Caros leitores, depois de algum tempo sem muita inspiração, decidi escrever esse post, o qual (espero eu) será diferente da maioria dos meus textos – isto é, procurarei dizer o que deve ser dito e, ao mesmo tempo, economizar nas palavras.
Hoje, 5 de março de 2012, comecei uma nova etapa estudantil: depois de 4,5 anos na universidade até conseguir um diploma e mais um semestre de trabalho num grupo de pesquisa da universidade, iniciei o mestrado. Confesso que me senti um pouco estranho (talvez a ficha ainda não caiu plenamente) ao pensar que sou um pós-graduando em Química – especificamente, da área de Química Orgânica (Produtos Naturais) - , como eu mesmo disse a uma colega que está iniciando seu doutorado na mesma área... Sim, uma nova etapa começou e, como todo novo começo, não é possível ter o controle de mais nada; é tudo novo. Resta-me somente viver um dia de cada vez.
Por falar nisso, na primeira aula do semestre (aula de Estereoquímica) – para os leigos em Química, estereoquímica é a parte da química que estuda como os átomos constituintes de uma determinada molécula se organizam/orientam no espaço e as consequências dessa orientação nas propriedades/no comportamento dessas moléculas –, minha professora disse que não é possível afirmar de onde veio/onde surgiu a primeira molécula quiral – do grego khireo = mão - (quiral é um termo usado para caracterizar moléculas com propriedades estereoquímicas) mas, durante sua explanação do assunto, ela comentou que a “natureza” produz moléculas quirais 100% puras (o que não acontece em laboratório) e até mesmo que essa produção é seletiva – ainda que essas substâncias quirais sejam organizadas aos pares, um organismo vivo pode fabricar uma molécula do par em detrimento da outra ou essa outra molécula pode ser produzida por outro ser vivo em condições completamente distintas... Simplesmente genial!
Entretanto, nesse momento da aula eu comecei a pensar no fato de que o “mistério da primeira molécula quiral” - bem como das demais moléculas quirais, além de outros tantos mistérios da natureza - talvez tenham uma solução simples, porém altamente instigante (digna de Sherlock Holmes ou de Hercules Poirot): Deus. Com isso em mente, lembrei-me de um versículo que diz:
“Porque os seus atributos invisíveis, desde a fundação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua natureza divina se entendem e claramente se vêem nas coisas que estão criadas, para que os homens sejam indesculpáveis” – Epístola aos Romanos, cap. 1, vs. 20.
Desse modo, conclui-se que crer em Deus como criador do universo e de tudo (absolutamente tudo) o que há nele é perfeitamente lógico e racional; na verdade, é a opção mais sensata... Além disso, outro versículo diz que “... Nele [em Cristo] foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, sejam visíveis ou invisíveis... tudo foi criado por Ele e para Ele...” (Epístola aos Colossenses, cap. 1, vs. 16). Como resultado, possivelmente as moléculas quirais – desde a primeira até a última a ser descoberta (ou mesmo as que não forem descobertas) – também foram criadas n’Ele, por Ele e para Ele... Possivelmente? Não, certamente.
Certa vez li uma frase curiosa que diz: “... Não é belo todo e qualquer mistério? O maior segredo é não haver mistério algum” (Renato Russo – L’age D’ôr, 1991). Na verdade, o maior segredo não deve ser a inexistência dos mistérios – até porque para nós, seres humanos, sempre vão existir mistérios, pois nossa limitação faz parte da beleza de ser “ser humano” – e sim conhecer profundamente Aquele em quem todos os mistérios são desvendados e/ou encontram sua razão de ser, como está escrito: “... As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus...” [Deuteronômio 29:29a]... Isto é: os mistérios pertencem a Ele e, se existe um “segredo maior”, esse tal é conhecê-Lo, adorá-Lo, amá-Lo, segui-Lo e se juntar a Ele para torná-Lo conhecido. Só assim os demais homens poderão entender o real segredo da existência dos mistérios da vida.
Soli Deo Gloria!
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