quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Sobretudo, tudo em todos...

Dessa vez demorei pouco para retornar. 

E a razão é simples - em meio à correria da rotina, desenvolvendo trabalho final de mestrado, dando aulas pra ter uma grana a mais e outras responsabilidades, amanhã é 31 de outubro e, como um dia diferente de nosso calendário, tenho algumas coisas pra dizer... Coisas mais aterrorizantes do que qualquer Halloween mal-assombrado. 


31 de outubro, há 497 anos, foi um dia que assustou a Europa, mais especificamente a Alemanha - embora, historicamente, outros eventos, processos e episódios caracterizaram e marcaram o movimento religioso, intelectual e social nascente, o qual passou a ser chamado de Reforma Protestante. Sim, naquele 31 um tal de Martin Luder (ou Lutero) publica sua disputa teológica através das famosas 95 teses (que denunciaram certas práticas católicas como sendo contrárias à Bíblia), o que desencadeou diversos movimentos ou "reformas" dentro da Reforma - a "reforma" de Ulrich Zwinglio, a de João Calvino, a "reforma" do Reino Unido e, obviamente, a "reforma" de Lutero. Deixando um pouco de lado os aspectos históricos, a ideia desse post é desfazer certos equívocos bastante enraizados (tão enraizados que se tornaram dogmas ou verdades absolutas), o que certamente será espantoso pra alguns leitores. Vamos lá.

Protestantismo e intelectualidade, protestantismo e sociedade.


Em primeiro lugar, numa sociedade em que se declarar cristão já implica o rótulo de "anti-intelectual", de "ser não-pensante" ou mesmo de alienação e burrice, resgatar o fato histórico de que cristãos (sejam os próprios católicos durante a injustiçada Idade Média e, neste caso específico, os protestantes depois do século XVI) foram os maiores responsáveis pela promoção, incentivo e propagação do conhecimento e da educação é um verdadeiro escândalo. Na verdade, alguns movimentos organizados por cristãos anteriores à Reforma possibilitaram o surgimento de centenas de escolas em toda a Europa (a ponto de traduções da Bíblia para idiomas populares influenciarem a gramática dessas línguas maternas), além de hospitais, orfanatos e, finalmente, as diversas formas de manifestação artística

Por exemplo, nomes como Rembrandt nas artes plásticas e Bach na música (ambos cristãos reformados, um calvinista e o outro luterano) mostram que a excelência e a apreciação da beleza e da criatividade derivam da compreensão de um Deus Criador e que manifestou suprema beleza em Sua criação, a qual Ele ainda conserva. Nesse sentido, é interessante citar que em todas as composições de Bach havia duas siglas presentes - J.J., que significa "Jesu Juva" ou "Jesus, ajude!" no início das músicas e S.D.G., que significa "Soli Deo Gloria" ou "Somente a Deus seja a glória" no final de cada obra. Existem vários outros exemplos da influência da Reforma Protestante na intelectualidade - o reformador Melanchthon é considerado o pai da educação alemã, os puritanos ingleses que colonizaram a América do Norte construíram colégios que hoje são as melhores universidades dos Estados Unidos (Harvard, fundada por um pastor - para a tristeza e desespero dos humanistas liberais pós-moderninhos, Princeton, Yale etc.), muitos hospitais filantrópicos foram feitos pela iniciativa de cristãos presbiterianos, batistas e congregacionais, dentre outras ações. Enfim, tendo como base o ensino bíblico de que "tudo quanto fizerem, seja por palavras ou por obras, façam tudo em nome do Senhor Jesus, dando por meio Ele graças a Deus Pai" e de "fazer tudo para a glória de Deus e para o bem do próximo", os protestantes nos deixaram um legado social inegável - e ainda deixam suas marcas hoje, na medida em que continuam seguindo o Seu Mestre e Salvador, que "andou por toda a parte fazendo o bem" pelo fato de que Deus era com ele


Protestantismo e política. 

Ah... agora a polêmica vai rolar solta! Mas eu vou falar as coisas como elas são e, provavelmente, serei considerado mentiroso e "fundamentalista" - ainda que muitos nem saibam que fundamentalismo estão condenando. Eu não me importo pois, como disse Martin Luther King (um Martinho Lutero do século XX, respeitado até pelos antirreligiosos mais extremistas pela sua relevância social), "para se ter inimigos não é necessário declarar uma guerra, basta se dizer o que pensa"

