Mais
um ano começou e, provavelmente, eu não tenha muito tempo de publicar por aqui
– porém, sempre que possível ou necessário, buscarei manter o blog atualizado.
Mas, como é de se esperar, “nada como um ano após o outro” e, assim, novas
vivências, percepções, reflexões e outras coisas para serem ditas aparecem.
Vamos
lá, enquanto se tem tempo ou o computador não para de funcionar.
O
título desse texto significa literalmente “17 de janeiro e afins” (traduzido do
francês) – e, por falar nisso, essa é a primeira novidade. Retornei às aulas na
universidade e, de brinde, comecei a estudar a língua há poucos dias, cuja
experiência tem sido bem diferente, visto que nunca me passou pela cabeça a
vontade de aprender francês até ano passado (meus idiomas prediletos sempre
foram o italiano e o inglês, e ainda o são). No entanto, considerando-se que,
como disse o sábio, “o coração do homem planeja o seu caminho, mas Deus lhe
dirige os passos” [Provérbios 16, vs. 9], aqui estou eu estudando algo que nunca despertou maior
atenção. Espero ter sorte ou, melhor dizendo, “J'espère avoir la chance!”.
Todavia,
você pode me perguntar: o que o “17 de janeiro” tem a ver com tudo isso?
Ora,
17 de janeiro será amanhã (se estivermos vivos até lá, será o próximo dia que
teremos de viver) e, por outro lado, é o título de uma canção de que gosto
muito, da qual alguns pequenos trechos parecem vir a calhar depois dessa última
semana, em que presenciei ironias curiosas e fui reconduzido a “velhas
esperanças”.
Primeiramente,
em uma de minhas aulas da pós-graduação (sobre Sínteses Orgânicas, disciplina
de química orgânica relacionada a metodologias de fabricação de moléculas em
laboratório bem como à compreensão de reações e processos necessários para
tal), ouvi sobre um trabalho de químicos brasileiros no qual a síntese de uma
molécula bastante complexa (um determinado produto natural) foi feita de
maneira satisfatória, em diversas etapas bem executadas e por um único
experimentador [no caso, um estudante orientado pelo coordenador do grupo de
pesquisa], coisa rara de acontecer até nas melhores universidades do mundo. Em
seguida, o professor elogiou o trabalho e fez menção às palavras do jogador
brasileiro ganhador do Prêmio Puskas (o gol mais bonito do ano) que citou o
exemplo de Davi e Golias para ratificar sua conquista, já que ele [um jogador
de um time de segunda divisão] desbancou jogadores do nível de Lionel Messi [no
caso, o melhor jogador de 2015]. Porém, na minha aula, os nomes dos personagens
bíblicos não foram citados, embora tenham sido indiretamente apontados – ora,
não é politicamente correto falar de Bíblia em nosso mundo multicultural lindo
e fofo, onde “todas as opiniões são aceitáveis, exceto a verdadeira”.
Na
aula do dia seguinte, tudo ficou claro – entramos na sala e, enquanto se falava
sobre “dinheiro”, o mesmo professor afirmou que “dinheiro não é tudo, mas
ajuda”, acrescentando a pérola de que “...só não se deve deixar de aproveitar
bem o dinheiro para dar para a igreja... até porque sou ateu, e a igreja que se
dane!”. Pois bem, no dia anterior, um exemplo extraído do “livro do Deus que
não existe” é usado e, então, no outro dia vem o “que se dane a igreja”...
Ironia mode on!
