Sábado, 16 de fevereiro de 2013.
Aqui estou para tentar escrever algo que está em minha mente desde o final do ano passado mas, por alguns motivos de força maior, só pude expor agora. Mais uma vez, como sempre digo, espero fazer algo válido neste post.
Há uma semana pessoas do mundo inteiro estavam em clima de festa, devido ao feriado de carnaval. No caso do Brasil, víamos os sambódromos lotados e cheios de alegorias, pessoas fantasiadas e muito samba no pé. Outras cidades estavam com suas ruas tomadas de blocos, trios elétricos e muito som. Era um verdadeiro "ziriguidum" [risos]! Mas, como diz certa canção, "todo carnaval tem seu fim". Agora a vida voltou ao normal - trabalho, faculdade, família. Sejamos bem-vindos à realidade, se ainda estamos vivos.
Bem, dessa vez eu não quero falar sobre o carnaval - já fiz isso no ano passado neste mesmo período. Vou ousar um pouco.
Ultimamente, tenho pensado bastante nos versos de uma música onde se diz:
"E é por isso que vou nesse rio torto
Sem fronteiras pra ninguém
Sem perder o rumo vou me encontrar também..." [Rio torto, Palavrantiga]
Sempre que ouço essa música me concentro em duas coisas: nos seus arranjos de metais (muito bonitos, por sinal) e nessa parte da letra que, para mim, poetiza um dos princípios mais importantes da vida: considerando que a vida de cada um de nós seja um "curso de um rio", nem sempre o percurso do seu "leito" é regular - existem pedras, locais de erosão ou assoreamento, quedas d'água, afluentes etc. - e, por isso, os rios se "entortam" ao longo de sua extensão. Traduzindo: a vida nem sempre caminha em linha reta, sem desvios ou declives. Em alguns momentos tudo fica torto mesmo e, como diz um dos meus sábios favoritos, "...o que é torto não se pode endireitar...". Não adianta tentarmos mudar as coisas. Elas são como precisam ser. O que nos resta é saber lidar com isso. Simplesmente.
Por outro lado, o poeta da música expressa seu desejo de ir "nesse rio torto...". Além disso, ele diz na mesma letra que esse rio é um "rio que corre sem pressa". O que isso quer dizer? Para mim, o poeta não tem medo de aproveitar a vida como ela é ao desfrutar um dia de cada vez, remontando a um dos salmos bíblicos mais belos, onde se lê:
Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios. [Salmo 90, vs. 12].
A vida humana é, em certo sentido, um rio sem fronteiras. Não sabemos com exatidão (ou seria precisão? Estatísticos, me ajudem! rs] até onde podemos ir ou, na prática, quais os limites que descobriremos no decorrer dos dias ou aqueles que superaremos. Mas, apesar de não termos esse controle, devemos reconhecer que nossos dias devem ser "bem contados". De acordo com o salmista, não sabemos "contar bem" os nossos dias; logo, ele suplica ao Único que é verdadeiramente sábio para nos ensinar. Eu estou no mesmo barco: não sou capaz de viver com um coração sábio se Deus não me conceder esse coração. Mais do que isso: nem você nem ninguém é capaz disso. Só por Ele.
Sem perder o rumo.
O rio é torto e sem fronteiras, mas não perdemos o rumo. Isso faz sentido? Sim, totalmente. "Insanamente".
Ao se percorrer um caminho tortuoso e sem fronteiras ou demarcações, espera-se que se perca o rumo em algum momento. Ora, se existem desvios ao longo da caminhada e não existem metas ou alvos a serem alcançados, como manter o rumo?
O rumo é mantido porque, em última instância, não somos nós que determinamos o caminho pelo qual seguimos. Por mais que sejamos seres conscientes e responsáveis por nossas ações, o mesmo sábio mencionado antes no texto também disse:
O coração do rei é como um rio controlado pelo Senhor; Ele o inclina para onde quer. [Provérbios de Salomão, cap. 21, vs. 1]
Nesse verso, Salomão fala do coração do rei referindo-se a si mesmo (ele era rei do povo israelita nessa época). Isto é, a ideia central dessa passagem é que o coração de todo ser humano é como um rio nas mãos de Deus, e este o dirige como quiser. Nós continuamos tendo um coração [com todos os nossos desejos, valores, vontades etc.], mas Deus o dirige segundo o Seu desejo. Se assim não fosse, Ele não seria totalmente Deus. E, exatamente pelo fato de que Ele é totalmente Deus, podemos estar certos de que os "rios tortos" pelos quais navegamos têm, cada um, o seu rumo certo.
Finalmente, a música termina dizendo que "...sem perder o rumo vou me encontrar também...". O fim de todo "rio torto" é a descoberta de quem de fato somos, de onde viemos e para onde iremos.
Nesse sentido, quero dizer que alguns vão "se encontrar" de um jeito e outros vão "se encontrar" de outro jeito. Você sabe onde você vai "se encontrar"? As Escrituras dão somente duas alternativas: "se encontrar" com Deus numa eternidade sem sofrimento ou "se encontrar" sem Deus numa eternidade com tormento [Mateus 25:46]. Antes de tudo, todos nós estamos na segunda opção [Efésios 2:2-3] mas, se crermos de todo o coração em Jesus Cristo como o Filho de Deus que morreu pelos nossos pecados, mudaremos de opção.
Deus amou o mundo e deu o Seu Filho para que todo o que Nele crê tenha a vida eterna. Ele não precisa fazer mais nada; agora, nos resta reconhecer o Seu amor e ir ao encontro DEle - somente assim poderemos, de fato, "nos encontrar também". Como li em outro lugar: "...agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente como também sou conhecido". Você quer se encontrar? Não perca seu rumo; encontre-se Nele.
Pela certeza de que estou no Rumo Certo,
Soli Deo Gloria!
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