domingo, 30 de dezembro de 2012

O que temos é o que nos resta...


E o mundo não acabou.

Passou 21 de dezembro. 22 e 23 também passaram. O Natal também já passou! E estamos às vésperas de mais um fim de ano.

Embora alguns procurem reformular o real significado das profecias referentes ao calendário maia – tentando dizer que o 21/12/2012 constituiu um marco do fim de uma era e o início de outra era, do ponto de vista espiritual -, o fato é que o mundo não acabou. Além disso, nem é possível provar essa interpretação alternativa do calendário. Isso é uma questão de fé e, como já li em um livro antigo, fé é a “prova das coisas que não se vêem”.


Mas não é exatamente disso de que vai se tratar este post [o último do ano!] – sim, meu blog sobreviveu ao fim do mundo (legal, né Samyra Calipo?)!

Vamos em frente.

Primeiramente, toda a tensão que houve em virtude da possibilidade do “fim do mundo” me fez pensar numa coisa: nós, seres humanos, temos medo do fim. Não digo especificamente do “fim do mundo” ou coisa parecida: temos medo de finais, de encerramentos, de términos. O fim de algo/alguma coisa nos atormenta muitas vezes – o fim de um namoro, de um casamento, de uma viagem turística, de uma semana de carnaval etc. Não gostamos de finais. Queremos que as coisas durem para sempre ou pelo menos, como diz meu amigo Vinícius, que “seja infinito enquanto dure”. Mas, ironicamente, outro poeta que faz parte de minhas leituras e audições disse certa vez: “o ‘pra sempre’ sempre acaba”. Os fins são irreversíveis. Não há como escapar.


Por outro lado, muitas vezes queremos que certas coisas tenham fim: a final do Campeonato Mundial de Clubes quando o time pra quem se torce está ganhando, o semestre da faculdade, a dor de dente, o dia de trabalho etc. Nesses casos, o fim traz alívio, alegria e descanso - ah, como é bom ver uma dor de dente passar e, melhor ainda, ver seu time campeão mundial depois de um 1x0 heróico! [...] Os finais, muitas vezes, são bons e necessários. Os finais nos ensinam a ver quem somos. Estamos limitados ao tempo e ao espaço. Nem sempre tudo estará bem conosco. Mas, às vezes, viveremos bons momentos devido a determinados “finais” que a vida nos proporcionará. Ora os finais nos trazem angústia, ora refrigério. “Tudo foi feito formoso em seu tempo”, já dizia um sábio rei dos tempos bíblicos.

A nova experiência de aguardar o “fim do mundo” do ano de 2012 – a primeira que experimentei foi antes do ano 2000, com o famoso “Bug do Milênio” – me trouxe à memória uma canção de um compositor brasileiro que, vez por outra, consegue expressar coisas que me levam a pensar sobre os aspectos mais fundamentais da vida. Nessa canção, ele diz:

“Meu amor... o que você faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar... Me diz: o que você faria?”


“O que você faria se só te restasse um dia?” Essa é uma pergunta que pode amedrontar muitos de nós. No entanto, a situação é mais delicada do que pensamos. Não podemos garantir para nós mesmos que viveremos até o próximo minuto. Talvez eu morra agora mesmo, antes de terminar esse parágrafo. A vida é um sopro. A vida é como a grama do campo que nasce na madrugada e à tarde, se seca. A vida é frágil. Talvez não me reste nem mesmo 4 horas de vida – quanto mais um dia! E você está no mesmo barco que eu. Todos estão. Todos estão à mercê da morte. Eu. Você. Todos. O que faremos, já que nem sabemos quanto tempo de fato nos resta?

Diante desse dilema, gostaria de citar um trecho de um dos livros proféticos do Antigo Testamento, onde se lê:

“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-O enquanto está perto. 
Deixe o ímpio o seu caminho e o homem maligno os seus pensamentos. Converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele. Volte-se para o nosso Deus, porque é grandioso em perdoar” 
[Livro de Isaías, cap. 55, vs. 6-7]


Segundo a Bíblia, todos os homens são pecadores e estão afastados da glória de Deus. Todos carecem de Deus. Se todos são pecadores e Deus é santo e justo, todos estão em maus lençóis [pois um Deus santo e justo não pode tolerar o mal]. A ira de Deus está sobre todos os homens por causa de suas más ações, devido aos seus pensamentos malignos e seus caminhos perversos. Mas, em meio a essa situação, a Escritura dá a ordem: busquem ao Senhor o quanto antes! Invoquem-nO enquanto é possível! Volte-se para Ele, pois Ele tem compaixão e tem um perdão infinito. Se você leu esse blog e nunca tinha dado importância para isso, talvez Deus esteja te dizendo para você buscá-Lo, invocá-Lo e para você se converter a Ele.


O ano está acabando. Talvez nem eu nem você estejamos vivos antes do final de 2012. A pergunta do poeta da canção continua: o que você faria se só te restasse um dia? Talvez a melhor [ou a única] resposta para esta pergunta é a sugerida acima – não há o que fazer a não ser procurar sem reservas e com todo o coração Aquele que tem o mundo e todas as coisas sob o Seu poder e domínio e que pode consumir a tudo (se assim for a Sua vontade) mas, surpreendentemente, anuncia a todos que possam buscá-Lo a fim de perdoar a todos os que O encontrarem. Ele já se revelou – na criação e, especialmente, em Seu Filho Jesus Cristo, o qual deu Sua vida para salvar perfeitamente todo aquele que, por meio Dele mesmo, se aproxima de Deus.




E aí... Vai ficar aí pensando na letra da música apenas?



Pela certeza de que é possível encontrá-Lo verdadeiramente,



Soli Deo Gloria!

domingo, 16 de dezembro de 2012

O mundo (é) em preto e branco...

Demorei mas voltei. 

Na verdade, fui intencional em esperar o dia 16 de dezembro de 2012 para voltar a escrever aqui.

Por que será?


Hoje, 5 dias antes do que alguns têm considerado como a data do fim do mundo [conforme o calendário Maia], o mundo já acabou para alguns. São-paulinos/bambis e santistas/peixinhos, flamenguistas/mulambentos e vascaínos/bacalhaus, colorados e gremistas, atleticanos/pateticanos (né Aninha Lemos? hahaha) e etc... E o que dizer dos porquinhos de segunda? Os antidepressivos não resolvem mais. Nem mesmo cortar os pulsos. 

