio, pois, até nós o Emanuel,
P'ra redimir de Deus o Israel.

Nascido de mulher, o Homem-Deus,
Nascido sob a Lei, mas sem pecado,
Proclamou ao mundo o "Reino dos céus"
Após ter Seu caminho preparado.
Embora inocente, morreu entre réus,
Dentre os homens, o mais humilhado -
Até que, enfim, dos mortos ressurgiu
Visto que nenhuma corrupção viu


Assim, aos céus redivivo ascendeu
Para que assumisse Sua posição
De Rei, para que diante de Deus
Fizesse pelos Seus intercessão,
A fim de salvar os que escolheu
Com definitiva perfeição.
Seja Seu nome p'ra sempre bendito
Por Seu amor constante e infinito

No entanto, nada disso existiria
Se o Verbo não se tornasse homem,
Cuja natureza resgataria
Mediante Sua graça, a qual consome
Toda a resistência e rebeldia
De uma vida inútil, vil e infame
Logo, é no Natal que se inaugura
A consumação da vida futura. 


Tal realidade, de fato, se aproxima,
A cada novo dia, hora e instante,
Cuja aparição será repentina
- Qual raio, pelos céus insinuante, -
Para fazer a ceifa e a vindima
De todos os injustos e arrogantes:
Aqui findarão as "democracias"
Pois haverá "uma só Monarquia".

Que venha o Teu reino, sem mais demora,
Sabedoria de Deus, Senhor Nosso;
Chave de Davi, das ovelhas a Porta,
Raiz de Jessé, emblema dos povos
Ergue-Te, Sol Nascente, pois é hora
De engrandecerem-Te os gentios todos.
Vem, Emanuel, e não Te demores,
E, assim, Tu sararás as nossas dores


Enquanto, porém, não chega este Dia,
Nos chamas a viver com confiança
De que, em breve, a Suprema Alegria
Não será mais apenas "esperança".
Hoje vivemos por fé, não por vista;
Amanhã, ganharemos nossa herança -
Isto é, a amável "visão beatífica",
Que torna a eternidade vera vida

Destruídos, pois, serão Teus inimigos,
Ante o toque da última trombeta,
Redimidos, todavia, os Teus amigos,
Para que vivam nos novos céus e terra
Eis que é chegado o domínio do Cristo,
Para o qual não mais haverá fronteiras:
A "Perfeição Eminente-Iminente",
Na qual seremos "felizes p'ra sempre"


Soli Deo Gloria!