terça-feira, 31 de maio de 2011

Meditação da segunda na terça...



Meditação Sobre a Sede na Manhã de Segunda-feira
 
por John Piper
 
Ao me ajoelhar naquela manhã de segunda-feira, durante meu devocional, disse: “Ó Senhor, tem misericórdia de mim, pecador! Ajuda-me. Por favor, vem e restaura a minha alma”. Em seguida, perguntei calmamente: “Senhor Jesus, o que querias dizer quando falaste: ‘Aquele… que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede’? Estou com sede nesta manhã. Ouvi meu colega David Livingston dizendo, ontem à noite, que ele tem sede. Quase todo crente que vem ao meu escritório tem sede. Qual era a tua intenção ao dizer que aqueles que bebessem da tua água não teriam mais sede? Não temos bebido? Esta promessa é vã?”

O Senhor respondeu. Ele me mostrou o resto do versículo, e derramou sobre ele uma luz que nunca vira antes. João 4.14 começa assim: “Aquele… que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede”. Isso foi o que me levou a clamar: “O que pretendias dizer? Estou tão sedento! Minha igreja está sedenta! Os pastores com quem eu oro estão com sede! Ó Jesus, o que querias dizer?”

Jesus respondeu da única maneira pela qual sei que Ele responde. Abriu-me os olhos para ver o significado do que disse na Bíblia. Eu já havia memorizado esse versículo na manhã do domingo, para a minha própria alma e para um possível uso na oração pastoral. Assim, enquanto eu orava, os elementos da comunicação divina estavam no seu devido lugar. (Oh! que percepção perdemos quando não memorizamos mais das Escrituras!)

Enquanto eu suplicava, a segunda parte do versículo falou por si mesma. Jesus disse: “Pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna”. Com estas palavras, veio a resposta. Não era uma voz audível, e sim, a voz de Jesus, na Palavra iluminada e aplicada pelo Espírito Santo.

A resposta era assim: quando bebem da minha água, a sede de vocês não é aniquilada para sempre. Se isso acontecesse, vocês sentiriam, posteriormente, qualquer necessidade de minha água? Esse não é meu objetivo. Não quero santos auto-suficientes. Quando bebem da minha água, ela se torna uma fonte em vocês. Uma fonte satisfaz a sede, não por remover a necessidade por água, e sim por estar lá, para lhes dar água sempre que têm sede. Vez após vez! Como nesta manhã. Portanto, beba, John. Beba.

Agora, enquanto escrevo, vejo esta verdade preciosa no Salmo 23: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará”. Apesar disso, clamamos: “Ó Senhor, hoje eu tenho necessidades! Conheço centenas de pessoas que têm necessidades e confiam em Ti como o pastor delas. Qual a tua intenção ao dizer que nada nos faltará?”

Agora, aprendemos uma lição. Primeiramente, clamamos. Depois, lemos: “Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma”. Refrigera-me. Isso significa que as necessidades surgem em minha alma, e, então, o Senhor Jesus as satisfaz. Elas surgem novamente; Ele as satisfaz. A vida é um ritmo de necessidade e suprimento — e, às vezes, um ritmo de perigo e livramento. “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte…”. O vale se tornará (novamente) em verdes pastos, e as águas tranqüilas fluirão (novamente!). Até agora, a fonte está jorrando do interior e o fará para sempre. Por que a fonte, em nosso íntimo, não é nós mesmos; é Deus. “Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem” (Jo 7.38-39).

A sede é satisfeita pelo Espírito de Cristo revelando-nos a Si mesmo e as suas promessas, para a satisfação de nossa alma. Mas a sede não é obstruída, para que não percamos o impulso de vir a Ele vez após vez, em busca de tudo o que Deus prometeu ser para nós em Jesus.

Aquele que tem sede venha e continue vindo, até que nossa comunhão seja tão íntima, que não haja qualquer distância entre nós e o Senhor.




Soli Deo Gloria!

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