Todos, no Brasil e fora dele, mais do que nunca, tiveram seus mundinhos destruídos por um "Guerrero" e não conseguiram destruir uma muralha chamada "Cássio". Sim, o mundo dos "anti" acabou hoje. O Corinthians é, mais uma vez, o Todo-poderoso Timão, o dono do mundo.


Nunca se viu a história do futebol mundial o que houve esse ano em terras japonesas: um time do outro lado do mundo, de um país ainda em desenvolvimento, consegue mover mais de 40 mil corações loucamente apaixonados por um nome [um nome que não é só um nome, mas é um sentimento inexplicável, um amor indescritível, uma paixão incontrolável]: Corinthians. Um nome que desperta tanto amor quanto ódio, alegria  e inveja, palavras de fidelidade e gestos de menosprezo. 

Casas vendidas. 
Empregos perdidos. 
Poupanças gastas por completo. 
Relacionamentos terminados.

Os estádios da terra do sol nascente foram decorados de preto e branco. O "bando de loucos" subverteu o extremo oriente e, depois da manhã de hoje, está "subvertendo o mundo" ao conquistá-lo. 

Sim, não dá para explicar. Esse texto não poderia ser capaz de descrever o que estou sentindo. Todas as palavras são vazias para traduzir o que é ser Corinthians e ser campeão do mundo ao mesmo tempo. Ainda acho que preciso de um bom beliscão. 


Ah... mas é verdade! Não preciso de beliscões! Queridos anti, vão ter que nos engolir! 


Há alguns meses todo o Brasil foi "Boca" na final da Taça Libertadores da América. Qual foi o resultado? Todas as "boquinhas dos anti" se calaram.

Poucos meses depois, essa era a cara do Brasil:


E agora, seus antizinhos de M.? Qual é o "time de verdade"? 

What's up, people of BBC? Shut up everyone. Because "aqui é Corinthians"!

Quem diria que o time que perdeu de virada para os reservas dos bambis na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2012 iria conquistar o mundo duas semanas depois? [Danilo "Gigante" e Rhuana Vieira, estão caladinhos agora, né?] ... Enfim, em um jogo disputado, equilibrado e digno de uma final de Copa do Mundo de Clubes da FIFA, venceu o melhor. Ou seja, venceu o Sport Club Corinthians Paulista. O melhor do mundo. 

A República Popular do Corinthians da América deixou de ser continental. 

Agora ela se tornou o mais novo planeta do sistema solar. A nação alvinegra é digna de tudo isso. A nação que não é formada de torcedores, e sim de adeptos, discípulos, seguidores. De fato, o Corinthians é uma religião.


E, para não deixar de falar um pouco de teologia, o título de hoje me fez lembrar de um verso do livro do Apocalipse, onde se lê:

"E, naqueles dias, os homens procurarão a morte e não a encontrarão; eles desejarão morrer, mas a morte fugirá deles". [Apocalipse 9:6]

Ironicamente [embora o sentido do texto seja outro], esse texto das Escrituras traduzem perfeitamente o sentimento de todos os rivais: eles querem morrer, mas eles terão que viver para ver a alegria de todos os fiéis. Eles terão que ver a minha alegria. Os que diziam que nunca veriam um corintiano campeão do mundo, terão que ver 40 milhões de campeões. Meus "anti", que moram no meu coração, me suportem!!! HAHA


Finalmente, a imagem acima resume tudo. 

Aqui é Corinthians: O Todo-poderoso. Aqui é Corinthians: o dono do mundo. Na verdade, Yuri Gagarin estava errado quando disse "A Terra é azul"... A Terra é alvinegra. A Terra mudou de nome: a Terra é Corinthians! Enfim, eu sou parte da nação que tornou o mundo "preto e branco". 

É NÓIS, MANO! 



Por ser predestinado a ser Corinthians,



Soli Deo Gloria!

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

E o sagrado... ?

Sim.
O provável último mês da história da humanidade - se os Maias estiverem corretos em seu calendário - está chegando ao fim.

Restam apenas 21 dias para o fim do mundo... Será?

Mas... e se for verdade? Como iremos aproveitar as últimas 3 semanas do mundo?


Não. Não é disso que eu quero falar aqui. 

Tenho pensado em algumas coisas nos últimos dias e, após ouvir uma canção muito interessante de uma banda de rock brasileiro de raiz cristã chamada Palavrantiga (o nome da música é "Sagrado", presente no álbum recém-lançado "Sobre o mesmo chão"), decidi falar um pouco sobre o conceito de "sagrado" e tudo o que está relacionado a isso. Como sempre, me desejem sucesso na abordagem - eu não sou formado em comunicação nem sou um linguista. 

Primeiramente, o termo "sagrado" está ligado ao termo "sacro", o qual pode ser considerado uma forma contracta de "sacrossanto" - isto é, um termo ligado a coisas religiosas, consagradas, separadas do comum e trivial etc. Sendo mais simples, sagrado é tudo o que não deve ser levado sem seriedade ou sem respeito, pois o que é sagrado normalmente é associado à espiritualidade e à divindade - logo, em se tratando de Deus, o temor e a reverência são conceitos inseparáveis.


Entretanto, o que queria destacar aqui é a nossa percepção ou concepção errada do que é "sagrado" e do que é "profano", no sentido de que isso significa que existem as coisas que "são de Deus" e as que "são do diabo". Como diz a letra da música que citei acima, "o sagrado se tornou hilário". É isso mesmo. Nunca houve um tempo em que o "sagrado" foi tão ridicularizado como nos nossos dias e, devido a uma dicotomia que reflete a falta de compreensão de que Deus é Senhor de todas as coisas, isso tem sido cada vez mais real. Na verdade, eu fico com as Escrituras, onde se lê:

"Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam". [Salmos 24:1]

Tudo na terra é Dele. Um certo teólogo já dizia que "...não há nenhum centímetro no Universo em relação ao qual Cristo não possa dizer: isso é meu!". As Escrituras afirmam que "...Dele, por Ele e para Ele são TODAS AS COISAS". Todas. Logo, por mais que o pecado tenha feito um estrago tamanho na natureza humana, Deus ainda espalha centelhas de Sua imagem em todo canto --- nas artes (e como isso é verdade!), na ciência, no cotidiano etc... Se todas as coisas que expressam a imagem de Deus nas Suas criaturas e nos trazem à realidade de Sua glória vêm do próprio Deus, todas elas são santas - são sagradas. Não há motivos para divisões dicotômicas. Ele é Senhor de tudo. 


