quinta-feira, 18 de julho de 2013

De volta pra casa...

Voltando, enfim, após uma sumida.

Depois de um desabafo profundo mas temperado de ludismo e teologia, esse post de hoje é mais simples. Quero falar simplesmente de algo com que sempre convivi mas, curiosamente, parece ser mais intensamente parte de mim hoje, quando estou um pouco distante. A vida é breve; logo, dedos ao teclado! 


Hoje quero falar do sertão.

Sertão que, desde os 3 anos de idade, fez parte de minha vida. Embora minha família seja de descendência luso-italiana, meus antepassados vieram ao Brasil e foram parar no meio da Caatinga, no chão árido do Nordeste, no sertão da Bahia... Sim, eu sou um cara com o "coração nordestino" e todo o resto também - falo "oxe" e "mainha", gosto de carne seca, feijão verde, bolo de milho e baião de dois, escuto Luiz Gonzaga e o coração aperta, amo a paisagem melancólica mas repleta de singeleza dos fins de tarde sertanejos e, acima de tudo, me identifico com esse povo sofrido, porém [insanamente, eu diria] cheio de alegria e de esperança. O sertão é mesmo cativante!


Brevemente, em meio à rotina de faculdade e mestrado, irei passar alguns dias na Chapada Diamantina, no meio do sertão baiano - na verdade, o lugar é como um "oásis no deserto", dadas as suas belezas naturais únicas - com um grupo de amigos que também ama o sertão e deseja fazer alguma coisa por ele. Mas o que é que induz pessoas a largarem suas rotinas e pegarem estrada durante horas (ou mesmo dias) a fim de parar no sertão nordestino? Eu não sei direito o que é, mas sei que é algo mais forte do que eu mesmo.


Amor. 
Compaixão. 
Dividir o fardo.

O povo do sertão é um povo esquecido. Milhões de nordestinos que vivem em condições subumanas e que "se viram" pra se sustentar [bem como às suas famílias] com pequenas ajudas do governo mas, acima de tudo, com o trabalho duro que fazem por onde andam. A seca castiga, o gado morre e nenhum rio corre a não ser o "rio de lágrimas" dos olhos do sertanejo que vê o verde sumindo e a aridez tomando conta de tudo. Logo, quando olho pra mim e vejo que "tenho tanto" (na verdade, talvez mais do que preciso), lembro das histórias dos tempos bíblicos quando os mendigos judeus olhavam para aqueles que passavam por eles nas ruas e diziam "TSEDAKAH" ou "JUSTIÇA"  - ou seja, se você tem e eu não tenho, é injusto. Não é "caridadezinha" nem esmolinha, é JUSTIÇA. E um certo mensageiro disse certa vez, falando em nome de Deus: aprendam a fazer o bem, e busquem a justiça. Não posso ficar indiferente.

 

A satisfação do sorriso de uma criança. 
O prazer de ver chover muito!

Não posso pensar no sertão e não lembrar das crianças com um sorriso simples e sincero no rosto quando corriam atrás de uma bola no meio do campo de terra batida ou quando começava a chover... Eu viro criança e me jogo na terra ou vou pra debaixo de algum cano de onde cai água corrente e me molho todo! São essas pequenas coisas, e não o glamour ou o status social, que valem mais - eu estou cansado dos "personagens" ou "atores" sociais; vamos ser quem somos e começar a ver a beleza das coisas simples... Como diz o Roberto Beninni: la vita è bella!

 

Deus.
Jesus Cristo.

Na verdade, nada do que eu poderia dizer/fazer/sentir pelo sertão teria qualquer valor em si mesmo se não viesse Daquele que criou o sertão e se importa com ele mais do que qualquer um de nós. Talvez a melhor resposta para a pergunta do início do texto seja essa: DEUS. Como o dom da vida e a existência de cada um vem Dele, é por Ele que quero ir ao sertão - é por Ele que outros já estão lá enquanto eu escrevo esse texto e é por Ele que continuaremos indo ao sertão [ou a qualquer outro lugar] para levar o que o sertanejo mais precisa (assim como qualquer ser humano): Aquele que é o Pão da Vida [que sacia toda a fome] e a Água da Vida [que sacia toda a sede]. Cada gesto, olhar, atitude e palavra só terá alguma razão de ser se Ele for tudo o que importa ser compartilhado. Jesus Cristo - o único que pode fazer o meu sertão virar mar. 


Enfim.
Preciso me preparar porque amanhã tenho prova da faculdade e, de quebra, tenho que terminar de fazer as malas... Sertão, eu estou chegando!




Por ter a certeza de que o sertão é amado por Ele,




Soli Deo Gloria! 

sábado, 6 de julho de 2013

Primeiro samba de julho...

Voltei, enfim.

Após uma postagem bastante dura e profunda, quero ser um tanto mais poético nesse novo post - entretanto, pretendo falar de coisas tão sérias quanto o tema do post anterior. Vamos em frente, porque "tempus fugit" - o tempo urge. 


