sábado, 16 de janeiro de 2016

Le 17 janvier et similaires...

Mais um ano começou e, provavelmente, eu não tenha muito tempo de publicar por aqui – porém, sempre que possível ou necessário, buscarei manter o blog atualizado. Mas, como é de se esperar, “nada como um ano após o outro” e, assim, novas vivências, percepções, reflexões e outras coisas para serem ditas aparecem.

Vamos lá, enquanto se tem tempo ou o computador não para de funcionar.


O título desse texto significa literalmente “17 de janeiro e afins” (traduzido do francês) – e, por falar nisso, essa é a primeira novidade. Retornei às aulas na universidade e, de brinde, comecei a estudar a língua há poucos dias, cuja experiência tem sido bem diferente, visto que nunca me passou pela cabeça a vontade de aprender francês até ano passado (meus idiomas prediletos sempre foram o italiano e o inglês, e ainda o são). No entanto, considerando-se que, como disse o sábio, “o coração do homem planeja o seu caminho, mas Deus lhe dirige os passos” [Provérbios 16, vs. 9], aqui estou eu estudando algo que nunca despertou maior atenção. Espero ter sorte ou, melhor dizendo, “J'espère avoir la chance!”.

Todavia, você pode me perguntar: o que o “17 de janeiro” tem a ver com tudo isso?


Ora, 17 de janeiro será amanhã (se estivermos vivos até lá, será o próximo dia que teremos de viver) e, por outro lado, é o título de uma canção de que gosto muito, da qual alguns pequenos trechos parecem vir a calhar depois dessa última semana, em que presenciei ironias curiosas e fui reconduzido a “velhas esperanças”.

Primeiramente, em uma de minhas aulas da pós-graduação (sobre Sínteses Orgânicas, disciplina de química orgânica relacionada a metodologias de fabricação de moléculas em laboratório bem como à compreensão de reações e processos necessários para tal), ouvi sobre um trabalho de químicos brasileiros no qual a síntese de uma molécula bastante complexa (um determinado produto natural) foi feita de maneira satisfatória, em diversas etapas bem executadas e por um único experimentador [no caso, um estudante orientado pelo coordenador do grupo de pesquisa], coisa rara de acontecer até nas melhores universidades do mundo. Em seguida, o professor elogiou o trabalho e fez menção às palavras do jogador brasileiro ganhador do Prêmio Puskas (o gol mais bonito do ano) que citou o exemplo de Davi e Golias para ratificar sua conquista, já que ele [um jogador de um time de segunda divisão] desbancou jogadores do nível de Lionel Messi [no caso, o melhor jogador de 2015]. Porém, na minha aula, os nomes dos personagens bíblicos não foram citados, embora tenham sido indiretamente apontados – ora, não é politicamente correto falar de Bíblia em nosso mundo multicultural lindo e fofo, onde “todas as opiniões são aceitáveis, exceto a verdadeira”.


Na aula do dia seguinte, tudo ficou claro – entramos na sala e, enquanto se falava sobre “dinheiro”, o mesmo professor afirmou que “dinheiro não é tudo, mas ajuda”, acrescentando a pérola de que “...só não se deve deixar de aproveitar bem o dinheiro para dar para a igreja... até porque sou ateu, e a igreja que se dane!”. Pois bem, no dia anterior, um exemplo extraído do “livro do Deus que não existe” é usado e, então, no outro dia vem o “que se dane a igreja”... Ironia mode on!

