Já estava na hora de eu voltar
aqui.
Após alguns dias (ou melhor,
algumas semanas) ausente, finalmente acredito ter algo a escrever – e, dessa
vez, a “inspiração” veio de maneira inusitada. Minha expectativa é tão-somente
que não sejam palavras inúteis, lançadas ao vento.
O texto tem esse título porque se
refere ao último feriado, quando uma das bandas de que gosto veio se apresentar
em minha cidade [como parte de uma turnê especial], visto que eles não tocam
mais juntos oficialmente. Em outras palavras, no último 12 de outubro, os
cariocas do “Los Hermanos” voltaram a Salvador e, obviamente, os que curtem a
música deles lotaram o show – na sua maioria, eram jovens e adolescentes que
estavam a fim de aproveitar o restante daquele feriado. Logo, gostaria de
destacar alguns trechos de letras de algumas músicas deles e tecer comentários
que saltaram à minha mente com respeito a essas canções. Vamos em frente.
A primeira canção que queria
destacar se chama “Primeiro Andar”, cuja letra diz em dois momentos:
“Eu vou lá, andar... E o que eu
vou ver? Eu sei lá...”
“Eu preciso andar um caminho
só...”
No início da letra, o autor diz
que, embora ele esteja andando numa certa direção, ele não sabe o que irá
encontrar pela frente. Fazendo uma aplicação mais concreta da música à vida e à
realidade, nem todos nós sabemos para onde estamos indo e, por isso, não temos
a mínima noção do que nos sobrevirá ao longo desse “caminho”. Em outros termos,
pensar a respeito disso me recorda certas palavras de Jesus Cristo, que disse:
Por mais um pouco de tempo a Luz
estará entre vocês. Andem enquanto vocês têm a Luz, para que as trevas não os
surpreendam, pois aquele que anda nas trevas não sabe para onde está indo.
Creiam na Luz enquanto vocês a têm, para que sejam filhos da Luz. [Evangelho de
João, cap. 12, vs. 35-36a]
Nessa passagem, Jesus é claro: a
Luz à qual Ele se refere [que estaria por pouco tempo entre aqueles que O
ouviam] era Ele mesmo e, por isso, Ele os adverte dizendo para que eles andem na
Luz para que eles não sejam capturados pelas trevas, pois “quem anda em trevas
não sabe para onde vai” – assim como o autor da música não sabia, em certo
momento, o que iria ver pelo caminho. Por fim, Jesus encerra Sua advertência
dizendo para que todos aqueles que O escutam creiam Nele, para que saiam das
trevas para a Luz, uma vez que Ele é “a Luz que veio ao mundo, para que todo
aquele que Nele crê não permaneça nas trevas” [João 12, vs. 46].
Curiosamente, imagino que a maior
parte de todos os que estavam cantando essa música no referido show continua
sem saber para onde está indo, uma vez que continua a não crer em Jesus e,
assim, ainda anda em trevas – embora eles acreditem que tudo está bem. Por um
lado, é como se uma centelha de verdade esteja bem nos olhos deles, porém é
necessário que, por outro lado, a Verdade se revele a eles plenamente, para que
eles alcancem o patamar da segunda frase citada acima, em que o autor diz que
ele precisa “andar um caminho só”, indicando que a sua necessidade não é de
experimentar várias alternativas igualmente válidas, mas se apegar a uma única
alternativa segura. Em suma, eu, você e qualquer pessoa que nunca lerá esse
post precisam da mesma coisa – andar “um caminho só” ou, de outra maneira, ir
em direção a Deus – e, nesse sentido, foi o mesmo Jesus que disse ser “o
Caminho, a Verdade e a Vida” [João 14, vs. 6], sendo também Ele mesmo “ o único
Mediador entre Deus e os homens” [1 Timóteo 2, vs. 5].
As outras canções que geraram em
mim reflexões se chamam “Morena” e “Paquetá”, as quais mencionarei
sequencialmente. Desse modo, uma das frases mais “aclamadas” e mais cantadas
pelos fãs do Los Hermanos diz:
“Sereno é quem tem a paz de estar
em par com Deus...” [Morena, álbum “4”]
Primeiramente, a frase acima
expressa uma verdade “verdadeira” – como diria o Francis Schaeffer -, ainda que
esteja presente numa música dita “secular”. Quem está “em par com Deus” (ou em
comunhão com Deus, ou ligado a Deus) está em paz e, por isso, é sereno. No
entanto, assim como num parágrafo anterior, acredito que quase todas as pessoas
que cantaram intensamente essa frase não podem ser verdadeiramente “serenas”,
pois elas, provavelmente, ainda não têm “a paz de estar em par com Deus”.
