Eis-me aqui, novamente.
Como normalmente tem ocorrido, não venho a esse espaço virtual com tanta confiança de que escreverei algo relevante; porém, em meio a essas desconfianças, espero ser surpreendido "ao longo da longa jornada" até o fim desse texto.
Indo direto ao ponto, essa postagem tem por objetivo expor brevemente algumas reflexões a partir de duas canções - "Infinita Highway", da banda gaúcha Engenheiros do Hawaii e "Stairway to Heaven", do grupo Led Zeppelin -, conforme se vê no título do texto, o qual traduzido seria "Infinita auto-estrada para o Paraíso" ou "Céu", como preferirem. Não buscarei propriamente comentar as duas letras detalhadamente, todavia alguns trechos de uma/ambas das canções serão úteis para o fim proposto.
Dessa maneira, inicio mencionando o seguinte excerto da canção "Infinita Highway":
"Estamos sós e nenhum de nós
Sabe exatamente onde vai parar[...]
Mas nós não precisamos saber pra onde vamos
Nós só precisamos ir..."
A música em questão, de modo geral, parece tecer um mensagem do seu autor a uma garota que, segundo ele, "...o faz correr demais os riscos dessa 'highway'...", de modo que, ao falar sobre a solidão e a falta de direção nessa "estrada hipotética" [ora, ela é chamada de "infinita", subentendendo-se que não há "ponto de chegada" a ser atingido], parece indicar que um desses "riscos" consiste na incerteza do destino final do caminho que se percorre/se deseja trilhar. Embora seja apenas uma letra de música, estou convicto de que o que aparece na literatura é reflexo da realidade, visto que a experiência humana prática é prova inconteste de que os seres humanos têm em si um certo "...senso de eternidade ou infinitude..." e, na busca do que consideram ser o caminho [ou estrada] para essa "infinitude", sempre caem em confusões, embaraços, caminhos tortos e atalhos que não os conduzem a lugar algum - ou, em outras palavras, "...nenhum de nós sabe exatamente onde vai parar...". Porém, assim como na música, os homens normalmente não fazem caso de "seguir um caminho seguro" na busca do "infinito/eterno" e simplesmente acreditam que "não precisam saber aonde vão, mas só precisam ir...", de modo que em sua indiferença e temeridade criam para si mesmos fábulas loucas, ideologias/culturas destruidoras, religiões impiedosas e filosofias inócuas, como se vê em certos sincretismos, no comunismo [que é "camaleônico" por natureza], no Islão e nos sofismas pós-modernos.
Outro trecho da canção que ajuda a ampliar o silogismo exposto é:
"...Não queremos lembrar o que esquecemos
Nós só queremos viver
Não queremos aprender o que sabemos
Não queremos nem saber
Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e é só
Só obedecemos a lei
Da Infinita Highway..."
Inicialmente, vale ressaltar que letras de canções estão mais próximas do campo da poética [ou da literatura mais subjetiva, intimista etc. - não sou das letras, mas acredito estar correto], de modo que as variadas interpretações do que [provavelmente] o autor quis dizer são mais recorrentes ou até mesmo "razoáveis" - ainda que ele tenha intencionado dizer uma coisa em particular. Isto posto, o que me vem à mente quando me deparo com esses versos é que a música se mostra como um diagnóstico válido dos mesmos seres humanos que "não sabem exatamente onde vão parar enquanto percorrem a 'Infinita Highway'...": eles não se importam em relembrar aquilo de que se esqueceram, eles não querem levar a sério o que lhes foi ensinado nos dias passados e desejam apenas viver conforme o próprio bel-prazer do tempo presente ou "...só obedecerem a lei da 'Infinita Highway'..." - i.e., algumas coisas foram esquecidas [cuja lembrança incomoda], alguns conhecimentos foram ignorados [cuja realidade latente perturba] e o "niilismo anarquista" [ou a desordem acompanhada da carência de sentido e propósito] seria o que melhor define a humanidade atualmente.
No entanto, apenas especulações filosóficas ou "teorizações escolásticas" não passam de opiniões ou "pontos de vista" - ainda que sejam logicamente coerentes e retoricamente bem construídas. Logo, para que esse texto não seja uma completa fatuidade, cito algumas palavras de fato válidas por si mesmas a respeito:
O que ouvimos e aprendemos, o que nossos pais nos contaram,
Não o esconderemos de nossos filhos; contaremos à próxima geração os louváveis feitos do Senhor, o Seu poder e as maravilhas que Ele operou. [...]