Vamos
pensar um pouco: por definição, pode-se entender o ateísmo como a descrença em
toda e qualquer divindade ou “entidade/força superior” [seja como for essa
descrença], de modo que nada “existe” a não ser o mundo material. Nesse
sentido, particularmente no nosso mundo “pós-moderno”, somos praticamente
doutrinados/persuadidos/coagidos a reconhecer que o ateísmo é o mesmo que
“senso comum”, que o “óbvio”, que a “racionalidade” ou a “verdade” [mas tudo
não é relativo? Agora eu “buguei”]. Em suma, se Deus é uma grande falácia e,
como consequência, tudo o que está relacionado a Ele também é puro “conto da
carochinha” (de maneira que ser ateu é ser “pensante”, “intelectual”, “sábio” e
“não-alienado”), por que as pessoas se incomodam tanto com um ser que “não
existe” e com tudo o que é referente a “Ele”? Ora, se alguém faz uma série de
exames para saber se está com câncer e os resultados são todos favoráveis,
faria algum sentido a mesma pessoa ser submetida a um tratamento
quimioterápico? De modo semelhante, se Deus não existe, a humanidade não
deveria nem cogitar a possibilidade da existência [ou da não-existência] Dele e,
finalmente, jamais deveria manifestar qualquer modalidade de ódio ou rejeição a
Ele, o que me recorda as perturbadoras palavras de G. K. Chesterton: “...se não
houvesse Deus, não haveria nenhum ateu”.
Além
disso, sempre quando a questão ateísmo x religião entra em jogo, é comum dizer
que “a religião é o ópio do povo” [como prescrevia “São Marx”], que “se Deus é
bom, porque existe fome na África?”, “todo pastor é ladrão” ou mesmo “quanto
mais alguém tiver conhecimento científico, mais razões ele terá para ser ateu”.
De início, a afirmação de Marx nada mais é do que uma afirmação religiosa, pois
ao criticar a religião [no caso, o cristianismo, que é indissociável da cultura
e da sociedade da Alemanha, onde ele nasceu], ele queria colocar uma nova
ideologia no lugar, a qual se tornou a “religião” de todo ateu – o
“materialismo histórico-dialético”. Por outro lado, citar as mazelas ou
problemas sociais como provas da inexistência de Deus [ou mesmo de que Ele não
é tão bom e poderoso como se pensa] é como se alguém tivesse um videogame e
emprestasse intacto a um amigo e, quando o videogame é devolvido com defeito
(porque o amigo deixou o equipamento cair no chão), a culpa cai sobre o dono –
o que não faz nenhum sentido.
Finalmente,
assertivas como “todo pastor é ladrão” são simplesmente generalizações
infundadas ou sofismas [embora muitos que se dizem “pastores” sejam mesmo] bem
como “religião só existe até alguém conhecer a ciência” é uma ridícula
desonestidade histórica, pois se existe ciência como a conhecemos
[especialmente no mundo ocidental], é por causa da religião cristã, da qual
surgiram os criadores do “método cientifico” [como Francis Bacon], o movimento
medieval da Escolástica [que fez nascer as primeiras universidades na Europa,
incluindo Oxford, Cambridge, Sorbonne, Bologna, Praga, Vicenza, Padova,
Salamanca etc.], a Reforma Protestante [que trouxe a educação básica gratuita
para a população que não era da nobreza, que por meio de traduções da Bíblia
influenciou o surgimento do inglês e do alemão como os conhecemos hoje, nos
dando universidades como a de Genebra, a Livre de Amsterdam, Harvard,
Princeton, Yale etc. e nomes como Kepler, Maxwell, Faraday, Boyle, Dalton,
Thomson, Volta, Planck, Heisenberg, Leibiniz, Pascal, Pasteur etc.]... Melhor
parar de humilhar, não é? Enquanto os “grandes cientistas de hoje” são pessoas
como Richard Dawkins [o papa dos neo-ateus toddynhos das ciências naturais, que
disse que “Se existir um Deus Todo-poderoso, eu terei que me dobrar diante Dele”,
mostrando que seu ateísmo não é baseado em evidências, mas no seu desejo louco
de que Deus não exista] e Peter Atkins [que disse que somos um “belo rearranjo
de nada”, o que deve incluir ele próprio, que se gloria de ser ateu e estudou
em Oxford, cujo lema é o Salmo 27:1 – DOMINVS ILLUMINATIO MEA ou “O Senhor é a
minha Luz”], o cristianismo nos deu nomes como os mencionados. Desse modo,
valem muito as palavras de Louis Pasteur e de Werner Heisenberg, que disseram,
respectivamente, que “um pouco de ciência nos afasta de Deus; muito, porém, nos
aproxima Dele” e que “o primeiro gole no copo das ciências naturais o torna
ateu, mas no fundo do copo Deus espera por você”.