Enfim... o que eu quero enfatizar é: tudo o que Deus criou é bom, sendo santificado pela Palavra de Deus e pela oração (1 Timóteo 4:4-5). Ou, nas palavras do poeta da canção:

"E agora? Tanto faz...
O que é sagrado?
Nada importa se isso tudo não for antes santificado
Bem no interior do meu peito..."

É isso que importa.

Se estamos num ambiente religioso, temos a má tendência de nos julgar mais "santos" do que os demais porque fazemos as coisas "certas" e porque não nos envolvemos com o "profano" ou com as "coisas do mundo". Bem, se fazemos aquilo que chamamos de "coisas de Deus" sem que as nossas afeições sejam purificadas e transformadas pela Palavra do próprio Deus - ou seja, Cristo - , nada importa. São apenas boas ações do ponto de vista humano. Deus não se convence com nada disso. Melhor: Ele não é persuadido por nada nem ninguém; Ele só faz algo conforme os Seus próprios padrões e, nesse caso, o "sagrado" é aquilo que Ele mesmo santifica pela Sua palavra e pela oração.


Enfim.

Encerro minhas palavras citando Paulo em sua carta aos crentes de Corinto, onde se lê:

"Portanto, quer comais, quer bebais ou fazeis outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus". [1 Coríntios 10:31]


Todas as coisas foram criadas Nele. Nos céus e na terra. As visíveis e as invisíveis. Tudo deve ser para a glória Dele. Se fazemos qualquer coisa que não tem como fim principal e supremo a glória de Deus, estamos desobedecendo ao que Ele diz para fazermos. Logo, a minha vida inteira - estudos, artes, conhecimento, teologia, namoro, família etc. - deve buscar uma coisa e tão somente uma: a glória de Deus. Já dizia o nobre Spurgeon: "Para quem vive para Deus nada é secular; tudo é sagrado". 




Pela certeza de que tudo é sagrado se é feito Nele,



Soli Deo Gloria!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Felicidade é só questão de ser...

Lá se foram quase três semanas sem nada por aqui mas... eu voltei.

Depois de um tempo fora do blog - resolvendo coisas do mestrado, curtindo momentos com os amigos e viajando para a Cidade Maravilhosa 2 (ou seja, o Rio de Janeiro) - , tive um pequeno insight e decidi escrever novamente. Como sempre, espero ter sucesso.


Sem mais delongas, vamos lá.

O título deste texto se baseia nos versos de uma canção chamada "Felicidade", interpretada por Marcelo Jeneci, artista de um segmento também chamado de "Nova Música Popular Brasileira" (NMPB), cujas influências remontam ao pop, ao RandB, ao Jazz, Bossa Nova etc. Precisamente, estes versos aos quais me refiro dizem:

"Você vai rir sem perceber
Felicidade é só questão de ser
Quando chover, deixa molhar
Pra receber o sol quando voltar..."

FELICIDADE É SÓ QUESTÃO DE SER. E daí? É isso mesmo? O que isso quer dizer?


Primeiramente, felicidade pode ser definida como "alegria, estado de contentamento e de satisfação, gozo etc...". Partindo-se desses conceitos, normalmente tende-se a associar felicidade com o "ter isso" ou "ser aquilo outro". Isto é: ser feliz é ter dinheiro, ter muitos amigos, ter uma família estruturada, ser respeitado na sociedade, ser bonito, ser inteligente etc. Entretanto, por mais que ter uma vida financeira estável, ter amigos e uma boa família sejam coisas boas e valiosas bem como ser respeitado, belo e inteligente tenham seu lado positivo, continuamos insatisfeitos. Podemos ter e ser tudo isso e muito mais, mas permanecemos infelizes. 

Por quê?

A questão é simples: na medida em que assumimos como verdade a ideia de que felicidade depende do que se tem e de como somos vistos e adjetivados por nós mesmos e pelos outros, estamos nos afastando cada vez mais do que se poderia chamar de "real felicidade". Ora, nós nunca TEREMOS tudo o que achamos que nos fará "felizes" e muito menos SEREMOS os modelos de uma total autossatisfação. Se você entendeu o que eu quis dizer, não sei porque ainda permanece iludido... É simples assim. 


Trocando em miúdos: eu não tenho que buscar impressionar os outros ao exercer um papel de "pessoa perfeita" apenas porque, se eu mostrar os meus defeitos, elas se afastarão de mim. Que se afastem! Se elas não sabem lidar com as diferenças dos outros ou, na melhor das hipóteses, não sabem ajudar os outros a se tornarem "pessoas melhores" por meio de uma convivência saudável, não servem para conviver. Eu não devo tentar parecer algo que não sou. Nem eu e nem você que está lendo esse texto. A vida não é uma peça de teatro (desculpas ao Charles Chaplin). Na vida não é possível ser um ator; hipocrisia não funciona. Na verdade, prefiro acreditar que a vida é mais do que o sustento diário e que o corpo é mais do que as coisas que vestimos. A vida de qualquer um de nós não consiste na quantidade dos bens que temos. Prefiro pensar na vida como disse Caetano Veloso em uma de suas músicas: cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.


Quando pensei em "felicidade é só questão de ser" para esta postagem, me veio à mente um dos diálogos mais surreais da história, no qual havia um homem atemorizado diante de um fogo que não consumia o que estava ao redor por mais que fosse terrível. Esse homem se chamava Moisés e, nesse episódio, ele estava diante de uma voz grandiosa e temível - Deus, como se fosse um fogo, se manifesta e começa a conversar com Moisés em um monte chamado Horebe. 