Embora depois de alguns bons anos tenha havido associação de igrejas dissidentes da Reforma aos respectivos estados/governos locais, o ideal defendido por muitos reformadores (especialmente Lutero e Calvino) era a completa separação da Igreja e do Estado - a Igreja seria responsável pela instrução eclesiástica e espiritual do povo e o Estado seria responsável por garantir os direitos civis e sociais, de modo que ambos cooperam para o bem da nação mas sem interferência ou influência um no outro. No entanto, muitos que acusam os cristãos (principalmente os protestantes) de serem "opressores" e "impositores hegemônicos" de suas ideias e princípios para a sociedade admiram e adotam o mesmo raciocínio como uma "religião às avessas". Por exemplo, os governos dos países comunistas, que são retratados nos livros de história como "heroicos" e "ícones da luta pela liberdade e igualdade" e tão "divinizados" nos corredores acadêmicos, foram (e ainda são), na prática, eventos nefastos da nossa história - ora, muito sangue inocente continua sendo derramado sem razão, não existe igualdade nenhuma (um quase-deus oprime todos os outros, inclusive seus próprios cúmplices no poder) e não existe nada parecido com liberdade. Mesmo sem haver qualquer "igreja", o Estado se torna a própria religião dominante (ou se comporta como uma personificação institucional da divindade). Enfim, essa noção de liberdade social, laicidade do Estado e cidadania é mais um legado dos "intolerantes, beltranofóbicos e fundamentalistas dominadores" chamados cristãos, neste caso protestantes. Se esse blog sair do ar nos próximos dias foi uma luta contra o preconceito - não será nada de censura, certo pessoal?


Protestantismo e liberdade. 

No mesmo contexto do que foi falado acima, a relação entre o protestantismo e a ideia de liberdade é bastante perturbadora, pois existem vários acontecimentos na história que mostram que a mensagem de Cristo no Evangelho implicou mudanças radicais em pessoas que se tornaram modelos de luta pela liberdade. No século XVIII um ex-escravocrata chamado John Newton deixou de ser senhor de escravos no Reino Unido após sua conversão a Cristo, a ponto de que a melodia de sua composição mais famosa (Amazing Grace, canção que relata o amor de Deus agindo em favor do pecador cego e perdido) ser relacionada ao canto dos escravos de suas propriedades. Poucas décadas depois, um de seus amigos mais próximos, o político cristão William Wilberforce, foi o líder da luta no parlamento de Londres pelo fim da escravidão na Inglaterra e em suas colônias. Mais recentemente, temos o exemplo de Gandhi (que, apesar de não ter professado a fé cristã, foi bastante influenciado pelos ideais cristãos da justiça e da paz) e também do pastor Luther King, personagem fundamental para a luta em favor da igualdade racial nos Estados Unidos. Isto é - essa conversa idiota de que o cristianismo sincero não motiva engajamento social como resultado de uma transformação genuína do caráter e da vida como um todo é balela, é papo furado dos críticos pseudointelectuais e dos rebeldes anticristãos sem causa. Ora, vindo bem a calhar, é a própria Bíblia que diz que "em Cristo não há nem grego nem judeu, nem escravo e nem livre, pois Cristo é tudo em todos"


Protestantismo e espiritualidade. 

Por último, queria destacar o que considero o mais importante de todo o legado da Reforma Protestante - a sua espiritualidade. Na verdade, isso norteou todos os demais aspectos de sua influência na Europa e, logo depois, em todo o mundo - até hoje. Resumindo, a espiritualidade da Reforma pode ser resumido nos chamados 5 fundamentos ou 5 "solas" - Sola Scriptura (somente a Escritura, pelo qual a Bíblia é inerrante e suficiente como revelação de Deus para o homem, sendo assim a suprema regra de fé e conduta), Sola Gratia (somente a graça, pelo qual a salvação é um dom de Deus dado por graça e de graça, sem qualquer mérito humano ou razão prévia ligada ao homem), Sola Fide (somente a fé, segundo o qual a justificação do homem diante de Deus se dá apenas por meio da fé em Jesus Cristo, que morreu em lugar dos pecadores para satisfazer a justiça divina), Solus Christus (somente Cristo, que implica que há somente um mediador entre nós e Deus, um único caminho para o Pai, Jesus Cristo) e Soli Deo Gloria (somente a Deus a glória, segundo o qual todas as coisas são de Deus, existem por meio de Deus e são para a glória de Deus - nada é do homem e para o homem, mas tudo é de Deus e para Deus). Em face do antropocentrismo, do relativismo, do individualismo e da confusão de identidade que impera em nosso mundo cruel, a Reforma traz suas "mentiras" obsoletas e antiquadas, tão antiquadas e obsoletas que muitos homens e mulheres (desde o primeiro século e ainda nos dias atuais) morreram e morrem por elas - mesmo na dor, muitos cantaram de alegria ou exibiram uma paz fora do comum quando queimados nas fogueiras, pregados nas estacas ou decapitados nas guilhotinas.

