A Ti, que habitas em Luz
inacessível
A quem ninguém viu, nem jamais
pode ver
E para quem até as trevas são
como o dia
Dirijo estas breves palavras.
De um lado, sou disforme e vazio
Visto que o Teu espelho me revela
Que sou tão repleto de mim mesmo
Quanto dissonante de Tua
semelhança
E, assim, destituído da Eterna
Beleza.
Oh, quão triste será o destino
Destino irrevogável e inclemente
Daquele que ouvir a Voz do alto a
dizer-lhe
“Seja feita a sua vontade!
Hoje na terra, amanhã fora do
céu”.
Em contrapartida, pelos quatro
cantos,
Norte e Sul, Oriente e Ocidente,
E desde tempos bem antigos,
Avança a Velha Novidade, posto
que é atemporal.
Por ela, o martírio se faz doce
resignação
E a escassez se revela plenitude.
A vida de agora, na verdade, é
menos “vida”
Que aquela que há de vir
Pois, um dia, a antiga Nárnia
Dará lugar à Nárnia verdadeira –
quem lê, entenda.
Portanto, enquanto estou aqui e
agora,
Não tenho todo o tempo do mundo
Nem tenho muito tempo
Pois ele passa depressa, acaba e
não recomeça.
Logo, não devo ter aqui herança
permanente
Uma vez que a aparência que me
cerca
Durará como o dia de ontem –
Deixo, então, o temporal e
procuro o eterno,
Como um peregrino em país
estranho
Cuja cidadania é a de uma pátria
melhor
Arquitetada desde sempre pelo
Criador.
Ah, memória vacilante a nossa
A qual perde de vista a verdade verdadeira
De que somos feitura de Alguém
Que não necessita de nada nem ninguém
Único e incomparável
Embora O façamos nosso igual.
Porém, esta é a "maravilha das maravilhas" -
Brevemente está chegando o Natal
E, assim, lembramos que Ele veio até nós.
Sim! O Eterno entrou no tempo,
O Divino se fez "ser humano",
A Força despertou na forma da nossa fraqueza.
No entanto, esse não é o fim da história.
No entanto, esse não é o fim da história.
Tal Força, a "Resplandecente Estrela da Manhã",
Cuja brilho excede toda luz,
Seguiu firme por sua órbita,
Para colidir com a "estrela da morte".
E, quando parecia que o Lado Negro havia prevalecido,
Em três dias a Estrela da manhã raiou -
A Força Despertou de uma vez por todas!
Ah, glorioso o dia desse Despertar
Pelo qual guardo firme a certeza da felicidade,
Felicidade perpétua, deleite infinito.
A Força um dia rasgará os céus,
Tornando obsoletas todas as falsas "forças".
Por isso, cantarei a esperança, a Viva
Esperança
Na qual alcanço a redenção
prometida
Ainda que o mundo vá de mal a pior
Por nele se multiplicar a maldade.
Nela me alegrarei, e dela serei
arauto,
Indo onde há dor ou falsa
segurança,
Onde falta amor ou reina a vil
indiferença
Para que povos e línguas, tribos
e nações,
Atendam ao Teu glorioso convite e louvem a Ti
Dizendo: “Eu Te proclamo
eternamente,
Porque Te amo, Eternidade!”
Soli Deo Gloria!
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