Então eles porão a sua confiança em Deus; não esquecerão os Seus feitos e obedecerão aos Seus mandamentos,
Não como fizeram os seus antepassados, obstinados e rebeldes, povo de coração desleal para com Deus, gente de espírito infiel. [Salmo 78, vs. 3-4 e 7-8]
Nessa passagem bíblica, o poeta afirma que aquilo que ele ouviu, aquilo que seus pais contaram a ele, ele não deixaria de contar a seus filhos - mas, afinal, com que legado ele estava se comprometendo ou, por assim dizer, o que ele queria "conservar"? Como se vê, o compromisso dele não era com seus próprios projetos e ideais, tampouco com invenções ou quaisquer divagações humanas, mas com a proclamação dos "louváveis feitos do Senhor, do Seu poder e das maravilhas que Ele operou", os quais haviam sido esquecidos por aqueles que haviam visto todas essas coisas com os próprios olhos, se fazendo assim ainda mais culpados de rebelião e contumácia. De modo análogo, este blog não tem razão de ser se eu não assumir o mesmo compromisso do poeta dos "hinos de Israel" [ou seja, esse é um espaço no qual os admiráveis feitos do Eterno serão contados, bem como o Seu poder e Suas obras maravilhosas - quem lê, entenda], uma vez que os meus contemporâneos se comportam da mesma maneira que aqueles israelitas de outrora [embora aqueles não tenham visto os mesmos prodígios que estes presenciaram], visto que também se esqueceram de Deus e de temê-Lo com o temor que Lhe é devido e, em troca, fizeram e fazem Dele algo conformado à própria imagem humana, um "Deus ao gosto do cliente" - seja aquele "Deus-garçom" [o qual existe para nos servir de acordo com o que "pagamos" a Ele] ou aquele "Deus-da-Cabana" [o qual não tem um caminho específico para a salvação de ninguém, é efeminado, fraco e que só traz "lições de moral" em vez de ser o Redentor do pecador arrependido e o justo Juiz do pecador impenitente], pois está escrito que Cristo "...não veio chamar justos, mas pecadores ao arrependimento..." [Mateus 9, vs. 13] bem como que Deus "...não terá o culpado por inocente..." [Naum 1, vs. 3].
Desse modo, uma vez que a imagem que é feita na mente sobre Deus é falsa, a maneira como se vive em relação a Ele também é extraviada, seja por meio de uma religiosidade supersticiosa e caricata seja pelo ateísmo prático. Em suma, a tradição com a qual nossa civilização foi construída e pela qual se tornou grande e nobre [a civilização das universidades, do Direito Canônico, da cultura helenística, da moral judaico-cristã, da música erudita, da educação liberal medieval, da arquitetura gótica, da literatura de Dante e Shakespeare, da teologia reformada etc. - apesar dos ônus a ela relacionados], está cada vez mais sendo lançada em ostracismo, a rebeldia diante da transmissão de bons valores é cada vez mais evidente e promovida e, finalmente, "todos estão vivos e é só" - não há nada "além do que se vê", tudo se reduz à matéria e todos só obedecem "às próprias leis", as quais se resumem no famoso lema "NENHUM DIREITO A MENOS". Isto é, cada um procura convencer todos os outros de que todos lhe são "devedores" de toda e qualquer coisa [sabe aquela "dívida histórica"?] e, assim, querem usurpar o lugar de Deus, sendo "rebeldes e obstinados" e de "coração desleal e infiel" para com Ele, já que, em contrapartida, todos são devedores Dele [da vida, do fôlego e de todas as coisas], todavia Ele não deve nada a ninguém, pois "...quem deu primeiro a Ele, para que lhe seja restituído?" [Romanos 11, vs. 35].
Alguém, porventura, pode estar se perguntando: quais são esses "louváveis feitos do Senhor"? Ou ainda: será mesmo que esse "Senhor" existe?
De início, sabendo-se que nesta geração a "inexistência de Deus" ou o "delírio de Deus" é quase um "dogma implícito" ou uma "obviedade lógica", é necessário apresentar algumas razões pelas quais a crença em Deus é razoável. Nesse sentido, lançando mão de um exemplo das ciências naturais, qual seria a probabilidade de reagentes químicos colocados numa prateleira de laboratório levitarem até à bancada de trabalho, juntamente com todas as vidrarias, itens e equipamentos necessários para se executar uma reação que visa a obtenção de um composto específico em detrimento de outros, incluso rendimento satisfatório e pureza elevada no produto final? Se você for um ser pensante, sua resposta será nenhuma ou "praticamente zero", mas, na mente de um ateu naturalista metido a intelectual, TODO O UNIVERSO - incluindo os seres vivos, cuja complexidade é incomparável àquela de um sistema de uma reação química - surgiu nessa "probabilidade zero" e se conserva numa determinada ordem para preservação da vida [de acordo com o que se chama de princípio antrópico] sob a mesma probabilidade. Isto é, embora um químico ateu prescreva essa insanidade, ele jamais vai deixar de planejar seus experimentos nem acredita que suas substâncias de interesse aparecerão puras em seus tubos de ensaio aleatoriamente - a não ser que ele queira perder os investimentos em seus projetos de pesquisa por ineficiência e rejeição ao método científico.