No fim das contas, não faz sentido dar/perder a vida por algo que não seja verdadeiro, durável e que não produza uma alegria plena. Logo, se muitos abriram (e ainda abrem) mão de si mesmos por causa de uma Mensagem - mais do que isso, por causa Daquele que é anunciado através dela - , essa mensagem não é comum, mas singular. Foi essa mensagem que fez nascer bem como fez triunfar toda essa "Reforma" aqui relembrada, pois o próprio Lutero disse a respeito do que houve em sua época: "...Quem é Lutero, senão um pobre verme? Se tudo isso aconteceu, atribuo todo o crédito à Palavra de Deus; eu não fiz nada, a Palavra fez tudo". Deus continua o mesmo hoje - se foi Ele quem fez tudo naquela época, somente Ele pode continuar preservando e aperfeiçoando toda essa "reforma" hoje. Ele é Deus, e não nós; Ele tem todo o poder, nós não temos capacidade alguma por nós mesmos; Ele é a própria sabedoria, nós somos tolos sem a Sua instrução; Ele é a Luz, e nós só seremos iluminados ao olharmos para Ele - Ele está sobre tudo, Ele é tudo em todos, em todos os que O reconhecem em sua caminhada e se submetem confiadamente a Ele


Você já se deu conta de que o fim principal da vida de cada um de nós é glorificar a Deus para nossa eterna satisfação? A Bíblia diz que "para nós, há um só Deus e Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, para quem são todas as coisas e por quem existimos". Sem delongas, ou vivemos em Deus, por Ele e para Ele, ou já estamos mortos desde já e assim permaneceremos para sempre. Vida é somente e tão-somente Nele - logo, arrependa-se de seus pecados contra Ele e creia que Deus deu Seu Filho para salvar pecadores como eu e você. Reforme sua mente pela verdade que Ele revelou e, assim, a Reforma não será apenas um evento histórico, mas será uma parte de sua nova vida, de sua vida com Ele. Que você também um dia cante comigo: "...estou em obras, essa morada um dia será perfeição...".






Pela satisfação de "estar em obras",





Soli Deo Gloria!

sábado, 25 de outubro de 2014

É sempre mais do mesmo?

Mais uma vez, estou por aqui. 

E, novamente, estamos às vésperas de um dia em que novos representantes serão eleitos em alguns estados brasileiros - sem contar, obviamente, o próximo presidente da república.

Enfim, nesse contexto pós-campanha eleitoral, gostaria de expressar minhas ideias a esse respeito, tendo como fundamento a minha liberdade de consciência dentro da esfera dos princípios de vida e conduta que procuro seguir. Logicamente, não agradarei a todos - e não faço a menor questão disso - mas, sinceramente, espero contribuir para a reflexão dos leitores de forma positiva.  


Primeiramente, o título desse post remonta a uma canção da Legião Urbana (mais uma vez eles sendo atuais e pertinentes) chamada "Mais do mesmo", a qual fala de drogas, chacinas de adolescentes, tiroteios no fim do túnel, doentes nas enfermarias e índios mortos - nada que seja estranho à nossa realidade brasileira. Diante desse quadro socialmente nefasto e desafiador para qualquer governante ou representante político (assim como para a própria sociedade em si) e levando em conta o que vimos nessa campanha eleitoral, algumas coisas precisam ser ditas, e com certa urgência. Vamos em frente.

De um lado, temos o grupo liderado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), encabeçado pelo ex-presidente Lula e pela candidata à reeleição Dilma Rousseff. A história do PT, nos seus primeiros anos, inspirou muitos brasileiros (particularmente jovens, estudantes, marginalizados e também intelectuais) a sonharem e/ou lutarem com/por uma sociedade menos desigual, onde a miséria fosse combatida de perto e os ignorados fossem notados, em que a corrupção e a repressão fossem erradicadas e houvesse o fim da "luta de classes" criticada pelo marxismo - enfim, uma sociedade onde "tudo" fosse de "todos" e o Estado fosse o guardião dessa condição social. Porém, após a chegada do PT ao governo do país, em 2003, não vimos somente avanços sociais importantes (seja no combate à pobreza, em favor da inclusão social, da educação, da ciência e tecnologia, da cultura etc. - ora, vamos parar de hipocrisia e reconhecer as coisas boas que estão acontecendo no país na gestão do PT), mas muitos daqueles que se diziam invulneráveis à perversão pelo poder foram tão corruptos quanto aqueles que já estavam no poder antes - ou, quem sabe, mais corruptos. No entanto, muitos de nós fomos tão magnetizados pelo "totalitarismo assistencialista e idealista" - típico dos segmentos de esquerda, como se viu nos exemplos da União Soviética, dos demais países da "Cortina de Ferro" e mesmo no contexto do nazi-fascismo da Alemanha e da Itália (ironicamente, o nazi-fascismo nunca foi de direita) - dessa ala política a ponto de que, por exemplo, qualquer crítica ao Lula ou ao PT seja equiparada a "blasfêmia" ou a "infâmia". Somos quase que adeptos de uma "religião PTista" na qual a figura do Lula e (por consequência) também da Dilma são praticamente "messiânicas", a ponto de dizermos: "...ai daquele que tocar no PT...", "...nunca vai haver presidente como o Lula...", "...só o PT olhou pra nossa região, que era esquecida pelos tucanos..." e "...não troque o certo pelo duvidoso, quero Dilma de novo..." - isto é, inconscientemente, agimos como se o PT fosse o "redentor social" do Brasil e, se o poder mudar de lado, estamos fadados à destruição. 