Vamos pensar um pouco: por definição, pode-se entender o ateísmo como a descrença em toda e qualquer divindade ou “entidade/força superior” [seja como for essa descrença], de modo que nada “existe” a não ser o mundo material. Nesse sentido, particularmente no nosso mundo “pós-moderno”, somos praticamente doutrinados/persuadidos/coagidos a reconhecer que o ateísmo é o mesmo que “senso comum”, que o “óbvio”, que a “racionalidade” ou a “verdade” [mas tudo não é relativo? Agora eu “buguei”]. Em suma, se Deus é uma grande falácia e, como consequência, tudo o que está relacionado a Ele também é puro “conto da carochinha” (de maneira que ser ateu é ser “pensante”, “intelectual”, “sábio” e “não-alienado”), por que as pessoas se incomodam tanto com um ser que “não existe” e com tudo o que é referente a “Ele”? Ora, se alguém faz uma série de exames para saber se está com câncer e os resultados são todos favoráveis, faria algum sentido a mesma pessoa ser submetida a um tratamento quimioterápico? De modo semelhante, se Deus não existe, a humanidade não deveria nem cogitar a possibilidade da existência [ou da não-existência] Dele e, finalmente, jamais deveria manifestar qualquer modalidade de ódio ou rejeição a Ele, o que me recorda as perturbadoras palavras de G. K. Chesterton: “...se não houvesse Deus, não haveria nenhum ateu”.


Além disso, sempre quando a questão ateísmo x religião entra em jogo, é comum dizer que “a religião é o ópio do povo” [como prescrevia “São Marx”], que “se Deus é bom, porque existe fome na África?”, “todo pastor é ladrão” ou mesmo “quanto mais alguém tiver conhecimento científico, mais razões ele terá para ser ateu”. De início, a afirmação de Marx nada mais é do que uma afirmação religiosa, pois ao criticar a religião [no caso, o cristianismo, que é indissociável da cultura e da sociedade da Alemanha, onde ele nasceu], ele queria colocar uma nova ideologia no lugar, a qual se tornou a “religião” de todo ateu – o “materialismo histórico-dialético”. Por outro lado, citar as mazelas ou problemas sociais como provas da inexistência de Deus [ou mesmo de que Ele não é tão bom e poderoso como se pensa] é como se alguém tivesse um videogame e emprestasse intacto a um amigo e, quando o videogame é devolvido com defeito (porque o amigo deixou o equipamento cair no chão), a culpa cai sobre o dono – o que não faz nenhum sentido.

Finalmente, assertivas como “todo pastor é ladrão” são simplesmente generalizações infundadas ou sofismas [embora muitos que se dizem “pastores” sejam mesmo] bem como “religião só existe até alguém conhecer a ciência” é uma ridícula desonestidade histórica, pois se existe ciência como a conhecemos [especialmente no mundo ocidental], é por causa da religião cristã, da qual surgiram os criadores do “método cientifico” [como Francis Bacon], o movimento medieval da Escolástica [que fez nascer as primeiras universidades na Europa, incluindo Oxford, Cambridge, Sorbonne, Bologna, Praga, Vicenza, Padova, Salamanca etc.], a Reforma Protestante [que trouxe a educação básica gratuita para a população que não era da nobreza, que por meio de traduções da Bíblia influenciou o surgimento do inglês e do alemão como os conhecemos hoje, nos dando universidades como a de Genebra, a Livre de Amsterdam, Harvard, Princeton, Yale etc. e nomes como Kepler, Maxwell, Faraday, Boyle, Dalton, Thomson, Volta, Planck, Heisenberg, Leibiniz, Pascal, Pasteur etc.]... Melhor parar de humilhar, não é? Enquanto os “grandes cientistas de hoje” são pessoas como Richard Dawkins [o papa dos neo-ateus toddynhos das ciências naturais, que disse que “Se existir um Deus Todo-poderoso, eu terei que me dobrar diante Dele”, mostrando que seu ateísmo não é baseado em evidências, mas no seu desejo louco de que Deus não exista] e Peter Atkins [que disse que somos um “belo rearranjo de nada”, o que deve incluir ele próprio, que se gloria de ser ateu e estudou em Oxford, cujo lema é o Salmo 27:1 – DOMINVS ILLUMINATIO MEA ou “O Senhor é a minha Luz”], o cristianismo nos deu nomes como os mencionados. Desse modo, valem muito as palavras de Louis Pasteur e de Werner Heisenberg, que disseram, respectivamente, que “um pouco de ciência nos afasta de Deus; muito, porém, nos aproxima Dele” e que “o primeiro gole no copo das ciências naturais o torna ateu, mas no fundo do copo Deus espera por você”.


