Depois de alguns dias, acho que chegou a hora de escrever novamente.
Dessa vez, a razão pela qual essa nova postagem será escrita não é menos urgente e especialmente "temperada com vinagre", assim como a anterior - apesar de um título lúdico, "fofurinhas" e "frescuras" passarão longe daqui. Sem perda de tempo, vamos em frente.
Inicialmente, esse texto nasceu num momento inusitado - literalmente, num insight - e remete a uma célebre afirmação do escritor russo Fiodor Dostoievski, que certa vez disse que "...A beleza salvará o mundo...". Nesse sentido, vale ressaltar que não sei exatamente sob que contexto a frase foi dita ou escrita, porém pretendo fazer determinadas aplicações a partir dela que me parecem não apenas pertinentes, mas vitais - em outras palavras, creio ser questões de vida ou morte.
Desse modo, a primeira aplicação será na esfera da arte, que em sua essência [real essência] está relacionada com duas palavras: criatividade e beleza. Logo, a atividade artística por si mesma aponta que, se o ser humano faz arte, ele faz isso porque ele tem a capacidade de criar - e, se o homem, componente singular do universo (quando comparado com os demais seres vivos e tudo o que existe a seu redor), é capaz de criar coisas, esse fato inevitavelmente aponta para a realidade de que ele [o homem] não deve ter "surgido no nada a partir de eventos naturais aleatórios", mas sim foi criado por um Ser superior a ele. De outra maneira, assim como é absurdo pensar ser razoável e racional defender a tese de que o computador/tablet/smartphone no qual você deve estar lendo esse texto "surgiu do nada sob a influência do nada", é totalmente estúpido olhar para o ser humano e tudo o que está relacionado a ele [suas faculdades e natureza, anseios, sua organização em civilizações, sua produção artística e científica etc.] e negar a realidade de um Criador - seria como receber um iPhone de presente das mãos de Steve Jobs e dizer que ele (Steve) não existe.
Além disso, ao longo da história da humanidade, a arte sempre foi caracterizada pelo conceito e pela busca minimalista do "belo" - especialmente na arte greco-romana típica da Antiguidade [e também do Médio e Extremo Oriente] e, mais tarde, na arte pujante fomentada nas sociedades ocidentais [particularmente na Europa] por influência do Cristianismo, incluindo também a arte dos árabes por ocasião da expansão do Império Mouro. Apesar das diferenças entre os diversos estilos (barroco, rococó, bizantino, gótico, romanesco etc.), uma coisa sempre estava lá: a Beleza. Beleza mesmo - uma vez que, até hoje, por exemplo, as catedrais góticas inspiram admiração por seu design único e majestoso ou, por outro lado, o bizantino desperta um ar de mistério misturado com muita riqueza de detalhes. Em suma, a arte, por si mesma, primeiramente aponta de modo claro e direto para a realidade de um Criador e, como resultado disso, todos os que fizeram [e ainda fazem] arte baseados nessa convicção buscaram [e têm buscado] a beleza.
Mas a questão que permanece é: por que "a Beleza salvará o mundo"? O mundo se tornou algo "feio" para que a beleza o salve?
Para responder a essas perguntas, é necessário resumir o argumento em poucas palavras: o mundo foi criado por um Ser que é totalmente bom em Sua natureza e, por isso, o mundo foi criado muito bom, pois "...não há bom senão um só, que é Deus..." [Mateus 19, vs. 17] e "...viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom..." [Gênesis 1, vs. 31]. No entanto, o homem [uma parte dessa criação perfeita] se rebelou contra Deus e, desobedecendo a Ele, trouxe sobre si mesmo a pior das condenações: a perda da comunhão com o Criador e, assim, a perda da semelhança com esse Criador - ou seja, a beleza que Deus havia colocado no homem foi maculada pelo seu pecado, pois "...todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus..." [Romanos 3, vs. 23] bem como "...por um homem entrou o pecado no mundo e, pelo pecado, a morte veio sobre todos os homens..." [Romanos 5, vs. 12 - adaptado]. Sendo ainda mais sucinto, o mundo se tornou feio aos olhos Daquele que é a Suprema Beleza por sua própria rebelião, visto que tudo o que há no mundo se opõe a essa Beleza e, dessa forma, Deus agora restringe o espalhamento incontrolável dessa "feiura" pelo Seu poder para que o caos não seja absoluto.
Porém, algumas vezes Deus decide entregar os homens a si mesmos [já que, mais do que em qualquer momento da história, eles estão mais vigorosamente anti-Deus] e, como consequência, "certas feiuras" [tão feias que até apresentá-las aqui é vergonhoso] são feitas como se fossem "arte".
Nessa caso, me refiro a um fato [considerado nos nossos círculos de "intelectuais" - ou seriam de "militontos" ou de "canalhas estúpidos pervertidos"? - como "intervenção artística"], no qual homens e mulheres despidos, numa posição animalesca ("de quatro", como se diz no popular) acariciam-se uns aos outros de todas as maneiras mais chulas e despudoradas imagináveis num palco, como se fosse uma exibição de algo a ser apreciado. Sim, é isso mesmo - eu tentei ser o menos ofensivo a quem for ler esse texto (mas, se você quiser ver tudo claramente, as fotos dessa "arte" - arte do satanás, vinda das profundezas do inferno, certamente - estão espalhadas na internet), mas acho que consegui ser claro: a arte, mais do que nunca, se tornou um veículo de toda sorte de pecado e imoralidade e, para os menos informados, quero dizer aqui que isso não é simplesmente "um acidente de percurso", mas algo planejado antecipadamente para ser feito com o propósito de corromper ainda mais a sociedade [os homens já são naturalmente corruptos por causa do pecado, mas essas coisas me fazem até escrever a hashtag #saudadesSodomaeGomorra], tendo como fim último e principal a destruição de toda influência e traço do Cristianismo na civilização ocidental (para saber melhor a respeito, indico conhecer um pouco do "Decálogo de Lenin" e ler "Eros e civilização", de Hebert Marcuse). De certa maneira, Deus tem abandonado a humanidade - e, ironicamente, eu sei que isso é o que ela mais deseja ao mesmo tempo que é o que ela mais deveria temer. Com toda a seriedade, afirmo nesse post que nenhuma falsa sensação de "superação de Deus" ou de "progresso para além das fronteiras opressoras do Cristianismo" poderá compensar todo sofrimento do inferno - sofrimento que será eterno.