Não, não há nenhum atributo messiânico em qualquer movimento esquerdista, não existe um "Estado-Deus" que fará de tudo um "Novo Éden", não existem outros "Messias" além daquele que já veio à Terra, viveu uma vida santa e movida por compaixão pelos pecadores, que morreu e ressuscitou para resgatar aquele que crê Nele e cujo Reino não é desse mundo. Ninguém deve ousar substituí-Lo ou usurpar a posição que é somente Dele, Jesus de Nazaré, o Cristo, o Messias. 


Por outro lado e, ao mesmo tempo, no mesmo contexto de "polarização messiânica", temos o grupo do PSDB, cujo representante mais proeminente é o candidato Aécio Neves. Aécio e os que estão apoiando sua candidatura tomaram posse/lançaram mão da ideia forte e cativante de "...não vamos desistir do Brasil..." ou "...a mudança já começou..." e, do mesmo modo que o grupo do PT, arrogam para si mesmos o rótulo de "alternativa messiânica" para o Brasil. Uma oratória aparentemente convincente mas muitas vezes desrespeitosa e insolente, a conversa agradável e repleta de lisonjas para o povo que está cansado de tudo - e que, por isso, está vulnerável a acreditar em qualquer coisa que aparente ser "o novo, o diferente ou a mudança" - e a postura imponente que lembra o Fernando Collor do final dos anos 80 ou mesmo o Getúlio Vargas do período populista da década de 1950. Em nome da propaganda de que todos os problemas do Brasil são "culpa do PT" e de que eles/o PSDB são/é o "remédio" ou a "vacina" eficaz contra tudo isso, eles se mostram como uma espécie de "antagonismo restaurador de todas as coisas" - ora, todos os outros são "levianos" e agem como ignorantes, visto que "quem estuda não vota na Dilma" (ops, tem ou não tem vírgula aqui?). No entanto, esse grupo da "mudança" é o mesmo que já passou vários anos no poder no Brasil e "deu no que deu" (e só quem viveu os anos 1990 sabe do que estou falando) e que, por exemplo, estabeleceu uma "ditadura democrática" no estado de São Paulo (já são 20 anos de PSDB no poder por lá), estado que hoje sofre - como nunca antes - com a falta de água e a incompetência do poder público estadual de sanar essa demanda por um bem natural essencial à vida, sem contar (é claro) os diversos escândalos de corrupção [tanto os descobertos quanto os engavetados], de obras superfaturadas, dentre outros. Aqui também não tem qualquer traço messiânico, pois, como já foi dito acima, Deus, o Pai, já escolheu e designou o Redentor e Restaurador de todas as coisas - o Seu Filho amado, em Quem a Sua alma se alegra

Resumindo, o sujo falou do mal lavado desde o começo desta campanha - já dizia a Luciana Genro rs - e, sarcasticamente, o povo que foi às ruas em junho do ano passado mostra, sem qualquer sombra de dúvida, que não quer mudança nenhuma, uma vez que os mesmos que eles diziam que deveriam sair do poder foram colocados pelo próprio povo na condição de continuar lá. Resta-me apenas, juntamente com Renato Russo, "celebrar nosso governo, celebrar nosso estado que não é nação e celebrar o voto dos analfabetos".


Em contrapartida, tenho total consciência de que nem todos os que se posicionam a favor de um dos candidatos mencionados são alienados politicamente, socialmente ou são cidadãos que desperdiçam sua cidadania - acredito na capacidade da população brasileira de, em linhas gerais, ponderar de modo responsável sobre política e sobre o voto consciente e, dessa maneira, muitos brasileiros de livre consciência e intencionando o melhor para seu país, votarão na Dilma ou no Aécio amanhã - assim como nos respectivos governadores de seus estados. Todavia, muitos que se julgam "intelectuais" - e que, muitas vezes, não passam de "haters ideológicos" e "filósofos baratos de facebook" - farão sua opção política pura e simplesmente porque determinado candidato defenderá os "meus direitos" (ou seriam caprichos minoritários?) e lutará para resguardar os "fracos e oprimidos" dessa sociedade judaico-cristã-ocidental repressora, intolerante, machista, preconceituosa, fundamentalista e "fulanofóbica"