Eis uma parte do diálogo:

E vendo o SENHOR que se virava para ver, bradou Deus a ele do meio da sarça e disse: Moisés, Moisés. Respondeu ele: Eis-me aqui.
E disse: Não te chegues para cá; tira os sapatos de teus pés, porque o lugar em que tu estás é terra santa.
Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus. 
[...]
Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?
E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. 
[Êxodo 3: 4-6 e 13-14]



Deus conversa com Moisés e se revela como "Eu sou o que sou". Ou seja: por mais que a Bíblia mostre Deus como um Deus que é santo, eterno, soberano, rei, salvador, fiel, justo, perfeito, imutável, digno de louvor, glorioso, todo-poderoso, exaltado, amoroso, benigno, paciente, bondoso, piedoso, misericordioso, grande, forte, vencedor, vingador, fogo consumidor, onisciente, onipresente etc., nenhuma desses adjetivos [por mais que eles sejam nobres, visto que se referem ao Criador e Sustentador de tudo, em quem tudo se move e existe] pode ser comparado a essa passagem. Como disse John Piper em seu livro "O legado da alegria soberana", a expressão "eu sou o que sou" significa dizer que Deus é "Aquele que simplesmente e absolutamente é". Não é possível descrever Deus, pois as descrições limitam aquilo que é descrito. Um Ser infinito não pode ser limitado por pobres adjetivos humanos. Bem, se Deus é "Aquele que simplesmente e absolutamente é", eu só preciso ser o que sou. Sem personagens ou máscaras. Eu só preciso SER. Você também.


Jesus também disse o mesmo em um de seus discursos, conforme registrou o evangelista João:

"Disseram-lhe pois os judeus: ainda não tens 50 anos, e viste Abraão?
Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, Eu sou". 
[João 8:57-58]

Jesus Cristo é Deus. Logo, todos os atributos mencionados anteriormente também se referem a Ele. Entretanto, para retificar a sua deidade, Ele disse: "...antes que Abraão existisse, Eu Sou". Jesus simplesmente É. Se alguém está sendo conformado à Sua própria imagem, esse alguém não deve buscar nada mais do que SER. Sem querer impressionar os outros, sem buscar parecer melhor do que se é, sem fingimentos ou mentiras. Alguém já disse certa vez: "autenticidade é coisa de Deus".


Enfim: se a "real felicidade" está somente em Deus - isto é, está Naquele que simplesmente e absolutamente é - , felicidade é só questão de ser. Felicidade é apenas viver, se mover e existir Naquele que É. Você quer ser verdadeiramente feliz? Abandone todas as pretensões de "parecer" ou de "ser isso ou aquilo outro". Somente viva Nele. Somente esteja Nele. Somente seja alguma coisa Nele. Isso é felicidade.




Pela felicidade de ser quem eu sou Nele,



Soli Deo Gloria!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Seja você mesmo mas não seja sempre o mesmo...

É bom voltar ao blog depois de alguns longos dias.

Nesse tempo estive refletindo um pouco sobre algumas coisas que escrevi no último texto - "Eu não sou um adjetivo" - e decidi continuar a discorrer mais um pouco com base no raciocínio iniciado ali. 

Dessa vez, procurarei ser menos revoltado e mais centrado. Mas não espere nada amigável ou agradável demais aos ouvidos. Lembre-se sempre: este é um blog de subversão.


Seja você mesmo mas não seja sempre o mesmo. 

Esse é o título de um dos discos de um artista brasileiro chamado Gabriel, "O Pensador". Ele se tornou conhecido nacionalmente por fazer uma música repleta de versos rimados e cheios de críticas sociais ou, às vezes, de mensagens de duplo sentido. Sem me ater aos detalhes do trabalho de Gabriel, "O Pensador", vou tomar o título deste disco citado e, então, tentar falar de algo que [ao contrário do que muita gente pensa - inclusive gente que se diz adepta] se renova constante e permanentemente, embora já se vão 495 anos desde que tudo aconteceu... já descobriu o que é?

Amanhã, 31 de outubro, enquanto a maior parte do mundo comemorará o chamado Halloween (ou Dia das Bruxas), alguns relembrarão um evento nada glamouroso, ocorrido numa cidade alemã chamada Wittenberg, cujo protagonista foi um ex-monge agostiniano chamado Martinho Lutero, o qual, após um período de intensos conflitos em sua alma devido a novas descobertas a respeito da Bíblia e de sua real mensagem, coloca as famosas 95 teses na porta da Catedral de Wittenberg no ano de 1517. Enquanto o Brasil começava a ser explorado pelos colonizadores portugueses, a Europa vivia o estopim de algo que emergia clandestinamente - o movimento por uma fé livre das influências e dominações clericais e humanas, uma fé baseada apenas e tão somente na Bíblia. Nascia a chamada Reforma Protestante.


495 anos depois aqui estou eu, relembrando a data que marcou o início do movimento protestante, o qual foi constituído pelo movimento calvinista associado a João Calvino, pelo movimento puritano do John Bunyan e do John Knox e, mais tarde, pelos avivamentos dos séculos XVIII e XIX, protagonizados por George Whitefield, Jonathan Edwards e Charles H. Spurgeon, além de William Carey, David Brainerd, David Livingstone etc... Hoje, particularmente devido a nomes como A. W. Pink, Martin Lloyd Jones, Leonard Ravenhill, John Piper, Paul Washer e alguns outros, surge o chamado movimento neocalvinista, caracterizado pelo retorno e propagação dos ensinos que caracterizaram a fé reformada. Bem, dadas essas considerações históricas, vamos ao que interessa: seja você mesmo mas não seja sempre o mesmo.


Seja você mesmo. Legitimidade. Verdade. Essas são marcas fundamentais do caráter de Deus, pois está escrito:

"A Tua justiça é uma justiça eterna, e a Tua lei é a verdade". [Salmos 119:142]

"Mas o Senhor Deus é a verdade; Ele mesmo é o Deus vivo e o Rei eterno; ao seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação." [Jeremias 10:10]

"Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim... E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da Verdade..." [João 14:6, 16 e 17a]

"Mas quando vier o Espírito de Verdade, Ele os guiará a toda a verdade, porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e lhes anunciará o que há de vir". [João 16:13]


Autenticidade. Verdade. Marcas de todos os que andam com Deus, pois está escrito:

"Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: confessarei ao Senhor as minhas transgressões, e Tu perdoaste a maldade do meu pecado". [Salmos 32:5]

"Por que estás abatida, ó minha alma? E por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da Sua face". [Salmos 42:5]

"O publicano, porém, estando em pé, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!" [Lucas 18:13] 

Seja você mesmo. Não se esconda atrás de uma capa. As Escrituras dizem que Deus sonda os corações dos homens, pois Ele mesmo os formou (Jeremias 17:10 e Salmos 33:15). Ele penetra todas as coisas mais ocultas de sua alma, de minha alma. Ele é Luz e, diante Dele, as trevas e a luz são a mesma coisa (Salmos 139:12). Nada está oculto aos olhos daquele com quem temos de prestar contas (Hebreus 4:13). Seja você mesmo. Não se engane. Mais do que isso: não pense que com sua "vidinha mais ou menos" e cheia de superficialidades você vai "deixar Deus para trás" ou dar uma rasteira Nele. Não seja tão tolo. Mesmo. Ele é não é manipulável ou, nas palavras das Crônicas de Nárnia, "ele não é um leão domesticado". Seja você mesmo. 


