quinta-feira, 28 de março de 2013

Em memória de/do Salvador...

28 de março de 2013. 

Véspera da chamada "Semana Santa".

Hoje pretendo escrever pouco, pois acredito que temos muito mais em que pensar quando se fala de "páscoa" e "semana santa" do que perder tempo na internet lendo blogs [risos]. Espero que minhas palavras sejam úteis pra quem, porventura, passar por aqui.


Primeiramente, tenho uma interessante curiosidade nesta "semana santa". Amanhã, sexta-feira, é o aniversário de minha querida Cidade do Salvador, a qual completará 464 anos de fundação [desde 29 de março de 1549, dia em que a Coroa Portuguesa representada pela comitiva de Thomé de Souza chegou ao Porto da Barra]. A Cidade do Salvador se tornou a primeira capital do Brasil, posto que ocupou até o ano de 1763, sendo substituída pela cidade do Rio de Janeiro. Conhecida pelas suas belezas naturais, pelo povo alegre e hospitaleiro e por sua religiosidade rica e repleta de sincretismos, Salvador atrai pessoas de todo o mundo todos os anos. Por outro lado, como toda metrópole, apresenta sérios problemas sociais - educação precária, violência, corrupção, falta de mobilidade urbana etc. Entretanto, me concentrando apenas nos pontos positivos, quero fazer menção do aniversário dessa terra que encanta a todos que passam por aqui e que também é o meu lar. Sim, sou soteropolitano com muita alegria, vu velho? Minha cidade é linda como a zorra! [risos]. 


Mas... porque eu falei de uma "interessante curiosidade"?

Bem, vamos lá.

Sexta-feira santa. 
Este é o dia no qual, conforme a tradição cristã e os registros bíblicos, Jesus Cristo foi morto numa cruz. 

Em todo o mundo, a lembrança da morte cruel do homem que, apesar de sua simplicidade e ausência de nobreza, mudou a perspectiva da vida com seus ensinos, práticas e exemplo e dividiu a história em antes de depois de Si, é retomada nos filmes da TV, nas peças e espetáculos teatrais, nas atividades religiosas e outras esferas sociais. Embora a época Páscoa seja também caracterizada pelo consumismo, pela cultura dos ovos de chocolate e pelo "coelhinho", a história da morte de Cristo sempre volta à tona, de alguma forma. 

Ainda não conseguiu perceber a curiosidade?

Vamos acabar com o segredo agora.


 

Em 2013, o mesmo dia do aniversário da Cidade de Salvador é o dia em que recordamos a morte do Salvador. Muito mais importante do que trazer à memória a data de fundação da 3ª cidade do Brasil, é relembrar que Deus se fez como um de nós para dar voluntariamente a Sua vida em favor de criaturas que o desprezaram [e continuam fazendo o mesmo até hoje]. O Eterno, Soberano e Autossuficiente abre mão de sua própria majestade, substituindo a glória de um trono pela vergonha da cruz. O Único que não tinha pecado algum se faz pecado por nós para que, Nele, fôssemos tornados justos aos Seus próprios olhos. Para deixar tudo mais claro, na Bíblia se lê:

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a Sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. [Evangelho segundo João, cap. 1, vs. 14].

Àquele que não conheceu pecado, Deus O fez pecado por nós, para que Nele fôssemos feitos justiça de Deus. [II Epístola aos Coríntios, cap. 5, vs. 21]. 

Era desprezado, e o mais indigno entre os homens; homem de dores e experimentado no sofrimento. E, como um de quem escondíamos o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
Verdadeiramente Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre Si; e nós o considerávamos aflito, ferido de Deus e oprimido.
Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas suas feridas fomos sarados. [Isaías, cap. 53, vs 3-5].


Finalmente, não posso pensar na Páscoa [no original hebraico "Pessach" ou "passagem"] ou na sexta-feira santa e não me lembrar de alguns belos versos do poeta Stênio Marcius, que diz em uma de suas músicas mais profundas:

"Partiu, fica a paz em mim
Fica a sala com cheiro de jasmim
Vai verter a vida do corpo Seu
Pra levar a culpa de alguém como eu
Pra lavar o sujo do meu próprio eu
Levar-me puro a Deus..." [Alguém como eu - Stênio Marcius]


Ele partiu para a cruz, decidido e sem vacilar. Partiu para sofrer, pois Ele mesmo disse: "...para isso mesmo estou aqui, para esta hora..." [João 12:27b]. Partiu e "foi embora sem mais desculpas" a fim de verter o seu sangue para purificar os meus e os seus pecados. Partiu para levar a minha culpa e para me lavar de mim mesmo. Partiu para que, um dia, eu seja levado puro a Deus, assim como Ele é puro. Ah, que graça maravilhosa! Que bondade incomparável! 

