sexta-feira, 11 de maio de 2012

Além do que se vê...


Sim. Maio começou e já se passaram 10 dias.

Como havia comentado na postagem anterior, num dia 7 de maio, há alguns poucos anos (risos), eu nasci. Logo, na segunda-feira dessa semana, fiz mais um aniversário, com direito a ter que esperar 45 min na fila do banco pela manhã, a ter aula de Estereoquímica no meio da tarde (se quiser saber o que é “estereoquímica”, leia o post “O maior segredo” do mês de março) e, depois da aula [ora, era meu aniversário], peguei o primeiro taxi que vi na frente e caminhei em direção ao meu presente do dia: show da turnê de 15 anos do Los Hermanos! De fato, eu não merecia um presente e tanto como esse. Não é verdade, Juli Oliveira?


Depois desse breve resumo do meu 7 de maio, gostaria de aproveitar esse post para falar sobre uma frase de uma daquelas músicas (que fizeram o público – contando comigo, claro - curtir intensamente aquele breve momento de “contemplação da boa arte”), que diz:

“...É preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê...”

Aqui está você. Talvez por acaso você tenha encontrado esse blog enquanto navegava na internet em seu Twitter ou Facebook e, de repente, conhece a música à qual me referi e, nesse caso, deve gostar muito dela... Sim, a frase tem o seu tom lúdico e, por isso, parece e soa bela aos ouvidos... Mas, na verdade, ela é mais do que lúdica ou esteticamente bem construída. Quer ver?


A estrada vai além do que se vê. Nem eu, nem você, nem ninguém tem percepção completa das coisas. Podemos pensar, porventura [ou seria desventura?], que somos (mesmo que em certa medida) sensatos, coerentes e suficientemente cientes de como a vida funciona e de como ela deve ser aproveitada... Será mesmo? Se refletirmos, ainda que brevemente, a respeito da realidade ao nosso redor, a única conclusão “sensata” é a de que a insensatez e a estupidez é o nosso “cartão de visitas”. A violência, a injustiça social, o egoísmo, a ganância, a desonestidade, o orgulho, as disputas por poder, a indiferença em relação ao próximo e o desamor exponencial são evidências pontuais disso. Como dizia certo poeta, é hora de “celebrar a estupidez humana”. Infelizmente.  

A estrada vai além do que se vê e é preciso força pra perceber. Eu não sou capaz, por mim mesmo, de perceber (nem mesmo) que eu não posso perceber as coisas como, de fato, elas são... Não há em mim quaisquer habilitações para que eu conheça plenamente as respostas para as perguntas mais centrais da vida (De onde viemos? Para onde vamos? Quem somos?) e seus desdobramentos. Logo, eu e você estamos fadados a vivermos uma ilusão, perdidos em nossos pensamentos imprecisos e imperfeitos? Como conseguir essa “força pra perceber”? Melhor, quem tem essa “força” que pode nos ajudar a perceber a realidade com mais verdade e “de verdade"?

Quando penso nisso, me lembro de um personagem dos tempos bíblicos conhecido por seu temperamento melancólico e emotivo [curiosamente, ele é conhecido como “profeta chorão”, devido a seus cânticos de lamento pela destruição de sua amada cidade], o qual escreveu:

“Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho, nem do homem que caminha o dirigir os seus passos” (Livro de Jeremias, cap. 10, vs. 23).


Eu não sou o dono do meu destino. Você não é o dono de seu destino. Eu não posso dar um passo sozinho. Você não pode dar um passo sozinho. Se a Bíblia estiver certa (como ela mesma testifica de si mesma), é Deus quem controla o nosso caminho e dirige os nossos passos, não importa quem sejamos. Como também já disse outro personagem bíblico, conhecido por sua sabedoria peculiar:

“O coração do homem considera o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos” (Livro dos Provérbios, cap. 16, vs. 9).


Por mais que pensemos sobre as nossas decisões por sermos seres racionais [“Cogito, ergo sum”, já dizia Descartes], no fim das contas é Deus quem continua sendo o “Senhor” de nossos passos, de nossos caminhos, de nosso destino. Ou melhor, Deus nunca deixou de ser Deus sobre nada que existe no universo, pois um dos salmistas disse:

“Antes que os montes nascessem ou que Tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, Tu és Deus” (Salmo 90, vs. 2). 

Ele é Deus desde sempre e continuará sendo Deus para sempre. Essa é a única razão (na verdade, não poderia existir razão mais nobre) pela qual “a estrada vai além do que se vê”: Ele é eterno e, por isso mesmo, tem propósitos eternos. Se Ele é Deus sobre tudo que existe desde sempre e para sempre, Seus planos eternos sempre se cumprem e, desse modo, nossa “estrada” não pode acabar ali na próxima esquina. Certamente, tem algo além do próximo quarteirão, além da saída da cidade... Nem eu nem você podemos ver, mas está lá. Está na hora de “sairmos da caverna” e do mundo das idéias e irmos para fora... Está na hora de irmos ao encontro Dele, pois “Ele é antes de todas as coisas e todas as coisas Nele encontram seu propósito” (Colossenses 1:17). Não há sentido algum sem Ele; não há qualquer razão de ser sem Ele. Ele é o princípio e o fim, o Alfa e o Ômega, o “tudo em todos”. Somente Ele tem a “força” de que precisamos para “perceber” o fim da estrada.


Finalmente, você pode perguntar: qual é o final dessa estrada? Talvez a melhor resposta seja aquela escrita pelo Apóstolo Paulo na sua primeira carta aos coríntios, que diz: “...as coisas que o olho não viu e o ouvido não ouviu, e que não subiram ao coração do homem, são essas que Deus preparou para aqueles que O amam...” (1 Coríntios 2:9). Eu não tenho a mínima noção disso. Você não tem. Eu não posso ter essa noção, pois é muito superior a qualquer coisa que eu posso imaginar como nobre, preciosa e agradável. Você não pode ter. Porém, na verdade, isso não importa. O que importa é reconhecermos o caminho certo para essa “estrada que vai além do que se vê” – ou seja, conhecer a Ele e reconhecê-Lo é o que importa.


Pela "estrada que vai além do que se vê",



Soli Deo Gloria! 

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