Mas você pode me dizer:
“Como assim? Quem é você para dizer que aquelas pessoas não estão em paz com
Deus? Por acaso você é o ‘dono da verdade’?”
Eu sei que não sou o “dono da
verdade” – a verdade é “verdade” independentemente de qualquer opinião,
inclusive a sua ou a minha -, mas, nesse caso, quando o assunto é “Deus”, a
nossa opinião não interessa, pois é Deus quem deve falar sobre Si mesmo e,
quando Ele fala, qualquer outra voz é imediatamente silenciada.
Sendo bem direto, os homens não
têm “a paz de estar em par com Deus” porque eles são pecadores e, por isso,
estão destituídos da glória de Deus [Romanos 3, vs. 23]. Um Deus perfeitamente
santo e justo não pode habitar com o mal e ter qualquer comunhão com o pecado
e, dessa forma, os homens só podem “ter a paz de estar em par com Deus” a
partir do momento em que eles são perdoados de seus pecados, ou seja, quando os
pecados deles são removidos e colocados sobre Alguém que levará esses pecados
no lugar deles. Resumidamente, serenidade é sinônimo de “estar em paz com Deus”
e estar em paz com Deus é resultado de ser perdoado, de ser redimido, de ser
resgatado de uma condição de corrupção, impiedade e perdição para uma condição
de justiça, santidade e vida – e isso só é possível através de Jesus, cujo nome
significa “Ele salvará o seu povo dos pecados deles” [Mateus 1, vs. 21].
Por último, quero mencionar um
trecho da canção Paquetá, que diz:
“Eu sei, me perdi! Mas eu só me
acho em ti...”
Nessa frase, o autor começa
afirmando que “sabe que se perdeu” – ainda que não seja claro em que sentido
ele afirma isso – e, em contrapartida, também afirma que somente em um
determinado “alguém” ele “se acha”. Sempre que penso nessa parte da música, me
lembro da história contada por Jesus conhecida como “Parábola do Filho Pródigo”
[pródigo = esbanjador], na qual um dos dois filhos de um homem rico pede parte
da própria herança e sai para uma terra distante e, nesse lugar, gasta tudo que
ganhou de modo devasso e ostensivo. No meio da história, ele fica na miséria e,
ao se perceber nessa situação, ensaia um discurso e, então, volta para casa
dizendo a seu pai:
“Pequei contra o céu e contra ti,
e não sou mais digno de ser chamado teu filho; me faz como um de teus
empregados”. [Evangelho de Lucas, cap. 15, vs. 21]
No final da história, o pai
prepara uma grande festa por causa do retorno de seu filho, dizendo que “este
meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado”.
Assim como na canção, o “filho
pródigo” se perdeu; porém, a Bíblia apresenta uma sutil mas fundamental
diferença – na música, o autor diz que “se acha” num certo “alguém”; mas, na
parábola, o filho pródigo “foi achado” pelo seu pai. Isto é, o Evangelho ensina
que todos nós nos perdemos por nós mesmos [nós pecamos contra o céu] mas,
quando nós “nos achamos”, na verdade fomos “achados” – Deus é quem nos busca
antes de buscarmos a Ele, pois está escrito que “o Filho do Homem veio buscar e
salvar o que se havia perdido” [Lucas 19, vs. 10] e que “Cristo Jesus veio ao
mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” [1 Timóteo 1, vs.
15]. Logo, o que falta para qualquer um de nós é, semelhantemente ao poeta da canção,
reconhecer que nós nos perdemos e, ao mesmo tempo, saber que só podemos ser
“achados” Nele, pois Cristo veio ao mundo para salvar pecadores, especialmente
os piores deles, uma vez que Ele “não veio chamar justos, mas pecadores”
[Marcos 2, vs. 17b].
Quais caminhos você tem trilhado?
Você está andando em trevas sem direção, ou já descobriu que precisa trilhar
“um Caminho só”?
E sobre ser sereno?
Você
realmente tem “a paz de estar em par com Deus” ou permanece sem se arrepender
de seus pecados e, por isso, continua sem perdão e, assim, está separado de
Deus?
Você se reconhece como perdido
por não crer em Jesus Cristo como Aquele que veio ao mundo para salvar
pecadores? E, sabendo disso, o que você está esperando para ir a Ele para ser
“achado”?
Pela alegria de saber que sou
achado Nele,
Soli Deo Gloria!
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