Não seja sempre o mesmo. Reconheça que você precisa mudar, assim como eu preciso. Todos precisamos. Todos precisamos de uma "reforma total". E reforma dá trabalho. Reforma muda o curso de sua vida. Tudo tem que se adaptar ao ambiente que a reforma determina. E, do mesmo modo que a Reforma Protestante tinha uma máxima que dizia "Fides Reformata Et Semper Reformanda Est" - ou seja, fé reformada e sempre se reformando - , eu e você devemos sempre estar sendo mudados. Mas aí tem uma questão fundamental: a mudança mais necessária para cada um de nós não está em nosso alcance. Sinto muito em dizer isso, mas é a verdade: não tente mudar sozinho. Eu já tentei muitas vezes, mas sempre fracassei. Um dia, porém, eu li isso:

Dize portanto à casa de Israel: Assim diz o Senhor Deus: não é por respeito a vocês que eu faço isto, ó casa de Israel, mas pelo meu santo nome, que profanastes entre as nações para onde fostes.
E eu santificarei o meu grande nome, que foi profanado entre os gentios, o nome que profanastes no meio deles; e os gentios saberão que eu sou o Senhor, diz o Senhor Deus, quando eu for santificado aos seus olhos. 
E os tomarei dentre os gentios, e os congregarei de todas as terras, e os trarei para a sua terra.
Então aspergirei água pura sobre vocês, e ficarão purificados; de todas as suas imundícias e de todos os seus ídolos os purificarei.
E eu darei a vocês um coração novo, e porei dentro de vocês um espírito novo; e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne.
E porei dentro de vocês o meu Espírito, e farei com que andem em meus estatutos, e guardem os meus juízos, e os observem.
E habitarão na terra que eu dei aos seus pais e vocês serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. [Ezequiel 36:22-28]


Não preciso interpretar nada. Está tudo claro. Não por minha causa, mas por causa do santo nome Dele. Todos saberão que Ele é Senhor quando Ele for reconhecido como Deus Santo diante de nossos olhos. Ele é quem nos traz de volta à nossa terra, à nossa pátria. Ele é quem nos purifica dos ídolos e de todas as sujeiras de nossa mente e coração. Ele é quem nos dá um coração novo e um espírito novo, tirando o nosso coração de pedra (resistente e duro) por um coração de carne (maleável e pronto a obedecê-Lo). Ele é quem coloca em nós o Seu Espírito e nos faz andar em seus preceitos. Ele é quem se constitui nosso Deus e nos faz Seu povo. Tudo = Deus. Nada = Eu. Ele é quem pode fazer a mudança de que tanto precisamos. Somente Ele. Entendeu ou quer que eu desenhe?

Enfim... É essa a reforma de que todos nós precisamos, a qual Lutero e todos os outros que eu mencionei no início do texto pregaram e viveram em suas próprias vidas. Muitos outros antes da Reforma e depois dela viveram ou vivem essa mudança genuína de vida e eu também quero viver isso. Como já disse no post análogo do ano passado, eu quero a cada dia ir além de falar sobre uma reforma em potencial, mas ser continuadamente reformado por Ele - Aquele que forma, reforma e transforma todas as coisas conforme a Sua vontade, por meio do Seu poder e para Sua glória.  





Por saber que estou sendo reformado conforme à imagem Dele,




Soli Deo Gloria!

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Eu não sou um adjetivo...

Estou de volta. Mas acho que essa não é uma boa notícia para os leitores [pelo menos com base neste próximo post].

Sendo mais claro: talvez esse seja o último post que você leia neste blog. Não porque pretendo cancelá-lo, mas porque você não suportará as palavras que eu hei de escrever aqui. Talvez eu mesmo demore de postar um texto novo... O que pretendo falar nesta postagem é algo doloroso, difícil, cortante. Ora, os subversivos (como eu) não podem e nem conseguem ser "massageadores de ego" - esse tipo de coisa é papel dos medíocres.


Eu não sou um adjetivo. Parece um tanto obscuro, enigmático ou até mesmo sem sentido. Entretanto, meu objetivo é abrir o verbo a respeito de diversas inquietações de minha mente e alma a partir desta frase: eu não sou um adjetivo. 

Na língua portuguesa, o adjetivo é a classe gramatical associada às qualificações ou caracterizações de um determinado sujeito ou objeto [é isso mesmo, leitores entendidos de português?]. Isto é, qualquer palavra que qualifica ou caracteriza algo é denominada adjetivo. Bonito e feio, inteligente e estúpido, bom e mau, santo e impuro, salvo e perdido, escolhido e rejeitado, grande e pequeno, alto e baixo, agradável e irritante. Poderia ficar por muito tempo escrevendo adjetivos aqui, mas não é isso que me interessa. O "x da questão" neste texto são os esteriótipos, rótulos ou estigmas advindos do uso dos adjetivos. Ah, os esteriótipos... Talvez não exista algo tão prejudicial quanto eles.


Eu não sou um adjetivo. Você não é um adjetivo. Os esteriótipos que se constroem a nosso respeito, individualmente, não são quem nós realmente e/ou plenamente somos. Embora, em certa medida, os rótulos a nós relacionados tenham um fundo de verdade, eles não são quem somos de fato. Eu não posso ser reduzido a uma frase: "ele é o nervosinho", "ele é o estressadinho". Acabou! Isso é muito sério - aqui no Brasil, na Itália, nos Estados Unidos e até mesmo em Baleia. Chega. 

