Eis as palavras de um homem
Que, por vezes não pouco freqüentes,
Sente-se como um soldado atingido fatalmente
Por uma espada que o traspassa.
No entanto, assim como a mãe do Cristo -
Guardadas as devidas proporções
E sem qualquer comparação de valor -
Experimentaria uma imensa dor de alma
Ao ver seu Filho inocente ser condenado à morte
[E morte de cruz],
Eis-me aqui, numa tentativa talvez frustrada,
De erguer meus olhos através dos montes
Para, enfim, encontrar algum socorro.
De onde, pois, ele viria?
Será mesmo que existe algum socorro
Para alguém que viu a aflição
Pela vara de seu furor?
A glória já se foi
E, como palavras molhadas pela chuva,
Minha esperança também pereceu.
Em lamentos antigos já se ouviu
Que bom é para o homem suportar os fardos
Enquanto está em sua juventude,
A fim de assentar-se solitário
Para desfrutar do próprio silêncio.
De fato, ainda que não seja um profeta,
Chorando pela destruição de sua cidade amada,
"Sobre estar só, eu sei".
Sei estar cercado de pessoas ao redor
Enquanto tudo o que vejo é solidão;
O som de máquinas em funcionamento
Não sufocam o grito calado
De alguém assombrado pelo tormento
Por notar ser dilacerado o coração.
Talvez ainda haja esperança?
Sim, talvez ainda,
Para quem reduzir-se a pó e cinza,
Uma vez que Aquele que é refúgio e fortaleza
De Quem todos recebem o bem [e até o mal]
De bom grado não nos aflige nem entristece.
A Ti, ó Senhor das Guerras,
Clamo, pois sozinho sou indefeso e fraco
Mas, fortalecido em Teu poder
E equipado com a Tua armadura,
Posso enfrentar qualquer batalha
Na certeza de que sairei vencedor.
Na verdade, de todas as guerras que tenho travado,
A maior delas é dentro de mim,
Pois de que eu devo me queixar
A não ser de meu próprio pecado?
Aludindo aos "poetas-guerreiros" do dia-a-dia,
Sou "anarquia e também império",
"Transparência aliada ao mistério",
"Tanto sacro quanto profano"
"Uma mistura de mil verdades e enganos".
Até quando, ó Senhor?
Será que nessa guerra
Serei eu mesmo aquele que vai morrer?
Ora, para fazer valer o meu sangue italiano,
"Deh, se si potessi già morire!",
Eu alcançaria a resolução que anseio
E chegaria ao fim da batalha enfim ileso.
Todavia, enquanto ainda luto em campo aberto,
Faz-me firme ao lembrar-me que estás perto.
De tudo o que eu preciso saber,
Uma coisa não esqueci:
Diferentemente de outros "senhores da guerra"
[Os quais não gostam de crianças],
Disseste que, para entrar em Teu reino -
O qual é triunfante sobre todos os outros -
Devemos ser todos semelhantes a elas.
Logo, resta-me reconhecer como de fato sou,
Pois, quando se conhece a mão do Criador,
O orgulho é abatido e a fraqueza é exaltada,
Visto que Te opões aos soberbos
E concedes graça abundante aos humildes.
Ora, "se não fora o Senhor,
Que esteve sempre a meu lado"
Devorado já teria sido pelos incontáveis inimigos,
E "se não for o mesmo Senhor,
Para que permaneça comigo",
Não serei livrado dos futuros perigos.
Se até reis poderosos ante severas ameaças
Não souberam o que fazer
Colocando tão somente seus olhos em Ti,
Assim também o farei,
Pois não tenho outra defesa além de Teu escudo.
Nunca me faltem as Tuas palavras,
Também chamadas de "Espada do Teu Espírito",
As quais são mais cortantes
Do que qualquer katana ou Excalibur,
Visto que dividem alma e espírito,
Alcançando até as juntas e medulas,
Sendo capazes de discernir os pensamentos e intenções.
Por meio delas sou por Ti vivificado,
Tendo os meus passos por Tua luz iluminados
Para que em armadilhas eu não seja apanhado.
Socorre-me, Deus de todos os Exércitos,
Para Quem todos, no céus e na terra,
Sejam principados ou soberanias,
Tanto poderes como autoridades,
"Fazem continência" - ou um dia farão.
Socorre-me quando a Ti invocar,
A fim de que Tu sejas glorificado
No momento em que eu for libertado.
Inspira em mim um cântico santo e alegre
Mediante o qual se proclame em todo lugar:
Tu és o meu ajudador;
O que me poderá fazer o mortal?
Embora o mal possa estar em "pleno triunfo"
Por toda a parte deste mundo caído,
Esse não é o fim da história -
Em breve voltará o Deus-Homem outrora vindo.
Naquele dia, não haverá mais poderosos nem grandes,
Nem autossuficientes nem quaisquer "senhores de si",
Pois o Único Senhor, o Senhor dos Senhores,
O Rei dos Reis, o Cavaleiro Fiel e Verdadeiro,
Em glória virá com Seu exército
Para destruir os iníquos e incrédulos
E fazer justiça aos Seus servos.
Bendito o Dia da Vingança de Deus!
Glorioso o Advento Final do Redentor Eterno!
Nesse tempo, enfim, a batalha se findará,
Pois Aquele que tem a "peça da história" nas mãos
Entrará no último ato dela -
Ora, como foi dito por um nobre norte-irlandês,
"Quando o diretor entra no palco, a peça acabou".
O Teatro de Deus terá um veredicto -
o mais feliz veredicto imaginável -,
No qual o Bem triunfará definitivamente
E, sobretudo, aqueles que outrora eram maus,
Mas foram graciosamente por Ele redimidos,
Mas foram graciosamente por Ele redimidos,
Desfrutarão para sempre do Bem Supremo
Na bendita face daquele Jesus, chamado Cristo.
Soli Deo Gloria!
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