segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Reformatio et Remuntarem - uma breve oração

Até quando, Senhor?
Até quando clamarei
E não me escutarás?

Embora eu não seja profeta
Faço menção de tais palavras
E, como que num "lamento de poeta",
A Ti apresento minha oração
E Te aguardo com esperança.

Rei meu e Deus meu,
Atenta para os meus gemidos
E guarda-me, porque só em Ti confio.
Visto que não tenho outro bem
Senão a Ti, a Ti somente,
Faze-me continuar expectante
De que, embora em meio às tormentas,
Posso crer que me fortaleces.
Tu tens o Teu caminho na tempestade
E fazes tremer os montes e colinas -
Quem pode, então, resistir-Te?
Nem os males que me arrebatam
Ou os pecados que de mim se alastram
Prevalecem contra Ti, pois és Luz,
E onde a Tua Luz resplandece,
As trevas não permanecem.

Se até a Tua ira contra nós Te dá louvor,
Bem-vindas sejam as aflições
Pelas quais nos trazes para junto de Ti.
Contudo bendito és, Deus gracioso,
"Pues Tu enojo no dura para siempre",
E, assim, choraremos nas noites escuras,
Até que o sol se levante
E nos alegre a alma como antigamente. 

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Responde-me quando suplico,
Ó Tu que me fazes justiça,
Pois não tens prazer na impiedade
E Contigo o mal não habita.
Que eu não peque em minha indignação
Mas, sim, aquiete a minh'alma,
Ao consultar no travesseiro o coração,
O qual toda noite me ensina
Quando a solidão é minha única companhia. 

Sinto-me como que em disputas eliminatórias
Nas quais sou "goleado nos jogos de ida".
Será que poderia haver "reviravolta"
Diante de tantos "7 x 1" diferentes?

Para quem aprecia o futebol,
Ouve-se que ele "é uma caixinha de surpresas"
Bem como que "o jogo acaba 
Apenas após o apito final".
Ah, a vida também "imita o esporte",
Pois, enquanto enfrentamos nossos adversários
[Muitas vezes, nada amistosos],
Devemos nos lembrar de Ti, o Justo Juiz,
Ao Qual todos deveremos prestar contas,
Inclusive de nossos atos ocultos -
Quer sejam bons, quer sejam maus. 
Além disso, assim como o futebol testifica
De vitórias através de viradas "impossíveis",
Sei que podes reverter qualquer situação,
A fim de glorificares a Ti mesmo
Uma vez que só de Ti vem a salvação. 

Restaura-nos para Ti, ó Senhor,
E então retornaremos!
Renova os nossos dias
Como outrora nos concedeste!
Embora a Tua mão pareça encolhida
E os Teus ouvidos agravados,
Sei que podes nos resgatar das profundezas,
Conduzindo-nos para a vida
Após termos sido por Ti atribulados.

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Sustenta a minha fé débil e vacilante,
Posto que creio em Ti,
Ainda que seja muitas vezes inconstante.
Como um vaso quebrado
Ou um "odre em meio à fumaça",
Por vezes me vejo esquecido
Ou até mesmo repudiado
Aos olhos de quem outrora me amava
E que, como na parábola do Samaritano,
Ao me ver semimorto "passa de largo".
Sabendo que sou sujeito ao auto-engano,
Faz-me pensar, ó Deus, os Teus pensamentos,
Os quais são puros e verdadeiros
Cheios de justiça e amabilidade
Bem como fontes de boa fama e virtude,
Para que eu guarde as portas da mente
A fim de que o pecado ali não entre. 

Somos todos obras inacabadas
E, por isso, todos precisamos de reforma.

Completa, pois, em nós, a Tua obra, 
A qual começaste desde que a nós vieste,
Para ser o nosso triunfante Redentor
Até que nos leves à Tua morada celeste.
Enquanto isso, habitamos esse tabernáculo
- O qual não deixa de ser um cárcere -,
Contudo ansiamos estar fora do corpo
Para que estejamos onde Tu estiveres.
Sendo vivificados pela Palavra que nos deste
Recebemos a fé pela qual os justos vivem,
Cuja justiça provém do Único Mediador
No Qual toda graça e verdade residem.
Glória e honra sejam, portanto, só a Ti
O único Deus verdadeiro,
Que nos deste a vida eterna em Teu Filho
De modo que viveremos para conhecê-Lo

Vivemos ainda, ó Deus, "na terra daqui",
Porém seguimos avante, "peregrinos no Caminho",
À espera de Tua volta
Embora não saibamos o dia nem a hora. 
Do céu "bem além das nuvens" Te esperamos
E, fixando nele o nosso olhar,
Firmamos os nossos passos "sobre este chão",
A fim de "viver a eternidade no dia-a-dia"
Até que se consume a nossa redenção.
Quero viver "a terra do céu",
Na qual a "eternidade invade o tempo",
Deixando que Ele arranque o que se há de esquecer
Para que, em breve, eu possa agradecer,
Uma bela e nova estação.

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Soli Deo Gloria!

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