Eu estou supersaturado de ouvir o tempo inteiro: "você se estressa com bobagens", "você não brinca como eu brinco", "você não desce pro play" etc. Sempre quando alguém fica irritado ou chateado com uma brincadeira boba (ainda que seja de mau gosto), sempre sobra pra quem se irrita. É sempre o "estressadinho" que tem que mudar de postura, que precisa ser mais maduro. Eu não aguento mais isso! Se a carapuça serviu pra algum leitor, vá cuidar agora mesmo de sua vida ou, no mínimo, aprenda a lidar com as pessoas que são diferentes de você. Eu reconheço que preciso mudar em diversas áreas de meu comportamento e caráter, mas TODOS precisam. Ninguém é superior a ninguém. Todos estão no mesmo "mundo doente" visto através dos espelhos do poeta. Inclusive você, que é calmo, sereno e tranquilo. 



Eu não sou um adjetivo. Apenas. Nem você é apenas um só.

Na verdade, cada um de nós somos um conjunto de adjetivos ou locuções adjetivas, sejam bons sejam ruins. Visto que, nesse caso, estamos querendo descobrir quem somos a partir dos diversos adjetivos que existem, o único caminho seguro para isso é abandonar os esteriótipos humanos e imperfeitos, destituir todos os rótulos que nós mesmos colocamos sobre nós e (principalmente) sobre os outros e nos apegar apenas ao que o Criador disse a nosso respeito em Sua Palavra. Mas, sinto muito, as notícias são piores do que qualquer esteriótipo que você poderia receber... E mais: com Deus não tem essa história de rótulo ou esteriótipo; tudo é na real.



Pois bem... quais são os adjetivos que as Escrituras nos conferem?

Romanos 1:29 a 31 diz: "...estando cheios de TODA iniquidade, prostituição, malícia, avareza e maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano e malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis e sem misericórdia...". Curtiu?

Romanos 3:10-18 diz: "...como está escrito: não há nenhum justo, nem um sequer... não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus... todos se desviaram e juntamente se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há sequer um... a sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente e veneno de áspides está debaixo de seus lábios... cuja boca está cheia de maldição e amargura... os seus pés são ligeiros para derramar sangue... em seus caminhos há destruição e miséria e não conheceram o caminhos da paz... não há temor de Deus diante de seus olhos..." Quer compartilhar em seu facebook?

Em Tito 3:3 se lê: "...porque também nós éramos noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a vários desejos maus e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando uns aos outros...". Trágico porém real. Lastimável mas legítimo. Como diz o Oficina G3: "... mas isso é o que somos nós.." [Meus Passos - Depois da Guerra]. 



Por outro lado... não existe apenas esse lado da moeda.

A situação terminal de cada um de nós, conforme relatam as Escrituras, tem uma sublime solução, a qual, curiosamente, só pode ser encontrada nas próprias Escrituras. Mas, lembre-se: isso vale apenas para quem verdadeiramente crê no evangelho. 

Em Efésios 2:11-22 está escrito que éramos separados da vida de Deus, alheios às promessas Dele, sem esperança e sem Deus no mundo. Mas, agora, pelo sangue de Cristo, não estamos mais longe de Deus e sim perto Dele. Não há mais inimizade entre nós e Deus. Agora não somos mais forasteiros, mas membros da família de Deus. Não estamos mais "sem eira nem beira", mas estamos "edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, do qual Cristo é a pedra de esquina". Somos morada de Deus em Espírito. Antes, éramos inimigos de Deus no entendimento [Colossenses 1:21] mas agora fomos reconciliados. Antes éramos filhos da ira como os que não conhecem a Deus mas, agora, podemos dizer a Ele: "Aba, Pai" [Efésios 2:3 e Romanos 8:15]. Fomos adotados [Efésios 1:5]. Fomos criados em Cristo para as boas obras preparadas por Ele de antemão [Efésios 2:10]. Somos salvos da ira por meio Dele [Romanos 5:9]. Somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo [Romanos 8:17]. 



Só podemos estar em um desses dois grupos. O grupo dos primeiros adjetivos (os que não creem em Jesus Cristo e, por isso, estão sob a condenação de Deus, como dizem as Escrituras) e o grupo dos últimos adjetivos (os que foram alcançados e regenerados pela graça salvadora de Cristo pelo Evangelho e, por isso, não estão sob qualquer condenação). E então? Quais são os adjetivos de Deus para você? Você sabe de que lado está?

Se você não tem certeza, procure ler a Bíblia e, assim, conheça o Deus revelado em suas páginas. Certamente Ele pode te mostrar quem você é de verdade e, a partir do conhecimento dessas verdades, você poderá ir a Ele e ter vida. Vida. Vida de verdade. Toda a morte será banida pela vida de Deus em você, caso creia Nele. Ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó (Salmos 103:14). Logo, o melhor a fazer é cantar bem alto: "...tu sabes quem eu sou... tu sabes quem eu sou..."



Clame a Ele em alta voz. Grite o nome Dele na sua noite escura. Talvez você O veja de braços abertos e ouça a Sua voz te chamando: vem! Se for assim, não hesite e vá até Ele. Viva! Seja livre Nele! Deixe os seus esteriótipos para trás e se apegue apenas ao que Ele diz a seu respeito.




Pela certeza de saber quem eu sou Nele,




Soli Deo Gloria!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Dia após dia...

Estou sem muito tempo para escrever agora.

Estive viajando para mais um Acampamento do Movimento Estudantil Alfa e Ômega (regional de Salvador/BA). Logo, permaneci offline durante o feriado.


Para você, caro leitor, ter uma noção melhor, veja:


A mensagem básica que queremos transmitir é que, enquanto estamos aqui, devemos dedicar nossa vida DIA APÓS DIA às coisas que tem valor eterno e, por isso, glorificam a Deus, pois "...onde estiver o teu tesouro, aí estará o teu coração..." [Mateus 6:21]. E mais: essa dedicação envolve tudo - estudos, relacionamentos, família, trabalho, talentos, vida religiosa, dentre outros. Toda a minha vida é para a glória de Deus (1 Coríntios 10:31). Dia após dia.

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Enfim: eu aproveitei bem o feriado! E você?