Nesse sentido, para tristeza de todos esses supostos "progressistas libertários" que tentam excluir a ideia de Deus da vida a todo e qualquer preço, se existe uma base para tudo o que experimentamos na esfera de direitos humanos inalienáveis, respeito, liberdade de consciência e estado ou sociedade laica como conhecemos atualmente, é o cristianismo ou, mais amplamente, a noção de um Deus ou de divindades como padrão/padrões de justiça ou de virtude - sem medo de ser feliz, basta sabermos um pouquinho de história para comprovarmos que coisas como os primeiros códigos de leis, bem como a noção do direito e, mais recentemente, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, têm sua origem (guardadas as devidas proporções, por assim dizer) em sociedades monoteístas ou mesmo politeístas (como a greco-romana). Portanto, se você fala tanto em "Direitos Humanos", agradeça aos cristãos (opressores, violentos, intolerantes e preconceituosos) dos primeiros anos dos Estados Unidos da América pela existência desses direitos. Se você se julga parte de uma minoria oprimida e, mesmo assim, estuda numa universidade (ora, isso já faz de você um privilegiado), agradeça aos árabes e também aos cristãos (sejam católicos ou protestantes, os quais são todos igualmente alienados das coisas do intelecto, ignorantes acerca da ciência e avessos à educação de qualidade) pela existência delas. Enfim, está na hora de parar de se fazer de vítima e encarar a vida como ela é. 


Finalmente, o que posso concluir a respeito do momento atual do Brasil é que, no fim das contas, é "sempre mais do mesmo", pois "é isso que todos nós queremos ouvir". Lembrando o que disse o Rei Salomão em seu livro:

Gerações vem e gerações vão, mas a terra para sempre permanece.
O sol se levanta e o sol se põe, e depressa volta ao lugar de onde nasceu.
O vento sopra para o sul e vira para o norte; dá voltas e voltas, seguindo sempre o seu curso. 
Todos os rios correm para o mar, contudo o mar nunca se enche; ainda que sempre corram para lá, para lá tornam a correr.
Todas as coisas trazem canseira. O homem não é capaz de descrevê-las; os olhos nunca se fartam de ver, e nem os ouvidos de ouvir.
O que foi, isso é o que há de ser; e o que foi feito, se fará novamente, de modo que não há nada de novo debaixo do sol. [Eclesiastes 1:4-9]


Todas as coisas trazem canseira e, embora não saibamos descrevê-las, sempre queremos "mais do mesmo", pois nunca nos satisfazemos. E, como vimos nesse período de eleição, nos tornamos insaciáveis de "críticas aos que pensavam diferente de nós", não nos cansamos de "demonizar as outras opções políticas diferentes da nossa" (o que dizer das hashtags #AécioNever ou #ForaCorruPTos ?) nem de ver os escândalos envolvendo aqueles que queremos fora do poder [fazendo disso o nosso triunfo ideológico] ou de ouvir com atenção quase subserviente a nossos "profetas salvadores da pátria" nos debates e vídeos da internet. Como diz a própria Bíblia no texto acima, na nossa esfera humana da vida, tudo vai continuar na mesma - o que foi feito, se fará de novo e o que foi no passado, também será agora no presente e o será no futuro. Não há nada de novo  debaixo do sol - de modo pleno e absoluto, não tem nada essa história de "governo novo, ideias novas" ou mesmo de que "eu não sou o candidato de um partido, mas sou o candidato da mudança", porque não haverá mudança! A mudança que estes dois pólos políticos dizem ser capazes de fazer (assim como os seus súditos companheiros e parceiros o acreditam) não pode ser feita [e não será vista] enquanto o Reino de Deus não for estabelecido plenamente à nossa vista - eu, particularmente, não acredito que as coisas aqui na Terra conspirarão para melhor em todos os aspectos (pelo contrário, acho que podem e irão piorar mais, pelo menos por enquanto), mas como alguém que crê e que recebeu um Reino que não pode ser abalado e que um dia virá para destituir todos os outros supostos "reinos", devo viver de modo a sinalizar a presença desse Reino aqui e agora, pois está escrito:

Certa vez, tendo sido interrogado pelos fariseus sobre quando viria o Reino de Deus, Jesus respondeu: o Reino de Deus não vem de modo visível;
Nem se dirá: "aqui está ele" ou "lá está"; porque o Reino de Deus está no meio de vocês. [Evangelho segundo Lucas, cap. 17, vs. 20-21]

Mas foi assim que Deus cumpriu o que tinha predito por todos os profetas, dizendo que o Seu Cristo haveria de sofrer.
Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus, para que os seus pecados sejam cancelados, para que venham os tempos de descanso da parte do Senhor... Pois é necessário que Ele permaneça no céu até que chegue o tempo em que Deus restaurará todas as coisas [...] [Atos dos apóstolos, cap. 3, vs. 18-21]