Por falar nisso, ontem estava no laboratório ao qual sou vinculado na universidade e, durante alguns minutos, pude acompanhar dois colegas assistindo um animé baseado na história do "Inferno de Dante" e, em uma das cenas, Lúcifer aparece para uma das personagens dizendo: "...no inferno não existe só sofrimento; aqui existem prazeres inimagináveis que nenhum ser humano poderia cogitar... porém, eu também posso infligir os piores castigos e a pior dor, a quem eu quiser...". Resumidamente, duas mentiras estão presentes nessa citação: primeiro, não há nada de prazer no inferno, pois o inferno é lugar de pranto e ranger de dentes, de "tormento eterno" [Mateus 25, vs. 46] e "onde o seu bicho não morre e o fogo nunca se apaga" [Marcos 9, vs. 48] e, por outro lado, não é o diabo que aplica as punições no inferno, mas unicamente Deus, pois o próprio satanás sabe que "...será lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre..." [Apocalipse 20, vs. 10]. E, juntamente com satanás, todos os que rejeitaram a Cristo e viveram em inimizade contra Deus também estarão sujeitos ao mesmo juízo divino, pois "...este beberá do vinho da ira de Deus, não misturado, no cálice de Sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro, e a fumaça de seu tormento sobe pelos séculos dos séculos..." [Apocalipse 14, vs. 10-11]. Isto é, os que querem "vencer Deus" e "derrotar a religião" já lutam sob a dura e implacável sentença de derrota - derrota eterna, sem volta.
Finalmente, se "a Beleza salvará o mundo", que Beleza é essa?
Ora, se Dostoievski fala de uma "beleza salvadora", essa beleza só pode ser divina e, dessa maneira, essa Beleza só pode ser a Beleza do próprio Deus, pois Ele diz que "...fora de mim não há Salvador" [Isaías 43, vs. 11]. Em outros termos, "a Beleza que salvará o mundo" ou, por assim dizer, "a Beleza que já salvou o mundo" - tanto dessas ações estúpidas chamadas de "arte" bem como de todo tipo de falso conhecimento tido como verdadeiro e, especialmente, desse fogo eterno que aguarda a todos os que deliberadamente virarem as costas para essa "Suprema Beleza" - é o Seu Filho Jesus Cristo, o "totalmente desejável" [Cânticos de Salomão 5, vs. 16], o "Desejado de todas as nações..." [Ageu 2, vs. 7], Aquele que Deus enviou ao mundo para salvar os pecadores dos seus pecados [1 Timóteo 1, vs. 15 e Mateus 1, vs. 21], Aquele que não conheceu pecado (e, por isso, é a Beleza Sublime e Imaculada) e que foi feito "pecado por nós" [2 Coríntios 5, vs. 21], Aquele que se deu uma vez por todas pelos injustos para que esses injustos fossem assim justificados e, dessa forma, reconduzidos a Deus [1 Pedro 3, vs. 18], o Qual "...os formou para Sua glória..." [Isaías 43, vs. 7].
Diante de tantas distorções do que é belo ou, nas palavras de Paulo, da "mudança da verdade de Deus em mentira" e a subsequente ruína progressiva (ou seria progressista?) da humanidade, o que nos cabe é apenas olhar para Ele, admirando a Sua beleza excelsa, beleza que nenhum príncipe deste mundo poderia cogitar - pois "nele não havia beleza que nos atraísse" - mas, pela Sua própria Luz dentro de nossas trevas, poderemos ver a Ele como Ele é: O mais Belo dos belos, a Beleza antiga e nova, que é mais doce que qualquer prazer, cuja Luz sobrepuja o brilho mais resplandescente - a Alegria soberana e verdadeira.
Embora eu acredite que a maioria continuará "espalhando o feio" por todo lugar, tenho a Esperança de que, de fato, a Beleza triunfará contra toda "feiura", pois Deus diz que fará "...novas todas as coisas...", de modo que "...estas são as verdadeiras palavras de Deus" [Apocalipse 21, vs. 5].
E você? Continuará sendo seduzido por belezas falsas, indo para cada vez mais longe da Verdadeira Beleza?
Além disso, permanecerá desprezando a realidade do sofrimento eterno, achando que o inferno é "legal e divertido", sendo que o fato é que todos os que já estão lá sofrem amargamente por ter tido essa mesma postura insolente enquanto eles podiam ser livrados dessa ira divina e inclemente?
Olhe para Ele e passe a ter a esperança de ser novamente feito semelhante a Ele, pois está escrito que "...quando Ele se manifestar seremos semelhantes a Ele... e que qualquer que Nele tem essa esperança purifica-se a si mesmo, assim como Ele é puro" [1 João 3, 2-3].
Pela alegria de crer na Suprema Beleza,
Soli Deo Gloria!
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