Ora... se você ainda não conhece a Deus e não crê no Seu Filho Jesus Cristo como único Senhor e Salvador suficiente, aproveite o feriado e busque conhecê-Lo... Leia a Bíblia e busque a Deus e, como resultado desse conhecimento e da revelação de Deus a você enquanto você o busca, reconheça a sua condição de pecador condenável diante de Deus (Romanos 3:9-20) e acredite na obra de Cristo para te remir dos seus pecados (Romanos 3:21-28). Confiando no amor D'Ele de todo o coração e partindo do fato de que o fim supremo e principal de cada um de nós é glorificar a Deus e desfrutar D'Ele para sempre, você será verdadeiramente satisfeito. Dia após dia. 





Pela Esperança de caminhar com Ele dia após dia,



Soli Deo Gloria!

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Reajuste radical do foco...

Depois de alguns bons dias, retornei.

Nesse meio tempo, muita coisa aconteceu: viagem, passeios históricos, conferência, palestras, muita música, novas amizades e contato com coisas novas, andanças e peripécias pela madrugada etc... Enfim, após dias tão corridos (a ponto de eu ter dormido desde a manhã até o fim da tarde no dia em que voltei de viagem), guardo a sensação de que tudo valeu a pena. Faria tudo novamente. 

Mas o tempo caminha em um único sentido. Logo, nada de ficar para trás; vamos em frente.


Depois desses últimos dias, tenho pensado bastante em uma coisa apenas e não quero me estender muito para chegar ao ponto. Bem, o que não sai da minha cabeça foi escrito pelo apóstolo Paulo, na sua segunda carta à igreja de Corinto, como segue:

"Examinem-se a si mesmos, se vocês permanecem na fé; provem-se a si mesmos. Ou não sabem quanto a vocês mesmos, que Jesus Cristo está em vocês? Se não é que vocês já estão reprovados.
Mas espero que entenderão que nós não somos reprovados". [2 Coríntios 13:5-6]


A orientação das Escrituras é clara. Examine-se a si mesmo. Prove-se a si mesmo. Mas, para variar, não é nada disso que acontece. Todos nós, em algum momento (ou em quase todos os momentos), sempre examinamos os outros. Seja para julgar se eles estão firmes na fé (na menos pior das hipóteses), bem como apenas para tecermos críticas inúteis, repletas de um "humor pseudo-cristão medíocre" e que não trazem muita edificação, principalmente para os próprios críticos. Como eu disse em um post do mês anterior [Julgando com justiça], eu estou cansado e saturado - melhor, estou supersaturado! - de todo esse panis et circensis cristão, em que aqueles que (ironicamente) defendem a supremacia da graça de Deus sobre todas as coisas parecem, na verdade, negar o que tanto defendem. Todos exibem, confiadamente, seus "argumentos coerentes", seus posts na internet, suas publicações nas redes sociais, demonstrando um orgulho sutil da própria graça e conhecimento que Deus lhes dispensou. REVOLTANTE. INACEITÁVEL. MEDÍOCRE. Uma verdadeira desgraça, uma anti-graça. 

       

Além disso, o texto ainda traz uma questão introspectiva: "...ou não sabem, quanto a vocês mesmos, que Jesus Cristo está em vocês?..." (vs. 5). Isto é: vocês já se deram conta de que Cristo está em vocês? Em outras palavras: visto que Cristo está em vocês, porque vocês ainda se comportam como medíocres, olhando sempre para o argueiro do olho de seus irmãos e não vê as traves que estão em seus olhos? (Mateus 7:3-5). Como somos hipócritas, fingidos e cheios de mecanismos de escape da verdade! Mas eu tenho uma dica [a começar em mim]:

Vamos comprar vários frascos de "Christ Simanchol" na farmácia Sola Scriptura mais próxima e aprender somente com o que ela já diz! Esqueçamos um pouco os superpregadores eruditos (por mais que eles sejam bons exemplos e zelosos da verdade das Escrituras)! Esqueçamos os sites de apologética e humor! Esqueçamos os blogs (inclusive este)! Esqueçamos de tudo e só nos preocupemos em conhecer a Cristo, em amar a Sua Palavra, em segui-Lo, em devotar nossa vida inteiramente a Ele.


Mas, me detendo apenas ao texto bíblico, observo um grande problema: o apóstolo Paulo considera a possibilidade de reprovação dos cristãos da igreja de Corinto, conforme o final do verso 5: "...se não é que vocês já estão reprovados...". Tenso. Até mesmo horripilante. Mas, nesse contexto, acredito que a expressão "reprovados" está primordialmente relacionada com a atitude de abandono do "examine-se a si mesmo". Eles haviam perdido isso de vista e o apóstolo, pelo zelo para com aqueles cristãos, os exorta com verdade e amor. Enfim: se somos verdadeiramente salvos não há mais condenação. Porém, a nossa vida deve refletir a mudança radical decorrente de nossa conversão e isso envolve um constante autoexame das convicções de fé e do que precisa ser mudado para sermos cada vez mais conformes à imagem de Cristo, assim como Ele predestinou (Romanos 8:29). 

Nós não somos reprovados (vs. 6), mas quase sempre somos medíocres, acusadores e hipócritas. Graças a Deus por Ele nos ter feito agradáveis a Si mesmo por Sua própria graça e em Cristo (Efésios 1:6). Entendeu? Se agradamos a Deus, é tudo EM CRISTO e PELA GRAÇA. Não tem nada a ver comigo. Não tem nada a ver com você. Não se iluda com suas "grandes ações" em nome de Deus. Não se iluda com seu zelo pela verdade. Se não fosse pela Graça e em Cristo, nada feito. NADA. 


Por tudo isso, quero que esse post seja uma realidade em mim. Provavelmente, eu sou tão hipócrita e medíocre quanto aqueles que eu critiquei aqui. Julgo pela aparência, confio em minha própria espiritualidade e nego a supremacia da graça que tanto pareço defender. Trocando em miúdos, esse post não deveria ser escrito por mim, e sim PARA MIM. Deus e suas santas ironias.

Para encerrar, deixo o registro do provável último discurso de Jesus durante os 40 dias após sua ressurreição, como registrou João em seu evangelho:

"E Pedro, voltando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, e que na ceia também se recostara em seu peito, e que dissera: Senhor, quem é que te há de trair? Vendo Pedro a este, disse a Jesus: Senhor, e deste que será?
Disse-lhe Jesus: se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu". [João 21:20-22]



O que importa é somente e tão somente seguir a Cristo. Por mais que alguns continuem questionando a Deus sobre o que o próprio Deus deve fazer com os outros (como se Ele não soubesse o que deve ser feito, não é?), eu preciso e desejo apenas reajustar o meu foco. Radicalmente. Preciso me focar no Único Alvo realmente seguro.