E daí? 
Você vai ficar parado sem dar uma resposta consciente ao amor que Deus mostrou por você? 
Melhor do que vir a Salvador amanhã para curtir a festa de aniversário da cidade será passar a ter a certeza de participar da festa eterna ao lado Daquele que nos ama infinitamente.

Qual é a sua resposta?




Pela alegria de morar em Salvador e de ter o Salvador morando em mim,



Soli Deo Gloria!

quinta-feira, 21 de março de 2013

De onde vem a minha calma...

Depois de viajarmos um pouco por "fora do sistema", temos novidades.

Sem mais delongas, o tema desse post poderia ter sido o tema do post anterior mas, por algum motivo, percebo que essa é a hora de escrevê-lo. Vamos em frente.  


Quando pensei nesta postagem me lembrei imediatamente de uma determinada música do grupo Los Hermanos, onde constam os seguintes versos:

"Eu não vou mudar, não
Eu vou ficar, sim
Mesmo se for só, não vou ceder...
Deus vai dar aval, sim
O mal vai ter fim..." [Los Hermanos - De onde vem a calma]


Primeiramente, para quem me conhece bem, esse post pode parecer uma ironia da minha parte. Não tenho problemas em admitir que sou explosivo, intenso e teimoso em alguns momentos. Fico estressado com muitas coisas mas, às vezes, deveria deixar algumas dessas coisas pra lá e me irritar menos... Mas normalmente isso não acontece. Sofro bastante com aqueles que são "calmos, serenos e tranquilos", pois estes normalmente exigem que nós [os "descontrolados"] entremos na caixinha padronizada deles. Ora, eles são da "maioria"; logo, estão do lado certo, sim? Só que não. Ter autocontrole é bom, certamente, mas não se julgar superior ao outro (não importam os motivos que nos façam pensar que somos melhores) é ainda melhor. Pensando bem, me sinto como a Rita Lee - a "ovelha negra da família".

Logo, faz sentido esse texto se chamar "de onde vem a minha calma"? Esse blogueiro só pode estar surtando... Não, não estou.


Por outro lado, pensando nos versos da música, digo realmente que eu não vou mudar quem sou para satisfazer as expectativas das pessoas. Ora, ao longo da vida, somos condicionados a sermos "atores sociais" - colocamos a nossa bela máscara do dia (mais bonita que qualquer uma que se possa comprar em Veneza), saímos de casa, mostramos aos outros o quanto somos emocionalmente estáveis, educados e sensatos e, quando voltamos pra casa e ficamos sozinhos, arrancamos do nosso rosto o nosso enfeite diário e aí voltamos a ser quem de fato somos. 

Faz um tempo que tenho lutado contra isso e, desde que essa minha luta começou, tem sido cada vez mais difícil cultivar a autenticidade e a transparência. Viver de aparência e de barganhas comportamentais é muito mais fácil e agradável para nossos egos doentes devido ao nosso orgulho. Eu prefiro a subversão e vou ficar assim. Mesmo se for só, não vou ceder às pressões dos outros para que eu seja o "troféu" de exibição deles. Minha motivação para ser melhor amanhã do que sou hoje tem a ver comigo e, principalmente, com Aquele Único que pode e deve fazer todas as mudanças que eu preciso experimentar. 


Deus vai dar aval, sim... O mal vai ter fim.

Sem qualquer pretensão religiosa, o poeta da canção me fez lembrar de algo extraordinário, registrado pelo apóstolo João em sua primeira carta aos cristãos de sua época, na qual se lê:

Vejam quão grande amor nos tem concedido o Pai, ao ponto de sermos chamados filhos de Deus, Por isso o mundo não nos conhece, porque não conhece a Ele.
Amados, agora somos filhos de Deus e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, pois O veremos assim como Ele é.
E qualquer que Nele tem essa esperança purifica-se a si mesmo, como Ele é puro. 
[1 João, cap. 3, vs. 1 a 3]


Não pode ser mais claro: Deus nos concedeu um amor incomparável, pois Ele mesmo nos fez Seus filhos. Logo, o mundo onde reina a vaidade, a autoexaltação e a falsidade (e, portanto, não tem nada a ver com Deus), não nos conhece. Além disso, enquanto muitas pessoas - sejam próximas a mim ou não - podem pensar o que quiserem a meu respeito, eu fico com o que Bíblia diz sobre mim - eu sou filho de Deus e ainda não está revelado o que serei no futuro. Eu me apego unicamente à certeza de que eu serei semelhante a Cristo [acredite a "maioria" ou não] quando Ele for visto por todos em Sua vinda. Que esperança maravilhosa! Qualquer que espera o dia em que será semelhante a Quem o resgatou do pecado para a vida eterna está se purificando, assim como Ele é puro. Que consolo sublime! 