O Reino de Deus está entre nós. Essa conversa de um Deus deísta - que criou o universo e que não está mais nem aí pra Sua própria criação - disfarçada de teologia intelectual e contrária à "ameaça do possível comunismo cristão" não cola, pois Deus é um Deus presente, que se revela, que age, que trabalha sustentando a Sua criação original (manchada e danificada pelo pecado) assim como já tem trabalhado para a redenção dessa criação - está escrito que Ele restaurará todas as coisas e que o Seu eterno propósito foi fazer convergir na pessoa de Cristo todas as coisas [sejam as terrenas, sejam as celestiais], porém Ele fará isso por meio da Boa Nova, da Sua mensagem, do Evangelho de Cristo, que é o Evangelho do Reino. Nada pode restaurar a nossa condição caída e deplorável senão a graça de Deus, e não existe graça plenamente poderosa e redentora fora do Evangelho, fora da simples pregação do Deus que amou o mundo e que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha vida eterna

Ou seja, não é o PT e muito menos o PSDB que pode mudar ou melhorar qualquer coisa por aqui; a verdade é o que diz João Alexandre em sua música "Em nome da justiça" - só com muito amor a gente muda esse país, só o amor de Deus p'ra nossa gente ser feliz"





Pela esperança de que o Reino Dele virá,





Soli Deo Gloria! 

sábado, 4 de outubro de 2014

O Brasil é o país do futuro?

04 de outubro de 2014. 

Estamos muito próximos do que muitos denominam de "espetáculo da democracia" ou de "ápice do exercício da cidadania". Sim, amanhã é dia de eleição em todo o Brasil

Mais detalhadamente, nesse 05 de outubro serão eleitos os deputados estaduais/distritais, deputados federais, senadores e (caso não haja segundo turno), elegeremos também os governadores e o presidente da república. Nos últimos meses, esse tem sido o tema das discussões entre as famílias, nos pontos de ônibus e estações de metrô, nas escolas e universidades, assim como dos telejornais, da comunicação impressa (revistas, jornais etc.) e, especialmente, da internet - seja com as "zueiras" dos memes, seja com os compartilhamentos e "tweets" relativos aos candidatos e, obviamente, com as discussões acaloradas e, quase sempre, desprovidas de bom senso e educação. 

Em contrapartida, espero ser sensato neste post - ora, de incoerência e pseudotolerância
o mundo já está supersaturado. 


Sem perder tempo, o título deste texto, particularmente, está relacionado com uma canção da Legião Urbana chamada "1965 (Duas Tribos)", que diz no final de sua letra:

"O Brasil é o país do futuro...
Em toda e qualquer situação, eu quero tudo pra cima!" [1965 (Duas Tribos)]

Porém, como você deve ter notado, a música afirma que o Brasil é o país do futuro. Por outro lado, eu estou perguntando: "o Brasil é o país do futuro?" Se o Brasil é "o país do futuro", que futuro é esse? Além disso, partindo-se do pressuposto de que o futuro (sob o ponto de vista humano) está diretamente relacionado com o presente (e também com o passado), como é o "Brasil, país do presente"? Acredito que uma visão correta a respeito de nossa realidade nos confere melhores condições e subsídios para nossa posição política e, como resultado, dá mais base para nossos votos de amanhã

Brasil, país do presente. 


Resumidamente, o "Brasil do presente" é um país de contradições. 

Dentre tantas contradições, gostaria de relembrar o celebrado "junho de 2013" - o qual inspirou até filme - , mês marcado pelas manifestações de rua que marcaram a população brasileira. Eu, inclusive, como cidadão politicamente consciente, fui pras ruas, fiz cartazes, gritei quase todos os gritos de guerra e senti spray de pimenta nos olhos. Entretanto, embora o canto de "O Gigante acordou!" tenha ecoado por todo o solo nacional (principalmente nas capitais do Nordeste, Sudeste e Sul), a minha sincera expectativa e esperança é que esse "despertar" não acabe em um "berço esplêndido", onde novamente nos "deitaremos eternamente ao som do mar e à luz do céu profundo" - com todo o respeito ao nosso belo hino nacional. Ou seja, se verdadeiramente o "Gigante" está acordado, políticos desonestos e ladrões não devem ser eleitos amanhã - porém, infelizmente, isso não irá acontecer. Muitos de nós que "acordaram" em junho do ano passado, provavelmente, colocarão maus políticos no poder e, assim, mostrarão que continuam dormindo


Incoerência, pseudotolerância e hipocrisia. 

