segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Reformando pela novidade antiga...

Caros leitores...

Hoje, 31 de outubro de 2011, é um dia bastante significativo... Mas não se enganem!
Não digo isso pelas comemorações pelo Halloween ou, como chamamos no Brasil, "Dia das Bruxas"... 
A questão aqui não são as "gostosuras ou travessuras", as abóboras em formato de careta ou mesmo a raiz dessa cultura promovida pelo "American Way of Life", a qual, na verdade, está na cultura céltica dos primeiros séculos da Era Cristã (os celtas deram origem aos povos anglo-saxônicos, isto é, irlandeses, escoceses, britânicos etc.). Não é nada disso.

Esse dia tem um nobre significado para nós, cristãos, visto que nessa mesma data (no ano de 1517) um monge católico chamado Martinho Lutero se revolta contra os ensinos da Igreja Romana que se mostravam contrários às Escrituras e coloca as famosas 95 teses na Catedral de Wittenberg, na Alemanha... Dessa atitude corajosa e que, mais tarde, lhe custara a própria vida, nasceu o cristianismo protestante, cujo nome decorre da atitude de "protesto" de Lutero frente aos dogmas católicos antes inquestionáveis. Como ele mesmo disse: "...a paz, se possível; a verdade, a qualquer preço..."


Depois desses 494 anos, ao olharmos para a situação atual da igreja cristã no mundo (e, particularmente, no Brasil), não seria menos oportuno e necessário que novos Luteros surgissem sabendo, é claro, que vivemos num contexto sócio-histórico bastante diferente do daquela época e que, por isso, seria igualmente necessário que esses "novos reformadores" se infiltrassem na realidade que os cerca sem perder de vista a essência da reforma iniciada por Lutero: a suprema autoridade e suficiência das Escrituras sobre qualquer dogma humano e, especialmente, a suprema excelência do Cristo por ela revelado e de Sua graça como a única causa da salvação de nossa humanidade caída e corrupta.

Sim, diante da (bos)teologia da prosperidade [me perdoem o termo], da banalização dos "sinais e prodígios", do utilitarismo religioso, da superficialidade do relacionamento com Deus, da absoluta falta de compreensão do real significado de conversão e de arrependimento de pecados, da ausência de uma pregação genuína, contundente e confrontadora como vemos no ministério de Jesus, no ministério da igreja do primeiro século e em tantos bons exemplos ao longo da história (Agostinho, John Knox, Johnathan Edwards, Calvino, Savonarolla, George Whitefield, Spurgeon e, mais recentemente, John Piper e Paul Washer, dentre outros) e de tantos outros desvios em relação ao evangelho verdadeiro e à sã doutrina, resta-nos uma coisa: fazer com que nossa revolta se transforme em missão!

Não adianta apontarmos os erros presentes em nosso meio e não falarmos a verdade... Melhor, falemos a verdade (ou seja, falemos sobre Cristo) e a própria verdade (ou seja, o próprio Cristo) se encarregará de destituir o engano que nos cerca e que tem aprisionado tantas pessoas conforme a Sua vontade e a operação do Seu poder! Transformar nossa revolta em missão é deixar de nos focar nos "ismos" para nos concentrar em Deus e em cumprir o Seu propósito, é ser convicto sem se considerar superior por causa disso... Enfim, é pregar o evangelho vivendo o evangelho!

Como disse o Paul Washer certa vez, está na hora de deixarmos um pouco os nossos blogs de teologia (não que eles não sejam lícitos e, em certa medida, edificantes) para irmos morrer por Cristo em algum lugar... Logo, lembremos da Reforma Protestante como um exemplo de coragem para resgatar a novidade antiga, a boa notícia do Evangelho, pois Salomão disse: "...Há alguma coisa da qual se pode dizer: veja, isso é novo? [...] Não há nada de novo debaixo do sol..." Precisamos a cada novo dia da Palavra Antiga (não estou falando do Palavrantiga, se bem que eles são muito bons!), ou melhor, precisamos a cada novo dia do Verbo Eterno que se fez carne e que habitou entre nós, cheio de graça e de verdade!

Eu quero reformar sim... Mas antes preciso ser continuadamente "reformado", moldado, transformado por Ele! Enfim, viva a Reforma!



Soli Deo Gloria!

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