Não importam os meus defeitos de agora - a pureza Dele está sendo impressa em meu caráter a cada dia e isso é sobrenaturalmente incompreensível. De fato, isso é uma subversão completa e encantadora. Realmente, Deus vai dar o Seu aval e vai terminar com todas as imperfeições de cada pecador redimido pelo Seu Filho. O mal causado pelo pecado vai ter fim. Logo, só me resta cantar os versos: "...todos os dias Deus restaura o meu ser e toda essa obra é tão grande, eu sei...".


É por isso que eu não estou preso à necessidade de dar satisfações a nada nem a ninguém. Eu sei que cada um de nós deve buscar ter paz com todas as pessoas o quanto for possível mas, se houver divisões em relacionamentos, inimizades ou frustrações da parte dessas pessoas comigo, eu vou continuar seguindo em frente, levando a vida devagar pra não faltar amor e vivendo um dia de cada vez pra não me perder... Eu sei quem eu sou e estou seguro quanto ao que vou me tornar. Desse modo, menciono duas palavras de Jesus que têm me perseguido nos últimos dias:

Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração; e encontrarão descanso para as suas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. [Mateus 11:29-30]

Deixo-lhes a paz, a minha paz lhes dou, não a dou a vocês como o mundo a dá. Não se turbe o coração de vocês, nem se atemorizem. [João 14:27]


A razão pela qual devemos aprender com Cristo é o coração Dele - um coração manso e humilde. Manso porque é longânimo e humilde porque é desprovido de vaidade e de superioridade própria. Logo, o descanso da alma é natural para quem tem um mestre paciente e vazio de si mesmoFinalmente, a paz que vem de Cristo não é dada como é dada a paz do mundo - Cristo dá a Sua paz e pronto. Não existem cobranças desnecessárias. Ele nos dá a Sua própria paz e, dessa forma, os nossos corações se aquietam e a nossa alma encontra alívio. Simplesmente sublime!

Se você ainda não tem essa "calma" que só pode vir Dele, arrependa-se dos seus pecados e creia na morte de Cristo em seu lugar para perdoá-lo de todos eles. Creia que Ele ressuscitou e que um dia voltará - o dia em que todos os filhos de Deus serão semelhantes ao Eterno Filho de Deus. Venha logo, pois nesse caso a vida tem pressa.




Porque Dele vem a minha calma,



Soli Deo Gloria!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Fora do sistema...

É hora de colocar as novas reflexões em dia.

Depois de um bom tempo apreciando o "doce som do silêncio", preciso falar um pouco novamente - espero, como sempre, que minhas palavras sejam melhores do que um post em branco.


Dessa vez, algumas ideias travaram uma briga saudável em minha mente mas, por fim, decidi do que falaria neste post... Como sabem, gosto de música e, sempre que ouço alguma coisa que me intriga pela sua mensagem, acho válido compartilhar. Bem, vamos logo ao X da questão. Esses dias, navegando pelo Youtube, me deparei com uma música que dizia o seguinte:

"Eu quero estar louco
Eu quero estar certo
Fora do sistema
Longe, eu caminho mais perto..." ---> [Fora do sistema - Banda Resgate]

Antes de tudo, é assim que me vejo. Eu não me encaixo no esquema dominante. Eu não faço parte da chamada "maioria" das pessoas. Eu, definitivamente, estou "fora do sistema".  Sou um paradoxo ambulante - cheio de conflitos e fraquezas e, ao mesmo tempo, acabo sendo inspiração para alguns (como? risos) - e, às vezes, tenho problemas ou boas surpresas com isso. Pelo fato de não ser uma "Maria vai com as outras", já sofri calúnias, ouvi mentiras sórdidas e suportei muitas palavras duras e cruas. Mas eu não me importo: eu continuo a "subverter o mundo" por onde ando e pretendo continuar a fazê-lo. Se você quiser se juntar a essa "subversão", estou aqui para caminhar ao seu lado. Se não quiser, continue sendo parte da "maioria". 