Dessa forma, o mais racional é reconhecer que o universo é produto de uma mente inteligente e, dessa forma, onde existe uma mente inteligente, existe um ente pessoal, que tem a capacidade de criar com alta complexidade e estonteante beleza bem como de sustentar o que foi por ele criado - ora, se você concordou com isso, você se aproximou bastante do Deus revelado nas páginas da Bíblia, pois Ele é "...o criador dos céus e da terra, do mar e de tudo o que neles existe..." [Atos 17, vs. 24] e "...sustenta todas as coisas pela palavra de Seu poder..." [Hebreus 1:3]. Nesse ínterim, se fazem pertinentes outras palavras dos Salmos: "...o tolo diz em seu coração: Deus não existe..." [Salmo 14, vs. 1].
Finalmente, partindo do fato de que Deus é real e cognoscível, quais seriam, então, os Seus "feitos maravilhosos" que devem ser relatados à geração presente e às futuras?
Na verdade, não há como relatar nesse texto todos os feitos de Deus [sejam os registrados na Bíblia, sejam aqueles que aconteceram ao longo da história, como a Criação de tudo ex nihilo, as dez pragas do Egito, a abertura do Mar Vermelho e do Rio Jordão diante dos israelitas nos dias de Moisés e Josué, o sol e a lua parando e até mesmo homens que foram levados ao céu sem terem passado pela morte etc.], mas eu destacaria apenas um deles, o qual é o maior de todos os atos divinos - a Encarnação, o envio do Filho de Deus ao mundo, para se fazer semelhante a nós, criaturas de Sua mão que se desertaram Dele em rebelião, a fim de redimir por Sua morte na cruz e subseqüente ressurreição ao terceiro dia a todos que, em arrependimento e fé, virem a Ele em busca do perdão dos pecados. Nas demais filosofias e religiões, por mais requintadas que aparentem ser, não há nada semelhante ao fato da Divindade se rebaixar, por assim dizer, até o nível da criatura, não por motivo banal, já que "...Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna..." [João 3, vs. 16] e que "...Aquele que não conheceu pecado, Deus O fez pecado por nós, para que Nele fôssemos feitos justiça de Deus..." [2 Coríntios 5, vs. 21]. Fora do Cristianismo, é a criatura que oferece "coisas" à Divindade para buscar ter contato com ela; no Cristianismo, é a Divindade que oferece a Si mesma para restaurar a comunhão da criatura Consigo, e isso a preço de sangue e morte de cruz.
Ou seja, dentre os "feitos louváveis do Senhor", nenhum deles é mais excelente do que aquele pelo qual o Eterno "...reconciliou consigo os homens, não lhes imputando os seus pecados..." [2 Coríntios 5, vs. 19] a fim de "...conduzi-los para Si mesmo..." [1 Pedro 3, vs. 18], o que nada mais é do que Deus preparando para o homem uma "Infinita Highway to Heaven" ou "Infinita Estrada para o Paraíso", visto que Cristo diz ser "...o Caminho, a Verdade e a Vida..." de maneira que "...ninguém vem ao Pai se não por Ele..." [João 14, vs. 6]. Portanto, na etapa de peregrinação da vida presente, ninguém poderá ter certeza quanto à vida futura a não ser que trilhe essa "Highway to Heaven", uma vez que fora de Cristo todos permanecerão "...cansados e sobrecarregados...", ainda que desse modo não se reconheçam [por se apoiarem em sua pretensa auto-justificação], os quais, finalmente, post mortem, não encontrarão mais descanso algum, mas apenas "...pranto e ranger de dentes...", por haverem se enveredado pela "Highway to Hell" ou "Autoestrada para o Inferno".
Qual estrada você tem percorrido? Aquela que conduz ao Infinito e ao Eterno ou aquela que leva ao Inferno?
Se você se percebeu "completamente enganado" e "correndo pelo lado errado", até quando vai ignorar o conhecimento que te conduz ao Caminho certo?
Além disso, você pode perceber através desses parágrafos que Deus, na pessoa de Seu Filho, está em busca de te reconduzir a Si mesmo ou, na analogia do post, te fazer andar pela "Infinita Highway to Heaven", visto que Ele "...veio buscar e salvar o que se havia perdido"?
Finalmente, você já se deu conta de que "you will not need to buy a Stairway to Heaven" ou "você não precisará comprar uma auto-estrada/escada para o Paraíso", visto que esta é oferecida gratuitamente?
Pela alegria de percorrer o Caminho da Cidade Celestial,
Soli Deo Gloria!
Nenhum comentário:
Postar um comentário