Pela certeza de caminhar rumo ao Alvo,




Soli Deo Gloria!

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O segredo do número atômico 8...

Não se assuste com o título deste post.

Não tenho a pretensão de usar este espaço para dar uma aula de conceitos básicos de Química Geral... Pretendo simplesmente conseguir fazer jus ao título do post com a minha ideia para ele. 

Logo, vamos lá.


Somente para não deixar os leitores "perdidos", gostaria de começar dizendo que o chamado "número atômico" pode ser coloquialmente compreendido como sendo o RG de um determinado elemento químico. Ou seja, cada elemento químico tem um número atômico próprio; logo, toda espécie química que contenha o mesmo número atômico (o número de prótons presentes no núcleo de um determinado átomo) pertence ao mesmo elemento. Entendido? Espero que sim.

Nesse sentido, basta consultar a tabela mostrada acima para ver que 8 é o número atômico de um dos elementos químicos mais importantes que existem: o oxigênio. 

Sim. O oxigênio. 


Este é o elemento que constitui [em termos de volume] cerca de 21% do ar atmosférico. Ele também compõe a molécula mais importante que existe: a água. Sem ele, a vida seria impossível - toda a nossa fisiologia funciona devido à presença do oxigênio na corrente sanguínea, o qual é transportado para o cérebro por meio da hemoglobina [proteína que se liga à molécula de oxigênio de modo a transportá-lo pelo organismo]. Além disso, a vida aquática seria igualmente impossível sem ele, o O2. Sem o oxigênio não existiriam a maioria dos medicamentos, das substâncias naturais com propriedades medicinais, não existiria o DNA, não existiria o RNA, nem mesmo as proteínas e tantas outras moléculas essenciais para a natureza

Mas não é esse o objetivo deste post. Essas informações não são tão relevantes para sua vida quanto possam parecer. Deixe-me mostrar o que é mais importante em tudo isso.


Como disse, o número atômico é o RG do oxigênio. O oxigênio é o elemento da vida. 

Mas existe algo mais. 

Pensar sobre o oxigênio e a vida me faz lembrar um dos discursos mais inspiradores e transformadores para mim, o qual foi registrado por um médico do primeiro século chamado Lucas em seu livro chamado Atos dos Apóstolos ou (segundo alguns historiadores) "As coisas que Jesus continuou a fazer e a ensinar". Nesse discurso, se lê:

"E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: homens atenienses, em tudo vejo que vocês são um tanto supersticiosos;
Porque, passando eu e vendo os seus santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Este, pois, a quem vocês honram, não o conhecendo, é o que eu lhes anuncio.
O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;
Nem tampouco é servido por homens, como que necessitando de alguma coisa; pois Ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e as demais coisas;
[...]
Porque Nele vivemos, nos movemos e existimos, como também disseram alguns dos poetas de vocês: somos também sua geração" [Atos dos Apóstolos, cap. 17, vs. 22-25 e 28]


O texto bíblico é claro. Deus fez o mundo e tudo o que nele existe. Ele é Senhor do céu e da terra e, por isso, não pode ser enclausurado em templos feitos pelas suas próprias criaturas. Ele não precisa de mim. Ele não precisa de você. Ele não precisa de nada nem de ninguém. Vamos acabar com esse "babaquice" de uma vez: Ele é Deus soberano e Rei sobre tudo. Tudo obedece à Sua Palavra e ao seu conselho. Ele não é limitado por nossa "teologia" imperfeita (nem mesmo por uma teologia mais próxima do que as Escrituras são). Ele não é limitado por nada. Ele é quem dá a vida, o respirar e todas as outras coisas a cada um de nós. Ou seja: o oxigênio vem Dele. Ele é o doador da vida. N'Ele vivemos. N'Ele nos movemos. N'Ele existimos. N'Ele. Fui claro ou quer que eu desenhe?


Além disso, outro personagem muito inspirador para mim refletiu sobre as mesmas coisas, conforme se lê no livro de Jó a respeito deste: 

"O Espírito de Deus me fez; e o sopro do Todo-poderoso me deu vida" 
[Livro de Jó, cap. 33, vs. 4]

Sem o sopro de Deus - isto é, se Ele não tivesse compartilhado comigo do oxigênio que Ele mesmo criou [ou sintetizou, na linguagem química] - eu não teria vida. Nas primeiras páginas das Escrituras se lê que "Deus soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem foi feito alma vivente..." [Gênesis 2:7]. Ele, que é a própria Vida auto-existente e autossuficiente, estendeu esse dom a mim, e também estendeu a você. Como diz certa música: "...o sopro de vida é o vento que sopraste em mim...". Exato. 


Entretanto, ainda existe algo mais precioso do que essa "vida oxigenada": a vida do próprio Deus nas vidas de suas criaturas. É mais do que o oxigênio. É mais do que um respirar. É mais do que um fôlego que, embora seja um presente valioso, é transitório. Deus, Aquele para quem são todas coisas e por meio de quem tudo existe, vem para dar vida às suas criaturas mortas em si mesmas, em suas mentes cauterizadas e nos seus pecados, como se pode ler:

"Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça vocês são salvos);
E nos ressuscitou juntamente com Ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus, para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus". [Efésios 2:4-7]


Todos estavam mortos. Todos. Eu. Você. Mas Ele, o Autor da Vida, se fez como um de nós para nos dar vida (João 1:12-14 e 17). Uma vida que não depende de nenhuma molécula ou de nenhum processo fisiológico para existir, pois ela vem do Deus que não depende de nada nem de ninguém. Ele veio nos dar de Sua própria vida. Ele já se deu. A questão agora é: e eu com tudo isso? Como não responder a esse ato de tamanha bondade? Venha até Ele, até o Deus encarnado, até Cristo, pois aquele que vem a Ele nunca será rejeitado [João 6:37]. Venha e tenha, de uma vez para sempre, a vida que nem todos os moles de oxigênio do universo poderiam dar!

PS: É essa semana! Conferência Oxigênio 2012! #malpossoesperar



Pela certeza da vida do Autor da Vida,



Soli Deo Gloria!