Os leitores de meus textos (especialmente os de 2014) têm notado que estas três palavras acima são recorrentes em meus argumentos e, pra variar, elas também compõem a tríade que sintetiza a alma da sociedade brasileira vigente - ora, os que mais prometem servir o povo só vão até o povo em campanha eleitoral, os que exigem respeito e tolerância para com o "diferente" são bem intolerantes com os "diferentes" que não são iguais a eles e os que criticam tudo e todos (especialmente os políticos corruptos) são os mesmos que "furam a fila" do banco, que "guardam lugar" em eventos pagos onde todos os participantes têm direitos iguais e que reclamam da má infraestrutura urbana ao mesmo tempo que jogam lixo na praia ou em áreas verdes. Usando um exemplo que presenciei essa semana, as mesmas pessoas (no caso, mulheres) que gritam num trote universitário para que o calouro dê uma "encoxada" na outra caloura [ora, no outro é bem divertido e não é atentado ou assédio] são as mesmas que criminalizam essa atitude nos transportes coletivos - sim, os mesmos que bradam que o corpo deles é um "território livre de opressão" acabam fazendo músicas e "brincadeiras" de apologia à violência sexual. É triste, mas é verdade. Os "intelectualmente superiores" se mostram tolos e estúpidos, mais estúpidos até mesmo que aqueles menos instruídos.

Em suma, quando eu não sofro na pele, tudo é relativo - dessa forma, se tudo é relativo, eu poderia usar desse relativismo todo e achar normal qualquer atitude de discriminação social, étnica e religiosa de minha parte - e, se você for relativista, você deveria ficar de boca calada e desistir da ideia de "rodar a baiana" para impedir o meu "suposto direito" de discriminar o que quer que fosse. É isso mesmo - em uma sociedade em que o conceito de padrão e de absoluto é considerado obsoleto, não faz sentido a existência de direitos invioláveis ou de justiça. No entanto, os "relativistas" de nossa "geração chilique" consideram seus caprichos como padrões absolutos e inquestionáveis. Diante disso, minha conclusão é: coerência, a gente vê por aqui. 


A última contradição do nosso "Brasil do presente" sobre a qual queria falar tem a ver com a nossa conjuntura religiosa atual - como se vê, as pessoas em nosso país estão ao mesmo tempo cada vez mais religiosas porém descrentes, cada vez mais espiritualizadas concomitantemente à expansão de movimentos antirreligiosos ou antiteístas. Em particular, comenta-se que o número dos "cristãos chamados evangélicos" está numa ascensão, de modo que algumas previsões futuras parecem apontar que o Brasil se tornará, em algumas décadas, uma nação predominantemente "evangélica" ao invés de "católica". Isto posto, levanto a seguinte questão: se a quantidade daqueles que se declaram seguidores do Cristo (o Filho de Deus, que morreu e ressuscitou para salvar pecadores arrependidos e também para estabelecer plenamente o reino de Deus no futuro porvir) aumenta gradativamente no Brasil, por que a violência se espalha como um vírus, a imoralidade, a depravação comportamental e a corrupção cresce exponencialmente, a injustiça social ainda permanece latente e, finalmente, a população se torna mais zombadora de um Deus que deveria ser temido com tremor? Por que o "avivamento" tão falado no início dos anos 2000 e ainda cantado nos CDs do "mercado gospel", profetizado nos "congressos de adoração e intercessão gospel" e registrado na "literatura de autoajuda gospel" não produz vida nenhuma entre os que são parte da "geração extravagante, profética, apostólica e radical" e, muito menos, entre os que continuam mortos por estarem distantes do Autor da Vida?

Muitas vezes, as estatísticas nos enganam. 


Assim como pesquisas eleitorais nem sempre definem o resultado efetivo da eleição, o fato de que muitos no Brasil se declarem "evangélicos" não indica que todos eles são discípulos de Jesus - ora, discípulos de Jesus não carregam dólares não-declarados dentro de bíblias em aeroportos internacionais (e nem mesmo nas meias ou outros tipos de peças de roupa), não se vendem ao mercado fonográfico para fazerem carreira no "mundo gospel" com o rótulo de "ministro e levita do Senhor" depois do fracasso no meio dito "secular" nem usam um título eclesiástico (como pastor, bispo ou missionário - os quais, na Bíblia, são vocações essencialmente divinas para o serviço a Deus e ao próximo) para angariar eleitores inocentes e incautos que votam conforme o "cajado da autoridade espiritual" ao se apresentarem como os "defensores da igreja". Não é nada disso. 

