domingo, 21 de janeiro de 2018

La puissante faiblesse - une prière

Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó,
E de tantos outros até este dia,
A Quem também agora ouso chamar de "meu" - 
Somente e tão-somente -
Em nome de Seu Filho:
Aqui estou,
Com as minhas mãos vazias,
Pois nada digno posso oferecer a Ti
Para que sejas persuadido a abençoar-me;
Mas, apenas apegado à Cruz,
Na qual alegremente me glorio,
A Ti elevo a minha alma,
Pois quando me apercebo de Tua presença
O único caminho é a humilhação

Fonte de toda Sabedoria e Bondade,
Desvenda Tu os meus olhos distraídos
Para que eu veja as Tuas maravilhas.
Pois, se assim não o fizeres,
Permanecerei em densas trevas,
Como que enclausurado numa caverna,
Contentando-me com simples sombras,
Mas privado da Luz e da Verdade
Que estão fora de mim.
Perdoa-me Tu as vaidades por mim procuradas,
E as iniqüidades por vezes apreciadas
Como se fossem o mel mais doce,
Sendo, todavia, o fel mais amargo,
Para o coração que somente em Ti 
Pode ser verdadeiramente saciado.

"Senhor Deus dos desgraçados",
- Como outrora bradou um certo poeta - 
"Senhor Deus dos desgraçados",
Atenta Tu para mais este pobre e necessitado
Que a Ti dirige suas poucas palavras.
Livra-me de ser como aqueles
Que se justificam a si mesmos
E desprezam os outros,
Aos quais o Mestre já sentenciou Seu juízo,
Enquanto garante justificação
A todo aquele que simplesmente implora:
"Sê propício a mim, pecador!".
Eu quero ser mais "menos",
Sendo forte na medida em que sou fraco,
Ganhando a Vida enquanto "perco a vida",
Pois, se tenho a Ti,
O que me falta já me foi dado.

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Não quero a sabedoria do mundo
A qual Tu mesmo tornas uma loucura.
Não quero a glória do mundo
Pois sou peregrino na terra.
Expurga-me Tu de toda fatuidade, 
Especialmente de toda que tem "aparência de piedade"
Porém nega o seu poder.
Quero apenas ser como uma ovelha
Guiada por Ti aos pastos verdejantes,
Para descansar junto às águas quietas
E ter Teu refrigério na alma,
Porque todo o que é por Ti pastoreado
Não precisa desejar o que não possui.
Basta para mim que guarde as Tuas palavras,
Pelas quais sou feito mais sábio que os "velhos"
- que se gabam de sua "experiência" - 
E mais inteligente que os "mestres" 
- com sua erudição exibicionista.
Melhor é o Teu conselho,
Visto que ultrapassa toda perfeição

Desventurados são os que querem ser sábios
Sábios a seus próprios olhos -,
Com seus muitos livros e discursos,
Visto que a sabedoria está oculta,
Escondida aos olhos de todas as criaturas
E Tu somente conheces o caminho dela.
"Ai destes!", disse o Teu mensageiro,
Pois se gloriam em sua sabedoria
[Bem como na sua força e riqueza]
E, apartando de Ti o coração,
Recebem o veredicto de maldição.
Felizes são, no entanto, os pequeninos,
Aos quais aprouve a Ti revelar os Teus segredos,
Pelos quais Te conhecem plenamente,
Ao contemplar-Te na face de Teu Filho,
A Tua expressa e única imagem.

Quero amar-Te com todo o entendimento,
Pois assim Tu me ensinaste.
  Contudo, só posso amar-Te corretamente
Mediante o Teu próprio entendimento,
O qual não reside em boa retórica
Se ausente estiver a Tua Palavra.
Na verdade, atrevo-me a falar dela,
A qual diz que o muito estudar é enfado carnal,
Bem como que, sem o Teu temor,
Resta-nos apenas a sabedoria diabólica
E não a celestial.
Faze-me, pois, "humildemente inteligente"
Assim como "inteligentemente humilde",
Uma vez que, como antigamente foi afirmado,
 Todos nós, sem exceção, somos fracos,
Mas a ninguém devo considerar mais fraco
Senão a mim mesmo

Ó Tu, que és o Elevado e Sublime,
Que habitas na Eternidade e cujo nome é Santo;
Habita igualmente em mim,
Na mente e no coração, no corpo e na alma,
Pois ante a Ti sou quebrantado
E, no meu espírito, contristado.
Envia-me a Tua Luz e a Tua verdade,
Pelas quais todo nevoeiro pode ser dissipado,
E para que meus olhos vejam a Ti,
Especialmente na figura do Crucificado,
No qual encontro tanto a Tua excelência
Quanto a minha própria miséria -
Ó, eis a minha poderosa fraqueza!
Logo, nada necessito ou anseio
Que em Ti não possa ser encontrado,
Pois és o único Bem que, de fato, possuo;
Tu que, como um servo Teu já declarou,
És o "Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó,
E não dos filósofos e dos sábios"

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Soli Deo Gloria!

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