Após refletir sobre algumas coisas que tenho vivenciado e no embalo das músicas do telefone celular, ouvi o seguinte:

"Verdade no olhar me fala muito mais
Do que palavras lindas ditas sem pensar
O amor está contido no que a gente faz
Na atitude de se aproximar..." 
[Primeiro Samba - Crombie]

Realmente, essa estrofe diz tudo o que eu penso e que, provavelmente, eu não seria capaz de dizer. O dom de ser sucinto e completo não é de todos; e tenho dito.


Vou ser simples e direto. Preparem-se. 

Desculpem-me os leitores, mas estou cansado de palavras bonitas ditas apenas para impressionar. Não suporto mais as farsas dos "relacionamentos perfeitos" das redes sociais quando, na verdade, as coisas são reais, imperfeitas, conflituosas e muitas vezes marcadas por dor e sofrimento (quase sempre desnecessários). Numa era tecnológica  em que, a cada dia, mais pessoas tem WhatsApp, Instagram e etc., estamos nos importando mais em enviar/publicar fotos em tempo real para que os nossos amigos curtam ou comentem - ou talvez apenas para nos exibir na internet - em vez de demonstrarmos amor a quem nos ama (e também a quem amamos) em simples gestos... Dolorosamente, desaprendemos a amar de modo singelo e terno e só sabemos escolher o filtro certo para o nosso próximo post do Instagram. Triste.


Entretanto, quero destacar que não há nenhum problema em se ter Instagram nem WhatsApp (eu mesmo tenho ambos e gosto muito de usá-los) - o que gostaria de salientar é que estamos nos tornando cada vez mais robóticos, sem alma e nos esquecendo de que somos SERES HUMANOS [de carne e osso, que temos emoções e coração, que temos pensamentos e que fomos criados para relacionamentos]. Portanto, se fomos criados para nos relacionarmos, isso significa que o nosso propósito de existência não se encontra em nós mesmos, mas fora de nós - como diziam os gregos a respeito do "deus desconhecido": Nele vivemos, nos movemos e existimos. Se o propósito da minha existência estivesse em mim mesmo, eu seria como um deus solitário sentado no trono com a cara emburrada. Enfim, na contramão de um mundo onde as "palavras lindas ditas sem pensar" falam muito mais que a "verdade no olhar", "eu fico com a pureza da resposta das crianças".


O amor está contido no que a gente faz.

Alguns dias atrás estava navegando no Twitter quando li a seguinte frase do poeta Manoel de Barros: "A palavra amor está muito vazia; não tem ninguém dentro dela"Fazia muito tempo que não lia algo tão verdadeiro. A palavra "amor" está vazia - a melhor explicação para isso é que as pessoas estão "cheias" de si mesmas, de seus próprios conceitos e preconceitos, de suas falsas impressões a respeito de si mesmos e dos outros e, como resultado desse sucata toda dentro de si, eles não "mergulham" na palavra amor para vivê-la. Particularmente, eu não me impressiono muito ao receber "grandes gestos" de amor (quando eles acontecem uma vez na vida), mas me sinto muito mais pleno e feliz quando pequenas atitudes de amor são demonstradas todos os dias. Uma mensagem no celular quando você não espera, um "eu te amo" no meio de uma conversa sobre política brasileira, uma carta surpresa ou a simples disposição em manter contato quando se mora longe - isso sim vale mais a pena. O amor está contido no que a gente faz e na atitude de se aproximar - isto é, o amor é mais do que atitude, mas nos move naturalmente a agir para o bem do outro. 


Finalmente, não poderia deixar de falar de Alguém que era (e é) a própria "verdade no olhar" - mais do que isso, é a Verdade encarnada. Com esse Alguém eu tenho aprendido que "palavras lindas ditas sem pensar" são apenas para se buscar honra dos outros - pois Ele condenou aqueles que oravam em voz alta nas esquinas das ruas somente para serem vistos e que ensinavam os mandamentos divinos mas não praticavam. Esse Alguém é o próprio amor materializado (de fato, todo o perfeito amor está contido Nele), e a maior prova disso é que Ele tomou a "atitude de se aproximar" dos pecadores para que estes conhecessem o Amor. Jesus Cristo veio na forma humana, passou por todas as coisas que nós, seres humanos, enfrentamos [mas sem pecado, conforme a Bíblia] e se fez a prova máxima do amor de Deus por nós - um amor sacrificial, resignado e que o levou à cruz para substituir os que mereciam estar lá, para substituir a mim e a você. Que verdade maravilhosa!


Se você ainda não crê em Jesus Cristo, saiba que "os olhos de Deus estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons" e que "o caminho do homem está diante do Senhor, e Ele considera todas as suas veredas". Os olhos daquele que é a Verdade estão atentos a tudo e, por isso, Ele é justo em todos os seus atos - logo, condenará todos os que praticam injustiça e maldade e não se arrependem e salvará todos os pecadores arrependidos e que creem em Jesus Cristo. Logo, assim como Ele olha pra você, olhe para Ele e seja salvo - pois Ele diz que, se olharmos para Ele, seremos iluminados  e sairemos das nossas trevas para a Sua maravilhosa Luz. 




Pela alegria de ter o olhar da Verdade sobre mim,



Soli Deo Gloria!