Contra todo esse mau exemplo, os verdadeiros discípulos do Mestre Nazareno compartilham o que têm com os necessitados (a ponto de dar até a própria vida por eles), fazem arte como pessoas conscientes de que todo o talento que têm foi recebido do próprio Deus e, por isso, naturalmente, usam esse talento para Ele e, finalmente, discípulos de Cristo exercem sua cidadania de maneira consciente e livre, sem manipularem outros em nome de uma "causa evangélica" (uma vez que quem se propõe a ser político representa o povo como um todo, e não um segmento social específico, seja ele qual for) como se a Igreja - a comunidade dos que creem em Cristo - precisasse de algum defensor ou guarda-costas. A Igreja já tem o seu Defensor - na Bíblia está escrito que Jesus Cristo é o Advogado dos que confiam nEle bem como que Ele vive sempre para interceder por aqueles que Ele mesmo salvou. Além disso, Jesus afirma que o Seu reino não é desse mundo - isto é, não é necessário ter a maioria de deputados ou senadores como parte de uma "bancada evangélica" para que a comunidade cristã esteja sã e salva [embora seja lícito e benéfico que cristãos íntegros estejam atuando na política] e para que o reino de Deus seja expandido. Deus não precisa dos poderes executivo e legislativo para fazer nada - se Ele quiser fazer algo por meio de políticos, Ele fará, como no processo do fim da escravidão no Reino Unido no fim do século XVIII, em que o político cristão William Wilberforce foi o líder da luta pelo fim da exploração e do comércio de escravos na Inglaterra. Todas as coisas são de Deus, por Ele e para Ele - logo, podemos (e devemos) usar nossa cidadania e postura política conforme os valores que Ele mesmo já nos deu: justiça, liberdade, respeito, equidade, paz, compaixão, amor. 


Mas a pergunta continua... O Brasil é o país do futuro?

Tendo em vista essas poucas considerações feitas sobre o "Brasil do presente", o importante não é dizer se o Brasil é ou não o "país do futuro", mas qual futuro estamos dispostos a buscar para o Brasil, como brasileiros que somos

É fato que todos queremos justiça, o fim da corrupção e o respeito mútuo.

Todavia, quando muitos de nós propomos um governo ou um país quase anárquico, onde não existe "verdade absoluta" e nem "padrões de certo e errado" (isso é muito ofensivo, melhor parar) que nos perturbem ou contrariem, não pode haver justiça, nem respeito e até mesmo o fim da corrupção ou qualquer mal parecido. Se pensarmos só um pouquinho, se não existe verdade absoluta, não faz sentido se falar em corrupção, nem em direitos e nem em justiça - em outras palavras, onde não existe Deus, tudo é permitido, já dizia Dostoieviski. Entretanto, para nossa tristeza (assim como para nossa alegria, ao mesmo tempo), Ele existe - melhor ainda, Ele é. Ele é o padrão de retidão e de verdade e, como nosso Criador, Ele imprimiu em nós esse senso de justiça. Certo dia, contudo, fomos rebeldes contra Ele e, assim gradativamente, o caos que vemos hoje em nosso meio foi se construindo, um caos não somente social, mas especialmente moral e espiritual - nos afastamos de Deus, fizemos cada um o próprio trono e a maldade se alastrou. Como ter um futuro nessas condições?

A esperança nasce no desapontamento.



Deus veio ao mundo e, na pessoa de um carpinteiro, disse: o reino de Deus é chegado; arrependam-se e creiam na Boa Nova.

Ele veio dar a melhor notícia que poderíamos ouvir - O Criador estava reconciliando o mundo consigo mesmo por meio de Seu Filho, que viria para viver uma vida justa e sem pecado e ser crucificado para pagar o preço dos pecados dos homens, salvando todos os que se arrependerem e crerem Nele. Esse Deus que veio ao mundo não só morreu, mas também ressuscitou e, antes de retornar ao Seu Lar original, disse que "não nos compete saber os tempos e estações que o Pai estabeleceu pelo Seu próprio poder" quando alguns discípulos lhe perguntaram sobre quando tudo seria restaurado

Assim, não sabemos quando tudo isso de errado a nossa volta vai acabar mas, se um Deus verdadeiro assim prometeu, certamente esse dia chegará. E, quando esse dia chegar, não serão apenas brasileiros que serão alvo dessa restauração - africanos, norte-americanos, argentinos, italianos e muitos outros europeus, asiáticos, árabes e israelenses e todos de todo lugar que olharam um dia para a Cruz e renderam-se a Quem os amou primeiro. Nesse futuro, não só o "Brasil" será um país diferente [dentro de certa licença poética], mas o mundo também o será. Um novo céu e uma nova terra; todas as coisas serão novas. 

Enquanto esse dia não vem, que Ele nos ajude a fazer melhor o nosso presente, para que o nosso Brasil seja um país de futuro, um futuro de paz e justiça. Ora, "a justiça engradece as nações, mas o pecado é a vergonha dos povos". Em toda e qualquer situação, eu quero tudo pra cima - logo, um bom voto pra todos nós!







Pela alegria de ter um futuro seguro Nele,






Soli Deo Gloria!