Na
verdade, olhar para esses exemplos só me faz comprovar as velhas palavras
daquele Livro Sagrado antigo, onde se lê: “O tolo diz em seu coração: não há
Deus...” [Salmo 14, vs. 1a] e que “...os homens, tendo conhecido a Deus, não o
glorificaram como Deus, e nem lhe renderam graças, antes nas suas especulações
se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu... Dizendo-se sábios,
tornaram-se loucos” [Romanos 1:21-22]. Em poucas palavras, as Escrituras dizem
claramente que o ateísmo é uma suprema idiotice - porém isso não ocorre por
falta de conhecimento ou consciência, mas é uma rebelião voluntária contra o
Criador, uma rebelião do coração e não uma conclusão fundamentada em provas
razoáveis, uma vez que todos têm conhecimento de Deus mas não O glorificam como
tal, de forma que a sua suposta sabedoria não passa de insanidade, insensatez e
tolice ou, no português popular, um grande “papel de trouxa”. Mas isso não é o
pior de tudo, pois, no final do capítulo citado de Romanos, está escrito que
tanto os que praticam essas coisas como os que se simpatizam com elas são
dignas de morte – e Deus certamente faz [e fará] Sua palavra valer.
E
a música? – você pode me perguntar... O que dela se aplica aqui?
Um
dos trechos da canção diz que “...o caminho será escuro, mas Cristo é a Luz do
mundo...”. Ora, mesmo que a maioria de nós esteja andando por caminhos escuros
(visto que seus corações estão obscurecidos), Cristo diz que “veio como Luz ao
mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” [João 12,
vs. 46], de forma que o “caminho nunca será mais escuro se Cristo passar a andar
por ele” – isso me dá uma real esperança no fim do túnel [quando me enxergo
como um “hopeless wanderer” ou “andarilho sem expectativa”], pois “Nele estava
a vida, e a vida era a Luz dos homens, e a Luz resplandece nas trevas, e as
trevas não a derrotaram” [João 1, vs. 4-5]. Por fim, outra parte da música diz
que “...só a cruz esconderá quem você não é” – isto é, é diante de Cristo que
todas as percepções erradas sobre mim mesmo são destruídas (pois “a Luz tudo
manifesta”) e, nesse caso, minha “super” auto-estima, a falsa idéia de que o
universo existe para “fazer sentido” para mim e a ilusão de que não existe
eternidade [logo, nem céu nem inferno] são despedaçadas diante da minha total
corrupção inata em comparação com Sua santidade infinita, da realidade de que
“...tudo foi criado por Ele e para Ele” [Colossenses 1, vs. 16b] e, obviamente,
pelo fato de que “...uns irão para o tormento eterno, e outros para a vida
eterna”, vida essa que somente Cristo pode conceder, uma vez que o Pai deu a
Ele “...autoridade sobre toda a humanidade, a fim de dar vida eterna a todos
quantos Lhe deste” [João 17, vs. 2].
E
você?
Você é um dos que se encaixam no grupo dos “tolos” ou dos “loucos que
pensam que são sábios" [mesmo os que parecem “intelectuais”] e, assim,
permanece ainda ignorando que Deus é real?
Ou,
pelo contrário, essas breves palavras um tanto falhas te ajudaram a enxergar
que você precisa se voltar para o Criador e buscar nele vida, vida eterna, pois
“...esta é a vida eterna: que conheçam a Ti, só a Ti, como único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” [João 17, vs. 3]?
Olhe
para Cristo e invoque o Seu nome, pois todo aquele que confia Nele pode até não
chegar a viver o próximo “17 janvier”, mas viverá por toda a eternidade.
Pela
certeza de que ando na Luz Dele,
Soli Deo Gloria!
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