Eu quero estar louco.

Quando ouço isso, me vem à mente uma passagem do Novo Testamento que me deixa completamente sem reação, onde se lê:

"Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens". ---> [1 Coríntios, 1:25]

Na verdade, Deus não pode ficar "louco" - Ele é o padrão de perfeição; nós é que somos tortos. Mas, dentro desse pensamento do versículo, ainda que Deus pudesse "pirar o Seu cabeção" [tomando liberdade para usar esse termo, com temor], Ele ainda seria mais sábio que qualquer um de nós. E mais: ainda que Ele pudesse ser fraco, Ele ainda seria mais forte do que qualquer um de nós. Finalmente, as Escrituras ainda dizem que "se alguém quiser ser sábio neste mundo, torne-se como um louco para ser sábio". Só me resta continuar na minha "piração sábia" ou, parafraseando Renato Russo, "conseguir meu equilíbrio cortejando a insanidade".  


Eu quero estar certo. Fora do sistema.

Não importa o que a "maioria" pensa se a "minoria" está indo na direção certa. Ora, as nossas condutas e valores devem estar baseados no critério da verdade e da justiça, e não na busca de satisfação das expectativas dos outros. Embora seja louvável procurar o bem-comum ao se importar com o outro, nenhum de nós [individualmente] deveria estar preso ou se sentindo culpado por "decepcionar" as pessoas com nosso jeito de ser. Não é a elas que devemos agradar em primeiro lugar - nenhumas delas é Deus. Logo, na medida em que eu continuo "fora do sistema" e excluído de certas "maiorias", eu quero estar certo. Eu quero estar no caminho certo, mesmo que para os outros seja errado. O que importa é a verdade, e não as opiniões. Já dizia o apóstolo Paulo: "... se eu procurasse agradar a homens, eu não seria servo de Cristo" [Gálatas 1:10b]. 


Longe, eu caminho mais perto.

Parece não fazer muito sentido, mas essa frase é muito interessante. Às vezes precisamos fugir pra nos encontrar. Precisamos nos enfraquecer para sermos de fato fortes - de fato, eu estou cansado dessa mentalidade de que, se Deus está comigo, eu não posso ter dificuldades, ou ficar irritado e nem mesmo me entristecer [pois isso é falta de estabilidade emocional]. Chega! Sim, autocontrole faz parte do que a Bíblia chama de "Fruto do Espírito", mas se o fruto é do Espírito, não é você que vai fazer com que eu produza esse fruto e vice-versa. Vamos deixar de querer fazer o papel do Espírito Santo e nos colocar no lugar de seres desesperadamente carentes da graça e da compaixão divina. Logo, na medida em que nos afastamos das exigências e conveniências do "sistema" [que nos dá máscaras de imunidade e fantasias de super-homem], nos aproximamos de Quem devemos estar perto. Eu quero diminuir pra Ele crescer. Eu quero ser quem eu sou e me tornar quem Ele quer que eu seja. 


Nesse sentido, existe uma boa notícia... boa não, espetacular!

As Escrituras dizem que os que se aproximam de Deus e creem Nele estão sendo "...transformados de glória em glória à Sua própria imagem e semelhança..." [2 Coríntios 3:18]. Isso é extraordinário. Não importa se eu estou "dentro ou fora do sistema". Não importa se eu me encaixo no grupo da "maioria" ou da "minoria" - Deus age baseado apenas em Seu poder e vontade e, bondosamente, para o bem dos que confiam Nele. Por mais que tudo pareça piorar por fora, Ele está transformando a minha vida para ser semelhante a Ele. Ainda que o "homem exterior se corrompa, o interior se renova de dia em dia..." [2 Coríntios 4:16]. Por isso eu tenho esperança, apesar de quem sou e do que faço. Ele está fazendo o Seu trabalho sublime! Finalmente, só desejo uma coisa: guardar a fé até quando Ele voltar pois, nesse momento, o "trabalho sublime" estará concluído. Que grandioso!


Você tem certeza de que é alvo desse "trabalho sublime"? Se não, arrependa-se de ter ficado durante todo esse tempo "fora do sistema" de Deus e se volte para Ele. Agora. 




Pela alegria de estar longe do resto e mais perto Dele,



Soli Deo Gloria!