Na verdade, olhar para esses exemplos só me faz comprovar as velhas palavras daquele Livro Sagrado antigo, onde se lê: “O tolo diz em seu coração: não há Deus...” [Salmo 14, vs. 1a] e que “...os homens, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, e nem lhe renderam graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu... Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” [Romanos 1:21-22]. Em poucas palavras, as Escrituras dizem claramente que o ateísmo é uma suprema idiotice - porém isso não ocorre por falta de conhecimento ou consciência, mas é uma rebelião voluntária contra o Criador, uma rebelião do coração e não uma conclusão fundamentada em provas razoáveis, uma vez que todos têm conhecimento de Deus mas não O glorificam como tal, de forma que a sua suposta sabedoria não passa de insanidade, insensatez e tolice ou, no português popular, um grande “papel de trouxa”. Mas isso não é o pior de tudo, pois, no final do capítulo citado de Romanos, está escrito que tanto os que praticam essas coisas como os que se simpatizam com elas são dignas de morte – e Deus certamente faz [e fará] Sua palavra valer.

E a música? – você pode me perguntar... O que dela se aplica aqui?


Um dos trechos da canção diz que “...o caminho será escuro, mas Cristo é a Luz do mundo...”. Ora, mesmo que a maioria de nós esteja andando por caminhos escuros (visto que seus corações estão obscurecidos), Cristo diz que “veio como Luz ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” [João 12, vs. 46], de forma que o “caminho nunca será mais escuro se Cristo passar a andar por ele” – isso me dá uma real esperança no fim do túnel [quando me enxergo como um “hopeless wanderer” ou “andarilho sem expectativa”], pois “Nele estava a vida, e a vida era a Luz dos homens, e a Luz resplandece nas trevas, e as trevas não a derrotaram” [João 1, vs. 4-5]. Por fim, outra parte da música diz que “...só a cruz esconderá quem você não é” – isto é, é diante de Cristo que todas as percepções erradas sobre mim mesmo são destruídas (pois “a Luz tudo manifesta”) e, nesse caso, minha “super” auto-estima, a falsa idéia de que o universo existe para “fazer sentido” para mim e a ilusão de que não existe eternidade [logo, nem céu nem inferno] são despedaçadas diante da minha total corrupção inata em comparação com Sua santidade infinita, da realidade de que “...tudo foi criado por Ele e para Ele” [Colossenses 1, vs. 16b] e, obviamente, pelo fato de que “...uns irão para o tormento eterno, e outros para a vida eterna”, vida essa que somente Cristo pode conceder, uma vez que o Pai deu a Ele “...autoridade sobre toda a humanidade, a fim de dar vida eterna a todos quantos Lhe deste” [João 17, vs. 2].

E você? 
Você é um dos que se encaixam no grupo dos “tolos” ou dos “loucos que pensam que são sábios" [mesmo os que parecem “intelectuais”] e, assim, permanece ainda ignorando que Deus é real?
Ou, pelo contrário, essas breves palavras um tanto falhas te ajudaram a enxergar que você precisa se voltar para o Criador e buscar nele vida, vida eterna, pois “...esta é a vida eterna: que conheçam a Ti, só a Ti, como único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” [João 17, vs. 3]?


Olhe para Cristo e invoque o Seu nome, pois todo aquele que confia Nele pode até não chegar a viver o próximo “17 janvier”, mas viverá por toda a eternidade.





Pela certeza de que ando na Luz Dele,





Soli Deo Gloria!

Nenhum comentário:

Postar um comentário